Métodos de Pesquisa em Psicofisiologia

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Aula III
MÉTODOS DE PESQUISA EM PSICOFISIOLOGIA

São métodos que visam o estudo do cérebro e do comportamento com propósito
clínico, diagnóstico e /ou para tratamento.

São utilizados para tanto métodos experimentais e métodos para análise
comportamental.
Métodos Experimentais mais utilizados:
I-
Instrumentos para visualização do Cérebro: geram imagens do cérebro
humano vivo.
a) Tomografia computadorizada (TC): Método não-invasivo, cujo objetivo é gerar
uma imagem como “fatia” do encéfalo. Para tanto, uma fonte de raios X é girada ao
redor da cabeça. O resultado final é uma reconstrução digital da posição e da
quantidade de material radiopaco dentro do plano da fatia.
b) Imagens por Ressonância Magnética (IRM): Utiliza informação acerca de como os
átomos de hidrogênio no encéfalo respondem a modificações em um intenso campo
magnético. Os sinais eletromagnéticos emitidos pelos átomos são detectados por
um arranjo de sensores ao redor da cabeça e enviados á um computador que constrói
um mapa do encéfalo. A informação obtida com o esquadrinhamento ou varredura
pó RM pode ser usada para a construção de uma imagem notavelmente detalhada do
encéfalo.
Vantagens em relação á TC: não requer irradiação e as imagens das fatias do
cérebro podem ser realizadas em qualquer plano desejado.
c) Imagens Funcionais do Encéfalo: As técnicas mais difundidas são a Tomografia
por Emissão de Positróns (TEP) e a Imagem por Ressonância Magnética Funcional
(IRMF) . Apesar dos detalhes técnicos diferirem, ambas detectam mudanças no
fluxo sanguíneo regional e no metabolismo dentro do encéfalo.
Os neurônios mais ativos, requerem mais glicose e oxigênio, e o aporte vascular
encefálico responde á atividade neuronal direcionando mais sangue ás regiões
ativas. Assim, detectando mudanças no fluxo sanguíneo, a TEP e a IRMF revelam
as regiões encefálicas mais ativadas em diferentes situações.
II – Registro da Atividade Psicofisiológica: métodos para registrar a atividade
psicofisiológica na superfície do corpo.
a) Eletroencefalograma (EEG) : é uma medida que permite visualizar a atividade do
córtex cerebral através de sua atividade elétrica, registrada a partir de eletrodos
colados á superfície cutânea da cabeça. O sinal produzido pelo EEG reflete a soma
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dos eventos elétricos, como potenciais de ação e pós-sináptico. Um registro de
EEEG típico é um conjunto de muitos traçados irregulares simultâneos, indicando
alterações de voltagem entre os pares de eletrodos.
Costuma ser usado para auxiliar no diagnóstico de determinados quadros
neurológicos, como epilepsia, ou á situações associadas á determinados estados de
consciência, como o sono.
b) Polissonografia:
É um exame que faz o registro completo da atividade elétrica
cerebral, da respiração e de sinais indicativos de relaxamento muscular, movimentos
oculares, oxigenação sanguínea, batimento cardíaco, conforme o objetivo do estudo
do sono. É indicada para diagnóstico de diversos distúrbios do sono, incluindo
Apnéias e Roncos. Assim, é útil para o diagnóstico de insônia e dos distúrbios
respiratórios do sono, sonambulismo, terror noturno, ranger de dentes (bruxismo) e
outros.
c) Eletromiografia: procedimento usual para mensurar a tensão muscular, através de
eletrodos colados á superfície da pele sobre o músculo.
d) Eletrooculografia : medida eletrofisiológica para registrar o movimento dos olhos.
e) Atividade cardio-vascular: O Eletrocardiograma mede os sinais elétricos do
batimento cardíaco por meio de eletrodos colados ao peito. Outro aspecto
importante é a pressão sanguínea.
f) Condutividade da pele: pensamentos e experiências emotivas são associadas a
aumento na capacidade da pele de conduzir eletricidade. Os dois índices mais
empregados de atividade eletrodérmica são o nível de condutividade da pele (NCP)
e a resposta de condutividade da pele (RCP). Ressalta-se que as bases fisiológicas
dessas atividades não são completamente conhecidas, acreditando-se que as
glândulas sudoríparas exerçam papel importante nos estímulos emocionais
Métodos Comportamentais:
I- Testes Neuropsicológicos: Instrumentos de medidas psicométricas são empregados para
avaliação do funcionamento cognitivo.
Trata-se de uma análise quantitativa e qualitativa destas funções estabelecendo dessa
forma uma relação entre a cognição, o comportamento e a atividade do sistema nervoso
central em condições normais e patológicas.
Avalia-se então, através de testes específicos, os seguintes domínios cognitivos:



Atenção
Memória
Linguagem
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


Percepção
Praxia
Funções executivas
Escalas e Inventários para avaliar transtornos de humor, comportamento e
personalidade também são freqüentemente utilizados. Ex:



Inventário de Depressão de Beck
NPI – Inventário Neuropsiquiátrico
Escala de Transtorno de Déficit de Atenção/hiperatividade
II - Métodos da Neurociência Cognitiva:

Identificação de áreas encefálicas específicas em processos cognitivos com a
utilização do mapeamento cerebral (TEP e IRMF).

Tem como propósito obter imagens do cérebro durante atividades cognitivas.
Neuroimagem Funcional
(IRMF)
Tarefas cognitivas - linguagem
Gerando palavras
Pronuniando palavras
Ouvindo palavras
Lendo palavras
III - Experiências sobre comportamento animal:
Aspectos biopsicológicos de animais de laboratório, apresentados sob 3 categorias:
a) Para avaliação de comportamentos comuns a uma espécie:
Experimentos para medir ansiedade em ratos no Labirinto em cruz elevado por
exemplo.
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Labirinto em cruz elevado
b) Condicionamentos tradicionais:
condicionamento operante:
“Caixa de Skinner”

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Skinner criou a “caixa de Skinner”, onde era colocado um rato privado de alimento.
Naturalmente, o rato emitia vários comportamentos aleatoriamente e quando ele se
aproximava de uma barrinha perto da parede, Skinner introduzia uma gota d’água na
caixa através de um mecanismo e o rato a bebia. As próximas gotas eram apresentadas
quando o rato se aproximava um pouco mais da barra. As outras quando o rato
encostava o nariz na barra. Depois as patas. E assim em diante até que o rato estava
pressionando a barra dezenas de vezes até saciar completamente sua sede.
c) Processos de aprendizagem seminatural:
seminatural:
Labirinto radial - inicialmente desenvolvido por Olson e
Samuelson,
Samuelson, em 1976.
Esse estudo parte do pressuposto que alguns comportamentos aprendidos pelo
animal são benéficos em sua sobrevivência no meio selvagem, como por exemplo, a
procura por água e comida.
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