Produto - PUC Minas

Propaganda
1
PRODUTO EDUCACIONAL
A GELADEIRA
2
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO .......................................................................................... 54
ETAPA 1: TRABALHANDO COM A GELADEIRA .......................................... 55
ORIENTAÇÕES DE USO DO CONTEÚDO DIGITAL .................................... 59
ETAPA 2: TEXTOS INFORMATIVOS ............................................................ 72
MÁQUINAS TÉRMICAS: ASPECTOS HISTÓRICOS..................................... 72
UMA SÍNTESE DO FUNCIONAMENTO DE UM REFRIGERADOR
DOMÉSTICO .................................................................................................. 75
O QUE A GELADEIRA TEM? ......................................................................... 80
PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA,POTÊNCIA E PERDAS TÉRMICAS . 84
SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA .......................................................... 86
EXPANSÕES ADIABÁTICAS E MUDANÇAS DE TEMPERATURA .............. 87
GÁS DE GELADEIRA AINDA PREOCUPA O MINISTÉRIO DO MEIO
AMBIENTE.......................................................................................................89
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 90
3
APRESENTAÇÃO
No presente trabalho, apresenta-se um produto que envolve o uso de uma
animação por meio de um roteiro de aula, para alunos do segundo ano do Ensino
Médio, visando o aprendizado de conceitos da Termodinâmica através do estudo
dos refrigeradores domésticos.
O produto educacional é fundamentado nos três momentos pedagógicos de
Delizoicov, a saber:
Problematização inicial
Momento caracterizado por conhecer e compreender o que os alunos sabem,
bem como a posição dos mesmos frente ao assunto abordado.
Organização do conhecimento
Momento destinado a estudar sistematicamente os conteúdos necessários
para a compreensão do tema e da problematização inicial.
Aplicação do conhecimento
Etapa destinada a capacitar o aluno na utilização do conhecimento que vem
sendo adquirido. Utiliza-se para isso, atividades e experimentos.
4
1.1. Problematização inicial: O que você sabe sobre a geladeira?
Inicia-se com um texto introdutório “O que sabemos sobre a geladeira e seu
funcionamento” que serve para fornecer aos alunos uma visão geral sobre o
assunto. Nele são citadas a importância de objetos e aparelhos que fazem parte de
nosso dia-a-dia, mas que quase nunca paramos para pensar como funcionam e
como são feitos, por exemplo, a geladeira.
O que sabemos sobre a geladeira e seu funcionamento
É muito comum que objetos, aparelhos e processos com os quais lidamos em
nosso dia a dia tornem-se integrados à paisagem. Olhamos para esses objetos, os
utilizamos, mas quase nunca paramos para pensar como funcionam e como são
feitos. Chegar a compreender a estrutura e o funcionamento de determinados
aparelhos e processos representa investimento de estudo, pesquisa e reflexão. A
geladeira é um bom exemplo de aparelho cuja investigação nos dá esse sentimento
de recompensa. É um aparelho eletrodoméstico de uso bastante difundido e
desempenha importante função nas formas atuais de produção, distribuição e
conservação dos alimentos. Mas quanto sabemos sobre a estrutura e funcionamento
da geladeira? Ao responder as questões abaixo, você terá a oportunidade de parar
para pensar nesse assunto, despertar em si determinadas curiosidades e registrar
seus conhecimentos atuais sobre o assunto. Você não acha legal se ao final da
unidade de estudos sobre a geladeira você puder comparar as respostas dadas às
questões abaixo aquela que você será capaz de dar em função de nossos estudos?
Vamos lá então!
Fonte: PAULA, Helder de Figueiredo e; PRADO, Johanna Alida E. Knegt
Lopes. Refrigeradores como Máquinas Térmicas. Uma proposta de reformulação
do ensino de física para o Ensino Médio. Ano 1998.
5
ORIENTAÇÕES
− Inicie a aula colocando os seguintes questionamentos para os alunos:
− Mais ou menos em que época foi inventada a geladeira? O primeiro
modelo tinha o mesmo princípio de funcionamento do que o modelo atual?
− Baseando-se apenas em sua memória ou conhecimento que você já tem
sobre o assunto, tente descrever todos os aspectos relativos à estrutura e
ao funcionamento de uma geladeira doméstica.
− Se quiser utilize um texto para problematizar o tema.
− Divida a turma em grupos e peça que respondam às questões.
− Faça um apanhado dos resultados dos grupos, sistematizando-os para a
turma.
− Caso os alunos não tenham familiaridade com as partes da geladeira, sugerir
como tarefa fazer um estudo completo da geladeira de sua casa, escrever um
texto descrevendo suas partes com fotos ou diagramas.
− Em um segundo, momento discuta com os alunos quais são as funções de
cada parte da geladeira, ainda no formato de problematização.
1.2. Organização do conhecimento: Entendendo a termodinâmica da
geladeira
Nesta etapa descrevemos uma atividade elaborada para explorar as leis da
Termodinâmica; Mudanças de Fase; Convecção Térmica, utilizando uma animação
e exercícios de fixação.
3.2.1 Animação
Para realizar a atividade proposta é necessário acessar a animação: A
geladeira, disponível para download no endereço eletrônico:
http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/handle/mec/17467.
6
OBJETIVOS
− Reconhecer os princípios físicos gerais envolvidos no funcionamento
das geladeiras;
− Identificar os principais componentes das geladeiras e compreender
a função de cada um deles;
− Contribuir para o conhecimento acerca da propagação do calor,
sobretudo da convecção térmica;
− Compreender o motivo da localização do congelador na parte
superior do aparelho e, extensão, da colocação dos aparelhos de arcondicionado na parte alta das paredes;
− Discutir a Termodinâmica e conhecer a geladeira como um exemplo
de máquina térmica.
JUSTIFICATIVAS
− O tema geladeira é interessante e trabalhado nas três ciências:
Física, Química e Biologia.
− A animação apresenta uma situação do cotidiano, onde o aluno pode
relacionar sua vivência no que está estudando.
− A animação, além da explicação sobre o funcionamento da geladeira
também alerta para o seu mau uso.
ORIENTAÇÕES
A animação se divide em quatro tópicos (Introdução, A geladeira, Etapas de
funcionamento e Economizando energia) de forma que no final de cada tópico faz-se
uma pausa para explicação e discussão do que foi apresentado. Essas pausas
foram criadas para possibilitar que você realize intervenções e esclarecimentos
sobre o tema durante a utilização do referido conteúdo digital. Se necessário podese reiniciar a animação ou, depois da explicação, optar por avançar para o próximo
tópico.
7
Observação
Apresentar toda a animação para depois explicar e discutir o conteúdo
pode tornar a aula improdutiva e cansativa, bem como gerar distração dos
alunos com atividades não pertinentes ao trabalho desenvolvido em sala de
aula. Perde-se também a riqueza dos detalhes que são apresentados na
simulação.
Sugere-se ao professor trabalhar com os alunos a animação mostrada na
figura 1, discutindo as questões propostas.
Figura 1 - Animação - A Geladeira
Fonte: Dados da animação
Como proposta metodológica para utilização deste conteúdo digital,
sugerimos que antes do acesso à mídia seja feita uma abordagem sobre
termometria, calorimetria e termodinâmica, podendo ser através de aula expositiva,
discussão de textos ou seminários.
Na interação com a mídia, os alunos poderão ser divididos em grupos. Em
cada pausa existente no software, você pode perguntar aos alunos se estão
compreendendo o assunto, se há dúvidas e estimular cada aluno a identificar a
presença dos refrigeradores em seu cotidiano, refletindo sua importância. Sugerimos
que, inicialmente, o aluno visualize a sequência do processo de funcionamento do
refrigerador, ficando livre depois para ver, aleatoriamente, a explicação de cada
8
parte da geladeira. É importante o acompanhamento dos alunos para que a
interação com a mídia seja a mais proveitosa possível e favoreça a aprendizagem.
Orientações de uso do conteúdo digital
Professor (a), este software possui um menu com as seguintes opções:
Iniciar
Trilhas
Compartilhe
Se ligue
Créditos
A Geladeira, por ser uma animação da categoria “Fique Sabendo”,
apresentará pausas no decorrer da sua exibição. Essas pausas foram criadas para
possibilitar que você realize intervenções e esclarecimentos sobre o tema durante a
utilização do referido conteúdo digital. Você irá observar que, em cada pausa,
aparecem as falas do narrador em forma de texto. Essa estratégia foi criada para
que todos tenham acesso ao presente conteúdo, permitindo a releitura, a
sistematização e a reflexão da situação apresentada.
Na
opção
“Trilhas”,
encontraremos
a
animação
compartimentada,
possibilitando visualizar a parte escolhida. A opção “Compartilhe” sugere que os
alunos socializem suas reflexões com outras pessoas, abrindo o navegador padrão
do sistema e permitindo o acesso à internet, caso seja possível. Sugerimos que você
utilize esse recurso para produção de trabalho coletivo entre os alunos e até
provoque que compartilhem informações sobre o conteúdo digital com estudantes de
outras escolas, enfim que troquem experiências.
Já a opção “Se ligue” traz sugestões de conteúdos, ligados aos assuntos
abordados na mídia, para pesquisa e aprofundamento. Esses conteúdos poderão
ser trabalhados em sala de aula, ampliando a abordagem da temática.
Antes de expor o software, solicitamos que explique aos seus alunos quais os
objetivos deste recurso como, por exemplo, estimular ainda mais o interesse em
pesquisar e conhecer os processos físicos que estão a nossa volta. É importante
deixar claro também que o software não substitui a aula, sendo um recurso que
9
busca auxiliar a compreensão do conteúdo durante o processo de ensinoaprendizagem.
Mãos à obra
Clique na opção trilhas, mostrada na figura 1, onde você encontrará a
animação compartimentada podendo seguir a sequência sugestionada ou podendo
escolher o tópico que preferir.
Figura 2- Animação- A Geladeira
Fonte: Dados da animação
Clique sobre o ícone Introdução, mostrado na figura 2, onde é apresentado
um breve relato sobre a geladeira e seu funcionamento (figura 3). Assista a
explicação anotando o que for mais importante.
Sugere-se trabalhar com os alunos o texto informativo: Máquinas térmicas:
aspectos históricos como forma de enriquecer a introdução.
10
Figura 3 – Introdução- A Geladeira
Fonte: Dados da animação
Ao final de cada etapa, surge a opção minhas anotações, mostrada na figura
Neste tópico você tem a opção de revisar o conteúdo apresentado, copiar, reiniciar,
continuar ou mesmo sair.
Figura 4 - Minhas anotações
Fonte: Dados da animação
Clique sobre o ícone A geladeira, figura 2, e assista a um breve histórico
sobre a geladeira, suas modificações e avanços, razão para se possuir uma
11
geladeira e sua relação com a biologia e o meio ambiente (figura 5). Da mesma
forma que foi feito anteriormente, anote as informações mais importantes.
Figura 5 – A Geladeira
Fonte: Dados da animação
Neste momento, sugere-se ao professor discutir com os alunos o texto
informativo: Gás de geladeira ainda preocupa o Ministério do Meio Ambiente e, logo
em seguida, as questões propostas abaixo.
Questão1: Quais as características do gás utilizado nas geladeiras? No caso de
vazamento, ele é prejudicial ao meio ambiente?Por quê?
Questão2: O motor de uma geladeira funciona o tempo todo?
Clique sobre o ícone Etapas de funcionamento, mostrado na figura 2, e
observe a explicação do funcionamento de cada parte da geladeira detalhadamente
(Compressor, condensador, válvula de expansão, evaporador e convecção térmica),
mostrada na figura 6. Se necessário faça anotação do que julgar mais importante ou
utilize o recurso Minhas anotações.
Neste momento, discuta juntamente com o aluno os textos informativos: Uma
síntese do funcionamento de um refrigerador doméstico e O que a geladeira tem?
Logo em seguida trabalhar as questões propostas:
12
Questão1: Na parte de trás de uma geladeira, há uma tubulação pintada de preto
e em forma de serpentina chamada radiador ou condensador. Por que não
devemos usar essa parte do refrigerador como varal?
Questão2: O ar-condicionado precisa ser colocado nas partes altas das paredes?
Por quê?
Figura 6 – Etapas de funcionamento
Fonte: Dados da pesquisa
Na figura 6, mostrada acima, explora-se ainda, após a explicação das etapas
de funcionamento, o ícone válvula de expansão onde o texto informativo: Expansões
adiabáticas e mudanças de temperatura é trabalhado de forma a enriquecer o
assunto.
Em Economizando energia, ícone mostrado na figura 2, encontramos dicas de
racionamento de energia com relação ao refrigerador doméstico (figura 7).
13
Figura 7 – Economizando energia
Fonte: Dados da animação
Discuta juntamente com o aluno as questões propostas:
Questão1: É prejudicial colocar comida quente na geladeira? Por quê?
Questão2: Por que não devemos deixar a porta da geladeira aberta?
Após a animação sugere-se ao professor que juntamente com os alunos
dialogue sobre os dois textos informativos: A primeira lei da termodinâmica,potência
e perdas térmicas e A segunda lei da termodinâmica porque poderá ajudar na
aquisição de novos conhecimentos.
1.3. Aplicação do conhecimento: ampliando os conhecimentos sobre a
geladeira
Retorne à situação da problematização inicial, agora com o conhecimento
mais organizado. Peça aos alunos que:
− Façam um painel resumindo o processo de funcionamento da geladeira, com
imagens de cada parte da geladeira e a descrição do que ocorre;
− Discutam com os alunos hábitos que precisam ser adotados para economia
de energia, como: não colocar roupa para secar no fundo da geladeira, não
14
deixar a porta aberta, limpar as partes internas e externas, não colocar
comida quente dentro da geladeira, entre outros;
− Realizem o roteiro de atividades proposto.
3.3.1 Roteiro de atividades
Pré-requisitos: O estudante deverá compreender o conceito de energia interna,
temperatura, calor e trabalho.
Tópicos/Habilidades:
− Compreender processos em que o fornecimento ou retirada de calor de um
sistema, pode produzir aumento ou redução de seu volume, resultando na
realização de trabalho.
− Compreender o funcionamento de uma máquina térmica.
Justificativa: Os experimentos pertencem ao Centro de Referência Virtual do
Professor, que fundamenta todas as suas atividades na Proposta Curricular do
Estado de Minas Gerais (CBC) que é a diretriz norteadora desse trabalho. Os
materiais da prática são de fácil acesso para o aluno, permite compreender que a
energia interna de um corpo está associada à energia de movimento aleatório das
partículas do corpo e que a temperatura de um corpo é uma grandeza que está
associada à sua energia interna, enfim, permite que o aluno compreenda o
funcionamento de uma máquina térmica de forma bem simples.
− Peça que os alunos tragam os materiais listados.
Materiais:
− 01 garrafa PET de 500ml com tampa de rosca ou frasco similar;
− Água colorida com anilina ou tinta guache;
− 01 tubo fino de plástico (reservatório transparente vazio de uma
caneta esferográfica);
− Supercola (adesivo instantâneo universal);
− 02 vasilhas que caibam uma garrafa PET;
− Ebulidor;
− Gelo;
15
− 01 balão de aniversário nº 5, 6 ou 7.
Descrição dos procedimentos:
Atividade 01 – Expansão ou compressão de um líquido e Trabalho mecânico
Figura 8 – Esquema da prática
Fonte: Centro de Referência Virtual do Professor – CRV.
1. Pegue um frasco de plástico com tampa, como por exemplo, uma garrafa
PET de 500 ml, e o encha completamente com água colorida de anilina ou tinta
guache, como mostrado na figura 8.
2. Fure o centro da tampa para que possa passar o tubo fino de plástico. Esse
furo deverá ter um diâmetro ligeiramente menor do que o diâmetro do tubo.
3. Encaixe o tubo fino de plástico ou um canudinho transparente de refresco.
Use um pouco de supercola para vedar qualquer orifício que, por acaso, exista em
torno do tubo e da tampa.
4. Feche a garrafa forçando à tampa para que se ajuste bem. Isso fará com
que água colorida suba até certa altura no interior do tubo.
5. Coloque a montagem (sistema garrafa-água) numa vasilha com água
quente, de modo que ela envolva praticamente toda a garrafa que contém a água
colorida.
16
RESPONDA
− O que ocorre com o nível da água colorida no tubo? Porque isso
acontece?
− A energia interna da água colorida aumenta, diminui ou não se altera? E
sua temperatura?
− Houve realização de trabalho? Justifique.
− Em qual parte do funcionamento da geladeira ocorre este tipo de
fenômeno? Explique.
6. Após certo tempo, transfira o sistema (garrafa-água) para uma vasilha com
água gelada – mistura de água e gelo.
RESPONDA
−
O que ocorre com o nível da água colorida no tubo? Porque isso
acontece?
−
A energia interna da água colorida aumenta, diminui ou não se altera? E
sua temperatura?
−
Houve realização de trabalho pelo sistema ou sobre o sistema? Justifique.
−
Em qual parte do funcionamento da geladeira ocorre este tipo de
fenômeno? Explique.
Atividade 02 – Expansão ou compressão de um gás e Trabalho mecânico
1. Pegue uma garrafa de plástico de 500 ml e adapte firmemente ao gargalo um
balão de borracha de aniversário ligeiramente inflado. Com isso temos certa
massa de ar ocupando o volume do recipiente e do balão.
2. Mergulhe totalmente a garrafa numa vasilha com água muito quente.
17
RESPONDA
−
O que ocorre ao balão? Por que isso acontece?
−
O que ocorre com o volume do ar ao ser aquecido? E com sua pressão?
−
Houve realização de trabalho?
−
Em qual parte do funcionamento da geladeira ocorre este tipo de fenômeno?
Explique.
3. Em seguida mergulhe a garrafa numa vasilha com a água gelada (mistura de
água e gelo).
RESPONDA
−
O que ocorre ao balão? Por que isso acontece?
−
O que ocorre com o volume do ar ao ser aquecido? E com sua pressão?
−
Houve realização de trabalho?
−
Em qual parte do funcionamento da geladeira ocorre este tipo de fenômeno?
Explique.
Atividade 03 – Questionamentos
A terceira atividade retoma as questões e situação da problematização inicial
acrescida de outras situações para que possamos verificar se houve assimilação do
assunto por parte do aluno.
18
− Mais ou menos em que época foi inventada a geladeira? O primeiro
modelo tinha o mesmo princípio de funcionamento?
− Baseando-se apenas em sua memória ou conhecimento que você já tem
sobre o assunto, tente descrever todos os aspectos relativos à estrutura e
ao funcionamento de uma geladeira doméstica.
− Por que razão a serpentina preta colocada na parte de trás de uma
geladeira aquece-se durante o funcionamento do motor?
− Nos dias muito quentes as geladeiras apresentam a mesma eficiência na
refrigeração dos alimentos do que nos dias frios? Explique.
− Considere e discuta a seguinte afirmativa: Num dia muito quente, uma
pessoa fecha as portas e as janelas do pequeno apartamento onde mora,
e deixa a porta de sua geladeira aberta. Você acha que seria uma boa
maneira de manter o ambiente numa temperatura agradável sem investir
na compra de um ar condicionado?
Atividade 04-Funcionamento do refrigerador doméstico
O diagrama da figura 9 apresenta esquematicamente a estrutura de um
refrigerador. Sem consultar, procure se lembrar das mudanças de estado e das
trocas de calor sofridas pelo gás ao longo de um ciclo completo e preencha os
espaços onde estão as legendas. Observe que para um formato de legenda você
deverá preencher com o Estado do gás (Líquido/Gasoso) e para o outro formato,
escrever se o gás recebeu ou perdeu calor.
19
Figura 9 – Diagrama da estrutura de um refrigerador
LEGENDA
Estado do Gás
(Líquido/Gasoso)
Trocas de Calor
(Transferência de
Energia)
Fonte: PAULA, Helder de Figueiredo e; PRADO, Johanna Alida E. Knegt Lopes. Refrigeradores
como Máquinas Térmicas. Uma proposta de reformulação do ensino de física para o Ensino Médio.
Ano 1998.
Atividade 05
Após discutir o texto informativo: A Primeira Lei da Termodinâmica, potência e
perdas térmicas, os alunos já terão visto que a primeira lei da termodinâmica pode
escrita como:
Q U W
Para aplicar a Primeira Lei da Termodinâmica escrita na forma acima, deve
ser observada a seguinte convenção de sinais:
− Q será positivo quando o sistema absorve calor, e negativo quando o sistema
cede calor.
− W será positivo quando o trabalho é realizado pelo sistema, e negativo
quando o trabalho é realizado sobre o sistema.
Em cada uma das transformações descritas abaixo, decida se os valores de
Q, ∆U e W são positivos, negativos ou nulos. Justifique suas respostas, e, se
possível, discuta-as com seus colegas.
20
A) Uma amostra de gás é aquecida de 300K a 400K num recipiente
hermeticamente fechado.
B) Uma amostra de gás ideal inicialmente ocupando um volume de 2m 3 é
comprimida até atingir o volume de 1m3, mantendo-se a sua temperatura constante.
C) O ar contido no interior de um balão (desses usados em aniversários de
crianças) expande-se porque o balão é aquecido.
D) Uma amostra de um gás ideal expande-se adiabaticamente de 1m3 para
2m3.
E) Certa quantidade de líquido é colocada num recipiente que pode ser
considerado como um isolante térmico perfeito. A seguir o líquido é agitado durante
algum tempo por meio de uma batedeira elétrica.
Atividade 06: Exercícios de fixação
Nas questões 1 a 4, preencha as lacunas indicadas escolhendo as palavras
adequadas dentre aquelas colocadas entre parênteses no final de cada enunciado.
1) Quando dois objetos a temperaturas diferentes são colocados em contato,
há uma transferência _________________ de energia térmica do objeto de
_______________
temperatura
para
o
de
_____________
temperatura
(maior/menor; espontânea).
2) Um significado prático da segunda lei da termodinâmica é que uma dada
quantidade
de
calor
não
pode
ser
transformada
completamente
em
_________________.
Por exemplo, o trabalho realizado pelas forças de atrito é completamente
transformado em calor. Assim, 1000J de energia térmica ____________ realizar
1000J de trabalho. Já 1000J de trabalho ______________ ser transformados em
1000J de calor (trabalho; podem/não podem).
3) A segunda lei da termodinâmica afirma que é ________________ absorver
dada quantidade de calor de uma fonte a uma dada temperatura e convertê-la
integralmente em trabalho. De acordo com a segunda lei ________________
energia absorvida pela fonte quente precisa ser rejeitada para uma fonte fria, a uma
temperatura menor (possível/impossível; parte/nem um pouco).
21
4) Para retirar uma quantidade de calor de uma fonte a uma dada temperatura
e transferir esse calor para outra fonte que esteja a uma temperatura mais
________________ é necessário realizar trabalho por meio de uma máquina térmica
operando ao contrário, chamada de ________________.Essa transferência de calor
__________________ um processo espontâneo(motor/refrigerador; alta/baixa; é/não
é).
1.4. Textos informativos
É de extrema importância o uso dos textos informativos no segundo momento
pedagógico, conhecido como Organização do conhecimento, uma vez que cada
texto foi cuidadosamente escolhido para trabalhar de forma mais detalhada
determinada parte da termodinâmica. O primeiro texto aborda os aspectos históricos
das máquinas térmicas, o segundo e terceiro textos trabalham o funcionamento do
refrigerador e o que a geladeira tem. O quarto texto aborda a primeira lei da
termodinâmica, potência e perdas térmicas, o quinto texto fala sobre a segunda lei
da termodinâmica, o sexto texto aborda a expansão adiabática e mudança de
temperatura e o último texto fala do gás de geladeira que ainda preocupa o
Ministério do meio ambiente que apesar das indústrias brasileiras não produzirem
mais geladeiras com CFC (clorofluorcarbono) – gás usado em refrigeração e que
destrói a camada de ozônio, ele ainda exige atenção, porque ainda está presente
nas máquinas produzidas antes de 1999. Discute-se, então, nesse texto a relação
entre refrigeradores e meio ambiente.
3.4.1 Máquinas térmicas: aspectos históricos1
O refrigerador é um dos inúmeros produtos tecnológicos presentes em nosso
cotidiano. Estamos tão acostumados à sua presença e utilização que nem
percebemos mais o quanto refrigeradores, congeladores e frigoríficos interferem em
nosso modo de vida. Essa interferência não se restringe apenas ao interior de
nossas casas. De fato, é muito mais ampla, e pode ser notada em diversos setores
de produção, distribuição e conservação dos alimentos. Hoje em dia, modernas
1
O texto foi retirado e adaptado da referência: PAULA, Helder de Figueiredo e; PRADO, Johanna
Alida E. Knegt Lopes. Refrigeradores como Máquinas Térmicas. Uma proposta de reformulação
do ensino de física para o Ensino Médio. Ano 1998
22
técnicas de refrigeração possibilitam o armazenamento, transporte e conservação
dos mais variados alimentos, sem as limitações impostas anteriormente pelas
variações de temperatura.
Podemos dizer, de maneira geral, que a invenção ou construção de utensílios
e máquinas constitui-se numa resposta a uma demanda ou necessidade vivida por
um determinado grupo social. A resposta encontrada para uma determinada
necessidade estará de acordo com o estágio de elaboração dessa resposta. No
entanto, do mesmo modo que o desenvolvimento da ciência leva a um
desenvolvimento da tecnologia, as novas descobertas tecnológicas impulsionam a
ciência. Existe uma interação constante entre estas duas áreas do conhecimento e
da atividade humana. Veremos que a história do refrigerador ilustra bem essa ação
recíproca entre ciência e tecnologia. Apresentamos, a seguir, um resumo histórico
referente ao tema refrigeração. Nesse resumo fazemos um breve relato de alguns
dos fatos que levaram à invenção, construção e popularização dos refrigeradores
domésticos, procurando sempre evidenciar as mútuas influências da tecnologia,
ciência e sociedade.
Desde a idade da pedra a humanidade vem procurando solucionar um
problema crucial para a sua sobrevivência: a conservação de alimentos. Algumas
culturas antigas descobriram que os alimentos conservam-se melhor em lugares
frios que em lugares quentes. Por isso, desde épocas muito remotas, o gelo foi
usado para preservar alimentos. Escavações arqueológicas realizadas no vale do
Indo mostraram que antigas culturas já conheciam um processo de fabricação de
gelo. Estas escavações revelaram diversas “fábricas de gelo”: milhares de formas
com tampas, feitas de arenito poroso, sem polimento.
Nessas “fábricas” o gelo era obtido do seguinte modo: inicialmente, enchiamse formas com água que eram, posteriormente, tampadas. A seguir, as formas com
água eram molhadas com água e então abanadas por uma legião de escravos,
provocando assim a evaporação da água derramada por cima das formas. Essa
evaporação causava o resfriamento da água do interior das formas até o seu
congelamento. Hoje sabemos que a abelha utiliza-se de um mecanismo parecido
para refrigerar o interior da colméia. Depositando água em estruturas porosas, as
abelhas operárias batem as asas para aumentar a taxa de evaporação, diminuindo a
temperatura da estrutura.
23
Na Roma antiga empregava-se gelo para resfriar alimentos e bebidas. O gelo
usado era coletado durante o inverno em lagos dos Alpes, embalado em palha e
transportado para a capital do Império Romano.
O gelo natural foi utilizado para conservar alimentos até 1930: blocos de gelo
eram cortados dos lagos e do mar, após o que eram conservados cobertos com
serragem, a fim de serem utilizados no verão. De fato, o gelo constituiu um artigo de
muita demanda e importante valor comercial a partir da segunda metade do século
XIX até o início do século XX, e alguns cientistas almejavam construir uma máquina
que fosse capaz de fazer gelo.
Assim, no início do século XIX, várias pessoas tentaram projetar
refrigeradores mecânicos, mas as bases da tecnologia frigorífica moderna só
puderam ser estabelecidas em 1870, após a reformulação dos princípios
fundamentais da termodinâmica.
Por essa época, na cidade de Munique, Bavaria, a indústria cervejeira
enfrentava grandes problemas para evitar que a cerveja se estragasse durante o
verão. Em 1879, Karl Von Linde (1848-1920), um jovem professor da Escola
Politécnica começou a realizar experimentos com um processo de esfriamento
baseado nas trocas de calor entre um gás e o meio ambiente. Após três anos havia
desenvolvido o projeto de uma unidade frigorífica de grandes dimensões, instalada
com sucesso numa fábrica de cerveja. Essa unidade frigorífica, alicerçada nos
princípios fundamentais da termodinâmica, tinha seu funcionamento baseado em
compressões e expansões sucessivas da amônia.
Os primeiros refrigeradores, usados apenas com finalidades industriais, eram
grandes inconvenientes, e como a amônia é uma substância corrosiva e tóxica
surgiam vários problemas em caso de vazamentos. Somente em 1913, após vários
aperfeiçoamentos, foi construído o primeiro refrigerador doméstico de funcionamento
baseado no sistema de compressão, na cidade de Chicago. De fato, a fabricação de
refrigeradores domésticos em grande escala somente teve início na década de
1920, nos EUA e em alguns países da Europa.
Em localidades sem energia elétrica é utilizado o “refrigerador a fogo”, que
utiliza a querosene ou gás GLP como fonte de energia. Esse tipo de refrigerador não
tem motor e seu funcionamento baseia-se na mistura e separação da amônia com
duas outras substâncias: água e hidrogênio.
24
No Brasil, a popularização da utilização do refrigerador doméstico começou
aproximadamente a partir da década de 1950. Em 1989, o Brasil já dispunha de
aproximadamente 2 milhões de freezers e 20 milhões de geladeiras alimentados por
energia elétrica.
As primeiras substâncias usadas como fluidos frigoríficos em sistemas de
refrigeração foram a amônia e o dióxido sulfúrico. Tais substâncias eram tóxicas e
tinham um odor desagradável. Quando ocorria um vazamento no sistema, as
consequências eram potencialmente perigosas. O ideal seria utilizar um líquido
inodoro, facilmente evaporável, não venenoso e estável. Em 1930 um químico
americano, Thomas Midgley Jr. preparou o freon, (composto químico de carbono,
cloro e flúor), da família dos clorofluorcarbonos. Especialmente projetado para as
funções de refrigeração em instalações de qualquer porte, o freon parecia ser a
solução ideal. As suas vantagens são grande estabilidade química, inércia em
relação a explosões e corrosão de matérias plásticas, gordurosas e fibrosas
(comumente encontrada nas guarnições das juntas dos refrigeradores), e aparente
inocuidade (não é tóxico nem irritante para o sistema respiratório humano). Porém
na
década
de
1970,
cientistas
começaram
a
perceber
que
os
gases
clorofluorcarbonos, os CFCs, estavam destruindo a camada de ozônio, uma região
da atmosfera que protege a Terra das radiações ultravioletas nocivas. Sem essa
camada de ozônio, muitas formas de vida não poderiam sobreviver em nosso
planeta.
3.4.2 Uma síntese do funcionamento de um refrigerador doméstico2
Um refrigerador doméstico é uma máquina composta basicamente de um
fluido refrigerante que é forçado a percorrer um circuito tubular contendo, em regiões
distintas, um compressor, um condensador, um tubo capilar (ou uma válvula de
expansão) e um evaporador (Figura 10).
2
O texto foi retirado e adaptado da referência: Grupo de Ensino de Física da
Universidade
Federal
de
www.ufsm.br/gef/Textos/refrigerador.pdf
Santa
Maria.
Disponível
em
25
Figura 10 – Esquema da geladeira
Fonte: Grupo de Ensino de Física da Universidade Federal de Santa Maria. Disponível
em<www.ufsm.br/gef/Textos/refrigerador.pdf>
O fluido refrigerante deve possuir características especiais como, por
exemplo, baixa temperatura de vaporização (ou de condensação) com um valor
grande para o calor latente correspondente e, ainda, deve requerer pressões
relativamente baixas para passar do estado gasoso ao estado líquido, mesmo à
temperatura ambiente.
O compressor é uma bomba de sucção acionada por um motor elétrico, que
retira fluido refrigerante do ramo da tubulação que o antecede, baixando sua
pressão e injeta esse fluido refrigerante no ramo da tubulação que o sucede,
aumentando sua pressão. Assim, o compressor impulsiona o fluido refrigerante
através do circuito tubular.
O condensador é constituído por um longo tubo em forma de serpentina
comum conjunto de varetas metálicas, formando uma grade radiadora, e está
colocado na parte externa traseira do refrigerador. Ao entrar e sair do compressor, o
fluido refrigerante tanto pela pressão causada pelo compressor quanto pelo efeito da
perda de energia por calor para o meio ambiente, o fluido refrigerante passa ao
estado líquido.
26
O tubo capilar é um tubo com um diâmetro interno de cerca de meio
milímetro. O fluido refrigerante, que entra no tubo capilar no estado líquido, expandese rapidamente ao sair, passando ao estado gasoso. Esta expansão se dá no
evaporador.
O evaporador é constituído por um tubo em forma de serpentina acoplado ao
congelador. Para passar ao estado gasoso, o fluido refrigerante absorve energia na
forma de calor do congelador e de tudo o que estiver ali dentro. Ao abandonar o
evaporador, o fluido refrigerante chega ao compressor e o ciclo recomeça.
Nos refrigeradores não muito modernos, o congelador está colocado na parte
superior para que se formem correntes de convecção internas, possibilitando a
misturado ar a baixa temperatura do congelador e de sua vizinhança com o ar a
temperatura mais alta das outras partes. Essas correntes de convecção se formam
da seguinte maneira. A pressão do ar no interior do refrigerador é uniforme e, por
isso, o ar do congelador e de sua vizinhança, estando a uma temperatura mais
baixa, é mais denso que o ar das outras partes. Sendo mais denso, esse ar desce,
empurrando o ar das outras partes para cima. As prateleiras do refrigerador têm
forma de grade para não impedir ou dificultar o movimento de convecção. Nos
refrigeradores modernos, o ar a baixa temperatura alcança todo o refrigerador
através de um sistema de circulação e, por isso, as prateleiras já são feitas com uma
lâmina inteiriça de acrílico.
Figura 11– Ciclo de um refrigerador
Fonte: Grupo de Ensino de Física da Universidade Federal de Santa Maria. Disponível
em<www.ufsm.br/gef/Textos/refrigerador.pdf>
No interior do refrigerador, existe um botão de regulagem que permite
selecionar a temperatura interna de operação do sistema. Um termostato interrompe
27
o circuito elétrico de alimentação do motor elétrico que faz funcionar o compressor
quando essa temperatura é atingida. Com o refrigerador assim desligado, a
temperatura do seu interior passa a aumentar por efeito da absorção de energia do
ambiente por calor. A partir de certa temperatura, o termostato reconecta o circuito
elétrico de alimentação do motor elétrico que faz funcionar o compressor e um novo
ciclo de refrigeração tem início. Desta forma, o termostato permite manter uma
temperatura mais ou menos constante no interior do refrigerador.
Sob o ponto de vista da Termodinâmica, um refrigerador é uma máquina que
funciona em ciclos. A Figura 2 representa esquematicamente esse ciclo (contínuo)
como dividido em cinco processos.
Compressão adiabática: 1 → 2
O compressor aumenta a pressão do fluido refrigerante reduzindo seu
volume. Como esse aumento de pressão acontece muito rapidamente, o fluido perde
muito pouca energia por calor para a vizinhança e o processo pode ser considerado
como sendo adiabático. O trabalho realizado pelo compressor produz um aumento
na energia interna do fluido e a sua temperatura aumenta. Durante todo o processo,
o fluido permanece no estado gasoso.
Resfriamento isobárico: 2 → 3
No condensador, o fluido refrigerante começa a perder energia por calor.
Comoo compressor mantém a pressão do fluido alta e constante, seu volume e sua
temperatura diminuem. Durante esse processo, o fluido ainda permanece no estado
gasoso.
Condensação: 3 → 4
Ainda no condensador e a alta pressão, o fluido refrigerante perde mais e
mais energia por calor. Com isso, seu volume e sua temperatura diminuem mais e
mais e ele passa do estado gasoso para o estado líquido.
Expansão adiabática: 4 → 5
O fluido refrigerante no estado líquido e a alta pressão atravessam o tubo
capilar. Na saída do tubo capilar, o fluido se expande. Como essa expansão
acontece muito rapidamente, o fluido troca muito pouca energia com a vizinhança e
o processo pode ser considerado como sendo adiabático. A pressão e a temperatura
do fluido diminuem e parte do fluido se vaporiza. Assim, na saída do tubo capilar, o
28
fluido se apresenta como gotículas de líquido suspensas em vapor a baixa pressão.
A baixa pressão depois do tubo capilar é um efeito do funcionamento do
compressor, que retira fluido no estado gasoso desta parte do circuito para
comprimi-lo no condensador.
Vaporização isobárica: 5 → 1
No
evaporador,
a
uma
pressão
baixa
e
constante,
as
gotículas
remanescentes são vaporizadas, absorvendo energia por calor do congelador e de
tudo o que está dentro dele. Saindo do evaporador, o fluido se apresenta totalmente
no estado gasoso e à baixa pressão indo para o compressor.
FLUIDOS REFRIGERANTES
Até por volta de 1930, eram usados como fluidos refrigerantes principalmente
amônia (NH3), o butano (C4H10), o isobutano [HC (CH3)3], o propano (C3H8), o
dióxido de enxofre (SO2) e o cloreto de metil (CH3Cl). Contudo, como são
substâncias tóxicas e/ou explosivas, podendo colocar em risco a vida humana em
caso de vazamento, foram abandonadas (exceto em algumas aplicações mais ou
menos especializadas) e substituídas pelos clorofluorcarbonetos (CFC’s). A amônia,
em particular, sendo o fluido de maior efeito refrigerante, continua sendo utilizada em
instalações de grande porte como fábricas de gelo, armazéns frigoríficos,
equipamentos de refrigeração industrial e em pistas de patinação, onde conta o fator
energético e onde podem ser implementados procedimentos de segurança. Além de
equipamentos de refrigeração, os CFC’s passaram a ser usados em aparelhos
condicionadores de ar, em borrifadores (sprays), na fabricação de espuma de
poliestireno (isopor) e em uma série de outros produtos. Os CFC's são compostos
orgânicos cujas moléculas contêm carbono e flúor e, em muitos casos, outros
halogênios, principalmente o cloro apresenta-se no estado líquido ou gasoso a
temperatura ambiente e são não tóxicos, incolores, sem cheiro, não inflamáveis e
não corrosivos.
Desde a sua criação, os CFC’s foram liberados na atmosfera sem maiores
preocupações porque eram considerados gases seguros e estáveis. O dano na
camada de ozônio causado pelos CFC's foi descoberto na década de 1970. Então,
acordos internacionais foram estabelecidos para eliminar progressivamente o uso
desses produtos e foram desenvolvidos, para serem usados numa fase intermediária
29
de transição, os hidroclorofluorcarbonos (HCFC's), compostos à base de hidrogênio,
cloro, flúor e carbono, que danificam muito menos acamada de ozônio.
Atualmente, são usados como fluidos refrigerantes principalmente misturas
binárias de CFC's com HFC's (hidrofluorcarbonos) ou com HCFC's. O objetivo final é
manter apenas os HFC's, compostos de hidrogênio, flúor e carbono, que não
causam dano à camada de ozônio.
3.4.3 O que a geladeira tem?3
As paredes da geladeira.
Quanto mais eficiente o isolamento térmico proporcionado pelas paredes da
geladeira, menor será a necessidade de acionamento do motor e proporcionalmente
menor será o gasto de energia elétrica. Com o avanço da tecnologia, a espessura
das paredes de uma geladeira doméstica diminuiu consideravelmente.
Entretanto, tais paredes ainda são bastante espessas e, por essa razão, há
uma notável diferença entre os volumes interno e externo da geladeira. Dentro das
paredes de uma geladeira, há isopor, lã de vidro e outros materiais que têm em
comum o fato de serem péssimos condutores de calor.
Outro item essencial ao bom isolamento térmico da geladeira diz respeito à
vedação das portas. Além de inclinar a geladeira para trás, colocando os pés da
frente mais altos do que os pés de trás, usa-se, também, borracha imantada para
manter a vedação. Em casas de conserto de refrigeradores, você poderá ganhar
borrachas de vedação usadas. Corte-as para encontrar os ímãs de borracha
utilizados para vedação.
A tubulação onde circula a substância refrigerante.
Na parte de trás de uma geladeira, há uma tubulação pintada de preto e em
forma de serpentina. Trata-se do radiador ou condensador da geladeira. Dentro do
radiador da grande maioria dos refrigeradores produzidos atualmente circula uma
3
O texto foi retirado e adaptado da referência: PAULA, Helder de Figueiredo e; PRADO,
Johanna Alida E. Knegt Lopes. Refrigeradores como Máquinas Térmicas. Uma proposta de
reformulação do ensino de física para o Ensino Médio. Ano 1998.
30
substância refrigerante chamada freon. Durante o funcionamento do motor, o freon
libera calor para o ambiente através do radiador.
Em função do aquecimento do radiador, algumas pessoas costumam colocar
roupas ou outros objetos sobre ele para que possam secar com o auxílio do calor
que os radiadores liberam. Os manuais dos refrigeradores, entretanto, nos orientam
a não procedermos dessa forma, pois para garantir o bom funcionamento desses
aparelhos, não devemos dificultar o processo de troca de calor entre o freon que
circula dentro da tubulação e o ambiente externo ao aparelho. Pela mesma razão, é
necessário manter certo afastamento do radiador em relação à parede, de tal forma
a facilitar a circulação de ar e permitir o rápido resfriamento do freon que circula pelo
interior da tubulação.
É possível observar com facilidade o fato de que uma das extremidades da
tubulação do radiador está ligada diretamente ao motor, enquanto a outra está
ligada a uma pequena ampola cilíndrica, na realidade um filtro, que termina em um
tubo bem mais fino e inicialmente retorcido. O motor comprime e empurra o freon
para dentro do radiador, obrigando-o a circular por toda a serpentina. Após circular
por todo o radiador, o freon passa pelo filtro e pelo tubo fino ou capilar.
Através do capilar, a substância refrigerante que acabou de circular pelo
radiador vai para uma serpentina colocada no interior de placas que constituem o
que chamamos de “congelador”.
O congelador.
Dentro das paredes do congelador há uma extensa serpentina. Nas
geladeiras mais antigas, era possível observar com mais facilidade o tubo em
serpentina em contato com as paredes. Hoje em dia, os tubos costumam ser
substituídos por canais não necessariamente cilíndricos e inscritos na própria
parede. No caso de geladeiras “duplex” e freezers, sequer podemos observar a
placa metálica, que contém a serpentina, é colocada no plano vertical e costuma
estar oculta.
Observando com cuidado o congelador de uma geladeira comum, podemos
ver que há dois tubos entrando e saindo das paredes do congelador. Um deles é o
tubo capilar através do qual o freon entra nos canais do congelador depois de ter
passado pelo condensador. O outro, com diâmetro aparente bem maior é o tubo
através do qual o motor produz a sucção que levará o freon de volta ao radiador (ou
condensador), repetindo o ciclo de seu movimento.
31
A circulação do ar no interior da geladeira.
O congelador fica na parte superior da geladeira. O ar que se encontra
próximo ao congelador entra em contato com suas paredes metálicas. Dentro da
serpentina, colada ou inserida nas paredes metálicas do congelador, circula o freon
(ou outra substância refrigerante). Através do contato das paredes metálicas do
congelador, o ar cede calor ao freon e tem sua temperatura diminuída.
Sabemos que o ar frio torna-se mais denso. Estando mais frio e mais denso, o
ar que acaba de entrar em contato com as paredes do congelador move-se em
direção ao fundo da geladeira, deslocando o ar menos frio e menos denso que antes
ocupava esse espaço. Enquanto desce em direção ao fundo, o ar que havia sido
resfriado no congelador tende a atingir o equilíbrio térmico com os alimentos e outros
objetos colocados em seu caminho. Por essa razão, o ar descendente recebe calor
dos alimentos e eleva sua temperatura no mesmo momento em que o ar que foi
deslocado para o interior do congelador é refrigerado e tem sua temperatura
diminuída.
Essa circulação de ar no interior da geladeira acontece de forma mais intensa
quando o motor está funcionando.
O fato do ar mais denso e frio começar a descer a partir do congelador,
absorvendo progressivamente calor dos alimentos com os quais entra em contato
durante a descida, explica por que os alimentos colocados mais próximos ao
congelador são mais refrigerados do que aqueles colocados na parte inferior da
geladeira. Longe de constituir-se em um problema, tal refrigeração desigual permite
dispor alimentos mais resistentes às baixas temperaturas na parte de cima da
geladeira, enquanto outros menos resistentes (como as verduras) são colocados na
parte inferior.
Na geladeira, há diversos compartimentos diferentes para colocação dos
alimentos. As prateleiras têm a forma de grade, pois é muito importante facilitar a
circulação do ar. Com exceção de alguns tipos modernos de geladeira, nas quais o
ar circula através de frestas localizadas nas paredes laterais, não se pode tampar os
espaços das prateleiras em forma de grade sob pena de prejudicar o processo de
troca de calor entre alimentos colocados no interior da geladeira e o freon que circula
na tubulação do congelador.
Umidade do ar, preservação dos alimentos e economia de energia.
32
Nas geladeiras domésticas mais comuns, a umidade do ar contida em seu
interior condensa-se e solidifica-se sobre as paredes do congelador. Por essa razão,
o ar no interior da geladeira tende a se tornar muito seco. O alimento tende a
desidratar-se em função do aumento da velocidade da evaporação da umidade que
ele contém. Um pedaço de queijo, por exemplo, desidrata-se e endurece quando
não está acondicionado ou envolvido por materiais impermeáveis como o plástico.
A boa vedação da porta e a limitação do tempo em que ela fica aberta são
cuidados muito importantes do ponto de vista da economia de energia elétrica. Ao
abrirmos a porta, há entrada e saída de ar do interior da geladeira. O ar mais quente
e mais úmido que entra precisará ser refrigerado e exigirá maior tempo de
funcionamento do motor. O tempo de funcionamento do motor é controlado em
função do monitoramento da temperatura do congelador. O aparelho responsável
por esse controle é chamado termostato. A parte mais visível do termostato é o
botão que pode ser girado para controlar o intervalo de tempo ou a frequência com a
qual o motor será posto em funcionamento.
Funcionando durante intervalos de tempo maiores, o motor poderá manter
temperaturas mais baixas. Toda vez que a temperatura próxima ao congelador se
eleva acima de certo valor de referência, o termostato aciona o motor para que o
freon possa circular pela tubulação e refrigerar o interior da geladeira.
Nos dias muito quentes, justamente quando são mais solicitadas, as
geladeiras apresentam menor eficiência na refrigeração dos alimentos. Isto se deve
a diversos fatores, a começar pela maior temperatura inicial dos alimentos
submetidos à refrigeração. Outra razão importante, diz respeito à maior dificuldade
da substância refrigerante liberar calor para o ambiente. Afinal, quanto maior a
temperatura ambiente, mais difícil torna-se a passagem de calor do freon que circula
no radiador para o ar atmosférico. Por essa razão, não é apropriado colocar
refrigeradores em lugares muito quentes ou com seus radiadores expostos ao sol.
Pela mesma razão, como já dissemos anteriormente, também não se deve colocar
roupas ou outros objetos sobre o radiador dos refrigeradores.
33
3.4.4 A Primeira Lei da Termodinâmica, potência e perdas térmicas4.
Na natureza, o Sol fornece o calor necessário para que o ar, a água e o
carbono tenham um ciclo. Também é devido à luz do Sol que as plantas realizam
fotossíntese, absorvendo gás carbônico e produzindo material orgânico e oxigênio.
Num processo inverso o homem inspira o oxigênio, liberando CO2, água e calor
necessários à planta. Também transformamos energia em nossas residências, nas
indústrias e no lazer, sempre buscando o nosso conforto. Na cozinha, por exemplo,
a queima do gás butano transforma energia química em térmica utilizada para
cozinhar alimentos, que serão os combustíveis do nosso corpo. O compressor de
uma geladeira faz o trabalho de comprimir o gás refrigerante que se condensa e
vaporiza, retirando nessas transformações calor do interior da geladeira, liberando-o
para o exterior. Transformamos a energia química do combustível em energia
cinética nos transportes. Também é do combustível que provém à energia que
aquece a água e o vapor nas termoelétricas para a produção de energia elétrica. Em
todas essas situações a energia assume diferentes formas. No total a energia se
conserva.
No estudo das máquinas térmicas: da turbina a vapor, do motor a combustão
e da geladeira, podemos verificar que é possível calcular o trabalho produzido a
partir de uma quantidade de calor fornecida:
Q U W
Esse primeiro princípio nos diz que a energia num sistema se conserva.
Mas, se a energia nunca se perde, porque temos que nos preocupar com seu
consumo?
Não podemos nos esquecer de que parte da energia utilizada para realizar
um trabalho é transformada em calor. Não conseguimos, por exemplo, mover um
carro sem que seu motor esquente. Essa parcela de energia transformada em calor
não pode ser reutilizada para gerar mais trabalho. Temos que injetar mais
4
O texto foi retirado e adaptado da referência: GRUPO DE REELABORAÇÃO DO ENSINO
DA FÍSICA - GREF. Física Térmica. São Paulo: EDUSP, 1998.
34
combustível para que um novo ciclo se inicie. Numa hidrelétrica, a energia potencial
da queda d'água só estará novamente disponível porque o ciclo da água, que conta
com o Sol como "fonte inesgotável de energia", se repete.
Mais ou menos cerca de 75% da energia fornecida à um motor a combustão é
perdida. Lembre-se do 1º Princípio da Termodinâmica: Q W U
Para 100 unidades de quantidade de calor (Q) realizamos 25 unidades de
trabalho (W) e perdemos 75 unidades em variação da energia do sistema (U).
Como gastamos muita energia numa máquina térmica, e a gasolina não é barata,
nos preocupamos em saber qual a potência da máquina e o seu rendimento.
Definimos rendimento como a razão entre o trabalho produzido e a energia
fornecida. Se toda energia fosse transformada em trabalho o rendimento seria 1 ou
100%. Isso nunca acontece. Assim, uma máquina potente é a que realiza "mais
trabalho" numa unidade de tempo, isto é, tem um rendimento maior. Para aumentar
o rendimento de um motor à combustão, os construtores aumentam a razão entre o
volume máximo e mínimo dentro do cilindro, ocupado pela mistura combustível. Se a
mistura é bastante comprimida antes de explodir, a pressão obtida no momento da
explosão é maior. Além disso, o deslocamento do pistão é tanto maior quanto maior
a razão entre o volume máximo e mínimo. Em outras palavras, aumentar o
rendimento de um motor corresponde a aumentar as variações de pressão e de
volume, o que corresponde no diagrama PxV a um aumento da área interna
delimitada pelo ciclo. Essa área representa o trabalho realizado pela máquina em
cada ciclo. Se numa transformação gasosa considerarmos constante a pressão P
entre os estados 1 e 2 termos o gás variando o seu volume de V1 para V2 e
exercendo uma força F no pistão de área A.
Figura 12 – Diagrama PxV
Fonte: GRUPO DE REELABORAÇÃO DO ENSINO DA FÍSICA - GREF. Física Térmica.
São Paulo: EDUSP, 1998
35
Quando se diz que um carro é 1.6 ou 1.8 estamos nos referindo a sua
potência, fornecendo o volume do interior do cilindro disponível para ser ocupado
pela mistura combustível na admissão.
Tal como no motor a combustão, a geladeira trabalha com uma substância de
operação, tem partes que funcionam a altas temperaturas (fonte quente) e a baixas
temperaturas (fonte fria). Enquanto na turbina e motor o calor flui espontaneamente
da fonte quente para a fria (água de refrigeração e atmosfera), na geladeira fluxo de
calor não é espontâneo. Na geladeira a troca de calor se dá do mais frio (interior da
geladeira) para o mais quente (meio ambiente). Para que isso ocorra realiza-se um
trabalho externo sobre o freon para que ele perca calor no condensador e se
evapore no congelador. Em cada ciclo, a quantidade de calor cedida para o meio
ambiente através do condensador é igual à quantidade de calor retirada do interior
da geladeira, mais o trabalho realizado pelo compressor. Na geladeira é o trabalho
externo do compressor que faz com que o calor seja retirado do interior da geladeira.
Q condensador = Q congelador + W compressor
3.4.5 A segunda Lei da Termodinâmica5
Numa época em que os fundamentos teóricos da termodinâmica ainda não
estavam bem determinados, coube ao jovem físico e engenheiro militar francês
Nicolas Léonard Sadi Carnot estabelecer, pela primeira vez em bases teóricas, a
impossibilidade de que certos processos ou fenômenos térmicos acontecessem,
ainda que respeitassem a lei Geral da Conservação da Energia. Carnot estava
envolvido com o estudo teórico das máquinas térmicas capazes de produzir trabalho,
e concebeu uma máquina ideal que lhe permitiu compreender como as máquinas
térmicas eram capazes de produzir movimento a partir de calor. Na época de Carnot
os refrigeradores ainda não existiam, todavia a máquina térmica imaginada por
Carnot pode ser convertida em um refrigerador bastando, para isso, inverter os
processos térmicos implicados em seu funcionamento.
5
O texto foi retirado e adaptado da referência: PAULA, Helder de Figueiredo e; PRADO, Johanna
Alida E. Knegt Lopes. Refrigeradores como Máquinas Térmicas. Uma proposta de reformulação
do ensino de física para o Ensino Médio. Ano 1998.
36
O jovem Carnot tinha total clareza acerca da importância do estudo da
“potência motriz do fogo” em sua época. No tratado que escreveu sobre o assunto
em 1824, ele apresentou argumentos de natureza social, econômica e política para
destacar tal importância. As primeiras máquinas térmicas construídas e conhecidas
eram tremendamente ineficazes. Esse é o caso, por exemplo, das máquinas
utilizadas para bombeamento de água concebido por Newcomem. Em função de sua
ineficiência, apenas uma pequena fração do calor absorvido pela substância de
operação podia ser convertida em trabalho útil. Mas qual seria, exatamente, a
origem da ineficiência das máquinas térmicas?Afinal, qual o rendimento máximo
permitido a uma máquina térmica, ainda que fosse apenas teórica e impossível de
ser construída com a tecnologia existente na época de Carnot?
Carnot respondeu a essa questão de maneira brilhante e definitiva. Imaginou
uma máquina térmica na qual um gás ideal seria utilizado como o sistema de
operação capaz de absorver calor de uma fonte quente e transformar calor em
trabalho útil. Apesar de teórica, a máquina de Carnot permitiu à ciência alcançar
duas conclusões fundamentais:
“É impossível construir uma máquina térmica que, operando
em ciclos, transforme em trabalho todo calor a ela
fornecido”;
Ou
“É impossível a construção de um dispositivo que, operando
em ciclos, produza como único efeito a transferência de
calor de um corpo frio a um quente”.
Essas duas afirmações são dois enunciados alternativos da segunda lei da
termodinâmica.
3.4.6 Expansões adiabáticas e mudanças de temperatura6
Por definição, uma transformação adiabática é aquela na qual não
ocorre transferência de calor entre determinado sistema e o ambiente que o cerca. A
rigor, as transformações adiabáticas só poderiam ocorrer para sistemas totalmente
6
O texto foi retirado e adaptado da referência: PAULA, Helder de Figueiredo e; PRADO, Johanna
Alida E. Knegt Lopes. Refrigeradores como Máquinas Térmicas. Uma proposta de reformulação
do ensino de física para o Ensino Médio. Ano 1998.
37
isolados como é o caso da garrafa térmica ideal. Alguns processos reais,
transformações sofridas pela substância envolvida acontecem sem uma efetiva troca
de calor com o ambiente que a cerca. Esse é o caso, por exemplo, do líquido a alta
pressão contido no interior de um frasco de desodorante aerossol. Ao pressionarmos
a válvula do aerossol, permitimos que a substância no interior do frasco a alta
pressão empurre o ar atmosférico. Nesse processo, a substância sofre uma rápida
diminuição de temperatura, além de projetar-se na forma de pequenas gotículas
para o espaço exterior ao frasco.
Uma expansão adiabática simples na qual uma substância em expansão
sofre um efeito de diminuição de temperatura semelhante àquele descrito para o
caso do aerossol citado no item anterior, encontra-se ilustrada na figura abaixo. Para
realizar a experiência sugerida na figura, coloque a palma da mão em frente a sua
própria boca. Faça o ar passar por uma pequena abertura feita em seus lábios e
sinta sua temperatura com a palma da mão. Agora, abra mais os lábios e sopre
novamente o ar em direção à palma da mão. Você percebe a diferença na
temperatura do ar ao comparar as duas situações?
Figura 13 – Expansão Adiabática
Fonte: www.físicaevestibular.com.br
Se você possuir um aerossol não tóxico e não poluente poderá fazer uma
exploração adicional. Os aerossóis normalmente contêm CFC’s que agridem a
camada de ozônio e, quando possuem esse componente, devem ser evitados por
uma questão de “consciência ecológica”. Ao dirigir o jato de aerossol contra o fundo
de uma lata de alumínio aberta, podemos sentir o resfriamento tanto da lata de
alumínio quanto da lata de aerossol.
38
3.4.7 Gás de geladeira ainda preocupa o Ministério do Meio Ambiente7
Apesar das indústrias brasileiras não produzirem mais geladeiras, arcondicionado e até mesmo aerossol com CFC (clorofluorcarbono) – gás usado em
refrigeração e que destrói a camada de ozônio, ele ainda exige atenção, porque
ainda está presente nas máquinas produzidas antes de 1999, como geladeiras.
Para evitar a liberação dos gases dessas máquinas, o Ministério do Meio
Ambiente está capacitando técnicos em refrigeração para lidar com as máquinas
velhas. Em parceria com o SENAI, a iniciativa está em teste em São Paulo. No
projeto, os técnicos aprendem a não liberar o gás na atmosfera e levá-lo para uma
central de regeneração, local onde é reciclado e pode ser usado novamente.
“É muito comum criar gelo no congelador e, às vezes, a pessoa vai com uma
faca para tirar o gelo e acaba furando e liberando esse gás. Outra coisa, é que se a
geladeira estragar, tomar cuidado para que o técnico que vai consertar seja muito
cuidadoso para não liberar sem necessidade esse gás. Estamos treinando os
refrigeristas para que eles evitem ao máximo liberar esse gás”, afirmou o diretor de
qualidade ambiental do ministério, Rui de Góis, em entrevista à Rádio Nacional da
Amazônia.
Solto na atmosfera, o CFC provoca buracos na camada de ozônio –
responsável por impedir a entrada dos raios ultravioleta do sol na Terra. A exposição
excessiva a esses raios pode causar câncer de pele, glaucoma, e afeta diversos
animais e plantas.
Segundo Góis, a ideia é capacitar 35 mil profissionais nos próximos anos. Ele
informou que o ministério está também buscando soluções para quem vive em
comunidades onde não existem técnicos em refrigeração. “Quem tem uma geladeira
num lugar que não tem centro de manutenção próximo, é muito difícil ter um
mecânico que vá até lá, traga um cilindro para carregar o gás e injetar o gás novo
dentro da geladeira”, explicou o diretor.
Em 1987, diversos países, por meio do Tratado de Montreal, firmaram o
compromisso de substituir os gases CFC pelo HFC (hidrofluorcarbono), que não
agridem a camada de ozônio.
7
O texto foi retirado e adaptado da referência: Jornal Ambiente Brasil: <noticias.
ambientebrasil.com. br/?p=18347>>. Acesso em 15abril de 2013.
39
REFERÊNCIAS
A geladeira. Banco Internacional de Objetos Educacionais. Disponível
em<http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/handle/mec/17467>. Acesso em 28 fev.
2013.
DELIZOICOV; Demétrio; ANGOTTI, José A. Física. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2003.
GÁS da geladeira ainda preocupa o Ministério do Meio Ambiente. Ambiente Brasil.
Disponível em http://noticias.ambientebrasil.com.br/clipping/2005/03/13/ 18347-gasde-geladeira-ainda-preocupa-o-ministerio-do-meio-ambiente.html. Acesso em 15 abr.
2013.
HOSOUME, Yassuko; MENEZES, Luís Carlos de (Coord.). GREF: GRUPO DE
REELABORAÇÃO DO ENSINO DA FÍSICA. Física Térmica. São Paulo: EDUSP,
1998.
HOSOUME, Yassuko; MENEZES, Luís Carlos de (Coord.). GREF: GRUPO DE
REELABORAÇÃO DO ENSINO DA FÍSICA. Física Térmica. São Paulo: EDUSP,
2005.
MÁQUINAS térmicas, 03 mar.2009. Disponível em:
<http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/index.aspx?ID_OBJETO=103119&tipo=
ob&cp=780031&cb=&n1=&n2=Roteiros%20de%20Atividades&n3=Ensino%20M%C3
%A9dio&n4=F%C3%ADsica&b=s> .Acesso em 28 fev. 2013.
MINAS GERAIS. Secretaria de Estado da Educação. Proposta curricular de física do
ensino médio (CBC). Belo Horizonte: 2007. Disponível em: <http://crv.educacao.
mg.gov.br/SISTEMA_CRV/banco_objetos_crv/E991B45A2C3C46CBADE0306C700
EC80C712013152742_READEQUA%C3%87%C3%83O%20DO%20CBC%20DE%2
0F%C3%8DSICA%20%282%29. Pdf>. Acesso em 28 fev. 2013.
PAULA, Helder de F.; ALIDA, Johanna. Refrigeradores Como Máquinas Térmicas.
Projeto de reformulação curricular e de capacitação de professores do ensino médio
da rede estadual de Minas Gerais, 1998.
UMA síntese do funcionamento de um refrigerador doméstico. GEF-UFSM.
Disponível em: <www.ufsm.br/gef/textos/refrigerador.pdf>. Acesso em 15 de Abr.
2013.
Download