Um estudo da cadeia de suprimentos dos medicamentos do

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XVII Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Cartagena, Colombia, 30 oct. - 2 Nov. 2012
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Um estudo da cadeia de suprimentos dos medicamentos do programa municipal de
Dst/Aids de Macaé
Eduardo Picanço Cruz
Carlos Navarro Fontanillas
Wallace Barros da Silva
Fabio do Nascimento Siqueira da Silva
Introdução
A logística tornou-se uma palavra chave na vida das organizações do mundo moderno.
Estratégias de transporte, alocação de produtos, oferecimento de serviços com maior
eficiência e eficácia fazem parte do meio corporativo com objetivo primordialde obter
vantagem em relação aos concorrentes e a otimização dos seus custos.
A velocidade de processamento e tratamentos de dados e informações adquiriram uma
velocidade estrondosa, podemos acrescentar diante disto que atender com agilidade e
qualidade vem se mostrando uma comodity a nível de atendimento ao cliente. Uma nova
ótica da logística passou a ser entendida, onde esta deve auxiliar de tal forma que vise a
qualidade na prestação de serviços de acordo com as exigências do mercado.
A definição promulgada pela Council of logistics Management (CLM) criada em 1962 diz
que:“Logística é o processo de planejamento, implantação e controle do fluxo eficiente e
eficaz de mercadorias, serviços e das informações relativas desde o ponto de origem até o
ponto de consumo com o propósito de atender às exigências dos clientes” .
Segundo Ballou (2006) a logística não pode ser considerada um processo e sim parte
integrante de uma cadeia de suprimentos (Suplly Chain Management). Esta cadeia nada
mais é que a união de várias atividades funcionais como: transporte, controle de estoques,
etc.
A presente pesquisa se delimitou ao estudo da cadeia de suprimento do Programa Municipal
de DST1/AIDS2 de Macaé (PM3/DST/AIDS).
De acordo com o relatório da Organização Mundial de Saúde - OMS (2003) e o UNAIDS 4
(2004) estima-se em 40 milhões o número de pessoas vivendo com HIV 5/AIDS em todo o
mundo. Na América Latina e Caribe há mais de 2 milhões de pessoas vivendo com
HIV/AIDS, sendo que no Brasil, um estudo estimativo de junho de 2008, do Ministério da
Saúde, indicou 630 mil casos. (Fonte: Ministério da Saúde/Secretária de Vigilância
Sanitária/Programa Nacional-DST/AIDS).
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DST: Doenças Sexualmente Transmissíveis AIDS: Termo em inglês para Síndrome da Imunodeficiência Adquirida PM: Programa Municipal
UNAIDS: Programa das Nações Unidas que tem a função de criar soluções e ajudar as nações no combate a Aids. HIV: Termo em inglês para vírus da imunodeficiência humana
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Formado por uma equipe multidisciplinar atuante a mais de dez anos, o PM DST/AIDS de
Macaé é estruturado em quatro áreas temáticas: prevenção, assistência, vigilância
epidemiológica e gerência que objetiva sensibilizar a população macaense em sentido
amplo, quanto as DST´s/HIV/AIDS e as Hepatites Virais 6 em todos seus aspectos, minorando
desta forma, os efeitos psicossociais e econômicos da epidemia.
Nota-se que Macaé é o Município que tem a maior taxa de incidência (por 100.000
habitantes) casos Aids na Região Norte Fluminense e no ranking nacional é 59° colocado
(Fonte: Boletim Epidemiológico Aids.DST – Preliminar – julho 2010 a junho 2011 MS ).
Em 2011, foram detectados 80 novos casos de AIDS entre adultos e crianças, dos quais 47
são masculinos(58,75%) e 33 femininos(41,25%).(Fonte: SINAN 7).
Com uma estrutura formada por médicos clínicos e especialistas (infectologistas, psiquiatra,
pediatras, ginecologista, e dermatologista), bem como por nutricionista, psicólogas,
odontólogos, enfermeiras, farmacêuticas, assistentes sociais e demais profissionais
administrativos e de apoio atendem cerca, de 1752 pacientes cadastrados nesta instituição
de saúde entre adultos e crianças, dentre os quais 540 fazem uso de medicamentos
antiretrovirais, ressaltando que os dados acima relatados referem-se até a data de
31/12/2011.(Fonte: Programa Municipal DST/Aids – SAE/CTA).
A farmácia do Programa conta com o Sistema de Controle Logístico de Medicamentos
Antirretrovirais (SICLOM). O Sistema de Controle Logístico de Medicamentos Antirretrovirais
foi criado com o objetivo de gerenciar a logística dos medicamentos antirretrovirais (ARV) e
aprimorar a qualidade da dispensação. Permite que o Ministério da Saúde, as secretarias
estaduais e municipais de Saúde se mantenham atualizados em relação ao fornecimento e
entrega de medicamentos aos pacientes em tratamento, conforme as recomendações
existentes no Consenso Terapêutico Brasileiro, além do controle dos estoques de cada
medicamento nas várias regiões do país.As informações de consumo e estoques são
fundamentais para que o adequado suprimento aos estados ocorra, evitando o
desabastecimento dos estoques locais e prejuízo no atendimento aos pacientes. Atualmente
utilizam o sistema: 670 unidades dispensadoras de medicamentos, distribuídas em todo o
Brasil, 936 maternidades, 27 coordenações estaduais de DST/Aids e 61 almoxarifados.
(Fonte: Departamento Nacional de DST, AIDS E Hepatites Virais).
Após breve análise de conceitos básicos da cadeia de suprimentos e de uma apresentação
do estudo surgem as seguintes perguntas: em análise da real situação, qual o motivo para o
alto índice de indisponibilidade de medicamentos?
6 A hepatite é a inflamação do fígado. Pode ser causada por vírus (hepatites virais), uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, além de doenças autoimunes, metabólicas e genéticas.
7 SINAN: Sistema de Informações de Agravos de Notificação.
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Suposição
Esta pesquisa parte da suposição, pautada em experiências pessoais relatadas através de
um constante número de reclamações feitas pelos pacientes do Programa no tocante a rotina
de distribuição de medicamentos. Em grande parte dos atendimentos o paciente não
consegue alguma droga de sua prescrição. Em um sistema de saúde, falta de medicamentos
não é uma situação desejável, uma vez que determinadas drogas são de uso diário e
ininterrupto.
Baseado em relatos fornecidos pela farmacêutica do PM/DST/AIDS, Nadir Cardoso, o
sistema SICLOM apresenta falhas em relação ao pedido de dispensação de medicamentos
no mesmo, assim como em relação ao pedido para o mês seguinte, gerando um déficit entre
o que é pedido e a necessidade real da Unidade de Saúde.
Objetivos da pesquisa
1.- Objetivo Final
O objetivo desta pesquisa é conhecer e analisar as práticas da cadeia de suprimentos de
medicamentos Antiretrovirais do Programa Municipal de DST/Aids e realizar um estudo sobre
a indisponibilidade de medicamentos.
2.- Objetivos Intermediários
• Verificar se o nível de indisponibilidade é alto;
• Indicar as principais falhas da cadeia de suprimentos.
3.- Delimitação da pesquisa
O presente estudo abordará a cadeia de suprimentos de medicamentos do Programa
Municipal de DST/Aids de Macaé, restringindo-se somente aos medicamentos exclusivos
para o vírus HIV, excluindo os medicamentos para as DST’s e não levando-se em conta a
dinâmica de outras farmácias públicas localizadas no Município assim como outros
medicamentos dispensadas por estas.
4.- Relevância do estudo
O SAE (Serviço de Atendimento Especializado) do Programa Municipal de DST/AIDS possui
cerca de 1752 pacientes com HIV/Aids cadastrados entre adultos e crianças, dentre os quais
mais de 540 fazem uso de medicamentos antiretrovirais em 31/12/2011.
Como pode-se analisar, mais 30% dos pacientes que são assistidos pelo Programa realizam
a retirada dos medicamentos antiretrovirais na farmácia. Ter um serviço de logístico eficiente
torna-se essencial para o atendimento desta demanda que está em constante crescimento e
assim tentar de alguma forma amenizar uma parte dos problemas da população vivendo com
HIV/Aids. Cabe ressaltar em uma breve análise que os problemas logísticos dessa natureza
também ocorrem em outras unidades de saúde. Dessa forma esse estudo pode ser propulsor
para uma análise por parte da administração pública a fim de sugerir algumas mudanças que
poderiam de alguma forma reduzir o percentual de indisponibilização de medicamentos para
os pacientes.
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Realizar uma análise crítica e criar métodos que possam contribuir para o aprendizado de
melhores formas de gerenciar a cadeia de suprimentos nesta unidade de saúde será objeto
de estudo nesta pesquisa.
5.- Metodoligia
Para classificação da pesquisa, ora em projeto, temos como base a metodologia
apresentada por Vergara (2005), que a qualifica sob dois aspectos: quanto aos fins e quanto
aos meios.
6.- Tipos de pesquisa
6.1.- Quanto aos fins
Quanto aos fins, a pesquisa foi explicativa e aplicada. Explicativa porque mostrou quais são
os fatores críticos que ocorrem e justificam a falta de medicamentos nas prateleiras. Há
também características de pesquisa aplicada, uma vez que ilustrou em que lugar poderiam
estar a(s) raiz(es) do problema, buscando sugerir métodos para aperfeiçoar a cadeia de
suprimentos da Unidade de Saúde estudada diminuindo a escassez de medicamentos a
disposição dos pacientes.
6.2.- Quanto aos meios
Quanto aos meios, a pesquisa é um estudo de caso e bibliográfica, pois se atém
especificamente a logística de medicamentos do Programa Municipal de DST/Aids de
Macaé. Bibliográfica, pois foi apoiada em publicações de livros, artigos acadêmicos, teses de
doutorado, dissertações de mestrado, internet, entre outros meios de publicações para se
estruturar o conceito de cadeia de suprimentos logísticos.
7.- Universo e amostra
O universo da pesquisa de campo foi a cadeia de suprimentos de medicamentos do
Programa Municipal de DST/AIDS de Macaé. Não foram alvo dessa pesquisa toda a cadeia
de suprimentos de medicamentos da Secretaria de Saúde, pois é uma cadeia muito vasta e
com diferentes fontes de recursos e métodos de adquirir medicamentos.
A amostra foi definida por estratificação, uma vez que será contemplada somente o
Programa Municipal de DST/Aids, único estabelecimento do Município de Macaé que faz
distribuição de medicamentos para a população vivendo com HIV/Aids.
8.- Coleta de dados
Um dos métodos para coleta de dados, para construção do referencial teórico desta
pesquisa, foi pro meio de pesquisa bibliográfica em livros, internet, artigos acadêmicos, teses
de mestrado, dissertações de doutorados e outros materiais de acesso público em geral.
Com isto pretende-se construir um arcabouço teórico que vise dar embasamento as falhas
logísticas existentes na cadeia de suprimentos a ser estudada.
Outro método foi o de observação simples, onde averigou-se realmente se as constantes
reclamações feitas pelos usuários em relação à falta de medicamentos, se estas realmente
condizem com a realidade.
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9.- Tratamento dos dados
Os dados coletados em união com os conceitos estabelecidos no referencial teórico serviram
para tentar ilustrar a real situação da cadeia de suprimentos e qual seria uma possível
situação desejável e como esta poderia ser alcançada. Em um primeiro momento foi feita
uma análise a fundo da logística de medicamentos desde a chegada de uma remessa até o
pedido da próxima e como se faz este processo. Posteriormente a este estudo iniciou-se
uma análise crítica da falhas encontradas e assim, começar a traçar estratégias a fim de
melhorar a distribuição de medicamentos no Programa Municipal de DST/Aids.
10.- Limitações do método
Uma das limitações que a pesquisa foi a exclusão do setor gerencial do Programa a fim de
evitar possível influência na pesquisa. Outra limitação foi em relação à adesão, verificar se os
pacientes que não conseguiram seus medicamentos são assíduos as consultas e aderidos à
terapia na farmácia, e não esporádicos.
A pesquisa tentou ser o mais objetiva possível a fim de tentar não deixar transparecer a
insatisfação dos profissionais envolvidos em todo o processo, devido a constantes embates
com pacientes por conta da falta de medicação.
Literatura
1.- Introdução
A partir desta seção serão tratadas as principais conceituações que sustentaram o arcabouço
teórico da presente pesquisa. Os principais autores de cadeia de suprimentos e logística
serão os mais utilizados para o devido fim.
2.- Cadeia de suprimentos
Antes de realizar o estudo sobre a cadeia de suprimentos de medicamentos do Programa
Municipal de DST/AIDS, necessita-se antes, entender claramente o que é Logística e Cadeia
de Suprimentos.
A logística empresarial é um campo relativamente novo do estudo da gestão integrada, das
áreas tradicionais das finanças, marketing e produção (BALLOU, 2006). O novo contraponto
que surge neste contexto surge de acordo com Ballou (2006) da derivação do conceito da
gestão coordenada de atividades inter-relacionadas, em substituição à prática histórica de
administrá-la separadamente, e do conceito de que logística agrega valor a produtos e
serviços, estes essenciais ao consumidor e impulsionamento das vendas.
Oliveira (2009) levanta quatro pontos de relevância para o crescimento da importância da
Logística Empresarial:
(I) a internacionalização comercial e produtiva das empresas (em particular as
transnacionais), cujo espraiamento de suas filiais por diversos países têm modificado
sobremaneira a composição do comércio internacional, o qual passa a ter como parcela
significativa aquela oriunda do comércio intra-firma;
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(II) a formação de blocos regionais de comércio e a aceleração do processo de integração
econômica, política e cultural intra e inter-blocos (NAFTA, MERCOSUL, União Européia,
ASEAN, etc.);
(III) a radical e célere mudança tecnológica promovida pelo advento das novas Tecnologias
de Informação e Comunicação (TIC’s), cujos produtos de fronteira são a Internet, a telefonia
celular e a transição para a plataforma de convergência digital entre aparelhos e
equipamentos de informática, telecomunicações e eletrônica de consumo, os quais, em
conjunto, modificam a maneira pela quais pessoas e empresas vivem, trabalham e
produzem; e
(IV) a nova geografia global dos fluxos de Investimentos Diretos Estrangeiros (IDE), na
medida em que a decisão locacional das firmas transnacionais é condicionada pela busca
por competitividade nas TIC’s as empresas têm buscado as economias emergentes para
basear suas fábricas, na tentativa de garantir mão-de-obra mais barata, menor carga
tributária, e demais vantagens de atratividade oferecidas pelos governos de cada economia
emergente.
Enquanto o gerenciamento da cadeia de suprimentos como conceito é recente, suas bases
encontram-se em teorias antigas e estabelecidas (COSTA ET al. apud COOPER ET al.,
1997). Sua origem aparece intimamente ligada ao renascimento da logística na década de
1950, quando surge uma abordagem nova orientada a sua administração integrada.
Curiosamente os mesmos fatos que propiciaram a evolução da logística deram origem, na
opinião de diferentes autores, ao conceito de gestão da cadeia de suprimentos (COSTA et
al., 2005).
De acordo com Slack et. al. (2009) em grandes organizações, pode haver várias centenas de
ramos de unidades produtivas ligadas, passando pela operação. Esses ramos são
normalmente denominados cadeia de suprimentos.
A gestão da cadeia de suprimentos apresenta-se no atual ambiente de negócios, como uma
ferramenta que permite ligar o mercado, a rede de distribuição, o processo de produção e a
atividade de compra de tal modo que os consumidores tenham um alto nível de serviço ao
menor custo total, simplificando assim o complexo processo de negócios e ganhando
eficiência (COSTA et al. Apud BALLOU et al., 2000; CHISTOPHER, 2001; BOWERSOX e
CLOSS, 2001, p: 691).
Segundo Ballou (2006) a Cadeia de Suprimentos “é um conjunto de atividades funcionais”,
este conjunto, segundo o autor englobam as atividades de transporte, controle de estoques,
distribuição, dentre outras atividades logísticas.
Slack (2009, p: 415) reforça a idéia anterior com a seguinte afirmação: a gestão da cadeia de
suprimentos é a gestão da interconexão das empresas que se relacionam por meio de
ligações à montante e à jusante entre os diferentes processos, que produzem valor na forma
de produtos e serviços para o consumidor final.
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É uma abordagem holística de gestão através das fronteiras das empresas. Mais
especificamente, esta sendo reconhecido que existem benefícios substanciais a serem
ganhos ao administrar-se toda a cadeia de operações de modo que satisfaçam ao
consumidor final. Esses benefícios centram-se em dois objetivos chaves da gestão da cadeia
de suprimentos: satisfazer efetivamente os consumidores e fazer isso de forma eficiente.
Dessa forma, a gestão da cadeia de suprimentos refere-se à integração de todas as
atividades associadas com a transformação e o fluxo de bens e serviços. (COSTA et al. apud
BALLOU et al. 2000). Atividades estas que vão desde as empresas fornecedoras de matériaprima até o usuário final, sem deixar de lado o fluxo de informação necessário para o
sucesso (COSTA et al. apud BALLOU et al. 2000).
Diante do exposto pode-se afirmar que o cliente é a chave principal de todo o ciclo. O
consumidor final possui a única moeda corrente real na cadeia de suprimentos (Slack, 2009).
O fato de o consumidor manifestar o seu desejo de compra pagando por um bem ou serviço
faz girar toda a cadeia de suprimentos.
Embora todas as operações na cadeia de suprimentos possuam o objetivo imediato de
satisfazer a seu próprio consumidor imediato, o propósito da gestão da cadeia de
suprimentos é assegurar que elas tenham uma apreciação completa de como, juntas, podem
satisfazer ao consumidor final (Slack, 2009).
Segundo Martins e Alt (2006) o objetivo do gerente supply chain8 (SC) é:
a) satisfazer rapidamente o cliente, criando um diferencial com a concorrência;
b) minimizar os custos financeiros, pelos uso de menos capital de giro, e custos
operacionais, diminuindo desperdícios e evitando ao máximo atividades que não agregam
valor ao produto, tais como esperas, armazenamentos, transportes e controles.
Qualquer que seja a empresa, no entanto, alguns fatores são chaves para o sucesso da
cadeia de suprimentos, como o foco intenso no cliente, uso avançado de tecnologia de
informação, índices quantitativos de desempenho, times interfuncionais e gerenciamento do
fator humano (MARTINS E ALT, 2006).
Segundo Ballou (2006, p:37): é um conceito generalizado que a atividade empresarial cria
quatro tipos de valor em produtos ou serviços, a saber: forma, tempo, lugar e posse. Desses
quatro valores, dois são criados pela logística. A produção cria o valor de forma à medida que
transforma insumos em resultados, ou seja, matérias primas convertidas em produtos
acabados. A logística controla os valores de tempo e lugar nos produtos, principalmente por
meio do transporte, dos fluxos de informação, e dos estoques. O valor de posse, geralmente
sob responsabilidade do marketing, engenharia e finanças, é aquele criado ao induzir
clientes a adquirir o produto por meio de mecanismos como publicidade (informação),
suporte técnico e condições de venda (preço e disponibilidade de crédito.)
8 Suppy chain: cadeia de suprimentos
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Slack (2009) afirma que cadeias de suprimento são sistemas dinâmicos. Em algum ponto do
tempo, centenas de atividades e decisões estão acontecendo em algum lugar da cadeia.
Algumas delas são resultados de políticas deliberadas de uma ou mais operações da cadeia.
De acordo com Martins e Alt (2006, p: 379):
A cadeia de suprimentos ideal não deve ser totalmente estática – baseada apenas
em técnicas como demanda projetada e custos atuais -, pois quando as condições
iniciais mudam, a configuração da cadeia deve ser revisada. Quanto mais flexível a
cadeia, menos sobressaltos, reinvestimentos ou deslocamentos de pessoal ela
sofrerá.
Durante o estudo da Cadeia de Suprimentos percebe-se que esta também possui seus
antagonismos. É fundamental para a obtenção da otimização do ciclo produtivo e também de
custos, o estabelecimento por parte da organização de parcerias comerciais tanto com
fornecedores e clientes. Porém estas têm sempre que estar em harmonia como diz Cardoso
(2009, p: 11): considera também que “antes da concorrência com produtos, as empresas
concorrem por capital; pode-se dizer que, em uma cadeia produtiva, descartando-se os
monopólios verticais, é essencial a manutenção do equilíbrio entre os parceiros para a
existência da cadeia, pois caso contrário, ainda que parceiros comerciais, a necessidade de
capital provocada pela inconstância dos ciclos poderá conduzir os parceiros à falência.
Situações que podem proporcionar antagonismos como estes precisam ser estudadas pela
Cadeia de Suprimentos, pois as mesmas podem levar a situações de cooperação ou não
entre as empresa que participam do ciclo.
2.1.- A Gestão da Cadeia de Suprimentos e o Cliente
Martins e Alt (2006) dizem que qualquer que seja a empresa alguns fatores são chaves como
o foco intenso no cliente. Este sempre será vital para qualquer organização em qualquer
segmento.
Pode-se dizer que o objetivo de qualquer empresa é o aumento de seu capital e o ganho de
lucro, sendo assim, a sua satisfação acaba passando despercebida – “se estamos vendendo,
é porque os clientes estão gostando” – e nem sempre isto é uma máxima. Sem cliente, não
há vendas, sem vendas não há receita e sem receita não como cobrir custos, e o resultado
deste ciclo é a falência.
Desta forma uma parte muito importante na Cadeia de Suprimentos que deve ser levada em
consideração é a importância dada ao Cliente – cliente bem atendido tem grandes
possibilidades de sair um cliente satisfeito.
Satisfação do cliente, um dos pontos chaves de uma boa cadeia de suprimentos. De acordo
com Ballou (2006) já existem provas mais que definitivas de que a logística dos serviços ao
cliente tem impacto sobre as vendas. Um serviço bem prestado tende a levantar a número de
vendas de uma empresa. Compostos como preço, promoção, entre outros, acabam se
tornando não de menos importância, porém podem ficar em segundo plano perante a um
bom atendimento.
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Pode-se salientar que para aumentar o nível de satisfação do cliente, alguns elementos
devem ser levados em consideração. Os principais fatores desempenho podem ser
colocados em quatro grupos (CARDOSO, 2009 apud TUBINO 1999):
• custo;
• qualidade;
• desempenho na entrega;
• flexibilidade.
A importância destes fatores são a de medir, servindo de indicadores para proporcionar a
melhora da atividade. Os setores de compras e de Administração de Fornecimento estão
diretamente envolvidos com os fatores anteriormente apresentados.
Em meio a este ambiente de busca da satisfação do cliente, surgiu um conceito de produção
que visa melhorar o nível de satisfação, oferecendo ao consumidor o que ele quer, quando
quer, onde quiser. Este conceito de produção é o Just in Time (JIT).
2.1.1.- Produção Just in Time
A Globalização tornou-se um ponto impulsionador da concorrência mundial. As pressões
exercidas pelo mercado e pela indústria em constante aumento. Lead times9 cada vez
menores, logística de entrega rápida e afiada, aumento da qualidade dos produtos,
flexibilização para produção de itens especiais e preços menores. Segundo Alves (1995) o
sistema Just in Time (JIT) da um novo conceito ao custo do processo produtivo. As
ferramentas que o sistema JIT utiliza no combate aos desperdícios são eficazes e colaboram
na obtenção da liderança em custo.
De acordo com Slack (2009) JIT em seu conceito literal significa produzir bens e serviços
exatamente no momento em que são necessários. Sendo assim consegue-se evitar o
acúmulo de estoques e os clientes não necessitam esperar seu pedido ficar pronto.
O Just in time é uma abordagem disciplinada, que visa aprimorar a produtividade global e
eliminar os desperdícios. Ele possibilita a produção eficaz em termos de custo, assim o como
o fornecimento apenas da quantidade correta, no momento e locais corretos, utilizando o
mínimo de instalações, equipamentos, materiais e recursos humanos. O JIT é dependente do
balanço entre a flexibilidade do fornecedor e a flexibilidade do usuário. Ele é alcançado por
meio da aplicação de elementos que requerem um envolvimento total dos funcionários e
trabalho em equipe. Uma filosofia chave do JIT é a simplificação.(SLACK 2009 apud VOSS
1987 – p: 482).
Entre diversas ideias a respeito do modo de produção do JIT, a que mais sobressai é a de
redução dos desperdícios durante o processo produtivo sejam ele quais forem e a contínua
melhoria da produtividade. A longo prazo, o resultado da eliminação de desperdício é uma
organização eficiente em custos, orientada para a qualidade e que responde rapidamente as
necessidades dos clientes (ARNOLD, 1999).
9 Lead time: É o tempo entre o pedido e a entrega real do material no estoque.
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Slack (2009) fala sobre a palavra japonesa que representa o aprimoramento contínuo, o
kaizen, sendo uma parte chave do JIT.
Kaizen significa melhoramento. Mais: significa melhoramento na vida pessoal, na vida
doméstica, na vida social, e na vida de trabalho. Quando aplicada para o local de trabalho,
kaizen significa melhoramentos contínuos que envolvem todo mundo – administradores e
trabalhadores igualmente” (SLACK 2009 apud. IMAI, 1986 – p: 602).
Melhorar sempre, essa é a essência do Kaizen. O relevante para esta filosofia é estar
sempre observando a melhoria que ocorreu em determinado período, seja ela quaisquer que
forem não importando a sua magnitude.
Por último, a atenção dada ao cliente, e a forma como captar e compreender as suas
necessidades. O JIT enxerga o custo do cliente numa visão maior, isto é, a empresa JIT deve
assumir a responsabilidade de reduzir o custo total do cliente na aquisição e uso do produto.
(ALVES, 1995).
Uma nova concepção que surge neste contexto é a de agregação de valor para o
consumidor. Porém o que pode-se referir ao que é agregar valor?
Segundo Arnold (1999) o valor satisfaz às necessidades reais e percebidas do cliente, a um
preço que o cliente pode pagar e considerar razoável. Agregar valor a um bem, não implica
somente em aumento de custo. Quem compra não importa-se com os custos de fabricação e
sim no quanto vão pagar e o quanto aquele bem ou serviço irá gerar-lhe valor.
Com isto percebe-se que o fator gerador de valor agregado no processo produtivo, é a modo,
forma ou meio que se produz a fim de atender a uma série de interesses do consumidor final
na cadeia produtiva. De acordo com Alves (1999) nesta perspectiva é fundamental que a alta
gerência de uma empresa, ao elaborar a sua estratégia de liderança, vise fornecer produtos
ou serviços valorizados a partir do ponto de vista do cliente/consumidor e não a partir da
visão interna da organização.
2.1.3.- Custos na Cadeia de Suprimento
Um dos problemas muito discutidos em relação a Cadeia de Suprimentos, refere-se ao seu
custo.
Segundo Cardoso Apud. Freire (2009, p: 54): a cultura relacionada à contabilidade de uma
organização está associada a finalidade de balanço; apontar lucro ou prejuízo - portanto tem
características e foco gerenciais para a alta administração. As metodologias que as
empresas vinham utilizando tradicionalmente foram desenvolvidas para serem utilizadas em
ambientes fabris. Elas não foram projetadas para prover informações além dos limites da
fábrica, de modo que grande parte da cadeia logística permanece fora de sua abrangência.
Os custos acabam sendo na maioria dos casos diluídos em áreas diversas como custos de
produtos vendidos, custos de produção, despesas administrativas, entre outras, porém
efetivamente custos logísticos ainda não se percebem nenhuma “caixa” exclusiva.
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2.3.- Transporte
Atualmente pode-se observar que produtividade e qualidade, são os pilares de qualquer
setor produtivo, assim como assumiram um papel indispensável para dar sobrevida às
organizações em diferentes áreas.
Martins & Alt (2006) afirmam que para o marketing moderno a distribuição é uma das fases
mais críticas dos negócios. É nesta fase que o cliente percebe de fato parte da qualidade, o
mix entre suas expectativas e satisfação são postas lado a lado.
Estudar a influência do transporte em uma sociedade torna-se o ponto fundamental e inicial
para a pesquisa do seu planejamento estratégico. Qualquer que seja o seu gestor, ou seja, o
Estado, as iniciativas privadas, ou qualquer instituição responsável tanto de forma macro
como micro, deve entender as reais necessidades do meio para o qual o sistema de
transporte irá servir. (GOMES, 2006).
O transporte pode ser considerado como parte crucial de qualquer sistema logístico, portanto
este deve ser muito bem gerenciado, proporcionando à empresa um atendimento de
excelência perante seus clientes, ocasionando de forma natural o seu retorno sobre
investimentos.
O setor de transporte começou a chamar mais a atenção graças à necessidade de
interiorização e integração do território em todo o território nacional, aliado ao grande avanço
da indústria automobilística no país principalmente a partir da década de 1950.
O transporte rodoviário de cargas no Brasil tem uma estrutura respeitável e é considerado o
principal meio de transporte de cargas no país. Este modo de transporte desempenha um
papel vital para economia e o bem-estar da nação, visto que é responsável pelo escoamento
desde safras agrícolas até simples encomendas. (JORDÃO apud VALENTE et al 2008).
2.4.- Transporte de medicamentos
O transporte de medicamentos é uma atividade que requer cuidados especiais, uma vez que,
métodos de movimentação e acondicionamento desta carga podem alterar as características
físico químicas dos mesmos.
O controle sobre o manuseio, distribuição e comercialização ficou mais acentuado após a
criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), estabelecida em janeiro de
1999 através da lei 9.872.
Segundo Tanabes e Maenza (2010, p:1):
No Brasil existe um grande desafio para o transporte de produtos que necessitam
de condições especiais de temperatura, pois alguns fatores influenciam nessa
complexidade: como por exemplo, as dimensões continentais do país, seu clima
com altas temperaturas e a deficiência de infraestrutura no que se refere ao frio,
tanto na disponibilidade de áreas com controle de temperatura adequada a
armazenagem, como na qualidade do transporte e a assistência aos veículos
durante os trajetos percorridos; principalmente em regiões mais remotas.
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Dados do GEIPOT10 (Empresa Brasileira de Planejamento dos Transportes) do ano 2000,
afirmam que cerca de 68,9% do transporte de cargas é realizado através do modal
rodoviário. Isto nos levar a sugerir que grande parte dos medicamentos antes de chegarem
ao consumidor seja ela em farmácias e drogarias ou em hospitais utilizaram este modal com
meio de transporte principal.
Segundo Silva (2010, p: 1):
Especificamente no que se refere aos transportes, a ANVISA estabeleceu padrões
mínimos de qualidade que visam a assegurar a estabilidade dos produtos
farmacêuticos ao longo de sua vida útil, evitando a possibilidade de se alterarem os
efeitos terapêuticos dos medicamentos, o que poderia trazer riscos para o
paciente. Se por um lado a criação destes padrões amplia o controle e traz mais
segurança ao consumidor do medicamento, por outro lado estes padrões
aumentam significativamente os custos envolvidos na operação.
2.4.1.- A Gestão da Cadeia de Abastecimento de Produtos Médicos relativos ao
HIV/SIDA11
O cuidado com a saúde é uma ato primordial de qualquer governo. Atender a uma população
requer um atendimento especializado, como por exemplo, os portadores de HIV, com
eficiência e eficácia é um desafio dos governos Federal, Estadual e Municipal.
Segundo Raja e Mohammad (2011, p:11) em “Um Manual de Gestão da Cadeira de
Abastecimento de Produtos Médicos relativos ao HIV/SIDA” uma possível interrupção no
abastecimento de medicamentos antiretrovirais poderia causar danos irreparáveis a saúde
do pacientes.
A interrupção do uso dos medicamentos ARV’s 12 pode causar uma mutação no vírus e este
se torna mais resistente aos medicamentos, sendo necessária a troca por drogas cada vez
mais fortes, aumentando o número de efeitos colaterais nos pacientes, assim como o custo
da terapia. Desta situação advém a importância de um sistema logístico eficiente.
Um sistema logístico bem sucedido providencia um excelente serviço aos cliente através do
cumprimento de “seis certos”: fazer o procurement dos produtos certos, nas quantidades
certas, nas condições certas, entregues no local certo, na altura certa, e ao custo certo.
Adicionalmente, para programas de luta contra o HIV, um excelente sistema logístico entrega
o produto ao cliente certo.( Raja e Mohammad (2011, p:7)
Infelizmente falar de saúde é um assunto delicado, principalmente no que tange ao
atendimento e na distribuição de medicamentos. Em um mercado comum as pessoas são
tratadas como clientes, e para estes, todo o sistema tem que funcionar perfeitamente a fim
de aumentar o lucro das empresas. Porém os pacientes, usuários dos sistema de saúde,
nem sempre são enxergados com estes mesmos olhos, o de clientes.
10 GEIPOT: Grupo Executivo de Integração da Política de Transportes
11 SIDA: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (em inglês – AIDS)
12 ARV’s­ Antiretrovirais
12
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Segundo Raja e Mohammad (2011, p:8):
Nos cuidados de saúde, os pacientes são raramente tratados como clientes porque
a procura de produtos excede frequentemente a disponibilidade. Este problema
torna-se mais agudo nos programas de luta contra o HIV/SIDA, onde os
fornecimentos de medicamentos onerosos tais como ARV’s estão disponíveis
somente numa base limitada. Contudo, se todas as pessoas e organizações
envolvidas na gestão da cadeia de abastecimento estiverem centradas em servir o
cliente, não somente os consumidores de cuidados de saúde seriam melhor
servidos como também os custos globais de distribuição podem ser reduzidos.
2.5.- Problemas pertinentes ao transporte rodoviário de cargas
Pode-se comentar que o transporte rodoviário de carga além de ser o mais utilizado no
Brasil, também é o modal que apresenta pontos fortes, assim como, pontos fracos devido as
suas características peculiares.
De acordo com Gomes apud Ballou (1999), lista as vantagens inerentes ao transporte
rodoviário de cargas da seguinte forma: (1) o serviço porta a porta, de modo que não é
preciso carregamento ou descarga entre origem e destino como ocorre com os modos
aéreos e ferroviários, (2) a frequência e disponibilidade dos serviços, (3) sua velocidade e
conveniência no transporte porta a porta.
2.5.1.- Custos Gerais
O modal ora exposto apresenta dentre os demais, aquele que possui os menores custos
fixos, em contrapartida seus custos variáveis são elevados (impostos, pedágios, taxas, entre
outros).
Segundo Jordão (2010, p: 37):
Por custos diretos entende-se que são aqueles relacionados diretamente com
atividade do transporte e correspondem aos custos fixos mais os custos variáveis.
Os custos fixos são aqueles que não variam em função do nível de atividade da
empresa ou grau de utilização do equipamento, enquanto os custos variáveis são
diretamente proporcionais à atividade da empresa ou à utilização dos
equipamentos. Já os custos indiretos ou administrativos são aqueles que não estão
relacionados diretamente com a execução das atividades do transporte, porém são
considerados necessários para manter o serviço de transporte.
Outro fator de relevante importância nos custos no tocante a este setor refere-se a
infraestrutura das rodovias brasileiras. Grande parte da malha rodoviária começou a ser
implantada logo após o início do setor rodoviário de transporte de cargas entre as décadas
de 1950 e 1980.
13
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Na tabela 2.1 pode-se ter uma dimensão sobre essa realidade que leva em consideração o
estado geral da via (pavimento, sinalização e geometria da via).
Estado
Geral
Ótimo
Bom
Regular
Ruim
Péssimo
Total
2011
Km
11.743
27.778
28.327
16.751
8.148
92.747
2010
%
12,60
30,00
30,50
18,10
8,80
100,0
Km
13.378
24.092
30.326
15.858
7.291
90.945
Tabela 2.1 – Avaliação das Rodovias Pesquisadas (Fonte: Pesquisa CNT13 de Rodovias 2011)
Como observa-se na tabela apresentada o percentual de estradas em estado Ótimo teve
uma redução de percentual em relação a 2010 , de 14,7% para 12,6%. Nota-se porém que o
percentual de estradas avaliadas como Regulares ainda mantém-se maior que os demais,
30,5% contra 30,0% avaliadas como Bom.
Gomes (2006) ressalta que em pesquisa feita durante o ano de 2000 pela CNT indicou que
uma estrada em condições ruins ocasiona aumento de 37% nos custos operacionais das
transportadoras, incremento de 57% no consumo de combustíveis e elevação de 50% no
índice de acidentes registrados.
2.5.2.- Segurança
A segurança também corrobora como um assunto pertinente as rodovias brasileiras. O índice
de acidentes em rodovias federais como pode ser visto na tabela 2.2, vem aumento de forma
espantosa.
Tabela 2.2 – Números de Acidentes em Rodovias Federais
INFORMATIVO
BRASIL
Acidentes
Rodoviários
em
Rodovias
Federais
Policiadas
Tipo
Nº de acidentes
Nº de mortos
Nº de feridos
2007
128.451
7.063
81.752
2008
141.122
6.950
84.674
Fonte: Boletim Informativo – Acidentes no Brasil 18/10/2010
13 Confederação Nacional do Transporte
14
2009
158.641
7.340
93.500
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De acordo com o exposto na tabela 2.2 nota-se que de 2007 a 2010 ocorreram um aumento
de 54.959 (42,78%) de acidentes, 1.560 (22,08%) de mortes e 21.386 (26,15%) de feridos.
Ao se observar separadamente cada número conclui-se que este um grande risco neste
modal, em que há uma perda coletiva diante dessa situação: por parte do Estado, em relação
às políticas públicas de prevenção quanto em gastos com leitos hospitalares para as vítimas
de acidentes de trânsito, por parte do setor privado, no que se refere a seguros, reparos a
danos materiais próprios e de terceiros, indenizações, entre outras, e também por parte dos
familiares que muitas vezes acabam por perder ou ter que conviver com graves sequelas de
seus entes envolvidos em colisões de transito.
Um fator que também diz respeito a segurança esta relacionado ao roubo de cargas. De
acordo com pesquisa divulgada pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e
Logística (NTC&Logística), o prejuízo das transportadoras foi de R$ 880 milhões em 2010.
(Fonte: Confederação Nacional de transporte).Pode-se constatar que o roubo a cargas
tornou-se um ramo muito lucrativo para o crime organizado.
A fim de impor punições ao infratores e investigar quadrilhas especializadas no crime de
roubo de cargas nas estradas brasileiras o governo federal em 2006 sancionou a lei
complementar 121/06 que criou o Sistema Nacional de Prevenção, Fiscalização e Repressão
ao furto e roubo de veículos e cargas. Esta lei pode-se considerar um passo importante por
parte do governo em repressão a este tipo de crime, no entanto os meios de fiscalização e
aplicação da lei ainda mantém uma distancia grande entre o regulamentado e o fiscalizado.
2.6.- Estudo de caso: a cadeia de suprimentos de medicamentos do pm/dst/hiv/aids
O Programa Municipal de DST/HIV/Aids apresenta uma estrutura formada por uma equipe
multidisciplinar que atua no Município de Macaé a mais de dez anos, atualmente composta
por: médicos (02 clínicos, 04 infectologistas, 01 psiquiatra, 02 pediatra, 01 dermatologista, 01
ginecologista), 04 psicólogas, 02 odontólogos, 02 enfermeiras, 05 técnicos e 01 auxiliar de
enfermagem, 01 farmacêutico, 04 assistentes sociais, 02 biólogos e 11 profissionais de
apoio.
A unidade de saúde estrutura-se em quatro áreas temáticas: prevenção, assistência,
vigilância epidemiológica e gerência, esta com o objetivo de afirmar políticas de intervenção
contra as DST´s, Hepatites e o HIV/Aids, em todos seus aspectos, buscando desta forma
atenuar os efeitos psico-sociais e econômicos da epidemia.Como estratégia do Ministério da
Saúde, a prevenção é um dos principais focos para minimizar os efeitos causados pelas
endemias.
Observa-se que grande maioria das notificações de HIV, provêm do Centro de Testagem e
Aconselhamento (CTA) que iniciou sua operação em 1995 e realizou no ano de 2011 o
quantitativo de 2.648 atendimentos, dos quais 1835 testes anti-HIV, sendo 79 positivos
(aumento de 46,3% em relação a 2010) com 54 masculinos (58,35%) e 25 femininos
(31,65%) (Fonte: SICTA).
15
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Além da testagem anti-HIV e exames para sífilis e hepatites, este serviço realiza campanhas
de prevenção direcionadas a população em geral, oficinas, fóruns, treinamentos,
capacitações e palestras para a rede básica de saúde e Sociedade Civil.
Existem diversos cortes populacionais que são assistidos pelo Programa, entre eles citamse: profissionais do sexo masculino e feminino, homens que fazem sexo com homens,
travestis e transexuais, militares, gays, estudantes, melhor idade, moradores de rua, idosos,
usuários de drogas injetáveis e inaláveis, homens e mulheres em estado de cárcere,
caminhoneiros, jovens freqüentadores de bailes funks, entre outros.
O objetivo da pesquisa é realizar um estudo sobre a indisponibilidade de medicamentos
através da observação da cadeia de suprimentos de medicamentos da farmácia do
Programa. Antes de dar prosseguimento ao estudo, cabe ressaltar a diferença entre paciente
HIV e paciente Aids.
O paciente quando realiza um teste laboratorial como o Teste Rápido Diagnóstico para HIV
ofertado no Programa em questão, ou outro teste, como por exemplo, o Elisa 14, ambos
detectam a presença de anticorpos do vírus HIV no sangue. Em caso positivo, o mesmo é
considerado soropositivo para o HIV, o qual causa a Síndrome da Imunodeficência Adquirida
– SIDA – em inglês AIDS.
O usuário a passa a ser monitorado pelo médico que o assistirá durante todo o ciclo de vida.
O portador quando descobre a doença em um estágio inicial, não necessita tomar
medicação, a estes denomina-se o nome de “virgens de tratamento” ou “virgens de TARV” 15.
O acompanhamento da necessidade de se iniciar o tratamento medicamentoso é feito por
exames laboratoriais: CD4+/CD8- e o de Carga Viral, conforme consenso de
Recomendações para terapia antiretroviral em adultos e adolescentes infectados pelo HIV
2007/2008: para estimar o prognóstico e avaliar a indicação de início de terapia antiretroviral
monitora-se a evolução da contagem de linfócitos T -CD4+ (LT-CD4+) e a quantificação
plasmática da carga viral do HIV. A contagem de linfócitos T -CD4+ é utilizada
internacionalmente como marcador do estado imunológico dos indivíduos.
Quando ultrapassados os limites estabelecidos para a contagem de linfócitos T-CD4+ iniciase o tratamento com os medicamentos antiretrovrais. Este paciente agora é considerado um
paciente Aids, passa a tomar TARV’s diariamente para realizar o controle viral no sangue. A
contagem de linfócitos T-CD4+ estabelece o risco de progressão para Aids e morte, portanto
é o indicador laboratorial mais importante em pacientes assintomáticos, para definir o
momento de iniciar o tratamento. Para esse grupo de pacientes, a carga viral (CV) tem maior
importância quando a contagem de linfócitos T-CD4+ estiver próxima a 350/mm 3, auxiliando
a estimar a intensidade da deterioração imunológica no período até a próxima consulta
agendada, apoiando assim a decisão de iniciar o tratamento.”(Recomendações para terapia
antiretroviral em adultos e adolescentes infectados pelo HIV 2007/2008).
14 Elisa: do inglês Enzime Linked Immunono Sorbent Assay), baseia­se em reações antígeno­anticorpo detectáveis por meio de reações enzimáticas (teste imunoenzimático)
15 TARV: Terapia Antiretroviral
16
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Observa-se em relatos de médicos que assistem aos pacientes no Programa que muitas
vezes o paciente já chega doente a unidade de Saúde. A Aids afeta diretamente o sistema
imunológico abrindo portas para outras doenças, como por exemplo, a tuberculose. Cabe-se
dizer que essas doenças chamadas de “doenças oportunistas”, as responsáveis pelos óbitos
dos pacientes.
Observa-se dentro da farmácia do PM/DST/Aids, como já mencionado no problema desta
pesquisa, a indisponibilidade de antiretrovirais, ocasionando grandes distúrbios em relação a
rotina de trabalho do setor. Como o tratamento não pode de forma alguma ser
descontinuado, e a demanda existe, muitas vezes é necessário remanejamento de
medicamentos de outras UDM’s16 para resolver de forma temporária este desabastecimento.
Assim que a necessidade de se iniciar a terapia é identificada, o médico responsável
encaminha o paciente à farmácia com a receita da medicação e o formulário de solicitação
de medicamentos antiretroviral (figura 1.1).
O farmacêutico em primeira instância recebe o usuário e preenche a ficha de cadastramento
de usuário SUS e transfere os dado ao SICLOM. (figura 1.2). O cadastro no SICLOM é
nacional, deste modo, o procedimento de inserção de dados cadastrais ocorre uma única
vez, ou seja, qualquer UDM quando necessário realizar pesquisa, poderá ter acesso a todo o
histórico do paciente, como: quantas retiradas por ano ele fez, quando foi a ultima vez,
qual/quais medicações ele vinha retirando de acordo com as últimas retiradas, entre outras
informações.
Após a inclusão do paciente no sistema, automaticamente é computado mais um usuário na
rede, assim como no Programa. Na maioria das situações, o mesmo faz a retirada do
medicamento cuja quantidade é suficiente para 30 dias de tratamento, obrigando-o retornar a
farmácia para retirada de uma nova remessa.
Mensalmente a farmacêutica do Programa realiza a prestação de contas de entradas e
retiradas de medicamentos junto a logística da Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil
(SESDEC), por meio do mapa de controle de medicamentos do SICLOM, pois somente
assim terá a possibilidade de fazer o pedido para o próximo mês. O Estado por sua vez é
responsável pela consolidação dos mapas dos municípios e do encaminhamento do pedido
geral de medicamentos para o mês subseqüente ao MS (Ministério da Saúde).
No SICLOM, além dos pacientes cadastrados, outras pessoas poderão receber
medicamentos, tais como: Exposição Ocupacional e Sexual, cuja situação da exposição
possa representar um risco qualquer de contágio com o vírus da AIDS; mulheres gestantes
HIV+, que deverão receber medicamentos prescritos para o momento do parto para evitar a
transmissão vertical e recém-nascidos de mães HIV+, que deverão receber medicamentos
por um período determinado, com a premissa de extinguir a possibilidade de contaminação
vertical, mãe para filho.
16 UDM’s: Unidades Dispensadoras de Medicamentos
17
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O mapa de prestação de contas quando aprovado, apresenta na tela do sistema com “Mapa
fechado”. Ocorrendo tal evento, a farmacêutica agenda com a CGA – Coordenação de Geral
de Armazenamento, a retirada dos medicamentos pedidos no mês. Nota-se que o centro de
distribuição referido encontra-se instalado em Niterói/RJ, a cerca de 180 KM de Macaé.Após
todo este processo a UDM é reabastecida e o medicamento esta a disposição do usuário
encerrando o ciclo.
Porém dentro da cadeia de suprimentos após analise, foram identificadas algumas falhas ao
longo do processo que geram aumento de gastos com logística, excesso de tempo perdido
buscando sanar os entraves ocorridos, que na maioria das situações tinham como
conseqüência a indisponibilidade de medicamento.
O primeiro entrave identificado na cadeia de suprimentos encontra-se já no fechamento
mensal do mapa de medicamentos. A farmácia quando realiza o pedido de medicamentos
para o mês subseqüente, o executa baseado em sua demanda real. Todavia, o SICLOM
ajusta o pedido com base em uma média de consumo de cada medicamento.
O aumento da demanda não é constante e o sistema não permite o ajuste do pedido a sua
demanda real, executando pedidos de medicamentos com uma média quase sempre inferior
a necessidade real.
Constantemente, o município recebe quantidades a mais de um determinado medicamento,
ou simplesmente os tem em estoque devido a uma não retirada de algum paciente, enquanto
pode receber quantidades inferiores a outros solicitados, exigindo que a farmacêutica entre
em contato com uma ou até mesmo vários municípios ao redor de Macaé para checar quais
UDM’s podem ceder o medicamento que ela necessite naquele momento.
Nota-se também que Macaé apresenta uma característica peculiar. A cidade recebe todos os
anos milhares de pessoas que vem em busca de emprego na cidade. Muitos não criam
domicílio no município, torna-se a população flutuante, porém outros tantos após se
estabelecerem no emprego criam residência fixa na cidade.
Diante do exposto observa-se, que não diferente da realidade apresentada, o programa
recebe mais pacientes transferidos de outros programas do que transfere, de acordo com
dados da própria instituição para cada paciente que pede transferência chegam 4
transferidos. Esta demanda não é previsível, pois não há como mensurar quantos pacientes
irão se transferir para a Unidade.
Um dado estatístico importante apresentado pelo Programa refere-se aos casos Aids no
município ter tido um aumento de 25% entre 2009 e 2011 (Fonte: SINAN e estatística do
PM/DST/Aids). Estatisticamente os índices de Aids apresentam-se dentro do esperado e em
uma análise geral, porém este aumento do número de novos paciente e sentido diretamente
no Programa.
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Por deste problema, muitas vezes verificou-se que ocorreu a falta de medicamento a
pacientes. Uma operação cujos clientes são incapazes ou não querem esperar deve
planejar-se para flutuações de demanda de prazo muito curto (SLACK,2009).
No caso em estudo, a demanda apresenta variações em curto prazo, de um mês para o
outro, e a demanda é medida através de uma média, que não se sabe ao certo se considera
algum desvio-padrão para efetivar a sua finalidade, pois uma média sem cálculo de um
respectivo desvio padrão caracteriza-se como um dado sem muita expressão em termos de
planejamento e controle da capacidade.
Outro ponto a ser comentado que chamou a atenção esta relacionado ao processo logístico
de agendamento da retirada dos medicamentos na CGA. Ao todo no estado do Rio de
Janeiro, tem-se 92 municípios, no entanto nem todos possuem UDM cadastradas para
retiradas de medicamentos na coordenação, e este é o único local do Estado que armazena
os medicamentos para distribuição.
Verificou-se que entre o fechamento do pedido e o agendamento, em média a um lapso de
15 dias, em alguns meses este lapso foi de até 20 dias, por conta da fila de espera e da
disponibilidade de transporte adequado para a quantidade de insumos. Significa dizer que
quase 50% do mês a UDM ficou sem o reabastecimento mensal de medicamentos. O que
também não se pode deixar de levar em consideração é o fato da distancia existente entre
Macaé e Central de Geral de Abastecimento. A retirada dos medicamentos tem que ser
sempre em uma única “viagem” por conta deste empecilho.
Sobre este aspecto Slack (2009, p: 396) diz que:
Tanto a demanda como o lead time de pedido são prováveis de variar para produzir
um perfil (...). Nessas circunstâncias, é necessário fazer pedidos de
reabastecimento antes do que seria o caso em uma situação puramente
determinística. Isso vai resultar, em média, em algum estoque ainda presente
quando os pedidos de reabastecimento chegam.
Nota-se que existe uma data prevista para o fechamento do mapa para as UDM’s, no entanto
o tempo em que esta irá ficar desabastecida não é mensurado. Fechar o pedido na no dia “X”
não significa na prática que o os medicamentos pedidos irão suprir os estoques em um curto
prazo de tempo.
Partindo deste pressuposto, os estoques de segurança, acabam quase sempre zerando
antes do ponto de ressuprimento, não porque foram mal calculados ou pequenos, mais por
conta da imprevisibilidade de reabastecimento.
A distribuição do uso no lead time é uma combinação de distribuições que descreve a
variação do lead time e a taxa de demanda durante o lead time. Se o estoque de segurança
é estabelecido abaixo do menor limite dessa distribuição, haverá faltas a cada ciclo de
reabastecimento. “Usualmente, o estoque de segurança é estabelecido para dar
probabilidade predeterminada de que a falta de estoque ocorrerá” (SLACK, 2009, p: 397).
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Em relação à distribuição física dos medicamentos pode-se salientar que não é uma situação
totalmente confortável. Ter o local de distribuição distante do local de que o abastece, já
deixa implícita sensação de que o reabastecimento acabará por ser interrompido ou mesmo
que poderão ocorrer imprevistos que podem acabar por ocasionar a indisponibilidade do
produto ao cliente final.
As políticas da cadeia de suprimentos tratam a forma como as operações na cadeia de
influenciam seu comportamento, visando que ela seja apropriada às necessidades dos
consumidores finais. (SLACK, 2009).
Segundo Slack apud Fisher (1997) as políticas responsivas da cadeia de suprimentos
enfatizam os níveis altos de serviço e o suprimento responsivo ao consumidor final. O
estoque na rede será disposto tão próximo quanto possível do consumidor.
Isto deveria se dá por conta da característica peculiar desta cadeia de suprimentos que tem
uma exigência especial em relação as demais, pois um dia a mais sem o medicamento, não
implica em uma simples falta, mais talvez em uma mudança drástica na saúde do paciente
devido ao vírus do HIV e os cuidados que o mesmo requer como mencionado anteriormente.
Conclusão
A pesquisa estruturou-se afim relatar o porquê da indisponibilidade de medicamentos na
farmácia do Programa Municipal de DST/Aids de Macaé. Dentre as razões analisadas dentro
da cadeia, podem-se verificar falhas apresentadas pelo Sistema Logístico de Medicamentos,
no que tange a precisão da demanda de medicamentos para o mês posterior ao fechamento
do mapa de prestação de contas. Tratava-se de uma estimativa baseada na média
dispensada, e não permitia ao farmacêutico da UDM adaptar o seu pedido a sua demanda
real.
Baseado no aporte teórico, a previsibilidade da demanda pode ser difícil de ser mensurada
quando esta é variável. O Sistema trabalha com o gerenciamento de pedidos de acordo com
a média de solicitações.
Em relação ao processamento de pedidos, que envolve o fechamento do mesmo e sua
retirada junto a Central, observou-se o grande lead time do processo. Dentro deste mesmo
assunto pode-se acrescentar a distancia e a concentração em um único local a distribuição
dos medicamentos em Niterói.
Por conta da grande quantidade de UDM’s e o fato de a CGA distribuir todo o medicamento
que é de competência do Estado do Rio de Janeiro oferta aos municípios de acordo com a
pactuação tripartite (Município X Estado X MS), além dos referentes a AIDS, acaba por ficar
sobrecarregado, gerando filas de espera para o agendamento da retirada dos medicamentos.
Por fim conclui-se que o nível de indisponibilidade existe, mas não elevado a ponto de não
haver distribuição de medicamento, os pacientes não deixam de ser atendidos. O problema é
parcialmente contornado graças à possibilidade de concessão de empréstimos de
medicamentos em outros municípios. No entanto essas concessões não ocorrem de forma
esporádica. Tornou-se uma rotina constante dentro do setor da farmácia.
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