UNIJUÍ - UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DCEEng - DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA JAIR JOSÉ FRITZEN BLATT PROPOSTA DE INSTALAÇÃO DE REGULADOR DE TENSÃO EM UMA REDE DE DISTRIBUIÇÃO PRIMÁRIA A PARTIR DA ANÁLISE DO PERFIL DE TENSÃO Santa Rosa, RS - Brasil 2016 JAIR JOSÉ FRITZEN BLATT PROPOSTA DE INSTALAÇÃO DE REGULADOR DE TENSÃO EM UMA REDE DE DISTRIBUIÇÃO PRIMÁRIA A PARTIR DA ANÁLISE DO PERFIL DE TENSÃO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Engenharia Elétrica, da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheiro Eletricista. Orientador: Me. Eng. Sandro Alberto Bock Santa Rosa - RS 2016 JAIR JOSÉ FRITZEN BLATT PROPOSTA DE INSTALAÇÃO DE REGULADOR DE TENSÃO EM UMA REDE DE DISTRIBUIÇÃO PRIMÁRIA A PARTIR DA ANÁLISE DO PERFIL DE TENSÃO Este Trabalho de Graduação foi julgado adequado para a obtenção do grau de Engenheiro Eletricista e aprovado em sua forma final pela Comissão Examinadora e pelo Colegiado do Curso de Graduação em Engenharia Elétrica da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUI. Banca Examinadora: __________________________________________________ Me. Eng. Sandro Alberto Bock – Orientador – DCEEng / Unijuí __________________________________________________ Dr. e Me. Eng. – Maurício de Campos – DCEEng / Unijuí DEDICATÓRIA DEDICO ESTE TRABALHO À MINHA FAMÍLIA, EM ESPECIAL À MINHA ESPOSA, CRISTIANE E AO MEU FILHO LUCAS, PELO AMOR, INCENTIVO E CARINHO A MIM DISPENSADOS DURANTE A REALIZAÇÃO DO MESMO E PRINCIPALMENTE PELA COMPREENSÃO DO MEU FILHO NOS MOMENTOS AUSENTES E POR AQUELES MOMENTOS ONDE ELE TANTO PEDIA PAI VAMOS BRINCAR E ACABAVA ESCUTANDO O PAI TEM QUE ESTUDAR. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente à força de deus e à minha família por toda dedicação e atenção para que eu me tornasse um engenheiro, o amar dedicado a mim e a essencial cobrança nas horas devidas. Agradeço aos meus pais Nilo e Dulce pelo constante apoio, compreensão e a interminável paciência que tiveram comigo durante a realização deste curso. Considero que seus exemplos de vida me guiaram pelo caminho correto, sendo de suma importância para eu chegar até este momento. Aos meus irmãos, Leonice, Sirlei e Fábio pelo carinho, incentivo e apoio em todos os momentos. Aos colegas e ex-colegas por todo companheirismo e apoio durante o período acadêmico, colegas que por muitas vezes foram peças fundamentais na persistência e coragem para enfrentar as dificuldades do Curso de Engenharia Elétrica. Ao meu orientador Prof. Sandro Alberto Bock, meu agradecimento pelo apoio e orientação. A todos os amigos e colegas de trabalho da CERTHIL, especialmente ao Eng. da empresa de alguma forma, auxiliaram ou contribuíram para realização desse trabalho e da empresa CERTHIL pelo apoio no decorrer do curso de engenharia elétrica. RESUMO O presente trabalho tem por objetivo realizar um estudo do perfil de tensão numa rede de distribuição primária de energia elétrica, com a finalidade de propor a instalação de reguladores de tensão e garantir que os níveis de tensão estejam em conformidade ao estabelecido pelo módulo 8 do PRODIST. Para a realização da análise serão considerados os dados levantados do Sistema de Gestão de Operação da empresa em estudo, com o intuito de obter as características dos trechos de rede. Também serão efetuadas medições ao longo do alimentador de forma a levantar as informações referentes as grandezas elétricas relevantes ao estudo, tais como potência e tensão. Com os dados obtidos, os mesmos serão lançados em gráficos para poder analisar o perfil da queda de tensão e verificar o seu comportamento ao longo do trecho da rede sob análise, de forma a certificar que estão dentro dos parâmetros estabelecidos pela ANEEL. Palavras chaves: Rede de Distribuição; Níveis de Tensão e Banco Reguladores de Tensão. ABSTRACT This paper aims to carry out a voltage profile study in a network of primary distribution of electricity, in order to propose the installation of voltage regulators and ensure that the voltage levels conform to the established by the module 8 of PRODIST. To perform the analysis shall be considered the data collected from the Operation Management System of the company under study, in order to obtain the characteristics of the network segments. There will also be measurements made along the feeder to raise the information regarding the electrical parameters relevant to the study, such as power and voltage. The obtained data will be plotted on graphs in order to analyze the profile of the voltage drop and check their behavior along the network segment under analysis in order to make sure they are within the parameters set by ANEEL. Key words: Distribution Network; Voltage levels and Bank Voltage Regulators. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Funcionamento de uma Usina Hidrelétrica ............................................... 15 Figura 2 - Sistema de Linhas Transmissão no Brasil ................................................ 16 Figura 3 - Energia Elétrica Desde a Geração até o Consumidor............................... 17 Figura 4 - Faixas de Tensão em Relação a de Referência ....................................... 32 Figura 5 - Representação de um circuito trifásico ..................................................... 44 Figura 6 - Cabo de Alumínio com Alma de Aço......................................................... 48 Figura 7 - Banco de Capacitores ............................................................................... 50 Figura 8 - Tap Relação de Transformação ................................................................ 51 Figura 9 - Esquemático do regulador Autobooster configurado como elevador de tensão. ...................................................................................................................... 52 Figura 10 - Esquemático do regulador Autobooster configurado como abaixador de tensão. ...................................................................................................................... 53 Figura 11 - Regulador de Tensão Elevador .............................................................. 54 Figura 12 - Regulador de tensão Abaixador .............................................................. 54 Figura 13 - Regulador de tensão Tipo A com Reator ................................................ 55 Figura 14 - Regulador de tensão Tipo A com Relé (controle) ................................... 55 Figura 15 - conexões estrela ..................................................................................... 56 Figura 16 - conexão em delta .................................................................................... 56 Figura 17 - Taps Interno do Regulador de Tensão.................................................... 57 Figura 18 - Regulador de Tensão Parte Interna ........................................................ 57 Figura 19 - O circuito utilizado para fazer o estudo de caso ..................................... 60 Figura 20 - A demanda máxima e mínima medida no alimentador ........................... 61 Figura 21 - O gráfico mostra a queda de tensão na demanda mínima ..................... 64 Figura 22 - O gráfico mostra a queda de tensão na demanda máxima..................... 65 Figura 23 - O gráfico mostra a queda de tensão da demanda máxima e da mínima no mesmo perfil .............................................................................................................. 65 Figura 24 - O gráfico mostra a queda de tensão da demanda máxima e com a interligação ................................................................................................................ 66 Figura 25 - Unifilar do Alimentador e com as distâncias e o tipo de cabo ................. 67 Figura 26 - O gráfico mostra a queda de tensão na demanda mínima com regulador .................................................................................................................................. 71 Figura 27 - O gráfico mostra a queda de tensão na demanda máxima com regulador .................................................................................................................................. 72 Figura 28 - O gráfico mostra a queda de tensão da demanda máxima e da mínima com regulador ........................................................................................................... 72 Figura 29 - O gráfico mostra a queda de tensão da demanda máxima e com a interligação ................................................................................................................ 73 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Corrente admissível – CAA ..................................................................... 27 Quadro 2 - Corrente admissível – CA ....................................................................... 27 Quadro 3 - Corrente admissível – CA ....................................................................... 28 Quadro 4 - Corrente admissível – CA ....................................................................... 29 Quadro 5 - Corrente admissível – CA e CAA ............................................................ 30 Quadro 6 - Flutuação de Tensão............................................................................... 35 Quadro 7 - Valores de Referência para Distorções Harmônicas ............................... 36 Quadro 8 - Desequilíbrio de Tensão ......................................................................... 37 Quadro 9 - Grandezas da Flutuação de Tensão ....................................................... 38 Quadro 10 - Flutuação de Tensão............................................................................. 39 Quadro 11 - Coeficiente de queda de tensão com condutores de cobre .................. 42 Quadro 12 - Coeficiente de queda de tensão com condutores de alumínio .............. 42 Quadro 13 - Coeficiente de queda de tensão com condutores de alumínio .............. 43 Quadro 14 - A queda de tensão com a demanda mínima lida no alimentador .......... 62 Quadro 15 - A queda de tensão com a demanda máxima lida no alimentador ......... 63 Quadro 16 - A queda de tensão com demanda máxima lida no alimentador e a interligação ................................................................................................................ 63 Quadro 17 - A queda de tensão com a demanda mínima lida no alimentador .......... 69 Quadro 18 - A queda de tensão com a demanda máxima lida no alimentador ......... 70 Quadro 19 - A queda de tensão com demanda máxima lida no alimentador e a interligação ................................................................................................................ 70 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS UNIJUI Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul RS Rio Grande do Sul DCEEng Departamento de Ciências Exatas e Engenharias ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas TCC Trabalho de Conclusão de Curso V Volt kV quilo Volt kVA quilo Volt Ampères MVA Mega Volt Ampères kW.h quilowatt-hora km Quilômetro ANEEL Agência Nacional de Energia elétrica PRODIST Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no sistema Elétrico Nacional RT Regulador de Tensão BRT Banco de Regulador de Tensão CERTHIL Cooperativa de Distribuição de Energia Entre Rios Ltda. FECOERGS Federação das Cooperativas de Energia, Telefone e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul CEEE Companhia Estadual de Energia Elétrica do rio Grande do Sul CPFL Companhia Paulista de Força e Luz RGE Rio Grande Energia XLPE Cabo de Alumínio Coberto Hz Hertz MT Media Tensão BT Baixa Tensão CAA Cabo de Alumínio com Alma CA Cabo de Alumínio SED Sistema Elétrico de Distribuição TP Transformador de Potência TC Transformador de Corrente Tap Posição de Ajuste dos Reguladores de Tensão LDC Tensão Constante e Reta de Carga kVAr Kilo Volt Ampére reativo QEE Qualidade Energia Elétrica DRP Duração Relativa da Transgressão de Tensão Precária DRC Duração Relativa da Transgressão de Tensão Crítica SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................. 15 1.1 Estudo da arte ................................................................................................... 18 1.2 Justificativa........................................................................................................ 22 1.3 Objetivo .............................................................................................................. 24 1.3.1 Objetivo geral ................................................................................................... 24 1.3.2 Objetivo específico ........................................................................................... 24 2 NÍVEIS DE QUALIDADE ................................................................... 25 2.1 Introdução .......................................................................................................... 25 2.2 Níveis de tensão ................................................................................................ 25 2.2.1 Critérios de Projeto em Níveis de tensão da FECOERGS ............................... 26 2.2.2 Critérios de Projeto em Níveis de tensão da CEEE ......................................... 28 2.2.3 Critérios de Projeto em Níveis de tensão da CPFL .......................................... 29 2.3 PRODIST ............................................................................................................ 30 2.3.1 Introdução ........................................................................................................ 30 2.3.2 Qualidade do Produto....................................................................................... 31 2.3.2.1 Tensão em Regime Permanente ................................................................... 31 2.3.2.2 Fator de Potência .......................................................................................... 35 2.3.2.3 Harmônicas ................................................................................................... 36 2.3.2.4 Desequilíbrio de Tensão................................................................................ 37 2.3.2.5 Flutuação de Tensão ..................................................................................... 38 3 QUEDA DE TENSÃO ........................................................................ 40 3.1 Introdução .......................................................................................................... 40 3.2 Metodologia de Cálculo .................................................................................... 40 3.2.1 Coeficiente Unitário de Queda de tensão ......................................................... 41 3.2.1.1 Trifásica ......................................................................................................... 43 3.2.1.2 Monofásica .................................................................................................... 46 3.2.1.2.1 Sistema Monofásico fase-fase Derivado de um circuito Trifásico .............. 46 3.2.1.2.2 Sistema Monofásico fase-neutro Derivado de um circuito Trifásico ........... 46 4 REGULADORES DE TENSÃO ......................................................... 47 4.1 Introdução .......................................................................................................... 47 4.2 Recondutoramento............................................................................................ 47 4.3 Capacitores ........................................................................................................ 48 4.4 Tap ...................................................................................................................... 50 4.5 Reguladores de Tensão .................................................................................... 51 4.5.1 Introdução ........................................................................................................ 51 4.5.2 Tipos de Regulador de Tensão ........................................................................ 52 4.5.2.1 Regulador de Tensão Autobooster ................................................................ 52 4.5.2.2 Regulador de Tensão de 32 Degraus............................................................ 53 5 ESTUDO DE CASO .......................................................................... 58 5.1 Introdução .......................................................................................................... 58 5.2 Apresentação do Alimentador ......................................................................... 58 5.3 Análise do Comportamento de Carga ............................................................. 60 5.4 Queda de Tensão sem Regulador .................................................................... 61 5.4.1 Tabela com os dados de queda ....................................................................... 62 5.4.2 Perfil de Queda de Tensão............................................................................... 64 5.5 Definição do Ponto de Instalação do Regulador de Tensão ......................... 66 5.6 Queda de Tensão com Regulador ................................................................... 68 5.6.1 Tabela com os dados de queda ....................................................................... 69 5.6.2 Perfil de Queda de Tensão............................................................................... 71 5.7 Conclusões ........................................................................................................ 74 6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS... 76 6.1 Conclusão .......................................................................................................... 76 6.2 Sugestões para Futuros Trabalhos ................................................................. 77 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................. 78 1 INTRODUÇÃO A energia desde o seu surgimento na história foi inserida aos hábitos da sociedade e sempre teve relevância devido a ampliação das possibilidades de trabalho, produtividade, conforto, comodidade e bem-estar às pessoas. Entretanto, a utilização da energia elétrica tornou a sociedade extremamente dependente e refém de possíveis falhas que podem ocorrer no sistema. O Sistema de Elétrico de Potência (SEP) pode ser dividido em quatro partes: geração, transmissão, distribuição e consumo. O sistema de geração de energia elétrica no Brasil abrange diversos setores como comércio, a indústria e as residências em geral, sendo que cerca de 71% da energia elétrica consumida são provenientes de usinas hidrelétricas, onde todo o processo de produção ocorre de maneira que a água passa pelas turbinas, transformando a energia mecânica em energia elétrica (LEÃO, 2009). Figura 1 - Funcionamento de uma Usina Hidrelétrica Fonte: (PIRES, 2010). 16 As linhas de transmissão são responsáveis por transportar a energia elétrica desde a geração até as cidades. No Brasil, existem aproximadamente 100 mil km de linhas de transmissão. Essa energia é transmitida em corrente alternada (60 Hz) em elevadas tensões (138 a 500 kV), devido à localização das usinas hidrelétricas, que na maioria dos casos estão situadas longe das cidades. Essas linhas de transmissão são transportadas em altas tensões e chegando próximas das cargas começa o trabalho inverso de rebaixar a tensão nas subestações abaixadoras de subtransmissão, onde seria o primeiro estágio de abaixamento do nível de tensão de 138 ou 69 kV, e no segundo estágio seria o abaixamento do nível para 23,1 ou 13,8 kV, nessa tensão o sistema se considera como de distribuição (Educação, 2015). Figura 2 - Sistema de Linhas Transmissão no Brasil Fonte: (AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – ANEEL, 2015). 17 Depois de percorrer um longo caminho entre as usinas e os centros consumidores nas redes de transmissão, a energia elétrica chega para que possa ser iniciado o processo de distribuição. No entanto, apesar de já ser uma tensão mais baixa ainda não é adequada para os consumidores de baixa tensão, por isso transformadores menores são instalados nas redes de distribuição, para reduzir ainda mais a voltagem de 23,1kV ou 13,8kV, para 127/220V ou 220/380V, com isso podendo atender às empresas, indústrias, comércio e às residências. Figura 3 - Energia Elétrica Desde a Geração até o Consumidor Fonte: (SOARES, 2011). Atualmente, percebe-se um aumento tanto da carga instalada como do próprio consumo de cada unidade consumidora, com isso ampliando a necessidade de investimentos por parte das concessionárias e permissionárias de forma a atender às exigências relacionadas com a qualidade de energia entregue ao consumidor final. A 18 Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) tem o objetivo de regulamentar todo o setor elétrico desde a produção, transmissão, distribuição e até a comercialização de energia elétrica, prezando pela qualidade dos serviços prestados. No segmento da distribuição de energia elétrica, devido aos diversos tipos de consumidores e devido ao aumento do poder aquisitivo constatou-se um aumento no consumo de energia tanto nas residências, comércios e indústrias. No entanto, independente desta variação considerável do consumo para um curto período de tempo, a fiscalização da ANEEL mantém-se atuante de forma a garantir que os níveis de qualidade da tensão se mantenham adequados no ponto de entrega dos consumidores. Esses limites de tensão são estabelecidos como adequados, precários e críticos para operação em regime permanente, caso os mesmos não estejam dentro dos critérios estabelecidos, podem gerar compensação ao consumidor caso às medições de tensões excedam os limites dos indicadores e, ainda, as distribuidoras correm o risco de serem multados (PEREIRA, 2009) (ANEEL, 2016). 1.1 Estudo da arte Dentre os artigos e trabalhos existentes na área de alocação de regulador de tensão e análise de perfil de tensão, em sistemas de distribuição de energia elétrica, destacam-se os mencionados a seguir: Em (GONSÁLEZ, 2007), seu trabalho propõe uma metodologia para a alocação de reguladores de tensão, onde apresenta uma metodologia heurística dividida em duas fases. Na primeira fase os reguladores são alocados de forma a obter uma solução factível, na outra usando algoritmo mimético para melhorar a solução obtida na fase construtiva otimizando uma função objetiva considerando os custos das perdas elétricas e dos reguladores de tensão. Teve com metodologia apresentar o desempenho nas redes de distribuição de energia elétrica. Segundo (DALCIN, 2013), utilizou métodos de heurística para o ajuste adequado em alocação de banco de capacitores e reguladores de tensão, como também usando as técnicas de substituição de condutores para garantir níveis de tensão ou ter um perfil de tensão dentro dos parâmetros adequados. Neste trabalho apresentou-se simulações para otimizar os perfis de tensão nas redes primárias de distribuição. Teve a apresentação dos resultados comparado e analisado sob o ponto 19 de vista técnico, com o objetivo de analisar a melhor alternativa da proposta para fins de aplicação visando obter o melhor perfil da tensão. Em (PEREIRA, 2009), é apresentado um método heurístico de alocação de RT’s em sistemas de distribuição de energia elétrica radiais. O grande objetivo é melhorar o perfil de tensão, minimizar as perdas de potência ativa e os custos de investimento. O método heurístico é composto por duas etapas: a) seleção, instalação e ajuste dos tap dos RT; e b) reduzir o número de RT inicialmente alocados, movendoos adequadamente até que a melhor condição econômica seja obtida. A aplicação desse método apresentou boa eficiência nos resultados e nas possíveis soluções práticas, além de apresentar uma considerável melhora, no sistema de distribuição. Segundo (FELBER, 2010), foi utilizado 3 técnicas para fazer a regulação da tensão em uma subestação de distribuição de energia elétrica (LDC, tensão constante e reta de carga). O objetivo foi comparar as metodologias de controle automático de tensão em subestações de distribuição de energia elétrica, com objetivo de verificar o perfil da tensão e analisar o comportamento da tensão em regime permanente e das metodologias de regulação de tensão usadas. Foram utilizados métodos de medições em vários pontos de uma linha de distribuição pertencente à subestação. O trabalho usou metodologias levando em consideração as normas vigentes atuais (Módulo 8 – PRODIST) sendo avaliadas as vantagens e desvantagens de cada metodologia. Em (AREDES, 2015), apresentou-se os reguladores de tensão com controle dos comutadores eletromecânicos de tap, para melhorar o perfil de tensão, com isso manter os consumidores com níveis de tensão com uma ótima qualidade, pois os reguladores não apresentavam essa regulagem de tensão com capacidade de atuar em tensões de curta duração. Assim tem-se uma comutação eletrônica mais rápida na resposta, em relação aos reguladores de tensão convencionais. Com isso foi apresentada uma proposta de um Regulador de Tensão com Comutador Eletrônico de Tap, com objetivo de melhorar o nível de tensão nos alimentadores mantendo um perfil de tensão mais equilibrado. Em (ALVES, 2012), são apresentados equivalentes à formulação não linear inteira mista para resolver o problema de alocação de reguladores de tensão ao longo dos alimentadores primários de sistemas de distribuição de energia elétrica radiais, com o objetivo de melhorar o perfil da magnitude de tensão, reduzir as perdas de potência ativa da rede e a minimização dos custos de instalação dos equipamentos. No trabalho é cálculo do ponto de operação em regime permanente de um sistema de 20 distribuição radial, com modelado matematicamente usando expressões lineares, vendo o objetivo de localizar o ponto ideal da instalação dos equipamentos para que o perfil da tensão se mantém dentro da tensão prevista. Segundo (USIDA, 2007), o trabalho apresenta a pesquisa relacionada a reguladores de tensão em um sistema de distribuição de energia elétrica e propor um controle baseado em sistemas inteligentes para melhorar o perfil da tensão. Onde ele apresenta um relé de regulador de tensão baseado em sistemas Fuzzy que tem a função de atuar diretamente no comutador de tap nos transformadores de potência instalado em subestações de distribuição. E implementado relé por meio de um algoritmo computacional, com finalidade de verificar através da simulação o comportamento da carga e ter mais controle do perfil da tensão. Conforme (MADRUGA, 2011), o trabalho apresenta como fazer o ajuste dos equipamentos e a alocação de bancos de capacitores e de reguladores de tensão ao longo dos alimentadores, com finalidade de localizar o ponto ideal da instalação dos equipamentos, com isso manter o perfil de tensão dentro da qualidade de energia. O trabalho utiliza algoritmo com técnicas de inteligência computacional para otimizar os níveis de tensão no sistema de distribuição, onde essa traz uma ferramenta que permite ao especialista obter a melhor relação custo benefício na alocação simultânea de bancos de capacitores e de reguladores de tensão. Segundo (YAMAKAWA, 2007), em seu trabalho apresenta um sistema de controle inteligente para bancos de capacitores automáticos aplicados nos alimentadores de distribuição de energia elétrica, no qual se propõem em correção dos reativos no sistema para diminuir o chaveamento do banco de capacitores, para que não afetasse o perfil da tensão provocado pelas flutuações de tensão do alimentador. Outro aspecto é o controle independente da alocação do banco no sistema, localizando o ponto ideal da instalação, o perfil da carga ou da tensão, uma vez que os dispositivos de controle atuais exigem medições e análise para configuração dos seus parâmetros de controle. Como esse controlador nebuloso não precisa de novos ajustes, caso haja alterações na curva de carga do sistema, operando com bons resultados para diversas curvas de carga diferentes. Conforme (SZUVOVIVSKI, 2008), o trabalho apresenta fórmulas matemáticas para a metodologia baseada em critérios de minimização dos custos de perda de potência ativa, das penalizações por violação de tensão e queda de tensão e dos custos dos equipamentos alocados. A estratégia proposta é a adoção dos algoritmos 21 genéricos para a alocação de BC, também a alocação de RT, estabelecendo o ajuste da tensão de saída dos tap dos reguladores de tensão, para manter um perfil de tensão mais adequado. Em (SPATTI, 2007), apresenta um controle de tensão em um sistema fuzzy de distribuição de energia, com uma estratégia de fazer a comutação dos tap sob carga, deixando os relés mais flexíveis para a regulação através dos sistemas inteligentes. Esse trabalho visa o estudo do controle de uma subestação, para manter um nível de tensão adequado dentro dos perfis atendando todos as regulamentações. Conforme (FRAGOAS, 2008), em seu trabalho apresenta um estudo de instalação de bancos de capacitores mais próximos das cargas, para amenizar as perdas trazendo grandes benefícios técnicos e econômicos e com esse trabalho mostrar que pode aumentar a capacidade do sistema de distribuição. O objetivo do trabalho é encontrar problemas de qualidade do fornecimento, e manter uma qualidade de energia dentro dos parâmetros estabelecidos pela ANEEL. Em (BAPTISTA, 2010), apresenta dois modelos de simulação no ambiente PSCAD/EMTDC® de um regulador de tensão com comutador eletrônico de tap. O trabalho realizado tem como conceito as falhas nas chaves do regulador sendo representado por tiristores em curto-circuito ou em circuito aberto, para ver o comportamento dos reguladores de tensão em uma simulação dos tipos de falha antes e após a instalação da BRT, isso para manter em ótimo funcionamento dos reguladores e que perfil de tensão se mantenha dentro das conformidades estabelecidas. Conforme (PADILHA, 2010), em seu estudo onde é proposto uma análise comparativa entre dispositivos de reguladores de tensão em sistemas de distribuição, tais estratégias são conduzidas como problemas de otimização não linear inteira mista em que se consideram modos de operação dos geradores, a minimização dos desvios de tensão nas barras e das perdas elétricas. O trabalho busca com os resultados fazer a análise das vantagens e desvantagens dentro dos sistemas definir parâmetros de controle de tensão nas redes de distribuição de energia elétrica. Da revisão bibliográfica podemos concluir que: • São poucos os trabalhos que abordam o problema de alocação de BRT, ou da localização do ponto ideal dos reguladores de tensão. • Em quase todos os trabalhos foram utilizados técnicas heurísticas, sistemas computacionais para resolver o problema de alocação de RT. 22 • Em poucos trabalhos foram apresentados os modelos de programação matemática, para verificar o ponto ideal da localização dos BRT através da análise perfil de tensão. 1.2 Justificativa Este trabalho leva em consideração o cenário brasileiro, onde a maioria das grandes cargas está localizada longe das suas fontes de suprimento, como as usinas ou subestações. Devido a estas distâncias existentes, a energia, na maioria das vezes, não consegue manter os níveis de tensão adequados desde a saída da fonte de suprimento até o seu consumidor final. Com isso, a queda de tensão no final do trecho acaba se situando nos níveis precário e crítico. A ANEEL é um órgão do governo responsável em atender às reclamações de agentes e consumidores, buscando um equilíbrio entre as partes para defender os interesses da sociedade em geral, sempre buscando estabelecer condições para que os serviços de energia elétrica sejam prestados ao consumidor com qualidade, segurança e de tarifas justas. Quando a empresa de energia investe na qualidade do serviço e a ANEEL fazendo a parte da fiscalização e se concordando, o custo pode ser repassado para a tarifa, sendo justo para ambos os lados, consumidor e empresa (ANEEL, 2016). Além disto, de maneira a assegurar o bem estar dos consumidores, a ANEEL estabelece os procedimentos relacionados à qualidade de energia, abordando a qualidade do produto e do serviço prestado, trazendo como normativa técnica o módulo 8 do PRODIST, o qual apresenta como itens principais a definição nos parâmetros e valores relativos à conformidade da tensão em regime permanente, estabelece a metodologia para a apuração dos indicadores de continuidade e os tempos de atendimento, e define padrões e responsabilidades (ALVES, 2012). Levando em consideração todos estes fatores teve-se a ideia de fazer um estudo nas redes da CERTHIL, devido ao grande número de reclamações de consumidores referentes a problemas com a energia elétrica nas propriedades, principalmente de que os equipamentos não apresentam funcionamento adequado. E com a preocupação da CERTHIL em atender seu consumidor da melhor forma possível e de seguir o que está prescrito no módulo 8 do PRODIST, referente ao nível de tensão, a empresa tem investido valores elevados em melhorias nas redes de 23 distribuição de Baixa Tensão (BT), para poder regularizar a situação dos seus consumidores e para não correr o risco de ser autuado pela ANEEL por não atender os mínimos critérios de níveis de tensão. Este estudo tem como proposta instalar reguladores de tensão na rede de distribuição primária a partir da análise dos perfis de tensão, devido ao grande índice de reclamação dos consumidores da CERTHIL. Analisando número de alimentadores existentes atualmente decidiu-se inicialmente fazer um estudo em um dos alimentadores, visando fazer a análise da tensão para a melhor localização dos bancos de reguladores para poder evitar a queda de tensão no final da rede. Um dos bancos se localiza na saída da rebaixadora de 25 kV para 15 kV, na localidade do km 13 no município de Três de Maio, onde está conectada em um dos dois barramentos que sai da rebaixadora, com isso observa-se que os reguladores de tensão estão localizados próximos da fonte, deixando as cargas mais no final do alimentador com uma tensão precária ou até critica. No entanto, para tentar diminuir esse problema tanto para o consumidor como para a cooperativa, será feito um estudo do perfil da tensão no alimentador com objetivo de encontrar a melhor localização para a instalação dos bancos de regulador de tensão, com isso solucionando o problema com as cargas e evitando a queda de tensão e uma provável notificação pelo não cumprimento da manutenção dos níveis de tensão em patamares adequados. Desta forma o objetivo é fazer o estudo para encontrar o ponto ideal do banco reguladora de tensão, analisando o perfil da queda de tensão e do sistema que a CERTHIL tem para controlar as suas redes, usando o software E2 Mig da Useall para comparar com os cálculos, analisar os perfis de queda de tensão, com isso tentar encontrar o melhor ponto de instalação do regulador de tensão. O método a ser utilizado para comparar com o resultado que o sistema E2 apresenta será através de cálculos matemáticos para tentar localizar o ponto ideal da queda de tensão. Além disso, será instalado no alimentador equipamento registrador de média tensão, o qual coleta os dados de demanda e de corrente, com a finalidade de verificar no local a tensão real que se encontra na rede para poder comparar com o software e com os cálculos. Portanto, o objetivo principal é melhorar o nível de tensão mais próximo das cargas proporcionando uma melhor qualidade de vida ao consumidor, e evitar que a cooperativa faça gastos ou investimento de grande valor, para poder regularizar a situação, tanto mediante aos consumidores como para atender às normas do módulo 24 8 do PRODIST, com isso podendo fazer um pequeno ajuste em realocar os reguladores de tensão. 1.3 Objetivo 1.3.1 Objetivo geral O principal objetivo do estudo de caso de um alimentador da Cooperativa de Distribuição de Energia Entre Rios Ltda. (CERTHIL) é analisar o perfil da tensão e obter a melhor localização para instalação dos reguladores de tensão. Deseja-se com esse estudo fazer com que a tensão esteja adequada em todos os pontos, atendendo os pontos críticos da queda de tensão, com isso diminuindo os problemas para todos os consumidores e evitando investimentos desnecessários. 1.3.2 Objetivo específico • Fazer uma comparação entre o software e cálculos matemáticos, para localizar o melhor ponto possível e viável para fazer a instalação. • Analisar os resultados obtidos entre os sistemas e os métodos de cálculos realizados, com as medições feitas na rede a campo. • Fazer uma análise do perfil da queda de tensão, com o objetivo de localizar o melhor ponto da instalação das bancas de reguladores de tensão. 2 NÍVEIS DE QUALIDADE 2.1 Introdução Especificamente aos níveis de tensão com relação ao atendimento, a Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL informou por intermédio da resolução normativa Nº 345/2008 de 31 de dezembro de 2008, que a Qualidade de Energia Elétrica - QEE seria determinada pelo Procedimento de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional – PRODIST Módulo 8, onde o sistema elétrico deve atender os níveis de tensão preestabelecidos, estando sujeitos a fiscalizações e multas. No sistema de distribuição de energia elétrica deve-se operar dentro dos limites definidos pelo Módulo 8 do PRODIST, para isso as concessionárias de distribuição devem fazer estudos técnicos necessários para apresentar soluções viáveis e econômicas para atender os possíveis problemas de níveis de tensão na sua rede ou no seu alimentador. Devido à demanda não ser constante é indispensável o estudo técnico levando em conta a variação da carga ao longo do período (horas do dia) (SZUVOVIVSKI, 2008). 2.2 Níveis de tensão As distribuidoras de energia elétrica têm várias responsabilidades, mas uma das principais é manter o fornecimento de energia ao consumidor com uma faixa de tensão adequada, ampliando nos últimos anos as ações e investimentos referentes a níveis de tensão em regime permanente. Com o amplo crescimento no setor elétrico e a energia ser um fator de extrema importância para os consumidores e para as empresas distribuidoras de energia, os órgãos reguladores passaram a ter mais atenção com a qualidade de energia nos níveis de tensão. Perante a esse crescimento e da necessidade de padronização os órgãos do setor elétrico passaram não só se preocupar com o fornecimento contínuo e de boa qualidade e assim criaram normas, resoluções e procedimentos que apontam os padrões adequados para o setor elétrico (PEREIRA, 2009). Desta forma alguns limites 26 foram definidos para os níveis de tensão indicando a classificação como precários ou críticos, nisso foram criados os indicadores DRP e DRC que representam a duração relativa da transgressão precária e crítica, esses indicadores podem definir o tempo em que a tensão fornecida pode permanecer fora das faixas permitida (ANEEL, 2016). A fim de desenvolver para os sistemas de distribuição de energia elétrica um conjunto de documentos que estejam disciplinasse para todos os aspectos técnicos relacionados à distribuição, a ANEEL iniciou o processo de análise dos procedimentos da distribuição, o PRODIST. Esta coletânea foi dividida em 8 módulos, tratando das diversas atividades da distribuição de energia elétrica, enfocando aspectos de planejamento e operação entre outros, o módulo 8, trata da qualidade da energia, dividindo este tema em qualidade do produto e qualidade do serviço. (PEREIRA, 2009). As concessionárias de distribuição de energia elétrica devem seguir os critérios estabelecidos pela ANEEL, além disto, a maioria das concessionárias tem seus próprios critérios ou padrões de projetos para construção de rede nova ou de melhoria, essas normas internas, são tão ou mais rígidas das que são exigidas pelo órgão regulador. 2.2.1 Critérios de Projeto em Níveis de tensão da FECOERGS Conforme o padrão de projeto da Federação das Cooperativas de Energia, Telefone e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul (FECOERGS), a queda de tensão máxima da rede primária não pode ser superior a 7%, este valor compreende o barramento da subestação e/ou o ponto de conexão com a distribuidora e o ponto mais desfavorável, onde se situa o último transformador de distribuição ou o último consumidor primário. Para os cálculos deve-se levar em conta o fator de potência que é estipulado por todas as concessionárias, a FECOERGS adotou para os seus cálculos um fator de potência de 0,8 na rede primária, com isso a queda de tensão máxima não deve ultrapassar 7%, incluída, neste valor, a queda de tensão existente no ponto de alimentação. No caso de haver previsão de ampliação da rede projetada, a carga prevista deve ser incluída no cálculo elétrico (FECOERGS, 2014). 27 Em cálculo de queda de tensão da rede primária, o carregamento do condutor não pode ser superior a 70% do limite térmico a 40°C. O quadro 1 apresenta a configuração dos cabos com a corrente admissível para o condutor nu – CAA considerando a temperatura de 40ºC. Quadro 1 - Corrente admissível – CAA Bitola - AWG Condutor Nu Imáx - A 4 125 2 160 1/0 220 2/0 250 3/0 290 4/0 330 336,4 MCM 426 Fonte: (FECOERGS,2014). O quadro 2 apresenta a configuração dos cabos com a corrente admissível para o condutor nu – CA considerando a temperatura de 40ºC. Quadro 2 - Corrente admissível – CA Bitola - AWG Condutor Nu Imáx - A 2 152 1/0 203 2/0 235 3/0 271 4/0 314 336,4 MCM 419 Fonte: (FECOERGS,2014). Em cálculo de queda de tensão da rede primária com condutor coberto, o carregamento do condutor não pode ser superior a 70% do limite térmico a 40°C. O quadro 3 apresenta a configuração dos cabos com a corrente admissível para o condutor coberto – CA. 28 Quadro 3 - Corrente admissível – CA Classe de Tensão - 15 kV Condutor Coberto Secção Nominal (mm²) Imáx - A 35 187 50 225 70 282 95 345 120 401 150 456 185 525 Classe de Tensão - 25 kV 35 186 50 224 70 280 95 342 120 397 150 450 185 519 Fonte: (FECOERGS,2014). 2.2.2 Critérios de Projeto em Níveis de tensão da CEEE Conforme o padrão de projeto da Companhia Estadual de Energia Elétrica do rio Grande do Sul (CEEE), a queda de tensão de atendimento (AT) adequada máxima em qualquer dos pontos na rede primária, ou nos pontos mais afastados da alimentação, não pode ser superior a 7%, estando incluída nesses quesitos a queda de tensão existente no ponto de alimentação. No caso de haver previsão de ampliação da rede projetada, a carga prevista deve ser incluída no cálculo elétrico. Para os cálculos deve-se levar em consideração o fator de potência que é estipulado por todas as concessionárias, sendo que a CEEE adotou para os seus cálculos um fator de potência de 0,92 na rede primária. Com isto, o trecho que compreende a queda de tensão máxima de 7% a não ser ultrapassada é entendido como a distância entre o barramento da subestação e o ponto mais desfavorável, onde 29 se situa o último transformador de distribuição ou o último consumidor primário (CEEE, 2013). O Quadro 4 apresenta a capacidade de condução de corrente para dois tipos de condutores, considerando a configuração dos cabos cobertos de alumínio CA, isolamento XLPE (90°C), para temperaturas no condutor em regime permanente de 70° a 90°C, constando capacidade condução de corrente dos cabos. Conforme o quadro 4 a seguir será mostrado a configuração dos cabos com a corrente admissível para o condutor coberto – CA. Quadro 4 - Corrente admissível – CA Corrente ( A ) Tipo de condutor Temperatura Ambiente 30°C Temperatura Ambiente 40°C 70°C 80°C 90°C 70°C 80°C 90°C 50 mm² - 15 kV 205 229 248 174 202 225 185 mm² - 15 kV 478 533 582 403 470 525 50 mm² - 25 kV 204 227 247 173 201 224 185 mm² - 25 kV 405 453 493 342 399 450 Fonte: (CEEE, 2013) 2.2.3 Critérios de Projeto em Níveis de tensão da CPFL Conforme o padrão de projeto da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), a queda de tensão máxima da rede primária urbana não pode ser superior a 5,5 %, essa queda é compreendida entre o barramento da subestação e o ponto mais desfavorável, onde se situa o último transformador de distribuição ou o último consumidor primário. A queda de tensão na rede primária rural admitida pela CFPL nos pontos mais distantes não deve ultrapassar 7,5%, com o fator de potência a ser adotado de 0,8, incluído a este percentual valor à queda de tensão existente no ponto de alimentação. No caso de haver previsão de ampliação da rede projetada, a carga prevista deve ser incluída nos cálculos elétricos. Outros valores de máxima queda de tensão percentual e de crescimento de carga podem ser adotados, desde que tecnicamente justificados e aprovados pela concessionária. Em cálculos da rede primária o carregamento do condutor não pode ser superior a 70 % dos valores, conforme tabela (CPFL, 2009). Mas em caso tiver 30 condutor coberto os critérios de cálculo de queda de tensão da rede primária, se mantem o mesmo carregamento dos 70% do limite térmico a 40°C. O quadro 5 apresenta a configuração dos cabos com a corrente admissível para os condutores – CA e CAA. Quadro 5 - Corrente admissível – CA e CAA REDE CONVENCIONAL Bitola - AWG Corrente Máxima - A CA CAA 4 - 114 2 152 150 1/0 202 198 4/0 313 295 336,4 418 - 477 518 - REDE COMPACTA Seção - mm² Corrente Máxima - A 15 kV 25 kV 70 282 280 185 525 519 Fonte: (CPFL, 2009) 2.3 PRODIST 2.3.1 Introdução O Módulo 8 do PRODIST foi elaborado com o propósito de estabelecer requisitos técnicos relacionados à qualidade da energia elétrica – QEE. Para garantir a qualidade do produto entregue pelas distribuidoras, este módulo define alguns parâmetros e valores para uma referência relativa à conformidade da tensão em regime permanente, buscando estruturas que possibilitem formar padrões para os indicadores que aferem perturbações de tensão. Na qualidade dos serviços prestados, o módulo estabelece técnicas para apuração dos indicadores de continuidade e dos tempos de atendimento a ocorrências emergenciais, definindo padrões e responsabilidades (ANEEL, 2016). 31 2.3.2 Qualidade do Produto A qualidade do produto tem por característica estabelecer alguns critérios de operação em regime permanente ou transitório, relacionados à qualidade do produto definindo procedimento, amostragens e valores de referência. 2.3.2.1 Tensão em Regime Permanente Nesse caso do regime permanente são estabelecidos limites adequados para poder atender os níveis de tensões precários, críticos, esses indicadores podem ser individuais ou coletivos, caso essas medições não estejam dentro dos limites de conformidade pode se estabelecer uma compensação ao consumidor caso tenha excedido os limites de conformidade de tensão. A tensão em regime permanente deve ser controlada em todo o sistema elétrico de distribuição, é de responsabilidade da mesma fazer o acompanhamento, atuando de forma preventiva para que a tensão se mantenha dentro dos parâmetros adequados. A tensão em regime permanente é avaliada por meio de um conjunto de leituras obtidas por intermédio de medições apropriadas, no ponto de conexão podendo ser indicadores individuas ou coletivos. Essas leituras podem ser solicitadas por intermédio de uma reclamação do consumidor ou por determinação da fiscalização da ANEEL, em caso de amostra determinado pelo órgão fiscalizador, poderá ser por sorteio realizado para cada trimestre. As medições são comparadas com uma tensão de referência, considerada tensão nominal ou contratada, esses valores devem ser fixados em níveis adequados, para que os equipamentos elétricos no consumidor final sejam compatíveis com a tensão fornecida, logo que as tensões de referência, são classificadas em três categorias: tensão adequada, precária ou crítica. Nos contratos feitos entre as distribuidoras de energia elétrica a tensão a ser contratada nos pontos de conexão com tensão nominal de operação igual ou superior a 230 kV deverá ser a tensão nominal de operação do sistema no ponto de conexão, já nos pontos de conexão com tensão inferior a 230 kV a tensão deverá situar-se entre 95% e 105%, da tensão nominal do sistema. No contrato junto às distribuidoras de energia elétrica com a tensão nominal superior a 1 kV no ponto de conexão também deve estar dentro dos parâmetros de 95% e 105% da tensão nominal de operação. 32 As concessionárias para fazer as devidas medições de tensão devem corresponder ao tipo de ligação da unidade consumidora, abrangendo medições entre todas as fases e o neutro fornecidos no ponto de conexão. Caso o neutro não seja fornecido pela distribuidora no ponto de conexão, a medição de tensão deve ser realizada entre as fases (ANEEL, 2016) A figura 4 mostra a tensão de atendimento associada às leituras, deve ser classificada segundo faixas em torno da tensão de referência (TR). Figura 4 - Faixas de Tensão em Relação a de Referência Fonte: (ANEEL, 2016) a) Tensão de Referência (TR); b) Faixa Adequada de Tensão (TR – ∆ADINF, TR + ∆ADSUP); c) Faixas Precárias de Tensão (TR + ∆ADSUP, TR + ∆ADSUP + ∆PRSUP ou TR – ∆ADINF – ∆PRINF, TR – ∆ADINF); d) Faixas Críticas de Tensão (>TR + ∆ADSUP + ∆PRSUP ou <TR – ∆ADINF – ∆PRINF). No conjunto de leituras individuais para gerar indicadores deverá ter no mínimo de 1008 leituras válidas entre um período de 10 minutos cada com intervalos 33 consecutivos, essas leituras devem ser guardadas no mínimo de 5 anos para fins de fiscalizações do órgão competente a ANEEL (ANEEL, 2016). Através de uma reclamação formal de um consumidor ou por uma amostra solicitada da ANEEL devem ser feitos os cálculos dos índices de duração relativa da transgressão para tensão precária (DRP) e para a tensão crítica (DRC) de acordo com as expressões (1) e (2): DRP = DRC = 1008 1008 . 100(%) (1) . 100(%) (2) onde nlp e nlc representam as leituras situadas dentro das faixas de precária e de crítica. No conjunto de leituras para indicadores coletivos as concessionárias devem seguir com base às medições feitas como amostras, com isso é efetuado o cálculo do índice de unidades consumidoras com a tensão crítica, conforme a expressão (3) (ANEEL, 2016): ICC = . 100(%) (3) onde: NC = total de unidades consumidoras com DRC, não nulo. NL = total de unidades consumidoras objeto de medição. Para a determinação de Índices equivalentes por consumidor, precisam ser calculados os índices de duração relativa da transgressão para tensão precária equivalente (DRPE) e o índice de duração relativa da transgressão para tensão crítica equivalente (DRCE), de acordo com as expressões (4) e (5) (ANEEL, 2016): DRPe = ∑ DRPi [%] Nl DRPe = ∑ DRCi [%] Nl (4) (5) 34 onde: DRPi = duração relativa de transgressão de tensão precária individual da unidade consumidora (i); DRCi = duração relativa de transgressão de tensão crítica individual da unidade consumidora (i); DRPE = duração relativa de transgressão de tensão precária equivalente; DRCE = duração relativa de transgressão de tensão crítica equivalente; NL = total de unidades consumidoras objeto de medição. As distribuidoras devem manter atualizadas os arquivos eletrônicos das medições feitas e de toda a informação relativa ao cadastro de todas as unidades consumidoras atendidas em tensão inferior a 69 kV, a distribuidora deve registrar de forma individual todas as medições que comprovem a real situação da unidade consumidora, deve manter disponível em arquivos pelo menos em 5 (cinco) anos para fins de fiscalização da ANEEL, caso ela solicite essas informações. E se no caso a situação da medição estiver dentro dos indicadores de precária ou crítica, o consumidor deve ser informado que tem o direito em ter um recebimento de uma compensação, caso haja violação dos limites dos indicadores DRP e DRC. A distribuidora deve compensar os titulares das unidades consumidoras que estiveram submetidas a tensões de atendimento com transgressão dos indicadores DRP ou DRC e os titulares daquelas atendidas pelo mesmo ponto de conexão, conforme indicado no módulo 8 do PRODIST dentro da qualidade do produto, segundo no item Tensão em Regime Permanente, a Compensação aos Consumidores. (ANEEL, 2016). Para o cálculo da compensação deve ser utilizada a seguinte fórmula de acordo com as expressões (6): Valor = DRP − DRPm DRC − DRCm # . K1 + # . K2' . EUSD 100 100 Onde: k1 = 0, se DRP ≤ DRPm; k1 = 3, se DRP > DRPm; k2 = 0, se DRC ≤ DRCm; (6) 35 k2 = 7, para unidades consumidoras atendidas em Baixa Tensão, se DRC > DRCm; k2 = 5, para unidades consumidoras atendidas em Média Tensão, DRC > DRCm; k2 = 3, para unidades consumidoras atendidas em Alta Tensão, DRC > DRCm; DRP = valor do DRP expresso em %, apurado na última medição; DRPm = 3 %; DRC = valor do DRC expresso em %, apurado na última medição; DRCm = 0,5 %; EUSD = valor do encargo de uso do sistema de distribuição correspondente ao mês de referência da última medição. O valor da compensação deverá ser creditado na fatura de energia elétrica do consumidor, no prazo máximo de dois meses da medição feita que se constatou que teve a violação dos indicadores. Os critérios de compensação definidos se aplicam entre distribuidoras e aos agentes com instalações conectadas à Rede Básica (ANEEL, 2016). Conforme o quadro 6 a seguir as faixas de classificação de tensões – Tensões de Regime Permanente: Quadro 6 - Flutuação de Tensão Tensão Nominal a 1 kV e Inferior a 69 kV Tensão de Atendimento (TA) Faixa de Variação da tensão de Leitura (TL) em Relação à Tensão de Referência (TR) Adequada 0,93 TR ≤ TL ≥ 1,05 TR Precária 0,90 TR ≤ TL > 0,93 TR Crítica TL < 0,90 TR ou TL > 1,05 TR Fonte: (ANEEL, 2016) 2.3.2.2 Fator de Potência Para unidade consumidora ou conexão entre distribuidoras com tensão inferior a 230 kV, o fator de potência deve estar compreendido entre 0,92 (noventa e 36 dois centésimos) e 1,00 (um) indutivo ou 1,00 (um) e 0,92 (noventa e dois centésimos) capacitivo, de acordo com regulamentação vigente. O valor do fator de potência deverá ser calculado a partir dos valores registrados das potências ativa e reativa (P, Q) ou das respectivas energias (EA, ER), conforme as seguintes expressões (7) (ANEEL, 2016). + = P ,P - + Q² 01+ = EA ,EA- + ER² (7) 2.3.2.3 Harmônicas As distorções harmônicas são fenômenos associados com deformações nas formas de onda das tensões e correntes em relação à onda senoidal da frequência. O quadro 7 sintetiza a terminologia aplicável às formulações do cálculo de valores de referência para as distorções harmônicas (ANEEL, 2016). Quadro 7 - Valores de Referência para Distorções Harmônicas Identificação da Grandeza Símbolo Distorção Harmônica Individual de Tensão de Ordem h DITh % Distorção Harmônica Total de Tensão DTT % Tensão Harmônica de Ordem h Vh Ordem Harmônica H Ordem Harmônica Máxima Hmáx Ordem Harmônica Mínima Hmím Tensão Fundamental Medida V1 Fonte: (ANEEL, 2016) As expressões (8) e (9), para o cálculo das grandezas DITh % e DTT % são: DITh = DITh = Vh × 100 V1 6∑9:;< 9=- 7ℎ² V1 × 100 (8) (9) 37 2.3.2.4 Desequilíbrio de Tensão O desequilíbrio de tensão é o acontecimento ligado a algumas alterações nos padrões trifásicos num sistema de distribuição, isso tem uma relação matematicamente com a tensão de sequência negativa e da tensão de sequência positiva no ponto de conexão entre a concessionária e o consumidor (ANEEL, 2016). O quadro 8 apresenta a nomenclatura aplicável às formulações de cálculo do desequilíbrio de tensão: Quadro 8 - Desequilíbrio de Tensão IDENTIFICAÇÃO DA GRANDEZA SÍMBOLO Fator de Desequilíbrio FD Magnitude da Tensão de Sequência Negativa (RMS) V- Magnitude da Tensão de Sequência Positiva (RMS) V+ Magnitude das Tensão Trifásicas de Linha (RMS) Vab Vbc e Vca Fonte: (ANEEL, 2016) A expressão (10), para o cálculo do desequilíbrio de tensão é: FD% = V− × 100 V+ (10) Alternativamente, pode-se utilizar a expressão (11) e (12), que conduz a resultados em consonância com a formulação anterior: 1 − ,3 − 6β FD% = 100 × ? 1 + ,3 − 6β Sendo: C= 7DE F + 7E F + 7 DF × 100 (Vab - + Vbc - + Vca- )² (11) (12) 38 2.3.2.5 Flutuação de Tensão A flutuação de tensão é uma alteração casual, repetitiva ou esporádica do valor eficaz da tensão, a qualidade da tensão de um barramento do sistema de distribuição de energia elétrica. A flutuação de tensão tem por objetivo avaliar o incômodo provocado pelo efeito oscilatório da iluminação no consumidor. O quadro 9 mostra as grandezas da flutuação da tensão (ANEEL, 2016). Quadro 9 - Grandezas da Flutuação de Tensão Identificação da Grandeza Símbolo Severidade de Curta Duração Pst Severidade de Longa Duração Plt Valores diário do indicador Pst que foi superado em apenas 5% dos registros obtidos no período de 24 horas PstD 95% Valores semanal do indicador Plt que foi superado em apenas 5% dos registros obtidos no período de sete dias completos e consecutivos PltS 95% Fator de Transferência FT Fonte: (ANEEL, 2016) As expressões (13) e (14), para o cálculo Pst e Plt são: Pst = ,0,0314P0,1 + 0,525P1 + 0,0657P3 + 0,28 + P10 + 0,08P50 U3 1 Plt = ? O (PQRS)³ 12 VWU (13) (14) De acordo com as das normas, o indicador Pst teve ser feito as leituras das de flutuação de tensão num período contínuo de 10 (dez) minutos, já a grandeza do Plt a sua leitura da flutuação de tensão é num período contínuo de 2 (duas) horas, através da composição de 12 valores consecutivos de Pst. No quadro 10 se tem os valores de referência no sistema de distribuição quanto à flutuação de tensão para os casos de indicadores de estabilidade nos valores de tensão adequada, precária e crítica (ANEEL, 2016). 39 Quadro 10 - Flutuação de Tensão Valor de Referência PstD 95% PltS 95% Adequada < 1 p.u. / FT < ,08 p.u. / FT Precária 1 p.u. - 2 p.u. / FT 0,8 - 1,6 p.u. / FT Crítica > 2 p.u. / FT > 1,6 p.u. / FT Fonte: (ANEEL, 2016) 3 QUEDA DE TENSÃO 3.1 Introdução Nas distribuidoras de energia elétrica uma das principais responsabilidades é no fornecimento de energia aos consumidores com uma tensão dentro das faixas adequadas. Os principais problemas que podem ser encontrados e que os consumidores percebem são as tensões abaixo dos valores nominais, com isso compromete-se a qualidade no fornecimento de energia elétrica. As quedas de tensão podem ser caracterizadas em parte como distúrbios que podem comprometer a qualidade da energia elétrica, essas quedas podem ser de curta duração, na maioria das vezes menor que um minuto, ou de longa duração que seria superior à de um minuto. Os distúrbios com curta duração são denominados de Afundamento de tensão, já os de longa duração são conhecidos de Subtensão (SPATTI, 2007). Um sistema elétrico de distribuição (SED) tem uma grande preocupação com a previsão da queda de tensão e das perdas de potência ativa que podem ocorrer nas redes. A avaliação é feita periodicamente para uma eventual restrição de tensão que possa ocorrer e a determinação do custo das perdas, são alguns dos motivos para que se tenham metodologias para realizar a estimativa dessas grandezas durante certo período de tempo (FELBER, 2010). O cálculo de queda de tensão é efetuado dentro do processo de planejamento, principalmente para a rede primária, tanto para a análise do sistema existente, quanto para o dimensionamento do sistema previsto para atendimento a novas cargas. A queda de tensão pode ser obtida a partir de métodos computacionais ou através de processos simplificados, aplicando-se coeficientes unitários de queda de tensão (KAGAN Nelson, 2010). 3.2 Metodologia de Cálculo O método de coeficientes unitários de queda de tensão é preferível, muitas vezes, em relação aos métodos computacionais em razão de seu processo 41 simplificado e também para permitir maior agilidade nos cálculos e na obtenção dos resultados. O método manual simplificado é aplicável em sistemas de distribuição equilibrados, ou naqueles onde, por aproximação, assim possam ser considerados como os métodos de coeficientes unitários de queda de tensão (KAGAN Nelson, 2010). Para os sistemas de distribuição a queda de tensão pode ser obtida, através da expressão (15), com uma boa aproximação no valor da queda: V&S = V&R + I& F . Z F (15) onde: l – comprimento do trecho; i – corrente máxima circulante no trecho; R – resistência do condutor, (Ω/km); X – reatância indutiva do condutor, (Ω/km); θ - ângulo de defasagem entre a tensão e a corrente. 3.2.1 Coeficiente Unitário de Queda de tensão A utilização deste coeficiente fundamenta-se na queda de tensão percentual originada pelo produto MVA x km, próprio de cada ponto ou trecho de um alimentador que atende determinada carga. Este coeficiente G depende da tensão nominal do sistema, do fator de potência da carga, do número de fases do circuito, da bitola e do espaçamento dos condutores (KAGAN Nelson, 2010). Para maior facilidade na utilização desses coeficientes unitários de queda de tensão, seus valores foram tabelados para redes de distribuição com características definidas através de normas técnicas de padronização de redes da ABNT e para vários tipos de condutores. Os quadros 11 e 12 apresentam os coeficientes de queda de tensão primária, considerando condutores CA e CAA, além de uma tabela específica para o cálculo de queda de tensão. 42 O quadro 11 mostra os coeficientes de queda de tensão na rede primárias com os condutores de cobre. Quadro 11 - Coeficiente de queda de tensão com condutores de cobre Coeficiente de queda de tensão, em % para 1 MVA x 1 Km com F.P. = 0,92 13.800 V Condutor Aluminio Seção AWG/MCM 23.000V Estrutura N Estrutura M e B Estrutura N Estrutura M e B Número de Fases Número de Fases Número de Fases Número de Fases 2 3 2 3 2 3 2 3 8 2,514 1,249 2,5 1,243 0,905 0,45 0,9 0,447 6 1,659 0,822 1,645 0,815 0,597 0,296 0,592 0,294 4 1,128 0,556 1,114 0,55 0,406 0,2 0,401 0,198 2 0,787 0,386 0,773 0,379 0,283 0,139 0,278 0,137 1/0 0,565 0,275 0,551 0,268 0,203 0,099 0,198 0,097 2/0 0,486 0,235 0,472 0,229 0,173 0,085 0,17 0,082 4/0 0,372 0,178 0,358 0,172 0,134 0,064 0,129 0,062 Fonte: (CEEE, 2013) O quadro 12 mostra os coeficientes de queda de tensão na rede primária com os condutores de alumínio. Quadro 12 - Coeficiente de queda de tensão com condutores de alumínio Coeficiente de queda de tensão, em % para 1 MVA x 1 Km com F.P. = 0,92 13.800 V Condutor Aluminio Seção AWG/MCM 23.000V Estrutura N Estrutura M e B Estrutura N Estrutura M e B Número de Fases Número de Fases Número de Fases Número de Fases 2 3 2 3 2 3 2 3 4 1,693 0,838 1,679 0,832 0,609 0,302 0,604 0,3 2 1,134 0,559 1,12 0,553 0,408 0,201 0,403 0,199 1/0 0,784 0,384 0,77 0,378 0,282 0,138 0,277 0,136 3/0 0,562 0,273 0,548 0,267 0,202 0,098 0,197 0,096 4/0 0,482 0,233 0,468 0,227 0,173 0,084 0,168 0,082 336,4 0,365 0,174 0,351 0,168 0,168 0,063 0,126 0,061 Fonte: (CEEE, 2013) O quadro 13 mostra os coeficientes de queda de tensão na rede primária com os condutores de alumínio cobertos em redes compactas. 43 Quadro 13 - Coeficiente de queda de tensão com condutores de alumínio Coeficiente de queda de tensão, em % para 1 MVA x 1 Km - Frequência 60 Hz F.P. = 0,92 Condutor Protegido XLPE 13.800 V 23.000 V 3 x 50 mm² 0,462 0,168 3 x 150 mm² 0,068 3 x 185 mm² 0,156 Fonte: (CEEE, 2013) 3.2.1.1 Trifásica Para os cálculos desses coeficientes unitários de queda de tensão são utilizadas as equações básicas de um circuito trifásico, genericamente representado pela figura 5, onde: VS – tensão fase-neutro na fonte, (V); VR – tensão fase-neutro na carga, (V); IA, IB, IC – corrente de fase, (A); RF – resistência do condutor de fase, (Ω/km); XF – reatância indutiva do condutor de fase, (Ω/km); RN – resistência do condutor de neutro, (Ω/km); XN – reatância indutiva do condutor de neutro, (Ω/km); ZL – impedância da carga, (Ω); Cos θ - fator de potência da carga; ZT – impedância de aterramento no neutro da carga, (Ω); ID – corrente de desequilíbrio, (A), IN – corrente no condutor neutro da rede, (A); IT – corrente que flui do neutro da carga para a terra, (A). 44 Figura 5 - Representação de um circuito trifásico IA RF XF IB RF XF 3VS ZL 3VR 3VR 3VS 3VS IC VS 3V R RF XF XN RN IN ID VR IT ZT n Fonte: (KAGAN Nelson, 2010) Nos sistemas de distribuição trifásicos, caso existam cargas monofásicas e trifásicas, a preocupação fundamental é distribuí-las convenientemente entre as fases, de maneira a se manter, sempre que possível, o circuito bem próximo da condição de equilíbrio. Este propósito pode ser alcançado, já que o uso de critérios adequados de projetos do sistema e controle da carga via medições diretas ou através de processos computacionais, possibilita a minimização de desequilíbrios de corrente, efetuando-se reajuste de carga entre as fases (KAGAN Nelson, 2010). Considerando-se então, na figura 5, que a carga atendida seja equilibrada, isto é IN=0 e IA=IB+IC+IF, a equação (16) e (17), geral do circuito monofásico equivalente torna-se: V&S = V&R + I& F . Z F (16) Que pode ser escrita, por aproximação: VS = VR + I F .( RF . cosθ + X F . sen θ ) (17) 45 O coeficiente unitário de queda de tensão, em % / (MVA x km), corresponde à queda de tensão percentual em um circuito com 1 km de extensão, atendendo, no seu extremo, uma carga igual a 1MVA, sendo dado pela expressão (18): G= (VS − VR ) .100 VS (18) Neste caso, RF e XF representam a resistência e reatância do condutor fase em ohm/km, onde a corrente correspondente à carga trifásica de 1MVA, sendo dado pela expressão (19): 10 6 IF = 3.V R (19) Pegando-se esta expressão de IF e a substituindo na equação de VS irá resultar na expressão (20): 106 V − VS .VR + ( RF . cosθ + X F .senθ ) = 0 3 2 R (20) Que é a equação geral para a determinação de coeficiente unitário de queda de tensão em circuitos trifásicos equilibrados (KAGAN Nelson, 2010). Normalmente, toma-se VS igual a tensão nominal de circuito, determina-se VR e posteriormente G. Assim sendo, de maneira geral, a queda de tensão percentual ∆V em um circuito de comprimento d (em km), atendendo no seu extremo uma carga W (em MVA), sendo dado pela expressão (21): ∆V = G . d . W (%) (21) 46 3.2.1.2 Monofásica 3.2.1.2.1 Sistema Monofásico fase-fase Derivado de um circuito Trifásico Este sistema pode ser analisado de forma semelhante à utilizada para o trifásico, conforme analisado no item 3.2.1.1, obtendo-se a seguinte equação (22): 106 V − VS .VR + [(RF + K.RN ).cosθ + ( X F + K.X N ).senθ ] = 0 2 2 R (22) Onde K representa uma relação entre a corrente que flui pelo neutro da rede e a corrente de desequilíbrio, sendo dado pela expressão (23): K= IN ID (23) Na prática, usa-se K=0,75. 3.2.1.2.2 Sistema Monofásico fase-neutro Derivado de um circuito Trifásico De forma semelhante ao analisado no item 3.2.1.2.1 pode-se chegar à equação geral (24), para determinação de coeficientes unitários de queda de tensão, nos sistemas monofásicos do tipo fase-neutro (KAGAN Nelson, 2010): V R2 − V S .V R + 10 6 [( R F + K .R N ). cos θ + ( X F + K . X N ). sen θ ] = 0 Onde K é a constante. (24) 4 REGULADORES DE TENSÃO 4.1 Introdução Atualmente com vários estudos realizados e com as tecnologias na área da distribuição de energia, muitos problemas são resolvidos para atender os níveis de tensão, utilizando o recondutoramento, instalando bancos de capacitores ou a instalação de reguladores de tensão. 4.2 Recondutoramento Uma das grandes perdas no sistema de distribuição de energia é por perdas de transporte resultando na perda de energia injetada e a faturada. É comum obter resultados das perdas acima de 10% na distribuição, devido à seção inadequada dos condutores, idade das redes, desbalanceamento das cargas, fator de potência inadequado, entre outros. Uma das alternativas consiste no recondutoramento da rede principal dos alimentadores das distribuidoras de energia elétrica, substituindo os condutores em condições precárias ou sem capacidade de condução, favorecendo para a melhoria do sistema, confiabilidade, flexibilidade e segurança, onde cada tipo de condutor tem suas características; resistência por comprimento, reatância por comprimento, máxima capacidade de corrente e custo de construção por longitude (WEGARTIGOS, 2015). O recondutoramento de circuitos existentes é determinado pelo custo de investimento, em que o custo de investimento depende do tipo de condutor inicial e do tipo de condutor final, ou seja, o tipo de condutor existente e o tipo de condutor a ser instalado, pois tendo um condutor de seção inadequada e tendo um alimentador de grande extensão e com uma grande carga pode afetar e muito no nível de tensão para os consumidores. Na figura 6 é apresentado um tipo de cabo de alumínio com alma de aço (SOUSA, 2015). 48 Figura 6 - Cabo de Alumínio com Alma de Aço Fonte: (PLENOBRAS, 2015) 4.3 Capacitores Com o aumento da demanda dos sistemas de distribuição, o gerenciamento da potência reativa tem se tornado cada vez mais importante para as empresas distribuidoras que necessitam manter as tensões dentro dos limites pré-estabelecidos e minimizar as perdas no sistema, garantindo assim uma qualidade no fornecimento de energia e confiabilidade para o consumidor. Nos meados da década de 50, os capacitores eram instalados próximos das subestações, mas com o surgimento de equipamentos de menor potência e com um porte menor poderiam ser instalados nos postes nas redes de distribuição mais perto das cargas. Atualmente podem ser encontrados basicamente dois tipos de bancos de capacitores; fixos e os automáticos, os bancos fixos ficam ligados sempre na rede, já os automáticos são ligados e desligados por meio de comando onde é controlado por um relé. O objetivo da instalação de bancos de capacitores na rede de distribuição primária é elevar o fator de potência do sistema, e aproveitando também das vantagens deste procedimento, para a redução do carregamento dos transformadores das subestações e nos alimentadores, melhorando a estabilidade do sistema e aumentando o nível de tensão nas redes (YAMAKAWA, 2007) (FRAGOAS, 2008). Os capacitores podem ser compreendidos em dois tipos; capacitor em série e os capacitores em derivação. O primeiro compensa diretamente a reatância indutiva 49 do circuito em que se instala, já o segundo compensa a potência reativa exigida naturalmente pelas cargas. Capacitores em série compensa a reatância indutiva da linha, portanto ele tem como primeiro efeito a redução, ou até a eliminação completa da queda de tensão causada pela reatância indutiva do circuito. O capacitor em série pode ser considerado um regulador de tensão que produz uma elevação de tensão que aumenta automática e instantaneamente quando a carga cresce, isso acontece porque a tensão sobre o capacitor série é proporcional a corrente de linha, que é a que efetivamente passa por ele. O capacitor levanta o nível de tensão com muito mais eficiência que o capacitor em derivação se o fator de potência é baixo, que é justamente quando a queda de tensão é maior. Entretanto o capacitor série corrige muito menos o fator de potência que o capacitor em derivação e tem pouquíssima efeito sobre a corrente de linha. Os capacitores em derivação são usados extensivamente em sistemas de distribuições e fornecem potência ou corrente reativa em contraposição as cargas do sistema, que em geral são indutivas. Os capacitores têm o mesmo efeito que um gerador ou motor síncrono sobrexcitado. A amplitude da corrente da fonte diminui, o fator de potência aumenta e consequentemente a queda de tensão entre os extremos do alimentador diminui. Contudo ao contrário do capacitor em série, o capacitor em derivação não tem efeito sobre a corrente ou o fator de potência antes de seu ponto de instalação. A localização mais adequada do capacitor em derivação é junto da carga a ser compensada, os consumidores grandes e médios são pressionados a fazer isso, sob pena de pagarem multa. A instalação de capacitores por parte do consumidor não evita a necessidade desses equipamentos serem instalados também nas subestações e ao longo dos alimentadores, onde o capacitor em derivação é a fonte mais econômica que existe, com a vantagem de poder se instalar próximas de onde a demanda ocorre. Conforme a figura 7 pode-se verificar um banco de capacitores utilizados nas redes de distribuição. 50 Figura 7 - Banco de Capacitores Fonte: (UTILI, 2015). 4.4 Tap A alteração do tap do transformador é muito usada nas redes de distribuição, é uma maneira de alterar o nível de tensão tanto para elevar ou para rebaixar, com isso pode beneficiar a todos os consumidores atendidos por este transformador. Para uma situação localizada esta é uma maneira rápida e eficaz para solucionar esse problema. A variação da relação entre as espiras de um transformador quando se deseja controlar a tensão em um dos terminais de um transformador é conhecida como tap, onde o mesmo pode ser variado manual ou automaticamente. Caso a variação seja automática a tensão num dos terminais é comparada a uma referência e o erro é utilizado para gerar um sinal que corrige a posição do tap (WEBENSINO, 2015). Caso o tap do transformador esteja fora da posição nominal a relação de transformação deve ser representada. Caso ocorra mudança de “tap” tal que a expressão (25) (WEBENSINO, 2015). 2 → 2 + ∆ 2 (25) A nova relação de transformação sendo dado pela expressão (26): Z→ 1 N2 + ∆N2 (26) 51 A figura 8 apresenta uma relação de transformação de tensão. Figura 8 - Tap Relação de Transformação Fonte: (webensino.unicamp.br/disciplinas-aula18) 4.5 Reguladores de Tensão 4.5.1 Introdução Os reguladores de tensão são instalados ao longo dos alimentadores para elevar os níveis de tensão e diminuir a flutuação que existe nas redes de distribuição, minimizando estes efeitos para o consumidor. O Regulador de Tensão RT é um equipamento destinado a manter um determinado nível de tensão na rede de distribuição, são usados frequentemente em redes urbana ou rural, para regular a tensão em cada fase da rede separadamente, visando com isso manter a tensão dentro de uma faixa de valores pré-estabelecidos, respeitando os limites seguros de operação nos pontos de carga. É importante salientar que o RT é um dos equipamentos mais úteis nas concessionárias de energia elétrica para obter e manter uma boa qualidade no fornecimento de energia elétrica (SZUVOVIVSKI, 2008). Um regulador de tensão é mais conhecido como um autotransformador com muitos TAP’s e sua configuração de operação pode ser tanto elevador de tensão como abaixador de tensão, pelo meio da inversão das bobinas no secundário. Existe um circuito específico que faz o controle dessa comutação ajustando de acordo os TAP’s, quando violar a tensão de saída do regulador alterando os limites predeterminados. 52 Geralmente as distribuidoras de energia utilizam os reguladores agrupados em três unidades monofásicas ligadas em ∆ ou Y formando um banco trifásico. Este agrupamento é que permite a regulação independente de cada uma das fases. (PEREIRA, 2009). 4.5.2 Tipos de Regulador de Tensão 4.5.2.1 Regulador de Tensão Autobooster São equipamentos monofásicos e geralmente poucos usados nas redes de distribuição, porém são muito mais simples possuindo apenas 4 tapes de 1,5% a 2,5% cada, totalizando uma capacidade de 6% a 10%, portanto esses reguladores de tensão têm como característica não elevar e abaixar a tensão ao mesmo tempo. Conforme a figura 9, o regulador de tensão está configurado como elevador de tensão, conforme chave na posição R (raise), sendo que diagrama à direita é uma simplificação do diagrama da esquerda (FELBER, 2010). Figura 9 - Esquemático do regulador Autobooster configurado como elevador de tensão. Fonte: (FELBER, 2010) Já na figura 10, o regulador de tensão está configurado como abaixador de tensão, conforme chave na posição L (lower), sendo que o diagrama à direita é uma simplificação do diagrama da esquerda. 53 Figura 10 - Esquemático do regulador Autobooster configurado como abaixador de tensão. Fonte: (FELBER, 2010) Conforme demonstrado nas figuras 9 e 10 o regulador Autobooster não possui a capacidade de elevar e abaixar tensão consecutivamente, onde o ajuste deve ser feito previamente. Devido a esse tipo de característica de só fazer uma função na operação e do baixo custo, normalmente esses reguladores são usados em redes rurais de distribuição, em área de baixa densidade de carga, sendo mais usados como elevador de tensão (FELBER, 2010). 4.5.2.2 Regulador de Tensão de 32 Degraus São normalmente usados como trifásicos, ligados em estrela aterrada, ou em triângulo podendo ser transformadores reguladores com uma configuração (138/13,8kV +/- 10%), ou reguladores de tensão com outro tipo de configuração (13,8/13,8kV +/- 10%), com isso considerando como equipamentos de 32 degraus ou tapes, na maioria das vezes sendo usada frequentemente como saída de tensão. O regulador de tensão é um equipamento que mantém um nível de tensão pré-determinado em uma linha de distribuição, com a flutuação de tensão e as variações de carga na linha, a comutação do tap se torna automática através de um comutador sob carga. Os 32 degraus são denominados como sendo os tap onde a variação é dividida em até 32 tapes, 16 tapes para abaixar a tensão e 16 tapes para elevar a tensão), com isto pode ter uma variação de +/-0,65% em cada tap, totalizando 54 no final uma variação na tensão em +/-10% da tensão de alimentação (FELBER, 2010). O regulador de tensão na maioria das vezes possui um relé regulador de tensão, onde esse relé percebe o exato momento para aumentar ou diminuir a tensão de alimentação. Para isso a tensão de alimentação é medida através de um transformador de potencial e faz a comparação com um nível de tensão já préajustado no relé sensor de tensão. Ficando a tensão fora dos parâmetros que foram pré-definidos, é iniciada uma temporização (tempo morto). Após esse tempo, é enviado um sinal para acionamento da chave de comutação de tensão, com isso o tap faz o ajuste elevando ou rebaixando a tensão na linha (FELBER, 2010). Conforme a figura 11 pode-se entender o esquema de funcionamento de um regulador de elevador de tensão. Figura 11 - Regulador de Tensão Elevador Fonte: (Wikipediahttps - https://pt.wikipedia.org/wiki/Reguladordetens; disponível, 2016) Conforme a figura 12 pode-se entender o esquema de funcionamento de um regulador de abaixador de tensão. Figura 12 - Regulador de tensão Abaixador Fonte: (Wikipediahttps - https://pt.wikipedia.org/wiki/Reguladordetens; disponível, 2016) 55 Adicionando taps à bobina "C" como mostra a figura 13, passa-se a ter degraus de tensão. Utiliza-se um reator para que não exista interrupção do circuito enquanto existe transição entre os taps. Figura 13 - Regulador de tensão Tipo A com Reator Fonte: (Wikipediahttps - https://pt.wikipedia.org/wiki/Reguladordetens; disponível, 2015). O enrolamento 1, chamado de enrolamento de excitação (enrolamento B), induz uma tensão no enrolamento 2 (enrolamento C), também conhecido por enrolamento de taps ou regulação. Na figura 14, o TP4 (transformador de potencial) instalado do lado da carga, envia um sinal para o controle regulador de tensão que posiciona os terminais do reator 3 na posição adequada para manter a tensão na carga constante. A chave inversora de polaridade determinará se o regulador elevará ou diminuirá a tensão, sendo que o seu controle é feito pelo controle regulador. O TC5 (transformador de corrente) instalado do lado da carga enviará ao controle regulador um sinal de carregamento da linha, possibilitando a compensação de quedas de tensão que ocorram no sistema. Figura 14 - Regulador de tensão Tipo A com Relé (controle) Fonte: (Wikipediahttps - https://pt.wikipedia.org/wiki/Reguladordetens; disponível, 2015). 56 Geralmente as distribuidoras de energia utilizam os reguladores agrupados em três unidades monofásicas ligadas em ∆ ou Y formando um banco trifásico. Este agrupamento é que permite a regulação independente de cada uma das fases. A figura 15 demonstra como é feita a ligação com conexão estrela aterrado. Figura 15 - conexões estrela Fonte: (wikiwand.com - http://pt/Reguladordetensãodemédiatensão; disponível, 2016). A figura 16 abaixo demostra como é feita a ligação com conexão delta. Figura 16 - conexão em delta Fonte: (wikiwand.com - http://pt/Reguladordetensãodemédiatensão; disponível, 2016). 57 A figura 17 abaixo mostra como é a parte interna da comutação de um regulador de tensão após cada mudança de Taps. Figura 17 - Taps Interno do Regulador de Tensão Fonte: (BLATT, 2016). Na figura 18 é mostrado como é o compartimento interno de um regulador de tensão. Figura 18 - Regulador de Tensão Parte Interna Fonte: (BLATT, 2016). 5 ESTUDO DE CASO 5.1 Introdução Nesse capítulo será feita uma análise de queda de tensão em um alimentador, considerando um circuito padrão dentro da cooperativa de distribuição de energia, onde a maioria de seus consumidores são rurais e poucos consumidores com cargas comerciais ou industriais. A demanda máxima de consumo se concentra em dois períodos, um dos horários na parte da manhã das 5:40 horas às 9:30, e outro período onde atinge o máximo da demanda do dia na parte da tarde das 16:45 horas às 21:20 horas, dentro desses períodos que o nível de tensão oscila em torno da adequada, precária e crítica. A subestação transformadora abaixadora converte a tensão de um nível maior para um nível menor, a mesma tem uma potência instalada de 3,5 MVA e converte a tensão fornecida pela concessionária RGE (CPFL), de 23.1 kV para 13.8 kV. A concessionária supridora tem a obrigação de fazer a entrega da energia no ponto de conexão dentro dos parâmetros estabelecidos no Módulo 8 do PRODIST. O estudo a ser realizado consiste em analisar o nível de tensão num dos alimentadores que deriva da subestação, para tal foram efetuados cálculos de quedas de tensão em planilhas específicas e verificados as leituras feitas com um registrador de tensão. A partir destas informações será possível analisar a melhor localização dos reguladores de tensão dentro do alimentador para manter o nível de tensão dentro dos parâmetros estabelecidos pela ANEEL. 5.2 Apresentação do Alimentador O alimentador utilizado para fazer o estudo de caso tem uma extensão de 18,137 km como barramento principal (tronco), sendo que ao final do mesmo existe um religador que atua no estado de operação normalmente aberto, tendo a função de fazer manobras para poder interligar com outro alimentador. Esse alimentador se localiza nos municípios de Três de Maio e Horizontina, e no decorrer do alimentador derivam-se vários ramais que tem a finalidade de suprir consumidores nos diversos lugares da área rural. 59 Na rede de distribuição são encontradas redes trifásicas, bifásicas e monofásicas, sendo predominantes as redes monofásicas nas áreas rurais, tornando mais complexo o controle para manter a carga equilibrada. O ponto mais distante da subestação se encontra a 29 km e alimenta um transformador monofásico no final da rede. Ao longo do trecho que compreende o alimentador em estudo, as redes são mescladas por três tipos de cabos: o circuito principal é composto pelo cabo 1/0 CAA até a metade do trecho, cerca de 9,135 km, o restante do tronco principal é formando pelo cabo 2 CAA, e os ramais que derivam do circuito principal são compostos pelo cabo 4 CAA. O alimentador em questão possui vários equipamentos instalados no decorrer de toda a rede, um religador 474 que está na saída para coordenação e proteção da subestação, dois bancos de regulador de tensão, uma localizada na saída da rebaixadora e a outra BRT instalada no decorrer do alimentador a cerca de 9,135 km da saída do rebaixadora. Além disto possui mais 64 equipamentos utilizados para proteção de todo o circuito, entre eles chaves fusíveis monofásicas, bifásicas e trifásicas. Os equipamentos como transformadores trifásicos e monofásicos também fazem parte do circuito elétrico, os transformadores trifásicos são compostos por 24 equipamentos instalados com diversas potências, 15 kVA, 30 kVA, 45 kVA, 75 kVA, 112,5 kVA e 150 kVA, já os transformadores monofásicos estão distribuídos em todo o circuito num total de 243 equipamentos, com potências instaladas de 3 kVA, 5 kVA, 7,5 kVA, 10 kVA, 15 kVA, 20 kVA, 25 kVA e 37,5 kVA. Os transformadores monofásicos são conectados na rede de média tensão por apenas uma fase e sua saída no secundário com uma configuração de duas fases 220/440V. No entanto, os consumidores têm a opção em efetuar uma ligação monofásica ou bifásica, onde a bifásica é considerada a ligação de duas fases de 220V, ficando uma tensão entre fases de 440V. Conforme os dados informados observam-se que no circuito da figura 19, usado para efetuar o estudo de caso, está sendo demostrado o alimentador com ponto de conexão com a rede da RGE, pela subestação rebaixadora a SE, pelos pontos utilizados para efetuar os cálculos de queda em torno do trecho, no entanto o ponto SE foi considerado o início e o H ficou analisado como sendo o último ponto de estudo para os cálculos de queda de tensão. 60 Figura 19 - O circuito utilizado para fazer o estudo de caso Fonte: (USEALL - MIG, 2016). 5.3 Análise do Comportamento de Carga A carga do alimentador tem um comportamento típico de uma rede rural onde os consumidores têm suas atividades voltadas para a produção de leite em pequenas propriedades, utilizando basicamente o uso de equipamentos de ordenha, refrigeração e higienização, onde o somatório de todos estes consumidores acaba sendo predominante na característica do comportamento diário da curva de carga total. A maior carga do alimentador está em torno de dois períodos de atividade produtiva dos consumidores, como na parte da manhã das 5:40 horas às 9:30, e a outra na parte da tarde das 16:45 horas às 21:20 horas. A carga total instalada do alimentador em estudo, considerando todos as potências dos transformadores trifásicos como também dos monofásicos, atinge 3,5 MVA de potência. Já a potência máxima medida do alimentador ficou em 921 kVA e mínima em torno de 244 kVA, esses valores da potência medidos foram obtidos após a instalação de um registrador de média tensão, capaz de captar grandezas elétricas 61 como potência, tensão e corrente. Através deste registrador é que foi possível realizar a análise da demanda máxima e mínima do alimentador. A figura 20 apresenta o valor de demanda máxima e mínima feita num período de dois dias para verificar o comportamento da demanda no alimentador utilizado para o estudo. Figura 20 - A demanda máxima e mínima medida no alimentador St(kVA) 1000 900 800 700 600 500 St(kVA) 400 300 200 100 15:42:00 16:42:00 17:42:00 18:42:00 19:42:00 20:42:00 21:42:00 22:42:00 23:42:00 00:42:00 01:42:00 02:42:00 03:42:00 04:42:00 05:42:00 06:42:00 07:42:00 08:42:00 09:42:00 10:42:00 11:42:00 12:42:00 13:42:00 14:42:00 15:42:00 16:42:00 17:42:00 18:42:00 19:42:00 20:42:00 21:42:00 22:42:00 23:42:00 00:42:00 01:42:00 02:42:00 03:42:00 04:42:00 05:42:00 06:42:00 07:42:00 08:42:00 09:42:00 10:42:00 11:42:00 12:42:00 13:42:00 14:42:00 0 Fonte: (BLATT, 2016). 5.4 Queda de Tensão sem Regulador Conforme algumas características já apresentadas do alimentador, o circuito principal foi considerado como barramento, onde o mesmo tem a extensão de 18,137 km, muitos ramais derivam do barramento principal, aumentando o índice de queda de tensão em todo o alimentador. Um dos principais problemas é que as tensões na rede não se mantêm constante, com isso os consumidores localizados no meio e no final do circuito estão sujeitos a algumas varrições de tensão. A tensão nominal que está definida na saída do transformador rebaixadora é de 13.800 V, e através deste parâmetro de tensão nominal e juntamente com a demanda retirada do circuito através das leituras do registrador, calculou-se as 62 quedas de tensão em todo o alimentador principal que foi considerado como o barramento do circuito. 5.4.1 Tabela com os dados de queda Os cálculos de queda de tensão foram explanados numa planilha específica que é utilizada para realizar esses tipos de cálculos, a mesma é utilizada pelas cooperativas de distribuição de energia, vinculadas na FECOERGS. Para os cálculos de queda de tensão no alimentador em estudo foram utilizados fatores de demanda obtidos a partir da carga instalada e da demanda medida. Os valores utilizados consideraram inicialmente demandas com 25% da carga máxima e 7% da carga mínima instalada, posteriormente adotou-se uma demanda de 50%. Neste segundo caso este percentual considerou o crescimento da demanda no decorrer dos anos e atendendo o aumento da carga com a interligação com outro circuito que é eventualmente interligado por manobras. No quadro 14 será apresentado os cálculos na planilha de queda de tensão com a demanda mínima do alimentador, no caso 7% da carga instalada. Quadro 14 - A queda de tensão com a demanda mínima lida no alimentador Fonte: (BLATT, 2016). No quadro 15 será demostrado os cálculos na planilha de queda de tensão com a demanda máxima do alimentador, no caso 25% da carga instalada. 63 Quadro 15 - A queda de tensão com a demanda máxima lida no alimentador Fonte: (BLATT, 2016). No quadro 16 visualiza-se os cálculos na planilha de queda de tensão com a demanda máxima do alimentador, incluindo o crescimento da carga e de uma eventual interligação, no caso considerando 50% da carga total instalada. Quadro 16 - A queda de tensão com demanda máxima lida no alimentador e a interligação Fonte: (BLATT, 2016). 64 5.4.2 Perfil de Queda de Tensão No perfil de tensão analisa-se o comportamento da queda de tensão graficamente, conforme a queda vai transcorrendo ao longo do alimentador os gráficos denota-se que a tensão sofre muita queda no barramento, e com isso observa-se que a mesma permanece dentro dos critérios estabelecidos pelo órgão regulador. Nos gráficos vão estar delimitados os critérios de tensão como tensão adequada inferior, adequada superior e a precária inferior, pois a tensão que ficar abaixo da precária é considerada como crítica. Na figura 21 será demonstrado o gráfico da tensão da demanda mínima onde a tensão nominal foi baseada na saída da rebaixadora que está como 13.800 V, neste caso observa-se que a tensão se manteve dentro dos parâmetros estabelecidos nas normas de qualidade de energia elétrica. Figura 21 - O gráfico mostra a queda de tensão na demanda mínima 15000 14500 14000 13500 Tensão 13000 Adeq. Inf. Adeq. Sup. 12500 Precária 12000 11500 11000 SE A B C D E F G H Fonte: (BLATT, 2016). A figura 22 apresenta o gráfico da tensão para o valor de demanda máxima, neste caso o perfil da tensão também se manteve dentro dos parâmetros da tensão adequada, mas com uma queda de tensão considerável, assim ficando dentro dos parâmetros estabelecidos nas normas de qualidade de energia elétrica. 65 Figura 22 - O gráfico mostra a queda de tensão na demanda máxima 15000 14500 14000 13500 Tensão 13000 Adeq. Inf. Adeq. Sup. 12500 Precária 12000 11500 11000 SE A B C D E F G H Fonte: (BLATT, 2016). A figura 23 demonstra o gráfico da tensão da demanda máxima e da demanda mínima de forma conjunta para fazer uma análise simultânea do perfil das duas quedas de tensão. Figura 23 - O gráfico mostra a queda de tensão da demanda máxima e da mínima no mesmo perfil 15000 14500 14000 Tensão Inf. 13500 Tensão Sup. 13000 Adeq. Inf. Adeq. Sup. 12500 Precária 12000 11500 11000 SE A B C D E F G H Fonte: (BLATT, 2016). A figura 24 visualiza-se o gráfico da tensão com a demanda máxima, considerando a possibilidade de crescimento e da interligação, neste caso o perfil da 66 tensão teve uma queda considerável, quase atingindo os patamares da tensão crítica, ou seja, fora dos parâmetros estabelecidos como adequados pelas normas de qualidade de energia elétrica. Figura 24 - O gráfico mostra a queda de tensão da demanda máxima e com a interligação 15000 14500 14000 13500 Tensão 13000 Adeq. Inf. Adeq. Sup. 12500 Precária 12000 11500 11000 SE A B C D E F G H Fonte: (BLATT, 2016). 5.5 Definição do Ponto de Instalação do Regulador de Tensão Conforme visto no coeficiente unitário de queda de tensão, no item 3.2.1.1 trifásico é apresentada a equação geral para determinar a queda de tensão em um circuito trifásico equilibrado. Para definição do ponto ideal da instalação do banco reguladora de tensão será efetuado os cálculos de queda de tensão, definindo que não pode haver ultrapassagem de 7% de queda de tensão no trecho, conforme os parâmetros estabelecidos no módulo 8 do PRODIST. No entanto, para definir os cálculos de queda de tensão do alimentador foram definidos dois pontos, o primeiro é composto pelo trecho com cabo 1/0 CAA, com uma demanda de 1,8 MVA, com comprimento de 9,135 km. O ponto dois será determinado pelo cabo 2 CAA, com uma demanda de 1,2 MVA e um trecho com comprimento de 9 km. Na figura 25 apresenta um unifilar do alimentador com as distâncias e o tipo de cabo. 67 Figura 25 - Unifilar do Alimentador e com as distâncias e o tipo de cabo Fonte: (BLATT, 2016). Assim sendo; Dados dos cabos: Cabo 1/0 CAA: R1 = 0,6960 Ω/km; X1 = 0,4654 Ω/km Cabo 2 CAA: R2 = 0,6960 Ω/km; X2 = 0,4654 Ω/km Fator de potência = 0,8 Onde, cabo 1/0 CAA; G1 = R1× cosθ + X 1× senθ Vo G1 = 0,6960 × 0,8 + 0,4654 × 0,6 13,8k (27) G1 = 0,06058kV / MVA/ km Onde, cabo 2 CAA; G2 = G2 = R 2 × cosθ + X 2 × senθ Vo 1,0503 × 0,8 + 0,50422 × 0,6 13,8k G 2 = 0,08281kV / MVA/ km Assim a variação da queda de tensão, onde a ∆V é de 7%. ∆V = 13,8k × 0,07 ∆V = 966V (28) 68 Definindo o primeiro ponto da queda de tensão estabelecida pelo 7%. ∆V = G1 × l × S l= ∆V G1× S l= 0,966 0,06058 ×1,8 (29) (30) l = 8,86km Definindo o segundo ponto da queda de tensão estabelecida pelo 7%. ∆V = G 2 × l × S l= ∆V G2 × S l= 0,966 0,08281×1,2 (31) (32) l = 9,72km 5.6 Queda de Tensão com Regulador Conforme já demonstrado, o trecho principal foi considerado como o barramento do circuito, o qual possui uma extensão de 18,137 km. O ponto ideal de instalação do regulador foi definido nos critérios do cálculo de queda de tensão, e está localizado a 8,86 km da saída da rebaixadora. Como as tensões não se mantêm constante em todo o trecho, foi instalado o regulador de tensão para elevar a tensão, com isso os consumidores localizados no meio e no final do circuito não estaria sujeito a grandes variações de tensão. No entanto, a tensão nominal que está definida na saída do transformador rebaixadora é de 13800 V, desta forma se calculou as quedas de tensão em todo o trecho principal que foi considerado como o barramento do circuito a partir deste ponto. Como a carga considerada é a mesma, bem como a corrente, os índices de 69 queda permaneceram os mesmos, no entanto, só alterou a tensão que será elevada a partir do banco de reguladora de tensão, instalada no trecho definido nos cálculos de queda de tensão. 5.6.1 Tabela com os dados de queda Os cálculos de queda de tensão com o banco regulador instalado foram efetuados da mesma forma que na análise sem o mesmo. Os fatores de demanda utilizados também consideraram a carga instalada e a demanda instantânea máxima medida. Para os cálculos de queda de tensão com o banco de regulador instalada, os fatores de demanda utilizados são os mesmos, ou seja, inicialmente considerou-se o valor de 25% da carga instalada e valor mínimo de 7% da mesma. Posteriormente, os cálculos foram refeitos para o valor de 50% da carga instalada. O quadro 17 apresenta os cálculos na planilha de queda de tensão com a demanda mínima do alimentador, ou seja, 7% da carga instalada. Quadro 17 - A queda de tensão com a demanda mínima lida no alimentador Fonte: (BLATT, 2016). O quadro 18 denota-se os cálculos na planilha de queda de tensão com a demanda máxima do alimentador, ou seja, 25% da carga instalada. 70 Quadro 18 - A queda de tensão com a demanda máxima lida no alimentador Fonte: (BLATT, 2016). O quadro 19 demostra os cálculos na planilha de queda de tensão com a demanda máxima do alimentador, incluindo o crescimento e a carga da interligação, ou seja, 50% da carga instalada. Quadro 19 - A queda de tensão com demanda máxima lida no alimentador e a interligação Fonte: (BLATT, 2016). 71 5.6.2 Perfil de Queda de Tensão No perfil de tensão pode-se observar o comportamento da queda de tensão nos gráficos com a instalação do regulador de tensão instalado no ponto da queda definida através dos cálculos efetuados. Conforme os pontos vão se distanciando da fonte supridora no alimentador, os gráficos vão mostrando se a tensão sofre muita queda no barramento, incluindo aqui a análise com o regulador já instalado, atuando nos casos em que a queda de tensão possa passar nos períodos críticos, e com isso observar se que a tensão permanece dentro dos parâmetros de queda de tensão conforme ANEEL. Nos gráficos vão estar delimitados os critérios de tensão como tensão adequada inferior, adequada superior e a precária inferior. A figura 26 apresenta o gráfico da tensão com o valor de demanda mínima, onde a tensão nominal na saída da rebaixadora está como 13800 V, e o ponto do regulador de tensão ficará instalado a 8,86 km da rebaixadora, conforme estabelecido nos cálculos de queda de tensão. Para fins de atuação em casos de necessidade de elevação da tensão, a demanda mínima manteve-se dentro dos parâmetros estabelecidos nas normas de qualidade de energia elétrica. Figura 26 - O gráfico mostra a queda de tensão na demanda mínima com regulador Fonte: (BLATT, 2016). 72 A figura 27 demonstra o gráfico da tensão para a situação de demanda máxima, neste caso o perfil da tensão também se manteve dentro dos parâmetros da tensão adequada, mas com uma queda de tensão considerável até o ponto onde o banco de regulador será instalado. Após este ponto a tensão se manteve equilibrada e dentro dos parâmetros estabelecidos nas normas de qualidade de energia elétrica. Figura 27 - O gráfico mostra a queda de tensão na demanda máxima com regulador Fonte: (BLATT, 2016). Figura 28 - O gráfico mostra a queda de tensão da demanda máxima e da mínima com regulador Fonte: (BLATT, 2016). 73 Conforme mostrado na figura 28, o gráfico da tensão da demanda máxima e da demanda mínima simultaneamente, para fazer uma melhor análise do perfil das duas quedas de tensão no mesmo gráfico. No entanto pelos cálculos efetuados para instalação do banco de regulador de tensão no trecho, sua localização foi definida a 8,86 km afastado da rebaixadora, onde pode se verificar que a queda de tensão se manteve dentro dos parâmetros de tensão adequada. A figura 29 verifica-se o gráfico do perfil da tensão, com um provável crescimento da demanda, neste caso, inicialmente o perfil da tensão não se manteve dentro dos parâmetros da tensão adequada e passou dos limites estipulados de 7% de queda de tensão, entrando na posição de tensão precária. Com o ponto definido nos critérios de cálculos para instalação do banco de regulador de tensão no trecho, sua localização foi definida a 8,86 km afastado da rebaixadora. Portanto esse ponto ficou definido no gráfico de perfil de tensão como sendo o ponto “E”, com a instalação do banco de reguladora a tensão se eleva e evita que entre nos patamares precários, com isso a tensão permanece dentro dos padrões estabelecidos nos padrões de qualidade de energia elétrica. Figura 29 - O gráfico mostra a queda de tensão da demanda máxima e com a interligação Fonte: (BLATT, 2016). 74 5.7 Conclusões Conforme demostrado neste estudo de caso algumas informações do alimentador escolhido explanam que o comportamento da carga que oscila entre dois períodos, atingindo valores de carga máxima e mínima. Os cálculos de queda de tensão feitos para os trechos sob análise a partir de planilhas específicas para estes cálculos, resultaram em percentuais de valores de queda de tensão, os quais foram inseridos os gráficos em forma de perfil, para fazer uma melhor leitura dos gráficos. Os gráficos nos mostraram dois perfis para efetuar a análise da tensão, um apresenta a queda de tensão em todo o circuito sem entrar no banco de regulador de tensão. A tensão tem uma queda gradativamente ao longo do alimentador, a demanda máxima tem um comportamento mais acentuado na queda de tensão comparado com a demanda mínima, mas a queda de tensão na demanda máxima mostra que a tensão no gráfico ficou estabelecida dentro da tensão adequada inferior, se mantendo dentro dos parâmetros estabelecidos pela ANEEL. O gráfico da queda de tensão com a demanda máxima incluindo o crescimento e a interligação, o comportamento do perfil nesse gráfico teve uma queda maior e a tensão passou da adequada para precária. Nesta situação o nível de tensão para os consumidores não será mais adequado, com isso os consumidores localizados no meio e no final do circuito podem estar sujeitos às variações de tensão, tendo problemas no ponto de conexão. Os gráficos visualizam a queda de tensão com a definição nos cálculos de queda definindo que o ponto ideal para instalação seria a 8,86 km de distância da rebaixadora, no gráfico o ponto está demarcado na letra “E” que representa essa distância calculada, identificando o ponto ideal para a instalação. O banco de regulador de tensão no alimentador tem a finalidade de manter a tensão dentro dos parâmetros estabelecidos, já a demanda mínima no gráfico não teria a necessidade de um banco para regular a tensão elevando o nível já que a queda de tensão não foi expressiva mantendo-se dentro dos parâmetros. A queda de tensão na demanda máxima com a ajuda do regulador instalado seria só para manter o ajuste da tensão, onde a tensão no alimentador teve uma queda considerável, mas se manteve dentro dos parâmetros estabelecidos. Nesta situação o regulador teria a função de elevar a tensão para os consumidores 75 localizados após o ponto definido pela instalação do banco, mantendo uma tensão mais equilibrada para o funcionamento de seus equipamentos. A queda analisada no perfil da demanda máxima com o crescimento e a possibilidade da interligação, o ponto ideal de instalação definido pelos cálculos de queda de tensão. Este ponto definido para os BRT estaria instalado no lugar adequado conforme a demanda máxima adotada, onde pode-se observar no gráfico que a queda de tensão está próxima da precária, mas o regulador de tensão eleva a tensão e mantém o equilíbrio da mesma a partir deste ponto até o fim, deixando os consumidores com o nível de tensão dentro dos parâmetros estabelecidos no PRODIST Módulo 8 da agência reguladora ANEEL. 6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS 6.1 Conclusão A constatação de que um dos maiores desafios das concessionárias de energia elétrica é atender os consumidores com níveis de tensão adequados motivou a realização deste trabalho. A proposta deste trabalho foi fazer um estudo de caso para verificar o melhor ponto de instalação dos bancos de reguladores, em um alimentador que já possui dois bancos de regulador, uma na saída de uma subestação rebaixadora e o outro BRT no meio do alimentador. Considerando o BRT que está no meio do alimentador conforme os cálculos apesentados, com os perfis dos gráficos, pode-se chegar em uma análise de que esse BRT estaria bem localizado, conforme os cálculos de queda de tensão definindo como sendo o ponto ideal naquele trecho, considerando que o nível de tensão permanecia muito próximo a da saída do alimentador. Com isso deixando a tensão dentro dos perímetros adequados, evitando a flutuação da tensão no consumidor, isso propiciando aos equipamentos um melhor funcionamento e não correndo risco de danificar o mesmo. Conforme visto o BRT que está localizada no centro do alimentador, a tensão de entrada e de saída não é elevação, com isso o regulador não trabalha elevando e sim em poucos casos o tap fica entre -2 e 5, onde o banco deveria trabalhar para manter a tensão elevada na saída, já que os reguladores instalados têm regulagem de tap de -16 até + 16. A tensão de referência do BRT poderia ser ajustada para elevar essa tensão, com isso a tensão de referência poderia ser ajustada para proporcionar uma tensão mais elevada no alimentador do centro para o fim, proporcionando uma tensão mais equilibrada e adequada para os parâmetros estabelecidos. A análise do banco de regulador de tensão instalado na saída do transformador rebaixadora que alimenta todo o alimentador em estudo, o mesmo baseou se em torno das leituras do próprio banco. As leituras feitas com um registrador instalado na saída do transformador rebaixadora e antes do banco de regulador, permanecendo dois dias de leituras, em outro momento foi instalado o mesmo registrador para fazer a coleta dos dados das leituras após o BRT, também permanecendo dois dias de leituras. Com essas informações coletadas das leituras 77 pode-se observar, e analisar essas informações obtidas nesses dois pontos, em seguida foi comparado as leituras nos dois pontos, antes e após o regulador de tensão para se obter uma melhor análise do comportamento da tensão, onde a tensão de entrada no BRT encontrar-se na maioria das vezes com tensão maior do que a tensão na saída do banco de reguladores de tensão. O banco na maioria das vezes trabalha rebaixando a tensão conforme os dados extraídos do próprio regulador e das leituras, onde o tap fica nos pontos negativos de atuação do regulador, com isso rebaixando a tensão no início do alimentador tornando um grande risco de a tensão ficar fora dos parâmetros estabelecidos da ANEEL. Os consumidores não podem ser afetados com problemas de tensão em seus pontos de conexão devido a um equipamento instalado inadequadamente em um ponto do alimentador. No entanto, o estudo apresentado, após a análise das informações dos cálculos das quedas de tensão, das leituras obtidas do registrador instalado com a informação das tensões lidas, que o primeiro BRT está instalada no lugar não apropriado, pois o BRT estaria rebaixando à tensão ao invés de fazer a função de trabalhar como elevador de tensão. Neste sentido sugere-se retirar o BRT instalada na saída do transformador rebaixadora, onde que a tensão nesse ponto do alimentador não está elevada e sim dentro dos parâmetros estabelecidos pela ANEEL. 6.2 Sugestões para Futuros Trabalhos Para trabalhos futuros sugiro que analisem o outro alimentador que deriva do mesmo transformador rebaixadora, verificando se os BRT estão localizados nos lugares adequados, e com isso fazer todo o estudo da demanda instalada e da demanda lida. Verificar através dos cálculos as quedas de tensão, o ponto ideal da localização dos reguladores de tensão, comparando com as tensões lidas do registrador, se as tensões obtidas nos cálculos conferem com as tensões registradas em campo. Esse trabalho seria de grande valia também, pois esse alimentador é de grande importância, devido ao grande número de consumidores conectados a esse alimentador, tudo isso deixando a tensão dentro dos perímetros adequados, evitando a flutuação da tensão no consumidor e com isso propiciando aos consumidores um bem-estar de vida. 78 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, R. P. (2012). Alocação Ótima de Reguladores de tensão em Sistema de Distribuição de Energia Elétrica Radiais Usando uma Formulação Linear Inteira Mista. Mestre em Engenharia Elétrica, Universidade Estadual Paulista - Júlio Mesquita Filho, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica, Ilha Solteira SP. ANEEL, A. N. (2016). Procedimentos da Distribuição - PRODIST 08. Brasília, DF. 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