Metabolismo e Endocrinologia 12 de Abril de 2006 Nomenclatura dos principais dissacáridos Grupo 3 Os monossacarídos são os açúcares mais simples, de fórmula estrutural (CH 2O)n. Esse "n" pode variar de 3 a 7 (trioses, tetroses, pentoses, hexoses e heptoses), sendo os mais importantes as pentoses e hexoses. Os dissacáridos são açúcares constituídos, por ligação glicosídica, por dois monossacarídos com libertação de uma molécula de água. Formação de uma ligação glicosídica A nomenclatura dos dissacáridos baseia-se na dos monossacáridos que os compõem. Para designar dissacáridos de uma forma clara e livre de ambiguidades, foram criadas uma série de regras. Por convenção, o nome descreve um composto com o terminal redutor para a direita, construindo-se a sua designação da seguinte forma: 1) atribui-se a configuração α ou β (consoante a disposição de elementos em torno do carbono quiral) e a designação D ou L (consoante rodem o plano da luz no sentido dextrógiro ou levógiro; O isómero é designado por α se o grupo OH e o grupo CH 2OH nos dois átomos de carbono ligados pelo oxigénio estiverem em trans um em relação ao outro e β se estiverem cis. A configuração dos monossacáridos é determinada pela estequioquímica no átomo de carbono mais afastado do carbono carbonilo (número 1 para um aldeído e 2 para uma cetona). Com base na posição do OH no carbono assimétrico do número mais alto, um monossacárido é D se o OH se projectar para a direita e L, se se projectar para a esquerda. -D-glicopiranose Joana Silva -D-glicopiranose Lina Espinha Marisa Oliveira 2) dá-se nome ao resíduo redutor, isto é, estabelece-se a distinção entre estruturas: os monossacáridos de cinco e seis carbonos formam hemiacetais ciclicos ou hemicetais em solução. Origina-se um novo carbono assimétrico de modo que duas formas isométricas são possíveis: estruturas em anel de cinco membros (furanose) e de seis membros (piranose) sendo a segunda a mais frequente. 3) indicam-se, entre parentêses, os dois átomos de carbono unidos pela ligação glicosidica, com uma seta a ligar os dois números; 4) dá-se o nome ao segundo resíduo. Os principais dissacáridos são a maltose, a sacarose e a lactose: A maltose contém dois resíduos de D-glicose unidos por ligações glicosídicas entre o C1 (carbono anomérico) de um resíduo de glicose e o C-4 de outro. Ainda que o carbono anomérico envolvido na ligação glicosídica não está disponível para reagir com os iões de cobre ou ferro, a maltose é um açúcar redutor pois o carbono anomérico do segundo resíduo de glicose está livre e pode ser oxidado. Maltose: glicose+glicose Nomenclatura: -D-glicopiranosil-(1->4)- -D-glicopiranose Ou abreviadamente −D−Glcp−(14)−ou −D−Glcp A lactose contém um resíduo de D-galactose e um resíduo de D-glicose e ocorre principalmente no leite, estando a galactose unida a glicose por uma ligação glicosídica do tipo b1,4. O carbono anomérico do resíduo de glicose está disponível para oxidação e assim a lactose é um açúcar redutor. A hidrólise da lactose em galactose e glicose é catalisada pela enzima lactase. Lactose: galactose+glicose Nomenclatura: -D-galactopiranosil-(1->4)- -D-glicopiranose Ou abreviadamente −D−Galp−(14)−−D−Glcp Joana Silva Lina Espinha Marisa Oliveira A sacarose é obtida comercialmente da cana-de-açúcar ou beterraba. Os dois átomos de carbono anoméricos da glicose e frutose estão envolvidos na ligação glicosídica, do tipo a(1-2), sendo portanto a sacarose um açúcar não redutor. Sacarose: glicose+frutose Nomenclatura: -D-glicopiranosil-(12)--D-frutofuranósido Ou abreviadamente −D−Glcp−(12)−−D−Fruf Joana Silva Lina Espinha Marisa Oliveira