CARACTERIZAÇÃO DE FERROELETRETOS POR PONTES AUTOBALANCEADAS 287 CARACTERIZAÇÃO DE FERROELETRETOS POR PONTES AUTOBALANCEADAS Heitor Cury Basso Departamento de Engenharia Elétrica, EESC-USP, São Carlos, SP Resumo A área de materiais compostos com coeficientes piezelétricos altos, denominados ferroeletretos, está em franco desenvolvimento, com uma série de resultados interessantes. Porém, esses materiais apresentam novos desafios na preparação e caracterização elétrica. Na caracterização, vários grupos de pesquisa têm utilizado a ponte autobalanceada, um equipamento automático para medida de impedância elétrica em amplas faixas de frequência. Contudo, por suas características não-lineares intrínsecas, os ferroeletretos não são quantitativamente analisados por tais equipamentos, e os resultado obtidos estão ligados a imperfeições dos mesmos. Palavras-chave: ferroeletretos, ponte autobalanceada, caracterização de impedância. Introdução Eletretos são estudados há mais de um século (Sessler, 1987) e decorrem do carregamento de materiais altamente isolantes que, por isso, conseguem manter as cargas injetadas, dipolos induzidos ou alinhados por longo tempo, sendo que em alguns materiais o tempo de decaimento desse carregamento é estimado em século. Essa característica é utilizada, por exemplo, em transdutores piezelétricos tais como os microfones de eletreto, amplamente utilizados em equipamentos eletrônicos pela robustez e baixo custo apresentados. Nos últimos dez anos, uma nova abordagem aos eletretos vem se desenvolvendo, em que a utilização de compósitos ou a alteração das propriedades mecânicas de polímeros tem aumentado significativamente o leque de aplicação dessa característica de dielétricos. A primeira grande alteração surge com o desenvolvimento de espumas de polipropileno (PP) (Gerhard-Multhaupt, 2002). O PP é um bom eletreto à temperatura ambiente, mas na forma de espuma apresenta baixo módulo de elasticidade, o que aumenta a resposta piezelétrica, sendo esta dada por: C pe = ∂Q ∂P 1 ∂x ∂P 1 = = ∂F ∂x d 0 ∂p ∂x E (1) em que Cpe é o coeficiente piezelétrico ou a razão entre a carga gerada pelo elemento e a força de compressão (tração) aplicada neste, P é a densidade de momento de dipolo criada pela alteração dx na espessura do material, d0 é a espessura do material, p a pressão e E o módulo de elasticidade. Como a espuma de PP apresenta um módulo de elasticidade cerca de cem vezes menor que o material compacto, a resposta é correspondentemente cerca de cem vezes maior. Um avanço subsequente foi a criação de estruturas com filmes de fluoretilenopropileno (FEP) (Altafim et al., 2006), material que, se utilizado como eletreto, apresenta uma faixa de temperatura de trabalho maior que o PP, já que este perde suas propriedades acima de 70ºC. A primeira estrutura proposta envolvia dois filmes de FEP soldados termicamente, mas um desenvolvimento posterior apresentou uma estrutura com três filmes (Basso et al., 2007), o que possibilita sua produção em escala industrial. Essas novas estruturas, bem como as espumas de polímeros, passaram a ser denominadas ferroeletretos. A caracterização desses materiais geralmente envolve a medida do coeficiente piezelétrico, pela aplicação de força periódica no material e medida da carga elétrica produzida. Tais medidas só são possíveis em baixas frequências, em que, porém, a relação sinalruído elétrico não é muito favorável. Outra possibilidade é a medida do efeito inverso, em que uma tensão elétrica causa uma variação na carga do ferroeletreto e com isso uma força, que gera deformação no material. Essa caracterização pode ser feita em altas frequências, porém a determinação direta da deformação é um grande problema. Outra possibilidade envolve a medida da potência acústica gerada, com a desvantagem de complicar a análise dos resultados. Outra sistemática de caracterização que tem sido empregada por alguns grupos de pesquisa (Mellinger, 2003, e referências ai citadas) é a medida de impedância dos ferroeletretos com ponte autobalanceada. Um resultado típico desse tipo de medida está na Figura 1, em que C’e C” correspondem, respectivamente, à parte real e imaginária da capacitância total medida do ferroeletreto. Minerva, 6(3): 287-292 95,05p 0 95,00p –50f 94,95p –100f 94,90p –150f 94,85p –200f 94,80p –250f –300f 600k 94,75p 0 100k 200k 300k 400k C" (F) BASSO C' (F) 288 500k w (rad/s) Figura 1 equipamento apresenta distorções harmônicas na excitação, ou seja, a ponte autobalanceada não é o equipamento adequado para caracterizar quantitativamente ferroeletretos, exceto em algumas características mecânicas dinâmicas. Por ser uma técnica altamente difundida de medida de componentes passivos lineares, há no mercado diversos equipamentos automáticos que determinam a impedância de um componente em uma faixa ampla de frequência (pelo menos entre 20 Hz e alguns MHz) com alta precisão. Esse equipamento também pode ser empregado para medidas de espectroscopia dielétrica, em que a permissividade elétrica complexa de um material dielétrico ε ' r + jε "r é medida em função da frequência. Para tanto basta construir um capacitor com esse dielétrico e medilo na ponte. Neste trabalho serão apresentadas as equações básicas da corrente elétrica de resposta de um ferroeletreto a uma tensão externa alternada a partir de um modelo macroscópico, e será mostrado que, em virtude do caráter não-linear dessa resposta, a caracterização de ferroeletretos por ponte autobalanceada só é possível quando esse Modelo do Ferroeletreto A estrutura básica de um ferroeletreto modelo, baseado na estrutura apresentada por Basso et al., é apresentada na Figura 2. O sistema é composto por dois filmes de polímero dielétrico idênticos, com permissividade elétrica relativa εr e espessura t, separados por outro filme dielétrico de tal modo que se forma uma cavidade preenchida com um gás, sendo d a espessura da cavidade e σ1 e σ2 as densidades superficiais de carga na cavidade e nos eletrodos externos, respectivamente (representados pelos traços escuros). VP t ?r - - - + + + - - - + + + - - - - + + + ?? - - - - + + Figura 2 Minerva, 6(3): 287-292 + ?2 - + + + d CARACTERIZAÇÃO DE FERROELETRETOS POR PONTES AUTOBALANCEADAS 289 O processo de produção do ferroeletreto envolve a aplicação de uma tensão contínua (VP), denominada tensão de polarização, e negativa no caso representado, alta o suficiente para ocasionar o acúmulo de cargas nas superfícies internas dos filmes poliméricos pela quebra dielétrica do gás, gerando assim s1, cujo valor não será mais alterado, e caracterizando o carregamento do ferroeletreto Quando essa tensão é retirada, após o carregamento, surge uma densidade de carga nos eletrodos externos tal que a tensão no eletrodo superior vá a zero. Nesta situação, a relação entre as densidades de carga interna e externa é dada por: em que ε0 é a permissividade elétrica do vácuo, pode-se determinar o valor total da densidade superficial de cargas nos eletrodos externos. Para o filme superior resulta –σ2eq+δσ2, já que a densidade de equilíbrio tem sinal oposto ao da induzida por V. Assumindo que V <<Vp, a variação da força de atração será linear com V e pequena em relação à de equilíbrio, resultando das equações 2, 3 e 4: ⎞ ⎛ 2t σ 1d = σ 2eq ⎜⎜ + d ⎟⎟ ε ⎠ ⎝ r H 2t (ε r + 1) + dε r (ε r − 1) Vxˆ δF (V ) = − Aσ 1 (2t + dε r )2 δσ 2 = ε 0 (2) em que σ 2eq é a densidade de carga de equilíbrio nos eletrodos. Esse carregamento cria também uma força eletrostática de atração entre os filmes, cujo módulo é dado por: F0 = A ε0 ( ⎛⎛ ⎞ ⎜ ⎜ σ 1 − 1 σ 2eq ⎟ σ 1 − σ 2eq ⎟ ⎜⎜ εr ⎠ ⎝⎝ )⎞⎟⎟ em que A é a área superficial da câmara e que será compensada pela deformação dos filmes e compressão do gás dentro da câmara, resultando, para a separação entre os filmes, no valor de d. A situação de equilíbrio apresentada acima pode ser perturbada pela aplicação de uma tensão elétrica por um gerador externo que, alterando a densidade de carga nos eletrodos, alterará a força de atração entre os filmes. Analisando o filme superior, conforme apresentado na Figura 3, em que I é a corrente de carregamento do sistema I=A dσ 2 , e sabendo que a variação na densidade dt superficial de carga dos eletrodos externos em função da tensão aplicada V será dada por: ~V0 (4) (5) Note-se que esse resultado indica que a força de atração total aumenta com a aplicação de uma tensão positiva, já que δF tem o mesmo sentido que F0. A variação da força de atração altera a distância entre os filmes, d. Assumindo que a rigidez inicial seja tal que essas alterações sejam pequenas em relação às dimensões de equilíbrio do sistema, pode-se definir, novamente para o filme superior, d(V) =d+x, em que x é o deslocamento médio do filme, com x << d. Isto implica, porém, que a capacitância do sistema em tela depende da tensão externa aplicada. O elemento se comporta como um varactor e, portanto, é não-linear. Para demonstrar o afirmado, é necessário relacionar a tensão aplicada com o deslocamento do filme e, portanto, utilizar um modelo das propriedades mecânicas do sistema. Esse modelamento mecânico não é o objetivo do presente artigo e apresenta, em si, uma série de desdobramentos interessantes por sua combinação de deformação estrutural e força pneumática, e será apresentado em uma futura publicação (Basso, a ser submetido). Portanto, a resposta mecânica a uma excitação elétrica estática será analisada na aproximação elástica linear, em que então: (3) ⎠ 1 V 2t +d sr I F0 + ?F - - - + + + - - - + + + - - - - + + + + x ?2 - ?? - - - - + + + + + Figura 3 Minerva, 6(3): 287-292 290 BASSO H H δF (V ) Aσ 1 2t (ε r + 1) + dε r (ε r − 1) = x (V ) = Vxˆ k k (2t + dε r )2 (6) com k como constante elástica do filme. Portanto, a capacitância total do sistema será: C (V ) = Aε r ε 0 1 1 ≈ Aε r ε 0 2t + dε r + ε r x(V ) 2t + dε r ⎞ ⎛ ⎜1 + ε r Aσ 1 2t (ε r + 1) + dε r (ε r − 1)V ⎟ ⎟ ⎜ k (2t + dε r )3 ⎠ ⎝ V0 1 ω 02 − ω 2 + jωΓ e jω t V0 + (8) 2t (ε r + 1) + dε r (ε r − 1) ⎞ ⎛ εr ⎜1 + σ 1 ⎟ t ρ (2t + dε r )3 ⎜ ⎟ ~ 1 C (t ) = Aε r ε 0 ⎜ ⎟ (9) 2 2 ω0 − ω − jωΓ 2t + dε r ⎜ jωt ⎟ V0 e ⎜ ⎟ 2 2 2 2 ( ) − + Γ ω ω ω 0 ⎝ ⎠ ) A Impedância com Ponte Balanceada do Ferroeletreto Na técnica de medida de impedância com ponte autobalanceada, a frequência de uma fonte senoidal de amplitude constante é varrida enquanto se mede a corrente através do circuito, I, mantendo-se um dos pontos em terra virtual. A medida de corrente é feita através de um circuito conversor I-V, e a impedância analisada é determinada pela razão entre a tensão aplicada no elemento Vx e a tensão de saída do conversor I-V, V = I/Rr, em que Rr é uma resistência de referência, através de um voltímetro vetorial (medida de módulo e fase) (Agilent, 2009). A fase é determinada através de um detetor de fase, um circuito que mistura ao sinal uma referência com amplitude unitária em fase e fora de fase com a excitação. A saída do circuito misturador (um multiplicador analógico) é composta por uma parte oscilante e uma parte contínua, ambas proporcionais à tensão medida, mas a parte oscilante é eliminada por um filtro passa-baixa. Para elementos lineares, por exemplo, uma associação em paralelo de um capacitor Minerva, 6(3): 287-292 e 1 (G + jωC )V0 e jωt 1e jωt = 1 (G + jωC )V0 + R Rr Rr (7) em que ρ é a densidade do filme, ω0 a frequência de ressonância natural e Γ a razão entre a impedância mecânica e a massa deslocada. A capacitância total complexa passa ser expressa como: ( V x = V0 e jωt 1e jωt = V0 + V0 e j 2ωt ⇒ V0 Vr = e a aproximação apresentada é válida dentro das condições discutidas anteriormente. No caso de uma excitação harmônica de frequência angular ω e amplitude V0, V = V0 ejωt, tanto a inércia quanto o amortecimento, normalmente viscoso, são considerados resultando para a amplitude complexa x(t): 2t (ε r + 1) + dε r (ε r − 1) 1 ~ x (t ) = − σ 1 ρt (2t + dε r )2 C e um resistor com condutância G, as saídas do voltímetro vetorial serão: 1 (G + jωC )V0 e j 2ωt ⇒ 1 (G + jωC )V0 Rr Rr A razão Rr Vr/Vx fornece a impedância da associação. A ponte autobalanceada, porém, apresenta algumas limitações em seu uso em virtude das restrições dos componentes empregados. Um dos problemas é a existência de harmônicos na onda de excitação gerada e, consequentemente, no sinal de referência para o misturador. A saída típica de tensão pode ser expressa por: ~ V (t ) = ∑ ∞ n =1 ~ Vn e jnωt (10) em que as amplitudes dos harmônicos decaem com a ordem e o segundo harmônico é tipicamente 100 vezes menor que o primeiro. Para a análise de elementos lineares, o harmônico de segunda ordem pode ser descartado, já que a corrente através daqueles resulta em uma série similar à da equação 10, e a parte constante total de Vr do primeiro e segundo harmônicos será: Vr = 1 (G + jωC )V1 + 1 (G + jωC )v2V2 Rr Rr em que v2 (<<1) é a componente da referência em segundo harmônico e a parte medida em Vx será V x = V1 + V2 v 2 , significando que Rr Vr/Vx resulta: (G + jωC ) V1 + v 2V2 = (G + jωC ) (V1 + V2 v2 ) que é exatamente o resultado anterior. No caso dos ferroeletretos, porém, a situação é outra. Como há variação da capacitância com a tensão aplicada no tempo, a expressão para a corrente através do circuito fica: Q = CV ⇒ I = dQ dV dC =C +V dt dt dt (11) em que V é dado pela equação 10. Retendo até o segundo harmônico e junto com a equação 9, a corrente total será: ( )( )δCjωe ) I (t ) = C0 + δCe jωt jωV1e jωt + j 2ωV2 e j 2ωt + ( + V1e jωt + V2 e j 2ωt jωt (12) em que os coeficientes C0 e δC estão relacionados com o fatores fornecidos anteriormente e são listados no Apêndice 1. Da equação 12 obtêm-se: CARACTERIZAÇÃO DE FERROELETRETOS POR PONTES AUTOBALANCEADAS I (t ) = jωC 0V1e jωt + ( j 2ωC0V2 + j 2ωδCV1 )e j 2ωt + + ( j 3ωδCV2 )e j 3ωt (13) O primeiro termo da equação 13 é exatamente o termo de corrente de um capacitor normal, mas o segundo e o terceiro termos envolvem a resposta de um capacitor e as alterações criadas pela deformação do ferroeletreto, e são não-linear em frequência. Na medida com uma ponte autobalanceada com distorção da excitação resulta para Vr: 1 + ( j 2ωC0V2 + j 2ωδCV1 ) Rr Conclusão vr 1 + ( j 3ωδCV2 ) Rr Rr ⇒ Vr = + 1 jωC 0 (V1 + 2V2 vr ) + Rr (14) 1 jωδC (2V1vr + 3V2 ) Rr ∴ Vr ≈ 1 1 jωC 0V1 + jωδC (2V1vr + 3V2 ) Rr Rr enquanto para Vx: V x = V1 + V2 v 2 ≈ V1 , o que resulta para Rr Vr/Vx: ⎛ V RrVr / V x ≈ jωC0 + jωδC ⎜⎜ 2vr + 3 2 V1 ⎝ ⎞ ⎟⎟ ≈ ⎠ ⎛ δC ⎛ V 2 ⎞ ⎞⎟ ≈ jωC0 ⎜⎜1 + 2 max⎜ vr ; ⎟ C0 ⎝ V 1 ⎠ ⎟⎠ ⎝ C' (F) Logo, a medida de impedância de um ferroeletreto com a ponte autobalanceada deveria fornecer somente o termo capacitivo normal. As variações reportadas nos trabalhos publicados decorrem da existência de segundo harmônico na excitação e/ou na medida das tensões da amostra. Um ajuste, utilizando a equação 15, dos resultados apresentados na Figura 1 pode ser visto na Figura 4 a seguir, em que a linha mais escura indica as curvas geradas pelo ajuste. (15) Demonstrou-se neste trabalho que, em virtude do caráter não-linear da impedância de ferroeletretos, sua caracterização por ponte autobalanceada só é possível quando esta apresenta componente de segundo harmônico, no mínimo, na excitação ou na medida do sinal, ou seja, a ponte autobalanceada não é o equipamento adequado para caracterizar quantitativamente ferroeletretos, excetuando algumas características mecânicas dinâmicas tais como frequência de ressonância e meia-largura do pico de ressonância. Essa conclusão decorre do modelamento elétrico e mecânico de um ferroeletreto simples, porém que respeita a característica geral desse tipo de material. Por outro lado, fica claro quais as características desejáveis em um equipamento para medida da razão corrente/tensão em função da frequência para um ferroeletreto. Corretamente determinada, essa razão pode caracterizar quantitativamente vários parâmetros internos do material. Este trabalho contou com o suporte financeiro da Capes, dentro do programa Probral. 95,05p 0 95,00p –50f 94,95p –100f 94,90p –150f 94,85p –200f 94,80p –250f 94,75p 0 100k 200k 300k 400k 500k C" (F) Vr = jωC 0V1 291 –300f 600k w (rad/s) Figura 4 Minerva, 6(3): 287-292 292 BASSO Apêndice 1 Referências Bibliográficas 1) Relação entre os parâmetros do ferroeletreto e os coeficientes C0 e δC: AGILENT IMPEDANCE MEASUREMENT HANDBOOK. 4. ed. 2009. ALTAFIM, R. A. C. et al. Piezoelectrets form thermoformed bubble structures of fluoropolymer-electret films. IEEE Transactions on Dielectrics and Electrical Insulation, v. 13, p. 979-985, 2006. BASSO, H. C. et al. Three-layer ferroelectrets from perforated Teflon -PTFE films fused between two homogeneous Teflon -FEP films. In: IEEE CONFERENCE ON ELECTRICAL INSULATION AND DIELECTRIC PHENOMENA (CEIDP), 2007, Vancouver, BC. Vancouver: CEIDP – Annual Report Conference on Electrical Insulation and Dielectric Phenomena, 2007. GERHARD-MULTHAUPT, R. Less can be more: holes in polymers lead to a new paradigm of piezoelectric materials for electret transducers. IEEE Transactions on Dielectrics and Electrical Insulation, v. 9, p. 850-859, 2002. MELLINGER, A. Dielectric ressonance spectroscopy: a versatile tool in the quest for better piezoelectric polymers. IEEE Transactions on Dielectrics and Electrical Insulation, v. 10, p. 842-861, 2003. SESSLER, G. M. (Ed.). Electrets. 2. ed. Stuttgart: Springer Verlag, 1987. (Série Topics in applied physics v. 33). C0 = Aε 0 1 2t + dε r δC = Aε 0 1 2t + dε r ( (ω ω02 2 0 − ω 2 − j ωΓ −ω εr σ ρt 1 )V ) + (ωΓ ) 2 2 2t (ε r + 1) + dε r (ε r − 1) (2t + dε r )3 1 2 2) Relação entre os valores de C’e C” e os parâmetros do ferroeletreto: C ' = C0 + Re(δC ) = Aε 0 1 2t + dε r ⎛ ε ⎞ ω 02 − ω 2 ⎜1 + r σ 2t (ε r + 1) + dε r (ε r − 1) ⎟ V 1 1 ⎜ ρt ⎟ 2 2 2 2 t + dε r )3 ( 2 ( ) ω ω ω − + Γ 0 ⎝ ⎠ ( C ´´ = Im(δC ) = − Aε 0ε r ( ω 02 ωΓ −ω ) + (ωΓ ) 2 2 2 V1 Minerva, 6(3): 287-292 ) 2t (ε r + 1) + dε r (ε r − 1) 1 σ1 pt (2t + dε r )4