13 FACULDADE ASSIS GURGACZ - FAG SAULO JANUÁRIO PEREIRA ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NA AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DE ALUNOS QUE INGRESSAM NAS ACADEMIAS DE GINÁSTICA E MUSCULAÇÃO COM PATOLOGIAS MÚSCULOESQUELÉTICAS. CASCAVEL 14 2005 SAULO JANUÁRIO PEREIRA ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NA AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DE ALUNOS QUE INGRESSAM NAS ACADEMIAS DE GINÁSTICA E MUSCULAÇÃO COM PATOLOGIAS MÚSCULOESQUELÉTICAS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Fisioterapia, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia da Faculdade Assis Gurgacz - FAG. Orientador:Prof.Esp.Mário J. Rezende. 15 Cascavel 2005 SAULO JANUÁRIO PEREIRA ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NA AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DE ALUNOS QUE INGRESSAM NAS ACADEMIAS DE GINÁSTICA E MUSCULAÇÃO COM PATOLOGIAS MÚSCULOESQUELÉTICAS Trabalho apresentado à Banca Avaliadora como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia da Faculdade Assis Gurgacz – Fag de Cascavel. BANCA AVALIADORA _________________________________ Orientador: Prof. Esp. Mario José de Rezende __________________________________ Prof. Esp.Rodrigo Jucá __________________________________ Prof. Esp.Alexandre Badke 16 A Deus e a minha mãe Maria (in memoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À minha família, pois, contribuíram para a realização deste trabalho. A minha namorada Marcela, que amo e muito me apoiou Aos professores, que demonstraram conhecimento ao longo do curso. muito Ao orientador, pela sabedoria na orientação e por sua amizade dispensada. E a minha filha Sara, que com seu amor me manteve sempre motivado em busca da formação. 17 AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus por tudo que sou e tenho. Sua presença durante esta caminhada acadêmica. Aos meus familiares aos verdadeiros amigos, ao apoio de todos conhecidos. Aos alunos da academia que sempre me admiraram na busca desta formação. Aos meus colegas de estágio(Bruno,Silmara,Danielle,Cristiane e Hudimara), que neste um ano e meio de convivência, compartilhamos momentos inesquecíveis. A minha namorada Marcela, que nos momentos difíceis os quais enfrentei, esteve sempre presente como uma parceira e companheira de todas as horas. Ao meu orientador Professor Mario Rezende por ter acreditado na realização deste trabalho e por sua dedicação e paciência. Em especial a minha Mãe Maria do Carmo Pereira, que mesmo longe, junto aos anjos esteve presente em meus pensamentos, de onde retirei energia para enfrentar esta jornada. 18 “Em contrapartida, solicitamos dos homens, sobretudo em se tratando de uma tão grandiosa restauração do saber e da ciência, que todo aquele que se dispuser a formar ou emitir opiniões a respeito do nosso trabalho , quer partindo de seus próprios recursos, da turba de autoridades, quer por meio de demonstrações (que adquiriram agora a força das leis civis), não se disponha a fazê-lo de passagem e de maneira leviana. Mas que, antes, se inteire bem do nosso tema; a seguir, procure acompanhar tudo o que descrevemos e tudo a que recorremos; procure habituar-se à complexidade das coisas, tal como é revelada pela experiência; procure, enfim, eliminar, com serenidade e paciência, os hábitos pervertidos, já profundamente arraigados na mente. Aí então, tendo começado o pleno domínio de si mesmo, 19 querendo, procure fazer uso de seu próprio juízo.” (BACON, 1979, p.9) 20 RESUMO Em academias de musculação e ginástica, os alunos frequentemente referem dor, tanto antes quanto após a atividade física. Sendo agravada pelo exercício físico. Dores oriundas de patologias pré-existentes ou não, sendo necessário o uso de medicamentos para conte-las; da mesma forma as inflamações ou até a interrupção prematura da atividade física. Para minimizar o número destes casos presentes nas academias, o presente trabalho propõe o atendimento de saúde interdisciplinar, nas academias, pois com diferentes profissionais trabalhando juntos é possível obter um atendimento de alta qualidade e funcionalidade aos praticantes portadores de algum tipo de patologia musculoesquelética. Esta é uma pesquisa exploratória e bibliográfica, que utilizou como instrumento de coleta de dados, um questionário estruturado, aplicado através de entrevista individual. A pesquisa abordou situações simples, mas de desconhecimento dos praticantes de exercícios bem como do educador físico. Com os resultados obtidos, observou-se a necessidade da união do fisioterapeuta e educador físico no ambiente de academias. Os principais resultados da investigação identificam que, grande parte dos praticantes dos exercícios não possui muitas informações a respeito dos diversos fatores pesquisados, assumindo a sua posição de indivíduos não conscientes da fragilidade do corpo humano. Demonstra também, a necessidade da produção e da incorporação interdisciplinar dos profissionais de área no processo de desenvolvimento das atividades físicas, para minimizar os problemas ocasionados aos praticantes. Os resultados obtidos confirmam a necessidade desta conciliação e o desejo dos profissionais e dos freqüentadores. Palavras-Chaves: fisioterapeuta, academia,patologias, educador físico. \ 21 ABSTRACT In academies of bodybuilding and gymnastics, the trainees usually refer to pain, both before and after the physical activity, being the later increasead by the physical exercise. To pain resulting from pre-existent pathologies or not, is necessary the using of medicines to contain them in the same way as inflammations or even the premature interruption of physical activity. To minimize the number of cases this work suggests the interdisciplinary health care, in the academies, because with several professional working together, is possible to obtain a high quality attendment and funcionality to the trainees that have some kind of mucleskeletal pathology. This is a exploratory and bibliografical research, that used as data colecting tool, an estructured quiz, applied through individual interview. The research will abord simple situations, which are unknown to the trainees as well to the trainer. With the result of the collected data, were observed the need to the union of physiotherapist and trainer in the academic environment. The main results of the investigation identify that, the greatest part of trainees don´t have much information regarding to the several appointed factors, expressing an opinion that makes sure the lack of knowledge about the matter, assuming the position of non conscient individuals about the fragility of the human body. Appoints, also the necessity o production and interdisciplinar incorporation of the professionals of area in the production and development of physical activities, to minimize the incrising of problems produced to the trainees. The obtained results make sure the necessity of this conciliation and confirm the desire of professionals and attenders, situation that is a reality in other countries. Keywords:Physiotherapist,Academy,Pathologies,Trainers 22 LISTA DE ILUSTRÇÕES Ilustração 01 - Teste Tendinite Supra-espinhoso ……………………….......................29 Ilustração 02- Teste de Coçar de Apley .........................................................................30 Ilustração 03 - Teste de Apertar o Botão ....................................................................... 31 Ilustração 04 - Teste de Dawbarn ................................................................................. 31 Ilustração 05 - Teste de Dawbarn ................................................................................. 31 Ilustração 06 - Teste de Cozen .......................................................................................32 Ilustração 07 - Teste de Cozen ...................................................................................... 32 Ilustração 08 - Sinal de Tínel ........................................................................................ 33 Ilustração 09 - Triagem da Escoliose (Posição de Adam) ............................................. 34 Ilustração 10 - Teste de Instabilidade Segmentar .......................................................... 35 Ilustração 11 - Teste de Instabilidade Segmentar .......................................................... 35 Ilustração 12 - Teste do Piriforme ................................................................................. 36 Ilustração 13 - Teste de Laségue ................................................................................... 37 Ilustração 14 - Teste de Laségue ................................................................................... 37 Ilustração 15 - Teste do Balanço Pélvico ...................................................................... 38 Ilustração 16 - Teste do Flamingo ................................................................................. 40 Ilustração 17 - Teste do Flamingo ................................................................................. 40 Tabela 3.1 - Escala de dor de Magee ............................................................................ 50 Tabela 5.1- Resumo Das Patologais Encontradas dos Procedimentos e Resultados Obtidos Após Analise dos Dados............................................................... 74 Tabela 5.2 – Resultados do Exame Físico ..................................................................... 76 Tabela 5.3- Cuidados Basicos Ao Prescrever Exercicios Físicos Aos Futuros Alunos Portadores De Patologias Musculoesqueléticas ......................................... 78 Gráfico 1- Modalidades em porcentagem mais procuradas nas academias ................. 69 Gráfico 2- Objetivos mais almejados com a pratica de atividades em academias em porcentagem (ambos os sexos) .....................................................................70 23 Gráfico 3-Porcentagem de pesquisados quanto a pratica de outra atividade física fora das academias ............................................................................................... 70 Gráfico 4- Porcentagem de pesquisados que somente apresentam uma só patologia ..71 Gráfico 5- Porcentagem de pesquisados que procurarão o médico com relação a patologia apresentada .................................................................................. 71 Gráfico 6 – Porcentagem de pesquisados que apresentaram agnóstico médico e/ou exames complementares ............................................................................ 72 Gráfico 7-Porcentagem de pesquisados que já apresentavam a patologia antes da prática de atividade física nas academias ..................................................... 72 Gráfico 8-Porcentagem de pesquisados que estão realisando ou ja realizarão algum tipo de atendimento Fisioterapêutico ............................................................ 73 Gráfico 9 - Porcentagem de pesquisados que sentem dor relacionada a patologia pré-existente,segundo escala de dor de MAGEE(2005)............................. 73 Gráfico 10- Porcentagem de pesquisados que sofrem de alguma limitação na realizaçãode alguma atividade ................................................................... 74 24 LISTA DE ABREVIATURAS ADM Amplitude de Movimento MMII Membros Inferiores MMSS Membros Superiores IMC Índice de Massa Corporal D Direita E Esquerda 25 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 13 1 FUNDAMENTACO TEORICA .............................................................................. 15 1.1 Músculo.................................................................................................................... 15 1.1.1 Sistema Esquelético .............................................................................................. 15 1.1.2. Cartilagem ........................................................................................................... 16 1.1.3 Ligamentos ........................................................................................................... 17 1.1.4 Músculo Esquelético: Estrutura e Função ............................................................ 19 1.1.5 Tendões ................................................................................................................. 21 1.1.6 Sinóvia e Bursas ................................................................................................... 23 1.1.7 Fáscias .................................................................................................................. 24 1.1.8 Articulações ...........................................................................................................25 1.1.9 Avaliação Músculoesquelética ............................................................................. 26 1.1.10 Testes Ortopédicos ............................................................................................. 28 1.1.11 Diagnóstico por Imagem .....................................................................................40 1.2 Atividade Física e Saúde ........................................................................................ 40 1.2.1 Benefícios da atividade física ................................................................................43 1.2.2 Musculação ...........................................................................................................44 1.2.3 Ginástica ............................................................................................................. 47 1.2.4 Treinamento Físico versus Especificidade ......................................................... 48 1.2.5 Exercício que Reabilitam .......................................................................................46 1.3 Patologias do Sistema Musculoesquelético ...........................................................49 1.3.1 Dor ........................................................................................................................ 49 26 1.3.2 Dados da Organização Mundial da Saúde ............................................................ 50 1.3.3 Problemas músculoesqueléticos ........................................................................... 51 1.3.4 Algumas patologias musculoesqueléticas ........................................................... 52 1.3.5 Distúrbios Metabólicos e Endócrinos ................................................................... 61 4 METODOLOGIA ..................................................................................................... 67 5 RESULTADOS ......................................................................................................... 69 6 DISCUSSÃO ............................................................................................................. 80 7 CONCLUSAO ........................................................................................................... 83 8 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................... 85 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ............................................................................ 87 APENDICE 1 – QUESTIONARIO DA PESQUISA ................................................ 88 APENDICE 2 – TERMO DE CONSENTIMENTO ................................................. 90 APÊNDICE 3 – ÀS ACADEMIDAS .......................................................................... 91 APENDICE 4 – FICHA DE AVALIACAO FISIOTERAPÊUTICA ..................... 92 27 28 INTRODUÇÃO Sempre que alguém sente dores na coluna, torce o tornozelo ou tem problemas no joelho, rapidamente lembra-se do fisioterapeuta. A função deste profissional, no entanto, vai muito além desses problemas cotidianos. O movimento humano e suas disfunções são os objetos de estudo da Fisioterapia. O profissional que atua na área da reabilitação física dos indivíduos garante-lhes qualidade de vida e re-inserção social. Na busca pela reabilitação dos pacientes, o fisioterapeuta utiliza de vários recursos tais como: exercícios (cinesioterapia), eletrotermofototerapia e massagens (massoterapia). No Brasil, à algum tempo, as atividades físicas em academias vêm aumentando de forma surpreendente colocando o país em 4º lugar em número de academias e 3º lugar em número de praticantes. Segundo MOURA, (2002), a crescente busca dos estudiosos em aprofundar conhecimentos nessa área e esclarecer questões polêmicas deve-se em parte a incessantes buscas pela prática de academias. Entre as modalidades mais procuradas atualmente temos a musculação e a ginástica. Com isso, aqueles que optam por esta forma de exercício físico esperam, e devem receber uma orientação adequada por parte dos profissionais que atuam na área. Alguns autores (MOURA, 2002), concordam que os objetivos desejados pelos alunos levam a procura destas modalidades. Existem os que optam pela modalidade com fins estéticos, com finalidade de melhorar a estética corporal, bem como há indivíduos que buscam uma melhora na qualidade de vida. Entretanto, para que os objetivos dos indivíduos praticantes sejam alcançados de maneira segura e eficaz, principalmente os que já são portadores de alguma patologia musculoesquelética, alguns aspectos devem ser levados em consideração. Estes 29 alunos já possuem uma patologia pré-existente e se esta não tiver um diagnóstico correto, seguindo um plano de treinamento que envolva avaliação e controle fisioterapeuticos, podem ser agravadas pela prática indiscriminada de exercícios inadequados para aquele paciente levando até a uma piora do quadro. Sendo assim com intuito de aprimorar o atendimento aos alunos, esta pesquisa vem de encontro às novas propostas de atendimento de saúde interdisciplinar, tentando unir fisioterapeuta e educador físico. Estes diferentes profissionais, trabalhando juntos poderão alcançar um atendimento de alta qualidade e funcionalidade no ambiente das academias. Situação de desejo dos profissionais e dos freqüentadores, já realidade em outros países. No entanto, com o crescimento do número de praticantes de academia no país e a fisioterapia se expandindo por várias áreas, são necessárias pesquisas para demonstrar através de dados científicos o quanto é importante e necessário esta união. Com finalidade de contribuir no campo da pesquisa, este trabalho apresenta dados que fundamentam e acrescentam informações a outros estudos da área. 30 1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 1.1 Músculo 1.1.1 Sistema Esquelético O sistema esquelético é tão essencial à vida, quanto qualquer outro sistema orgânico, pois desempenha um papel imprescindível na homeostase mineral, abriga os elementos hematopoiéticos, oferece sustentação mecânica aos movimentos e protege e determina os atributos do tamanho e forma corporais. O sistema esquelético é composto de 206 ossos que variam em tamanho e forma (tubular, plano, cubóide), e esta diversidade é um exemplo de como a forma reflete a função. Os ossos são interconectados por uma variedade de articulações que permitem uma extensa gama de movimento e, ao mesmo tempo, garantem a estabilidade (APPLEY, 2002 ). O osso é um tipo de tecido conjuntivo, sendo singular porque é um dos poucos tecidos que normalmente se mineralizam. Bioquimicamente, é definido por uma mistura especial de matriz orgânica (35%) e elementos inorgânicos (65%). O componente inorgânico, hidroxiapatita de cálcio, é o mineral que confere força e resistência aos ossos, sendo o armazém de 99% do cálcio corporal, 85% do fósforo corporal e 65% do sódio e magnésio corporais (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 1999). Para Appley (2002), o processo envolve o desencadeamento e a indução de mineralização pela matriz orgânica e é estreitamente regulado por numerosos fatores, muitos dos quais ainda desconhecidos. A taxa de mineralização varia, mas normalmente a um tempo de retardo de 12 a 15 dias entre a formação da matriz e sua mineralização. Segundo o mesmo autor o osso que não está mineralizado é conhecido como osteóide. 31 1.1.2. Cartilagem A cartilagem é um tecido conjuntivo com jeito de células (condroblastos e condrócitos) que produz uma matriz extracelular de proteoglicanos e de fibras colágenas com um alto teor hídrico. A resistência tênsil da cartilagem é fornecida pelo componente colágeno. Sua resistência à compressão é dada pela capacidade do proteoglicano em atrair e manter a água. Os tipos de cartilagem incluem a cartilagem articular ou hialina; a fibrocartilagem, que existe nos locais de inserção de ligamentos, nos tendões e nos ossos; a cartilagem fibroelástica, encontrada nos meniscos e nos discos intervertebrais; e a cartilagem da placa de crescimento, localizada na epífise de ossos imaturos (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 1999). Com o passar da idade, a cartilagem tende a decrescer no seu conteúdo hídrico e a aumentar as ligações cruzadas entre as moléculas de colágeno. O resultado é que o tecido cartilaginoso se torna mais quebradiço, menos maleável e menos capaz de resistir a cargas tênseis, torsionais e compressivas. Assim, a cartilagem torna-se mais vulnerável á lesões com a idade. (FRONTERA et al, 2001). Para o mesmo autor acima citado, a cartilagem articular reveste os espaços nas articulações sinoviais. Está ligada ao osso subjacente por uma interdigitação complexa, análoga à de um quebra-cabeça. A regeneração dessas cartilagem são bastante lenta e inconsistente em termos de restauração da integridade articular. Pode ser substituída por uma fibrocartilagem menos eficiente mecanicamente após a ocorrência de lesões. Não há vasos sanguíneos dentro da cartilagem articular, e a nutrição está somente na dependência da carga e descarga da articulação, o que permite que nutrientes hidrossolúveis e produtos eliminados entrem e saiam da matriz cartilaginosa por uma camada de superfícies porosa. 32 A cartilagem fibroelástica do disco intervertebral permite um movimento mínimo entre as vértebras adjacentes, ao mesmo tempo em que provê absorção a choques. Por causa da orientação das fibras, elas são mais vulneráveis a flexão e a forças rotacionais. A cartilagem fibroelástica está também presente nos meniscos do joelho. Nesse caso, ela funciona não apenas para absorver choques, mas também para aumentar a área de superfície articular funcional, proporcionando, assim, estabilidade extra. Por causa de seu conteúdo de elastina, a cartilagem fibroelástica é resistente e capaz de retornar ao seu formato anterior após uma deformação, afirma FRONTERA et al (2001). 1.1.3 Ligamentos O autor Appley (2002) afirma que os ligamentos são os estabilizadores estáticos das articulações que conectam ossos á ossos. Os ligamentos e as outras estruturas capsulares da articulação são feitos de tecido conjuntivo denso e organizado. Os ligamentos contêm colágeno e uma quantidade variável de elastina. O colágeno fornece força tênsil aos ligamentos e a elastina provê elasticidade. As fibras de colágeno estão arranjadas mais ou menos paralelas às forças contra as quais o ligamento deve resistir. A maioria dos ligamentos e dos tecidos capsulares penetra no osso como uma progressão a partir de fibras colágenas para fibrocartilagem, desta para a cartilagem calcificada e, então, finalmente para o osso. Ainda segundo Appley et al (2002) alguns ligamentos (e tendões) prendem-se primeiro ao periósteo, que então se liga ao osso. O local de falência do ligamento é uma 33 função da carga que ela experimenta. Os ligamentos resistem mais a uma carga lenta do que a uma rápida. Assim, a carga rápida pode produzir uma lesão intraligamentar, enquanto um padrão de carga mais lenta criará lesões no nível ou perto da interface osso-ligamento. Para Herbert & Xavier (2003), a elastina é uma proteína que permite a ocorrência de recuo elástico em um tecido. Alguns ligamentos, como o ligamento cruzado do joelho, contêm pouca elastina. Outros ligamentos, como o ligamento amarelo da coluna, contêm grandes quantidades de elastina. Pelo fato de conter mais colágeno que elastina, o ligamento cruzado pode resistir a cargas tênseis com pouco alongamento. Dessa forma, o ligamento cruzado anterior serve bem ao joelho como uma estrutura de estabilização. Por outro lado, o ligamento amarelo da coluna, sendo composto principalmente de elastina e com pouco colágeno, pode ser bastante estirado antes de romper, mas pode resistir somente a cargas tensionadas bastante fracas. Ainda segundo o mesmo autor os ligamentos funcionam para limitar o movimento articular e para guiar os ossos ao se moverem. Em geral apresentam uma estrutura interna dupla, de forma que podem estabilizar a articulação em ambos os extremos do movimento. Os ligamentos são mais frouxos na porção média do movimento articular. Para Appley (2002), os ligamentos têm pouca vascularização, assim cicatrizam precariamente. Entretanto, eles apresentam inervação, que pode ser útil para quantificar a gravidade de uma dada lesão ligamentar. Quando a integridade estrutural de um ligamento estiver comprometida por completo (entorse grau III), relativamente pouca dor é produzida ao se tentar estirar o ligamento machucado de forma passiva. Isso ocorre porque nenhuma carga tensional pode ser criada por meio de um ligamento completamente rompido. Entretanto, em uma ruptura parcial menos grave (entorse grau I), uma dor “severa” e intensa será produzida quando a tensão for aplicada através da estrutura lesada. Ainda segundo o mesmo autor esse padrão doloroso paradoxal (menos dor é igual a uma entorse mais grave) pode ser um indício 34 diagnóstico significativo, obtido durante o exame físico de um ligamento recentemente lesado. Isso também tem uma importância decisiva na definição do prognóstico do paciente e na determinação de um plano de tratamento. 1.1.4 Músculo Esquelético: Estrutura e Função O movimento humano depende da transformação da energia química do trifosfato de adenosina (ATP) em energia mecânica através da contração dos músculos esqueléticos. Segundo Gould III (1993) as forças musculares que agem sobre o sistema de alavancas ósseas do corpo fazem com que um ou mais ossos se movimentem ao redor de seu eixo articular, isso permite a uma pessoa impulsionar um objeto, movimentar o próprio corpo ou realizar essas duas ações simultaneamente. Para Gould III (1993) cada fibra muscular é envolta e separada das fibras vizinhas por delicada camada de tecido conjuntivo que recebe a designação de endomísio. Outra camada de tecido conjuntivo, o perimísio, circunda um feixe de até 150 fibras denominado fascícula. Circundando todo o músculo existe uma fáscia de tecido conjuntivo fibroso conhecida como epimísio. Essa bainha protetora se afunila em sua extremidade distal, ao misturar-se e unir-se às bainhas do tecido intramuscular para formar o denso e resistente tecido conjuntivo dos tendões. Os tendões unem ambas as extremidades do músculo à cobertura mais extrema do esqueleto (o periósteo). Segundo Herbert et al (2003), os tecidos do tendão estão entrelaçados com as fibras colágenas dentro do osso. Isso forma uma poderosa conexão entre o músculo e o osso, cuja 35 separação é extremamente difícil, exceto durante um estresse intenso, quando então pode ser seccionada ou literalmente arrancada do osso. Quando o tendão se fixa na extremidade de um osso longo, este se adapta ampliando essa extremidade a fim de produzir uma união estável. Dependendo do tamanho do osso, esse crescimento excessivo recebe a designação de tubérculo, tuberosidade ou trocanter. A força da contração muscular é transmitida diretamente da couraça de tecido conjuntivo do músculo para os tendões, que por sua vez exercem tração sobre os ossos em seus pontos de inserção. A força exercida nas inserções tendinosas em várias condições de esforço muscular varia de aproximadamente 20 a 50 newtons (195Kg a 487Kg) por cm2 de área em corte transversal. A região na qual o tendão alcança uma parte esquelética relativamente estável é a origem do músculo; o ponto de fixação distal ao osso móvel é a inserção. Por debaixo do endomísio e circundando cada fibra muscular existe o sarcolema. Esta membrana fina e elástica envolve o conteúdo celular da fibra. É formada por uma membrana plasmática (plasmalema) e uma membrana basal. A membrana plasmática é uma estrutura lipídica de duas camadas cuja principal função consiste em conduzir a onda eletroquímica de despolarização sobre a superfície da fibra muscular. Essa membrana possui também a propriedade de isolar uma fibra das outras durante o processo de despolarização. A membrana basal contém proteínas e filamentos de fibrilas colágenas existentes na cobertura externa do tendão. Entre a membrana basal e a membrana plasmática existem células satélites, que desempenham uma importante função no crescimento celular regenerativo e na recuperação após lesão. O protoplasma aquoso da fibra, ou sarcoplasma, contém enzimas, partículas de gordura e de glicogênio, os núcleos (aproximadamente 250 por milímetro de o comprimento da fibra), as mitocôndrias e várias outras organelas especializadas. Dentro do sarcolema fica embutida uma extensa rede longitudinal interligada de canais tubulares e vesículas, 36 conhecidos como o retículo sarcoplásmico. Este sistema altamente especializado confere à célula integridade estrutural e permite a propagação rápida da onda de despolarização da superfície externa da fibra para o meio ambiente interno, a fim de iniciar a contração muscular (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 1999). 1.1.5 Tendões São estruturas intermediárias entre o músculo e o osso, portanto, atuantes no movimento. Segundo JUNQUEIRA & CARNEIRO (1999) o tendão é constituído por fibroblastos e intermediado por fibras colágenas (30%), por fibras elásticas (2%) e o restante por água. São estruturas aparentemente vascularizadas, mas suficientemente nutridas para promover o processo reparativo. Os pontos de rotura são limitados a determinadas zonas do tendão, atribuindo-se à hipovascularização a causa desse fenômeno. O estudo experimental da irrigação intrínseca e extrínseca particular dos tendões tem sido objeto de preocupação. O trajeto dos tendões em túneis, cujo assoalho é ósseo e o teto é constituído de tecido inelástico, como fáscias e os retináculos, podem produzir o “efeito-polia”. Esse efeito, no qual os tendões têm a sua melhor efetividade funcional pode produzir desgaste mecânico pelo atrito. Coincidentemente, é nessas regiões que ocorre a maior incidência de roturas (GOULD III, 1993). Ainda segundo Gould III (1993) o processo de reparação é notável e desenvolve-se à partir de moléculas de colágeno no período de 6 à 14 dias. No início, as fibras são 37 desordenadas e, mais tarde, tornam-se paralelas às solicitações de tração, apresentando também ligações cruzadas entre elas. Fica evidente que a movimentação precoce ajuda no alinhamento das fibras e, dessa forma, melhora mais rapidamente a resistência à tração. Com base nesse conceito, o período de imobilização prolongada deve ser evitado. Os exercícios de treinamento durante a idade ativa de jovens e adultos favorecem as forças de tração e as forças estáticas dos tendões pelo estímulo à síntese de colágeno, ao número e ao tamanho das fibras e à concentração de enzimas metabólicas. Por outro lado, Appley (2002), afirma que a inatividade dos idosos promove a senescência, entendida como um processo fisiológico que inevitavelmente produz alterações degenerativas dos tendões. Embora seja objeto de estudos histoquímicos, não se tem ainda pleno conhecimento desse processo. É provável que a redução de enzimas essenciais na formação do colágeno ocorra com a idade, caracterizando a maior lentidão dos processos reparativos dos tendões. O tecido colágeno torna-se endurecido, as fibras encurtadas, e os tendões friáveis. A capacidade de suportar pesos e a resistência à trações têm o máximo desempenho em torno da terceira década e decrescem com a idade. Durante a ação muscular dos tendões são submetidos a forças de tração e deformação, mas retornam ao seu tamanho original. Essa propriedade viscoelástica faz o tendão suportar forças de tração maiores que as dos músculos, concluindo-se que não há força de contração muscular capaz de romper um tendão normal( FRONTEIRA,2001). O autor acima citado proclama que o fenômeno fisiopatológico em resposta aos esforços de repetição consiste na adaptação da matriz celular a esses estímulos. Uma brusca sobrecarga ou sobrecargas acumulativas podem quebrar o ciclo de resposta adaptativa e ocasionar a microrrotura. A partir daí, ocorre degeneração da estrutura, progredindo para a rotura parcial e, finalmente, secção completa. Gould III (1993) afirma que os fatores constitucionais, ditos intrínsecos, são 38 relacionados com o trajeto anatômico, com a função exercida, com o atrito e com as compressões contra as estruturas adjacentes e com a irrigação peculiar. Os fatores ambientais relacionados às atividades por esforços de repetição, as doenças sistêmicas, o tabagismo, a influência dos hormônios, o tipo sangüineo O e a utilização de antibióticos, como as quinolonas e a ciprofloxacina, têm sido apontados como fatores predisponentes do comprometimento tendíneo. Para Appley (2002), do ponto de vista epidemiológico, cada tendão tem prevalência específica. Dessa forma, é notável a maior incidência de tendinopatias do calcâneo no sexo masculino contrariamente às tendinopatias do tibial posterior, que acomete as mulheres com mais freqüência. Além disso, a patologia degenerativa do tendão tibial anterior é diagnosticada em pacientes do sexo masculino e em idosos, assim como a faixa etária dos 40 aos 50 é a mais suscetível às roturas do tendão do calcâneo. Ainda, considerando-se a incidência equivalente de tendinopatias dos fibulares, são reconhecidas duas etiopatogenias, nas quais a maior incidência em homens se deve ao fator traumático e, nas mulheres, aos processos degenerativos de causas não-traumáticas. As populações de risco são, portanto, as que exercem atividades com alta demanda dos tendões e as faixas etárias avançadas em virtude do envelhecimento (APPLEY, 2002). 1.1.6 Sinóvia e Bursas Segundo Appley (2002) o tecido sinovial fica na parte interna das articulações 39 sinoviais e dos sacos bursais. Tem duas funções: produzir fluídos lubrificantes e fagocitar (remover) fragmentos estranhos. A sinóvia é altamente vascularizada e inervada. Assim, quando traumatizado ou inflamado, o tecido sinovial rapidamente aumenta e produz dor significativa. Segundo Herbert et al (2003), os sacos busais servem para reduzir a fricção. Assim, estão localizados sempre que houver necessidade de movimento em proximidade a estruturas. Por exemplo, a bursa olecraniana fica entre o processo olecraniano da ulna e a pele sobre a parte posterior do cotovelo. A bursa subacromial fica entre o arco acromioclavicular acima e os tendões do manguito rotator por baixo. A inflamação do tecido sinovial ou da bursa por trauma, por processos inflamatórios ou por materiais estranhos é denominada sinovite ou bursite. 1.1.7 Fáscias Segundo Herbert et al (2003), existem três tipos de tecidos fasciais: superficial, profundo e subseroso. A fáscia é composta de tecido conjuntivo frouxo a denso. A superficial está sobre a pele. A fáscia profunda esta sob a superficial e também envolve a cabeça, tronco e membros. A subserosa envolve órgãos no tórax, no abdome e na pelve. A fáscia superficial contém gordura, vasos sanguíneos e nervos. É de consistência frouxa e muito fina e está inserida na superfície inferior da pele. Ainda segundo o mesmo autor a fáscia profunda é densa e resistente e apresenta duas camadas. Envolve regiões do corpo e divide-se para 40 envolver músculos superficiais como o sartório e o tensor da fáscia lata. O periósteo, o perimísio e o pericôndrio são todos elementos da camada mais profunda da fáscia profunda, a qual serve para interconectar diferentes grupos musculares. Sendo contínua, pode prover tensão em um local distante quando tracionada por músculo em contração. Alguns músculos originam-se da fáscia, uma pressão anormalmente alta dentro de um compartimento fascial pode comprometer a função dos nervos e dos vasos sanguíneos que atravessam esse compartimento. Isso pode resultar em sério comprometimento dos tecidos supridos por esses nervos e vasos. A fáscia pode, como outros tecidos, experimentar uma reação inflamatória, a fasceíte. Essa condição pode ser acompanhada por desconforto moderado ou mesmo grave e por tecido cicatricial. A fibrose pode levar à rigidez e à restrição de movimentos. 1.1.8 Articulações As articulações são construídas para propiciar movimentos e sustentação mecânica. Sua anatomia está diretamente relacionada à sua função, e elas são classificadas em sólidas (não-sinoviais) e cavitárias (sinoviais). As articulações sólidas, conhecidas como sinartroses, proporcionam integridade estrutural e permitem movimentos mínimos. Não possuem espaço articular e são agrupadas segundo o tipo de tecido conjuntivo (tecido fibroso ou cartilagem) que une as extremidades dos ossos; as sinartroses fibrosas incluem as suturas cranianas e as junções entre as raízes dos dentes e o osso mandibular; as sinartroses cartilaginosas (sincondroses) são representadas pelas sínfises (manubrioesternal e púbica). As articulações sinoviais, em contraste, possuem um espaço articular que possibilita uma grande amplitude de 41 movimentos. Situadas entre as extremidades de ossos formados por ossificação endocondral, elas são fortalecidas por uma densa cápsula fibrosa reforçada por ligamentos e músculos. O limite do espaço articular é formado pela membrana sinovial, que está firmemente ancorada à cápsula subjacente. Seu contorno é liso, exceto próximo à inserção óssea, onde exibe numerosas pregas vilosas. O revestimento superficial de células cubóides ou sinoviócitos é disposto em uma a quatro camadas celulares. Essas células não estão presentes sobre as faces articulares (HEBERT et al 2003). 1.1.9 Avaliação Músculoesquelética Segundo o autor Magee (2002), para a avaliação de um indivíduo, é importante realizar um exame sistemático apropriado e minucioso. Um diagnóstico correto depende de um conhecimento de anatomia funcional, um histórico preciso do paciente, observação diligente e um exame detalhado. Segundo, Cipriano (1999), para avaliar com precisão as condições ortopédicas, relacionadas a ortopedia,o avaliador deve possuir uma compreensão completa dos princípios básicos e biomecânicos, para se compreender a relação entre a estrutura e função e o papel que ela desempenha na avaliação das disfunções ortopédicas, o avaliador deve também estar familiarizado com as variações anatômicas e biomecânicas que podem ser normais para um individuo em particular. Para Foss e Ketyan (1998), a extensão de qualquer avaliação física depende em parte da intensidade do programa pretendido e do estado de saúde da pessoa que está sendo 42 aconselhada Ainda segundo os mesmos autores, antes de se prescrever um programa de exercícios ,deve se considerar no mínimo, se pessoa que esteja sendo aconselhada esteja recebendo algum tipo de triagem ou avaliação médica antes de engajar-se nesse exercício. Roteiro para avaliação segundo SALTER (1999): Anamnese: com o fim de obter uma história completa e exata, você deve escutar com discernimento e perguntar com inteligência. Ademais, deve adotar certas atitudes mentais com relação ao seu paciente. Elas devem incluir um interesse sincero e caloroso por ele, como um ser humano amigo, além de compaixão, compreensão, paciência e tato. Queixa principal: é um sintoma central ou grupo de sintomas mais importantes que leva o paciente a buscar em você ajuda e conselho. As queixas mais relacionadas ao sistema musculoesquelético são: dor, diminuição da função e aspecto físico. História da moléstia atual História moléstia pregressa: é importante obter-se o histórico dos antecedentes patológicos, lesões traumáticas prévias e tratamentos anteriores relacionados, incluindo operações. Seu paciente pode ter tendência a atribuir sintomas ou sinais presentes a um incidente específico, tal como uma doença, trauma ou tratamento prévios, considerando que você poderá verificar que, e fato, o incidente serviu meramente para voltar a atenção do paciente para processos preexistentes e que não eram reconhecidos. Exame físico:Sinais vitais; pressão arterial, pulso, freqüência cardíaca, freqüência respiratória, temperatura. a) Inspeção Geral: pele e fâneros b) Palpação: observa-se a temperatura da pele, pulso, dor provocada, natureza das 43 tumefações, características da excrescência ou massa, massa muscular, relações anormais das superfícies articulares. c) Avaliação da mobilidade articular: avaliar o movimento ativo e passivo, a amplitude anormal de um movimento articular, tanto ativo quanto passivo, deve ser registrada. d) Ausculta: Sons precedentes de ossos, articulações ou na ação muscular. e) Sistema músculo-esquelético: fácies atípica, postura atípica, também avaliamos a presença de contraturas ou encurtamentos musculares por meio de variadas manobras propedêuticas,amplitude de movimentos articulares dos vários segmentos do corpo, ativa ou passiva, força muscular grau 3 é um nível considerado mínimo para a função da amplitude de movimento avaliado. f) Reflexos osteotendíneos: Biciptal, patelar, aquileu, através da percussão com o martelo; g) Exame neurológico: avaliação do sistema motor, do sistema sensorial, dos reflexos (tendinosos e plantar) e do tônus do esfíncter retal. h) Diagnóstico por imagem: radiologia diagnóstica convencional e outras modalidades de obtenção de imagens em seção cruzada como a ultra-sonografia, a tomografia computadorizada, ressonância magnética... 1.1.10 Testes Ortopédicos Seguem-se os testes ortopédicos, segundo CIPRIANO (2005). A) TESTE PARA SUPRA ESPINHOSO: 44 TESTE TENDINITE SUPRA ESPINHOSO: Procedimento: com o paciente sentado, instruí-lo para abduzir o braço a 90º como braço entre abdução e flexão para a frente. Instruir o paciente para abduzir o braço contra resistência (Ilustração 1). Fundamentar: resistir à abdução de ombro tensiona principalmente o músculo deltóide e o músculo e tendão supra-espinhoso. Dor na inserção do tendão supra-espinhoso pode ser indicadora de tendinite degenerativa do tendão supra-espinhoso ou de um músculo deltóide distendido. Ilustração 1 – Teste Tendinite Supra-espinhoso Fonte: CIPRIANO, 2005 TESTE DE COÇAR DE APLEY Procedimento: com o paciente sentado, instruí-lo para colocar a mão no lado do ombro afetado atrás da cabeça e trocar no ângulo superior da escápula oposta. A seguir instruir o paciente para colocar a mão atrás das costas e tentar tocar no ângulo inferior da escápula 45 oposta (Ilustração 2). Fundamento: ao tentar ativamente tocar na área superior e inferior da escápula oposta, está sendo posta tensão nos tendões do manguito rotador. Exacerbação da dor paciente indica tendinite degenerativa de um dos tendões do manguito rotador, usualmente o tendão supraespinhoso. Ilustração 2 – Teste de Coçar de Apley Fonte: CIPRIANO, 2005 B) TESTES ORTOPÉDICOS PARA BURSITE: TESTE DE APERTAR BOTÃO: Procedimento: Com o paciente sentado, aplicar pressão à bolsa subacromial Fundamento: Dor localizada é sugestiva de inflamação da bolsa subacromial, ou bursite. 46 Ilustração 3 – Teste de Apertar o Botão Fonte: CIPRIANO, 2005 TESTE DE DAWBARN Procedimento: Com o paciente sentado, aplicar pressão imediatamente abaixo do processo do acrômio no lado que está sendo testado. Observar se há dor espontânea ou à palpação. A seguir, abduzir o braço do paciente além de 90º com pressão ainda aplicada no ponto abaixo do acrômio (ilustrações 4 e 5). Fundamento: o ponto abaixo do acrômio é a porção palpável da bolsa ou bursite. Quando o braço for abduzido, o músculo deltóide cobrirá aquela área abaixo do acrômio. Ao cobrir essa área, a pressão sobre a bolsa diminuirá, consequentemente diminuindo a dor à palpação se inflamação da bolsa estiver presente. Uma diminuição na dor à palpação naquele ponto é indicadora de bursite subacromial. 47 Ilustrações 4 e 5- Teste de Dawbarn Fonte: CIPRIANO, 2005 C) TESTES ORTOPÉDICOS COTOVELO TENISTA TESTE DE COZEM Procedimento: com o paciente sentado, estabilizar o antebraço. Instruir o paciente para fechar o punho e estende-lo. A seguir, forçar o punho estendido para flexão contra resistência (ilustrações 6 e 7 ). Fundamento: os tendões que estendem o punho são fixados no epicôndilo lateral. Eles são o extensor radial curto do carpo, o extensor dos dedos, o extensor do dedo mínimo e o extensor ulnar do carpo. Se o próprio côndilo ou tendões extensores comuns que se fixam nele estiverem inflamados, então, ao forçar o punho estendido para flexão, a irritação do epicôndilo lateral e seus tendões inseridos é reproduzida. Se for provocada dor no epicôndilo lateral, deve-se suspeitar da sua inflamação (epicondilite). 48 Ilustrações 6 e 7 – Teste de Cozen Fonte: CIPRIANO, 2005 SINAL DE TÍNEL Procedimento: com o paciente sentado, percutir local desejado (ilustração 8 ) Fundamento: este teste é destinado a provocar dor, causada por uma neurite ou neuroma . A sua presença é indicadora de um teste positivo. O tendões podem ser lesado de uma das seguintes maneiras: uso excessivo ou lesões ou traumas repetitivos do cotovelo. Ilustração 8 – Sinal de Tínel Fonte: CIPRIANO, 2005 49 D) TRIAGEM DA ESCOLIOSE ( Cripiano, 2005). POSIÇÃO DE ADAM Procedimento: Com o paciente em pé, ficar diretamente atrás dele e inspecionar e palpar a extensão completa da espinha, procurando escoliose, cifose ou cifoscoliose. A seguir, instruí-lo para flexionar para a frente nos quadris. Novamente, inspecionar e palpar quanto a escoliose, cifose ou cifoscoliose (ilustração 9). Funcionamento: Se escoliose, cifose ou cifoescoliose estiverem presentes na posição em pé e o ângulo reduzir-se com a flexão para a frente, a escoliose é uma adaptação funcional da coluna e de estruturas de tecidos moles circunvizinhas. Ela pode ser causada por má postura, excessivo desenvolvimento unilateral da musculatura espinhal e/ou de uma extremidade superior, comprometimento de raízes nervosas, deficiência de comprimento de pernas ou contratura do quadril. Este tipo de escoliose usualmente é brando a moderado, medindo menos de 25º. Se escoliose, cifose ou cifoescoliose estiverem presentes na posição em pé e o ângulo não se reduzir com a flexão para a frente, então é suspeitada uma deformidade estrutural, tal como hemivértebra, fratura de compressão de um corpo vertebral ou escoliose idiopática. 50 Ilustração 9-Triagem da Escoliose (Posição de Adam) Fonte: CIPRIANO, 2005 E) TESTE DE DISFUNÇÃO LOMBARES: TESTE DE INSTABILIDADE SEGMENTAR Procedimento: por o paciente na posição de pronação com as pernas para fora da mesa de exame e os pés repousando sobre o solo. Aplicar pressão para baixo na coluna lombar. A seguir, instruir o paciente para levantar as pernas o solo, e novamente aplicar pressão para baixo sobre a coluna lombar (Ilustração 10 e 11 ). Fundamento: quando o paciente levanta as pernas do solo, os músculos paravertebrais lombares retesam-se, causando defesa muscular na coluna lombar. Um teste é positivo quando há dor no momento em que é aplicada pressão à coluna lombar com os pés no solo, e a dor desaparece quando os pés ficam fora do solo e os músculos paravertebrais são retesados. Ao serem elevados os pés do solo, a defesa muscular mecânica protege a instabilidade lombar subjacente, tal como uma espondilolistese. 51 Ilustrações 10 e 11-Teste de Instabilidade Segmentar Fonte: Cipriano, 2005 F) TESTE PARA CIATALGIAS: TESTE DO PIRIFORME Procedimento: instruir o paciente par deitar-se de lado junto da borda da mesa de exame. Fazer com que ele flexione o quadril e o joelho a 90º. Colocar a sua mão sobre a pelve do paciente para estabilizar e com a sua mão oposta fazer pressão para baixo sobre o joelho dele (ilustração 12). Fundamento: este teste tensiona os músculos rotatores externos e o piriforme estiver em espasmo, qualquer destas situações poderá afetar o nervo ciático e reproduzir a dor na nádega ou dor radicular para dentro da extremidade. 52 Ilustração 12-Teste do Piriforme Fonte: Cipriano, 2005 TESTE DE LASÉGUE Procedimento: com o paciente na posição supina, flexionar o quadril com a perna fletida. Mantendo o quadril flexionado, estender a perna (Ilustração 12 e 13). Fundamento: este teste é positivo para radiculopatia ciática quando: a) nenhuma dor é provocada quando o quadril é flexionado e a perna é flexionada; ou b) dor está presente no momento em que o quadril é flexionado e a perna é estendida. Quando ambos, o quadril e a perna, estão flexionados, não há nenhuma tensão sobre o nervo ciático. Quando o quadril é fletido e a perna é estendida, o nervo ciático é tensionado e, se irritado, causará dor ou exacerbará dor existente na perna. 53 Ilustrações 13 e 14 -Teste de Laségue Fonte: Cipriano, 2005 G) TESTES DE DISFUÇÃO DA SACROILÍACA TESTE DO BALANÇO PÉLVICO (TESTE DE COMPRESSÃO ILÍACA) Procedimento: com o paciente deitado de lado, exercer uma forte pressão para baixo sobre o ílio. Efetuar este teste bilateralmente (Ilustração 15). Fundamento: colocar uma pressão para baixo sobre o ílio transfere uma pressão de compressão para as superfícies articulares das articulações sacroilíacas. Dor em qualquer articulação sacroilíaca indica uma lesão de articulaçãosacroilíaca, tal como um processo inflamatório nas superfícies articulares no lado afetado. 54 Ilustração 15- Teste do Balanço Pélvico Fonte: Cipriano, 2005 TESTE DO FLAMINGO Procedimento: com o paciente em pé, instruí-lo para ficar de pé sobre uma perna de cada vez. Instruir o paciente para saltar, o que aumenta o esforço sobre a articulação (Ilustrações 15 e 16). Fundamento: Este teste aumenta a pressão na articulação do quadril, sacroilíaca e da sínfise púbica. Dor aumentada em qualquer destas articulações pode indicar um processo inflamatório no lado da perna de apoio. Dor secundária a trauma pode indicar uma fratura dentro da articulação suspeita. Dor na articulação do quadril também pode indicar uma bursite troncanteriana. 55 Ilustrações 16 e 17- Teste do Flamingo Fonte:CIPRIANO, 2005 1.1.11 Diagnóstico por Imagem Vários métodos de exame por imagem têm sido colocados à disposição dos médicos ortopedistas. Associados aos dados clínicos e ao exame físico, têm contribuído para aprimorar o diagnóstico (CIPRIANO, 2005). São técnicas que incluem o uso dos raios X e de radiações 56 não-ionizantes, como a ultra-sonografia e a ressonância magnética. Ainda segundo CIPRIANO,(2005),essas técnicas estão fundamentadas primeiramente no conhecimento anatômico da região examinada; a seguir, pelo conhecimento das características que cada método permite mostrar e, finalmente, pelo conhecimento das alterações que cada enfermidade provoca. Exame Radiológico O exame do sistema musculoesquelético através dos raios X (exame radiográfico) é, em certo sentido, uma extensão do exame físico. O examinador, deve considera-lo uma forma de inspeção interna e, como tal, de extremo valor não só para obter um diagnóstico exato dos distúrbios e traumatismos do sistema musculoesquelético, mas também para seguir a evolução destes processos. Nas radiografias, o osso aparece relativamente branco (radiopaco), enquanto os tecidos moles aparecem relativamente escuros (radiotransparentes). A densidade radiográfica de um tecido depende de sua espessura e peso anatômico. Quanto mais espesso é um tecido e maior o seu peso anatômico, menos radiação penetra no tecido para impressionar a película; o mais branco irá então aparecer. Inversamente, quanto mais fino o tecido e menor o seu peso anatômico menos radiação será absorvida e, portanto, mais radiação penetra pelo tecido para expor o filme; o mais escuro irá então aparecer. Tomografia Computadorizada (TC) Segundo Salter (1999), a tomografia providencia imagens de uma série de secções ou cortes dos tecidos de várias profundidades da superfície da pele. Tais cortes, cada um é focalizado num nível específico, são particularmente úteis na avaliação da anormalidade 57 dentro de tecidos de contraste alto, como osso, por exemplo lesões destrutivas no osso, pseudo-artrose de fraturas ou a consolidação ou união óssea sobre uma área de artrodese (fusão articular). Mesmo que a tomografia convencional tenha sido substituída extensamente pela tomografia computadorizada e ressonância magnética, principalmente em centros em que estas modalidades bem mais caras não estão disponíveis. Ultra-Sonografia Segundo Salter (1999), a ultra-sonogragia ou ultra-som diagnóstico, que não envolve o uso de radiação ionizante, é útil na detecção de derrames articulares, nas lesões de músculos e tendões e na relação precisa entre a cabeça femoral cartilaginosa não-ossificada e o acetábulo em recém-nascidos com suspeita de luxação ou subluxação do quadril (displasia de desenvolvimento do quadril). A ultra-sonografia também têm sido usada como um método seguro e não- invasivo para fazer a diferenciação entre lesões sólidas de tecidos moles e lesões císticas cheias de fluido (como um cisto poplíteo). Ressonância Magnética (RM) Conforme citado por Salter (1999) o desenvolvimento de RM nos anos 80 foi mais um avanço na área de imagem diagnóstica. Os avanços mais significantes da RM sobre a TC são que ela usa radiação de radiofreqüência não-ionizante. Usando um campo magnético forte, a RM providencia imagens de cortes com uma resolução maior que a CT e produz melhor imagens do cérebro e medula. Ela pode melhor diferenciar os vários tipos de tecidos moles uns dos outros e providenciar dados fisiológicos e anatômicos (especialmente quando usada em junção com agentes de contraste e espectroscopia). 58 Exame Laboratorial Uma fonte de dados ou pistas que podem ser requeridos, pelo menos em alguns casos, para solucionar o problema do diagnóstico é o exame de laboratório de amostras de fluídos e tecidos. Estes exames ou provas envolvem hematologia, bioquímica, imunologia, bacteriologia e patologia. Da multiplicidade de exames de laboratório de que se dispõem, os de maior valor no diagnóstico das alterações do sistema musculoesquelético são os seguintes: sangue,hemoglobina, contagem de hemácias, leucometria, esfregaço sanguíneo, velocidade de hemossedimentação (SALTER, 1999) 1.2 Atividade Física e Saúde 1.2.1 Benefícios da atividade física A atividade física e a participação em atividades esportivas são importantes componentes da vida diária de indivíduos normais e deficientes .historicamente,pelo menos desde grécia ântica ,o exercício físico tem sido louvado como um adjunto da boa saúde.A atividade física é conhecida como capas de trazer várias mudanças benéficas tanto fisiológicas como psicológicamente (FOSS & KETEYIAN, 1998). As adaptações fisiológicas benéficas resultantes de exercícios de resistência incluem as seguintes. (1) aumento da capacidade de trabalho fisico; (2) aumento da resistência 59 muscular a fadiga; (3) redução da adiposidade; (4) mudanças nos lipídios e nas lipoproteínas sangüíneas, entre outros. Todas estas mudanças resultaram em indivíduos mais saudáveis. (KRUSEN, 1994). Os benefícios psicológicos do exercício regular são difíceis de serem medidos objetivamente; contudo, a prática regular de exercícios é conhecida como capaz de aliviar a tensão muscular, faz a pessoa sentir-se e dormir melhor, aumenta o nível de vigor e alerta, e pode ajudar na motivação para melhorar outros hábitos de saúde incluindo mudanças alimentares e cessação do hábito de fumar. (KRUSSEN, 1994). Inúmeros são os benefícios proporcionados á saúde com a prática de atividades físicas, isto demonstra o quanto um programa de exercícios ajudaria concometivamente á um tratamento fisioterapêutico, respeitando as limitações e cuidados necessários , sendo assim o inverso é verdadeiro. 1.2.2 Musculação Segundo GIANOLLA (2003), a história da musculação é muito antiga, existem relatos históricos que datam do início dos tempos e que descrevem a prática da ginástica com pesos. Em escavações foram encontradas pedras com entalhes para as mãos, permitindo aos historiadores intuir que pessoas utilizavam o treinamento com pesos. Temos esculturas datadas de 400 anos a.C. que relatam formas harmoniosas de mulheres, mostrando preocupação estética na época. Relatos de jogos de arremessos de pedras datam de 1896 a.C. Paredes de capelas funerárias do Egito mostram 4.500 anos atrás homens levantando pesos na 60 forma de exercícios. O levantamento de peso (exercícios de resistência) é feito através de equipamentos móvel, fixo e auxiliar. Quanto a esses equipamentos, o móvel deve ser de tal natureza que possa ser seguro com a mão ou afixado em algum segmento do corpo para ser movimentado durante a realização de um exercício. Os equipamentos fixos podem ser do tipo compacto ou amplo, incluindo unidades com estações de módulos e aglomerados destinados a desenvolverem vários grupamentos musculares (BITTENCOURT, 1984). Ainda segundo Bittencourt (1984), quando bem orientada, a musculação representa uma importante profilaxia em relação ás lesões músculosarticulares. A musculação como forma de competição onde se exibem os músculos tem como dado oficial o registro da primeira competição em 1901 em Londres. Possivelmente existiram outros campeonatos, mas este é o que parece ter dado início ao esporte. Esta competição foi intitulada “The Great Competition” e foi idealizada por Eugene Sandow (Ilustração 17 ), com o objetivo de escolher o físico mais fabuloso. Hoje esta competição se equivale ao Mr. Olympia (GIANOLLA , 2003) Ilustração 17-Eugene Sandow 61 Fonte: Schwazneger, 2001 Hoje, a educação física não trabalha o movimento humano a partir da visão restritiva que observamos por muitos anos, mas atua junto á cultura relacionada às expressões do movimento humano. Portanto todos os profissionais que trabalham com o movimento humano não podem mais se restringir à sua dimensão biológico-motora, devendo, sim, entende-lo como uma forma de expressão da cultura do indivíduo que realiza a atividade física, humanizando-o. Quanto mais sedentárias, apressadas, estressadas e debilitadas pelo modo de vida moderno, mais as pessoas procuram um idílio de paz e saúde, que lhes é traduzido pela 62 prática do exercício físico (SABA, 2001). Os exercícios com pesos são facilmente aplicados aos mais diversos tipos de pessoas – basta pararmos para pensar que podem ser mais suaves que andar ou permanecer em pé. Uma pessoa que não consegue permanecer em pé e sustentar o próprio corpo pode, no próprio leito, praticar exercícios contra resistências para ganhar força e conseguir levantar-se, sustentar o peso corporal e se locomover. Os exercícios com peso são facilmente adaptáveis aos mais diversos tipos de pessoas, desde um doente até um atleta de altíssimo nível, pelo fato de apresentarem diversas variáveis que podem ser facilmente ajustadas (GIANOLLA, 2003). 1.2.3 Ginástica A dança como expressão manifesta-se simplesmente por impulso natural do homem, sem que necessariamente esteja envolvido o empenho técnico de fazê-la. Segundo Bloise (2001), foi uma modalidade física que teve seu auge nos anos 80 nas academias,chamada até então de ginástica aeróbica praticada por inúmeras personalidades da época,onde atraiu multidões com a promessa de mudança radical da performance física,com o passar dos anos sofreu inúmeras inovações. Criação de novas coreografias, músicas de diferentes estilos, uso de implementos como bastões, caneleiras, halteres, o que a manteve sempre como uma das atividades físicas mais praticadas nas academias (MOURA, 2002). 63 1.2.4 Treinamento Físico versus Especificidade O conceito de “especificidade de treinamento” indica que nem todos os indivíduos devem ser treinados da mesma maneira, mas que seus programas de exercícios devem ser adaptados especificamente para atenderem melhor suas necessidades, isto inclui como prescrever com segurança os programas de exercícios para adultos e os efeitos benéficos dessas prescrições sobre o estado global de saúde (FOSS & KETYIAN, 1998). 1.2.5 Exercício que Reabilitam Para Frontera et al (2001), embora o exercício como auxiliar à intervenção médica não faça parte do entendimento da população, uma “mania por exercícios” vem tomando conta do público em geral nos últimos anos. Nos Estados Unidos, a preocupação com o baixo condicionamento físico começou a crescer na década de 50, quando o Teste Krause-Weber de crianças escolares evidenciou uma performance desanimadora por essa população norteamericana, em comparação com as européias, e tanto o presidente Eisenhower (1952-1960) quanto Kennedy (1960-1963) transformaram o condicionamento físico em uma preocupação nacional. Hoje a OMS considera o sedentarismo como doença e que traz muitos prejuízos pela doenças associadas como obesidade, problemas cardíacos entre outros. Educadores, autores de trabalhos sobre condicionamento e defensores do exercício, 64 como Bonnie, Pruden e Kenneth Cooper, começaram a oferecer orientações específicas sobre exercícios e condicionamento aos leitores leigos. O programa de exercício “Aeróbico” de Cooper tornou-se imensamente popular. Clubes de saúde e centros de condicionamento cresceram em número e em popularidade à medida que a geração do baby boom crescia, nas décadas de 60 e 70. Enquanto isso, os regimes de exercícios com supervisão médica introduzidos nas décadas de 40 e 50 para lesões de guerra e epidemias de pólio expandiram-se, a fim de atender pacientes com acidente vascular cerebral, doenças cardíacas ou pulmonares e muitas outras incapacidades. Hoje em dia, existe uma grande rede de instalações de reabilitação médica, uma indústria igualmente em expansão de clubes de saúde e centros de condicionamento (academias), um movimento mundial medicina esportiva, grupos específicos com acompanhamento médico em academias como de idosos. Contudo, muitos profissionais de cuidados em saúde fora dessas áreas permanecem pouco ou mal-informados sobre como prescrever exercícios como parte de um plano de tratamento (FRONTEIRA et al, 2001). 1.3 Patologias do Sistema Musculoesquelético 1.3.1 Dor 65 Um dos sintomas mais comuns a atrair pacientes para o médico é a queixa de dor. A dor que ocorre no momento da lesão tecidual e durante o processo de cura é conhecida como dor aguda. A dor que persiste além do prazo previsível de cura é conhecida como dor crônica está relacionada à duração e não à intensidade. Sob certas condições como a artrite reumatóide, pode haver episódios de dano tecidual ou inflamação recidivante associados com episódios recidivantes de dor aguda. A importância da distinção entre esses tipos é que o tratamento usado para um pode não ser útil para o outro. Na verdade, modalidades de tratamento usadas para dor aguda algumas vezes agravam a dor crônica. 1.3.2 Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) Uma sondagem efetuada por incumbência da OMS revela que um em cada cinco adultos sofre de dores crônicas de caráter não-maligno, que geralmente ocorrem nas costas, na cabeça, nas articulações e nos membros (GUREJE et al, 1998). Segundo Magee (2002), funcionalmente, a dor pode ser dividida em 7 níveis, especialmente para condições que envolvem esforços repetitivos, conforme abaixo citado na tabela 3.1. TABELA 3.1- ESCALA DE DOR DE MAGEE: Nível 1 após atividade especifica Nível 2 após atividade especifica que desaparece com o aquecimento Nível 3 Durante e após atividade específica que não afeta o desempenho 66 Nível 4 Durante e após atividade específica que afeta o desempenho Nível 5 com atividade da vida diária (AVD) Nível 6 surda constante em repouso que não perturba o sono Nível 7 surda constante que perturba o sono Fonte: MAGEE, 2005 1.3.3 Problemas músculoesqueléticos Respondem por significante dor e sofrimento, bem como por bilhões de dólares para tratamento geralmente inadequados. Todos estes problemas podem ser tratados ou prevenidos com a atividade. Segundo Hebert et al (2003) o sistema musculoesquelético é composto de ossos, cartilagens, ligamentos, músculos, tendões, sinóvias, bursas e fáscias, sendo composto de tecidos duros e moles. Moléstias e lesões do sistema musculoesquelético causam dor, deformidade, e perda da função. Elas limitam a atividade e causam incapacitação em maior número de pessoas que os distúrbios de qualquer outro sistema do organismo. (WEINSTEIN, 2000). Segundo Weinstein, (2000), a estabilidade e mobilidade do corpo dependem dos tecidos que formam o sistema musculoesquelético – osso, cartilagem, tecido fibroso denso, e músculo. Esses tecidos diferem em vascularidade, inervação propriedades mecânicas e biológicas, e composição, mas partilham a mesma origem comum, de células mesenquimatosas indiferenciadas. A compreensão das moléstias e lesões do sistema 67 musculoesquelético e seu tratamento necessariamente dependem do conhecimento desses tecidos. Disfunções musculoesqueléticas No conhecimento de Weinstein (2000), as disfunções do sistema músculoesquelético podem ser traumáticas, reumáticas ou desportivas. E as causas dos distúrbios músculoesquelético são: traumatismo e moléstias imunológicas, inflamatórias, degenerativas, neoplásicas, psicológicas, endocrinológicas, neuromusculares, hereditárias e do desenvolvimento. O termo reumatismo, a rigor, não trata de uma doença em particular, mas de um grande número delas, todas atuantes no sistema músculo-esquelético. Este é o sistema que dá a sustentação (ossos) e mobilidade (músculos) ao nosso corpo. Sua estrutura é muito complexa, pois é composto por mais de 230 ossos e cerca de 639 músculos, que desempenham funções variadas, como proteger órgãos vitais (crânio e costelas), sustentar-nos na posição ereta e permitir atos como andar, pegar, pular etc. (CONTRAN et al, 2000). 1.3.4 Algumas patologias musculoesqueléticas Epicondilite lateral É a inflamação da inserção dos músculos responsáveis pela extensão e supinação do antebraço ( HERBERT et al, 2003). A doença é desencadeada por uso excessivo, estiramento 68 excessivo ou carga excessiva, o inicio é crônico mas pode ser agudo, a fraqueza muscular é pequena a moderada, incapacidade é pequena a grande, espasmo , edema, dor à contração isométrica e isotônica, apresenta dor ao alongamento, é possível apresentar crepitação e a amplitude de movimento esta diminuída (WEINSTEIN& BUCKWALTER,2000). Cisto Sinovial Embora em percentagem variável de série para série, é o mais freqüente dos tumores nesse segmento do corpo, podendo estar presente em qualquer articulação e/ou tendão, apesar das localizações mais comuns serem no punho dorsal, no punho volar e na bainha dos flexores ( GOULD III, 1993). A etiologia do cisto sinovial, a despeito das várias hipóteses, continua obscura e desconhecida. Entre as muitas explicações existentes para origem dessa tumoração, as mais consideradas são degeneração mucóide, tecidos periarticulares embrionários e até mesmo esforço e traumatismos (HERBERT et al, 2003). A maioria dos cistos sinoviais é assintomática, mas alguns pacientes referem dor, principalmente aos esforços ou movimentos de repetição. Pode ter ocorrência súbita ou evoluir arrastadamente ao longo de meses, podendo aumentar ou diminuir de volume ou mesmo permanecer inalterado indefinidamente. De forma arredondada, costuma ter consistência firme, mas pode ser mole e flutuante, dependendo da consistência de seu conteúdo. Profundamente aderido, mas móvel sob a pele, apesar de não ser comum, pode algumas vezes levar a compressão vascular e/ou nervosa, conforme já verificamos clínica e cirurgicamente e como atesta a literatura. Pode ocorrer em qualquer década e sexo, sendo, no entanto, mais frequentemente entre a segunda e a quarta décadas e no sexo feminino. 69 O tratamento do cisto sinovial por método não-cirúrgico foi descrito há muito tempo, e várias são as técnicas (punção e infiltração, destruição por pressão, transfixação). No entanto, todas elas têm mais valor histórico que resolutivo, uma vez que o alívio é apenas por um período variável de tempo. O tratamento cirúrgico, por sua vez embora apresente uma alta taxa de recidiva (20%), é o mais efetivo e está indicado para os pacientes que se queixam de dor persistente. A conduta que adotamos nos casos clinicamente silenciosos é de demover o paciente da idéia de cirurgia, explicando tratar-se de uma lesão benigna cujo tratamento não assegura solução definitiva. Tendinite do periforme Segundo FRONTERA (2001), são lesões como inflamação do tendão dos músculos, rotatores externos de quadril (piriforme), e pode ocorrer por uso excessivo, estiramento excessivo ou carga excessiva. O início é agudo, mas pode ser crônica, a fraqueza muscular é pequena a moderada, apresentam espasmo, edema e dor ao alongamento. A amplitude de movimento está diminuída e na maioria dos casos, a ciatalgia está presente. Hérnia de disco Embora seja mais freqüente na região lombar, trata-se de uma afecção que pode ocorrer em qualquer lugar da coluna vertebral. O fator inicial para degeneração discal parece ser uma diminuição no conteúdo dos proteoglicanos do disco intervertebral, que são os principais responsáveis pela hidratação do núcleo pulposo, dando suas propriedades de gel que, dessa forma, distribui as pressões no anel de modo uniforme. Em um trabalho clássico de 1930 Paschall, demonstrou que disco no 70 indivíduo jovem apresenta cerca de 88% de seu conteúdo de água, enquanto no adulto, cai para 69%. Segundo COX (2002) com a diminuição da pressão de embebição do disco, maior pressão é transmitida às fibras do ânulo, o núcleo perde suas propriedades hidráulicas, de verdadeiro amortecedor das pressões, e as fibras do ânulo tornam-se mais suscetíveis de ruptura. Segundo HERBERT et al ( 2003) na fase de degeneração discal, entre 30 e 50 anos de idade, é mais freqüente a hérnia discal com distribuição das pressões de forma desigual, após essa fase, pela maior perda de água do disco, o núcleo deixa de transmitir tais pressões, diminuindo, consequentemente a chance de ocorrer hérnia. Além disso, o efeito da postura ereta adotada pelo homem durante a evolução pode ser comprovada em um trabalho experimental no qual ratos foram tornados bípedes mediante a amputação de suas patas dianteiras, fazendo com que eles apresentassem amputações discais semelhantes à de humanos. Outro dado interessante foi comprovado por um trabalho realizado na Suécia, em voluntários, no qual foi medida a pressão intradiscal em diferentes posições, observando-se pressão maior na posição sentada e menor em decúbito dorsal, ou seja, quanto mais se inclina o tronco anteriormente, mais aumenta a pressão. Pope, em 1992 em um estudo instrumental e por meio de modelo matemático demonstrou que o disco se rompe em flexão e rotação associada e resiste bem à compressão pura. Além desses fatores também a ação de fatores biomecânicos locais é importante, pois determinados níveis são mais suscetíveis à ocorrência de hérnia discal, na coluna cervical entre C5 e C6 – nível de maior mobilidade - na coluna torácica no terço inferior, que é mais 71 móvel que sua porção superior, e na coluna lombar entre L4- L5 e L5-S1. Assim a hérnia de disco é na verdade uma combinação de fatores biomecânicos, alterações degenerativas do disco e situações que levam o aumento de pressão sobre o disco. Um exemplo que mostra como o disco sadio resiste bem às pressões é observado em crianças e adolescentes, nos quais, quando ocorre grande sobrecarga na região lombar, o disco resiste. Por fim, acaba ocorrendo uma avulsão da placa cartilaginosa (COX, 2002). Distúrbios Reumáticos Doença Reumática é um termo geral que reúne um número de condições que causa dor e inchaço crônicos das articulações e bainhas tendinosas. Isto não implica uma conexão causal, mas elas partilham certas manifestações patológicas: (1) mecanismo imune defeituoso; (2) uma resposta inflamatória que persiste quase indefinidamente; (3) lesão progressiva das juntas e tendões. Dentre estas apresentam-se: ! ARTRITE REUMATÓIDE Segundo Contran et al (2000), artrite reumatóide é uma doença inflamatória sistêmica na qual as alterações são mais acentuadas no tecido sinovial dos tendões e articulações. É caracterizada por uma polissinovite simétrica crônica, enrijecimento matinal, elevação do VHS e aparecimento de globulinas anti-Ig G (fatores reumatóides) no soro. Afeta cerca de 3% 72 da população, geralmente começando na quarta década de vida, e é três vezes mais comum em mulheres do que em homens. Tanto a prevalência como a manifestação clínica variam em diferentes populações: é mais comum ( e geralmente mais grave) nas comunidades urbanas da Europa e América, mas é raramente vista nas populações tribais da África. Causa Algum antígeno – possivelmente um vírus – inicia uma cadeia de eventos, sugerindo uma resposta imune seriamente perturbada. Este tipo de reação pode ser geneticamente predeterminada, porque os pacientes apresentam freqüências aumentadas de certas histocompatibilidades de antígeno (HLA-CW3 e HLA-DW4). Uma seqüência importante é o aparecimento de complexos antígeno-anticorpo nas juntas, os quais após a ativação do complemento, estimulam uma reação fagocítica local, liberação de enzimas lisossômicas e inflamação. Estes imunocomplexos provavelmente estimulam também a produção de autoanticorpos, que aparecem no fluido sinovial e no sangue como fator reumatóide antiglobulina. Patologia A condição é generalizada, afetando tecidos por todo o corpo e deveria ser denominada doença reumatóide. Entretanto, o impacto do ataque localiza-se na sinóvia. A manifestação constante e característica é uma inflamação crônica; uma lesão inconstante, porém patognomônica, é o nódulo reumatóide. Espondilite Anquilosante Esta doença inflamatória crônica da coluna e articulações sacroilíacas é caracterizada por dor e rigidez lombares, com envolvimento variável das articulações periféricas 73 (THOMSOM et al, 1994). Sua prevalência é de aproximadamente 0,1% na Europa ocidental, mas é muito mais baixa nos negros americanos e africanos. Os homens são afetados mais frequentemente do que as mulheres (as proporções variam de 4:1 a 10:1) e a idade mais comum de início são entre o 15 e 25 anos ( HERBERT et al, 2003). Causa A predisposição genética é importante. A doença é muito mais comum entre membros de uma mesma família do que na população em geral, e o HLA-B27 está presente nos pacientes e na metade de seus parentes de primeiro grau. Mas como somente uma fração de pessoas com HLA-B27 desenvolve espondilite anquilosante, deve haver algum “gatilho” adicional. Uma vez que a espondilite anquilosante clássica é algumas vezes associada a infecção geniturináia ou intestinal e que distúrbios como a doença de Reiter e colite ulcerativa causam alterações vertebrais e sacroilíacas indistinguíveis das da espondilite anquilosante, pensa-se que a drenagem linfática para a coluna pode ser de importância(COLLINS et al, 2000). Patologia Existem duas lesões básicas: sinovite das articulações, tipo diartroses, e inflamação nas junções fibro-ósseas nas articulações do tipo sindesmoses e nos tendões. A sinovite das articulações sacroilíacas e vertebrais causam destruição da cartilagem articular e do osso periarticular. As articulações costovertebrais também estão frequentemente envolvidas, conduzindo à diminuição da excursão respiratória. Quando as articulações periféricas forem afetadas, as mesmas mudanças ocorrerão. 74 A inflamação nas articulações fibro-ósseas afetam os discos intervertebrais, os ligamentos sacroilíacos, a sínfise pubiana, o manúbrio esternal e as inserções ósseas dos grandes tendões. As alterações patológicas ocorrem em três estágios: (1) uma reação inflamatória com infiltração de tecido de granulação e erosão do osso adjacente; (2) substituição do tecido de granulação por tecido fibroso e (3) ossificação do tecido fibroso, levando à anquilose da articulação(COLLINS et al, 2000). A ossificação sobre a superfície do disco dá origem a pequenas pontes ósseas ou sindesmóficos ligando os corpos vertebrais adjacentes. Se muitas vértebras estiverem envolvidas, a coluna poderá se tornar absolutamente rígida. As articulações não são infectadas; a sinovite é o estágio final de uma resposta imune anormal à infecção em qualquer outra parte ou aos produtos desta infecção. Artrose É uma doença degenerativa crônica caracterizada pela deteriorização da cartilagem e pela neoformação óssea nas superfícies e margens articulares. Outros termos podem ser usados para designar essa doença como osteoartrose, doença degenerativa articular, artrite degenerativa. No quadril pode ser chamada de coxoartrose ou malum coxae senilis(COLINS et al, 2000). Epidemiologia A artrose ocorre com uma freqüência aumentada em pessoas idosas (COTRAN et al, 2000). Entretanto, a relação entre idade e artrose não está esclarecida. Embora a artrose possa iniciar em uma idade relativamente precoce, o seu progresso torna-se clinicamente aparente e 75 mais prevalente com a idade. De forma alternativa a artrose pode ocorrer quando mudanças na cartilagem trazidas pela idade predispõem a uma degeneração articular em resposta a fatores externos, como um estresse biomecânico. Quase todas as formas de lesão ou de doenças articulares podem iniciar o processo que resulta na artrose. A artrose pode seguir-se a uma agressão mecânica, a uma doença articular inflamatória (HERBERT et al, 2003). Esse conhecimento leva à diferenciação da artrose em dois tipos principais: primária, quando o processo ocorre sem causa aparente, e secundária, quando o processo ocorre por uma causa conhecida ou preexistente. Entretanto, essa forma de avaliação é um tanto simplista, porque o desenvolvimento de algumas formas da doença secundário depende de uma variedade de fatores de risco, que incluem idade, sexo, raça,, peso e história familiar. Existe notadamente uma predisposição genética na artrose poliarticular, sendo que esta ocorre raramente antes dos 35 anos de idade. Condições climáticas podem piorar lesões pré-existentes, por meio de espasmo muscular ou de influências no mecanismo da dor. Doenças sistêmicas como artrite reumatóide, espondilite anquilosante, diabetes, doença de paget, alcaptonúria, hemacromatose, entre outras, podem ser causa da artrose. A obesidade não está comprovada como intidade causadora de artrose, mas parece claro que o peso corporal excessivo acelera o desgaste das articulações que suportam peso. Fatores locais, como o traumatismo de repetição sobre a articulação, condrólise, necrose da cabeça femoral, artrite séptica, seqüelas de epifisiólise ou de doença de Perthes, bem como displasia do desenvolvimento do quadril, podem estar envolvidos na causa da artrose. Fisiopatologia Segundo COLINS et al 2000, a degeneração cartilaginosa que ocorre na artrose é 76 caracterizada por alterações profundas na superfície articular. Fibrilação, fissuras e erosões são eventos que podem estar presentes na superfície articular. Essas mudanças ocorrem devido a alterações na atividade biossintética dos condrócitos e na composição bioquímica. Os proteoglicanos, encontrados na cartilagem, formam uma família diversa de glicoproteínas com a característica comum de possuir no mínimo uma cadeia de glicosaminoglicanas ligada à proteína central. Os condrócitos sitetizam e secretam proteoglinas na matriz extracelular. O resultante da ligação de algumas dessas substâncias é a formação de um agregado hidrófilo supramolecular, que é o responsável primário pela superfície com baixo coeficiente de atrito pela resistência à compressão da cartilagem articular. Súbitas mudanças na bioquímica dos proteoglicanos cartilagíneos – eventos iniciais no desenvolvimento da artrose. 1.3.5 Distúrbios Metabólicos e Endócrinos Para Cotran et al (2000), osso não é meramente um suporte; tem também a importante função de manter a concentração dos íons cálcio estável no fluido extracelular. Apesar de toda sua solidez, está num estado contínuo de fluxo, e o controle da formação osteoblástica e da absorção osteoclástica está ligado, inevitavelmente, às trocas de cálcio. Nas crianças, o crescimento epifisário é seguido pela ossificação e remodelamento, 77 enquanto que a diáfise tubular aumenta pela aposição no subperiósteo e reabsorção do endósteo (HERBERT et al,2003). Até os quarenta anos, a formação óssea continua a exceder a perda óssea, de modo que os córtex tubulares tornam-se mais grossos e o osso poroso mais denso. Este estado ósseo persiste por alguns anos, mas, após o climatério (por volta dos 50 anos nas mulheres e dos 65 nos homens), há uma perda intensa e progressiva da espessura cortical e da massa óssea; as cavidades aumentam e as trabéculas tornam-se mais finas, fazendo com que o esqueleto se torne progressivamente mais frágil. Estas alterações, à longo prazo, da reserva mineral são complementadas pelas alterações rápidas que ocorrem a todo momento durante a vida. Dentre estas doenças apresenta-se a: Osteoporose Na osteoporose, a composição óssea é normal, porém a quantidade de osso por unidade de volume é menor que o normal ( KOTTKE & LEHMANN,1994).. Com esta definição, qualquer pessoa a partir dos quarenta anos gradualmente acelerado. A involução gonodal é o fator mais importante e as mesmas alterações ocorrem em mulheres mais jovens após a ooforectomia. Em adição à perda óssea relacionada com a idade, há muitas doenças nas quais a osteoporose generalizada é uma manifestação (COTRAN et al, 2000). Uma classificação clínica é apresentada, embora, para manter um senso de perspectiva, algumas verdades práticas devam ser reconhecidas: 78 1. A maioria dos casos e osteoporose permanecem inexplicadas, mesmo após investigações extensas. 2. A osteoporose é tão comum em pessoas idosas que é impraticável investigar todas as causas possíveis (embora doenças malignas, insuficiência na dieta e fatores iatrogênicos devam ser sempre excluídos). 3. Os pacientes abaixo dos 45 necessitam de completa investigação; uma causa comum nesta idade é o mieloma múltiplo. 4. Em qualquer caso particular, muitos fatores poderão estar envolvidos. 5. A perda radiológica da densidade óssea poderá ser causada pela osteomalácia ou pela ostoporose, ou uma combinação das duas. Bolsite Os anatomistas do século XVIII utilizaram o termo bursa para designar pequenas quantidades de fluídos embolsados entre os tendões e o osso. A função dessas bolsas seria diminuir o atrito entre tendões e músculos sobre proeminências ósseas. Existem, no mínimo, 13 bursas constantemente presentes na região do quadril, mas as de maior interesse de estudo são a troncantérica, a iliopectínia e a isquiglútea(JUNQUEIRA & CARNEIRO, 1999). Segundo Herbert et al (2003) a bursa está sujeita a todo tipo de condição inflamatória que afeta as articulações sinoviais verdadeiras, como artrite reumatóide, gota, infecção e inflamação pós-traumática. A bursite trocantérica é a mais importante clinicamente, e costuma ser uma das maiores causa de dor e de inflamação na região do quadril. Existem três bursas trocantéricas, a maior e mais importante localiza-se entre o glúteo máximo e o tendão do glúteo médio. A apresentação clínica dos sintomas é variável, mas, em geral, descreve uma 79 dor contínua, localizada e profunda, que pode piorar com a posição e com a atividade do paciente. Normalmente, a dor piora à noite e o paciente tem dificuldade para dormir. Essa patologia acomete freqüentemente os idosos, e o lugar comum de localização da dor é atrás e posteriormente ao trocanter maior, e uma pressão firme sobre o local desencadeia um intenso desconforto, auxiliando o diagnóstico. Os exames radiográficos são negativos; entretanto, algumas vezes podem identificar a presença de calcificações. O tratamento mais efetivo para a bursite trocantérica localizada é a aspiração do conteúdo da bursa e injeção de uma mistura de corticóide com anestésico local. O anestésico ajuda a diferenciar a patologia de outros problemas. O uso de antiinflamatórios também pode estar indicado. Nos casos de bursite crônica refratária ao tratamento conservador, o tratamento cirúrgico pode estar indicado (THOMSOM et al,1994). Tendinite Calcárea do Supra Espinhoso Segundo HERBERT et al (2003) depósito de sais de cálcio nos músculos do manguito rotador é uma patologia comum de etiologia ainda desconhecida, o que, de certa forma é embaraçoso para o médico, já que a pergunta clássica em consultório é: “doutor, como esse cálcio foi parar aí no meu ombro?”. O curso natural da doença mostra que os depósitos de cálcio são reabsorvidos ao longo do tempo e os músculos cicatrizam o processo inflamatório. Esse processo pode ocorrer sem qualquer sintomatologia dolorosa em alguns casos, ou com quadros de dor aguda durante os períodos de reabsorção do cálcio. Fisiopatologia: Não estão completamente esclarecidas a razão do depósito de cálcio na região de 80 inserção do músculo supra-espinhal, que é uma zona de hipovascularização, e a compressão mecânica entre o acrômio e a grande tuberosidade(COLINS et al, 2000). Escoliose A escoliose é o mais deformante problema ortopédico com que se confronta a criança. É uma condição potencialmente progressiva que afeta crianças durante a fase ativa de crescimento. As alterações estruturais finais podem ser corrigidas apenas cirurgicamente: portanto, são necessários reconhecimento precoce e tratamento agressivo. Para Kottke & Lehmann (1994) A escoliose é a curvatura lateral não fisiológica da coluna a partir da linha média. Devido ao alinhamento vertebral, ao alinhamento mecânico das articulações posteriores e às restrições ligamentares e musculares da coluna vertebral, a curvatura lateral é gradualmente acompanhada de rotação simultânea dos corpos vertebrais em direção ao lado convexo da curva. A curvatura a princípio é funcional pelo fato de ser reversível e desaparecer em decúbito, porém gradualmente sofre alterações graduais. Uma escoliose estrutural é uma curva fixa que não se corrige com a inclinação lateral ou com o decúbito dorsal. A rotação lombar é leve em sua aparência estética: contudo, em virtude das costelas estarem firmemente presas às vértebras torácicas, as costelas sofrem deformidades estruturais rotatórias na rotação torácica. A escoliose lombar tende a causar lombalgia (COX, 2002). Lombalgias Idiopáticas O tipo de lombalgia que confronta mais comumente o fisioterapeuta é a de origem mecânica benigna. O conhecimento da anatomia funcional normal, a história detalhada e o exame apropriado revelam a alteração que está causando a dor e incapacidade. A possibilidade de doenças orgânicas que causem sintomas de lombalgia deve sempre ser 81 considerada. Estas incluem entidades como alterações pagetóides, invasão metastática, infecção ou dor referida. Testes laboratoriais adequados revelam estas condições(MAGEE, 2002). As causas benignas mecânicas são divididas nos tipos estático (postural) e cinético (biomecânica defeituosa). Das causas estéticas, a mais comum é a hiperlordose, na qual há excessiva sustentação de peso pelas facetas e fechamento foraminal. Por outro lado, posturas fletidas prolongadas diárias podem causar migração posterior do núcleo, resultando em lombalgia e provavelmente radiculopatia ciática(COX, 2002). Para Herbert et al (2003) o diagnóstico definitivo depende da história e do exame físico no qual a dor é reproduzida. Os estudos radiológicos podem revelar degeneração discal e artrite nas facetas, mas o diagnóstico é clínico. O tratamento é direcionado para a causa da dor. Tanto a flexão ou extensão é prescrita com esta base. A mecânica corporal continua a ser mandatória para melhorar a postura e modificar posturas em pé e de trabalho(COX, 2002). 82 4 METODOLOGIA Este estudo está consolidado na pesquisa exploratória e descritiva com abordagem quali-quantitativa. A pesquisa qualitativa trabalha com um universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, que para ser estruturado e aprofundado precisará também ter características quantitativas, objetivas (MINAYO, 2001). Para o mesmo autor acima citado, o conjunto de dados quantitativos e qualitativos, porém não se opõem ao contrário, se complementam, pois a realidade abrangida por eles interage dinamicamente, excluindo qualquer dicotomia. Segundo MYNAIO 2001, a análise dos dados coletados será feita de modo a proporcionar uma compreensão sobre a pesquisa, confirmando ou não os dados pressupostos da pesquisa e/ou respondendo as questões formuladas, também de modo a ampliar o conhecimento sobre os pacientes pesquisados. Os dados serão analisados e tabulados para descrever a pesquisa. Este estudo foi realizado no período de Julho de 2005, a Agosto de 2005 com futuros praticantes de musculação e ginástica de quatro academias da cidade de Cascavel, PR. Na sala de avaliação de cada academia, foram entrevistados três alunos de ambos os sexos, com faixa etária variando entre 15 a 50 anos, perfazendo um total de doze alunos.Como um dos critérios de inclusão,somente foram aceito indivíduos que chegaram para se matricular nas academias dizendo portar algum tipo de patologia pré-diagnosticada, desta maneira os indivíduos foram selecionados no ato da matrícula com o diagnóstico médico e/ou exames complementares apresentados pelos mesmos, portando alguma patologia musculoesquelética. 83 A coleta de dados deu-se a partir da aplicação de um questionário composto por onze questões das quais apresentaram-se questões abertas e fechadas, e a realização de uma avaliação fisioterapêutica (Apêndice 4) feita uma única vez nas próprias academias, na sala de avaliação física baseado em protocolos (CIPRIANO,2005). Pode-se destacar, que não houve uma pergunta específica para embasamento da pesquisa, pois todas as questões formuladas são de total importância para uma avaliação adequada. Para a melhor compreensão do leitor o questionário aplicado está apresentado no Apêndice 1 deste trabalho. Quanto à utilização dos dados, foi elaborado um termo de compromisso (Apêndice 2), para obtenção da aprovação do entrevistado. Todos receberam informações sobre a pesquisa (Apêndice 3), e houve uma aceitação bastante significativa e muito interesse por parte dos entrevistados, comprovado com o preenchimento de todos os questionários. Todas as academias usadas para entrevistas tem uma infra-estrutura adequada para realização de bom trabalho de musculação e ginástica, tais como: exigência de exame médico, ficha individuais de treinamento, equipamentos próprios para o desenvolvimento das modalidades, ambiente bem iluminado, boa ventilação e som ambiente. Todas têm em seu quadro de profissionais o professor de educação física que ministra as aulas de musculação e ginástica. Como materiais utilizados foram usados: Goniômetro da marca CARCI; Martelo para reflexos osteotendíneos da marca ABC; Fita métrica da marca GW-L138S 84 5 RESULTADOS Os resultados serão apresentados em porcentagem para um melhor entendimento, e com base nas informações obtidas com os questionários destaca-se as de maior importância, para em partes fundamentar a discussão. Dentre as modalidades mais procuradas nas academias, estão a ginástica e a musculação, conforme demonstrado no gráfico á seguir. 80% 60% 40% 20% MUSCULAÇÃO GINÁSTIC A 0% Gráfico 1- Modalidades em porcentagem mais procuradas nas academias Fonte: autor 85 Dentre os objetivos almejados pelos alunos na procura pelas academias estão a estética, melhora da saúde e outros (gráfico 2). 60% 50% ESTÉTICA 40% MELHORIA DE SAÚDE 30% 20% 10% OUTROS 0% Gráfico 2- Objetivos mais almejados com a pratica de atividades em academias em porcentagem (ambos os sexos). Fonte: autor Quanto as atividades de outras atividades físicas fora das academias , o resultado foi de 755 conforme descrito no Gráfico 3. 80% 70% 60% 50% 40% NÃO 30% SIM 20% 10% 0% Gráfico 3-Porcentagem de pesquisados quanto a pratica de outra atividade física fora das academias Fonte: autor 86 Dos pacientes entrevistados 100% apresentavam uma só patologia ( gráfico 4). 100% 80% 60% SIM 40% 20% 0% Gráfico 4- Porcentagem de pesquisados que somente apresentam uma só patologia Fonte: autor De todos os pesquisados, 100% já tinham procurado o médico com relação á patologia que apresentavam (gráfico 5) 100% 80% 60% SIM 40% 20% 0% Gráfico 5- Porcentagem de pesquisados que procuraram o médico com relação a patologia apresentada. Fonte: autor 87 Já quanto apresentarem diagnostico médico e exames complementares, somente 60% apresentaram (Gráfico 6) 60% 50% 40% SOMENTE DIAGNÓSTI CO MÉDICO 30% 20% 10% DIAGNÓSTICO MÉDICO E EXAMES COMPLEMENTARES 0% Gráfico 6 – Porcentagem de pesquisados que apresentaram diagnóstico médico e/ou exames complementares Fonte: Autor Todos os pesquisados apresentavam as patologias antes de freqüentarem academias ( Gráfico 7). 100% 80% 60% SIM 40% 20% 0% Gráfico 7-Porcentagem de pesquisados que já apresentavam a patologia antes da prática atividade física nas academias Fonte: Autor de 88 Referente ao atendimento fisioterapêutico antes de freqüentarem as academias de ginástica, 45% já haviam feito (Gráfico 8). 50% 40% estão realizando 30% Já realizaram 20% Nunca realizaram 10% 0% Gráfico 8-Porcentagem de pesquisados que estão realizando ou já realizaram algum tipo de atendimento Fisioterapêutico Fonte: Autor Referente a dor, 45% dos pesquisados sentem dor relacionada á patologia, segundo escala de dor de Magee(Gráfico 9). 45% 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% NÍVEL 5 (ESCALA M AGEE) NÍVEL 3 (ESCALA M AGEE) SEM GRADUAÇÃO 5% 0% Gráfico 9-Porcentagem de pesquisados que sentem dor relacionada a patologia préexistente,segundo escala de dor de MAGEE(2005). Fonte: Autor 89 Sobre a limitação de alguma atividade, 45% relataram ter (Gráfico 10). 60% 50% SIM NÃO 40% 30% 20% 10% 0% Gráfico 10- Porcentagem de pesquisados que sofrem de alguma limitação na relização de alguma atividade Fonte: Autor Após a análise dos dados coletados pode-se observar (TABELA 5.1) que os futuros praticantes estudados, apresentam comprometimento nas diversas estruturas musculoesquéticas (ossos, tendões, músculos, ligamentos, bolsa). As patologias encontradas foram todas detectadas em função da análise dos questionários respondidos, com base no diagnóstico médico, exames complementares e avaliação fisioterapêutica (critérios de inclusão), para comprovação dos achados . TABELA 5.1 – RESUMO DAS PATOLOGAIS ENCONTRADAS DOS PROCEDIMENTOS E RESULTADOS OBTIDOS APÓS ANALISE DOS DADOS: Paciente Patologia Diagnóstico Exames Testes Médico Complementares Ortopédicos 1 Hérnia Discal Hérnia Discal RNM: mostram Teste flexão Lombo-Sacra hérnia discal posterior (+) póstero lateral direita L5-S1 Teste laségue 35 a 70 (+) 2 Bolsite Bolsite Teste apertar 90 Subacromial botão (+) Teste Dawbarn (+) 3 Artrite 4 Espondilite Anquilosante Artrite Reumatóide Espondilite Anquilosante 5 Epicondilite Lateral Cotovelo de Tenista 6 Escoliose Escoliose Lombar Espinha Bífida 7 Lombalgia Idiopática Lombalgia Idiopática 8 Tendinite Piriforme Tendinite Piriforme Esquerdo 9 Tendinite Calcária Supraespinhoso Tendinite Calcária Supraespinhoso 11 Cisto Sinovial Punho Artrose Cisto Sinovial Pulso Direito Ósteo Artrose Joelho Direito 12 Osteoporose Osteoporose 10 Prova Sanguíneo: fator reumatóide + RaioX panorâmico: bacia mostrou estreitamento do espaço cartilaginoso da articulação sacroilíaca Teste Flamingo (+) Teste Cozen (+) RaioX AP,perfil Coluna tóracoLombar mostrou escoliose lombar directa Raio-X AP, Perfil Coluna Lombar(*) Raio- X AP Calcificação E tendão músculo supra espinhoso Raio X AP/Perfil Redução do espaço fêmoro tibial lateral diminuido com pequeno osteófito marginal e esclerose do platô tibial Densitometria Teste Tínel(+) Triagem Escoliose(+) Teste de Instabilidade Segmentar (+) Teste Piriforme (+) Teste de laségue 35 a 70 (+) Teste Supraespinhoso (+) Teste Coçar Apley (+) Teste de Tinel (+) 91 pósmenopausica óssea Fonte: O Autor ( * ) Alinhamento Lombar Normal, ossos estruturas, densidades contornos normais, espaços intervertebrais, pedículos e apófise sem alteração Foi também realizado o exame físico,em que os resultados estao dscritos na tabela á seguir (TABELA 5.2). TABELA 5.2 – RESULTADOS DO EXAME FISICO Patologia Inspeção Palpação Goniometria Tendinite Restrição calcárea do escapular supra espinhoso Bolsite Restrição escapular Osteoporose Tendência á obesidade IMC:30 Cisto em dorso do punho esquerdo Cisto cinovial Lombalgia idiopática Escoliose Artrose Leve retificação lombar Dor no trajeto supraespinhoso; escapula presa; diminuição da mobilidade escapular Dor em palpação de bolsa subacromial e diminuição de mobilidade articular Tônus normal Abdução 110° Flexão 140° Abdução 105° Flexão 130° Amplitude normal: tronco,MMSS MMII Cisto em dorso Flexão punho: do punho 55° esquerdo e dor á Extensão de palpação punho: 50° Tônus Flexão aumentado em tronco:60° Extensão região lombar tronco:35° Força muscular Abdução: 3 Flexão: 3 Extensão: 4 Reflexos osteotendíneos Biciptal + Triciptal + Abdução: 3 Flexão: 3 Adução: 4 Biciptal + Triciptal + Tronco, Biciptal + MMS e Triciptal + MMII: 4 Patelar + Aquileu + Extensão Estilo radial + e flexão Bicipital + punho: 4 de Força de flexão e de extensão de tronco: 4 Leve Tônus e Flexão: 55° Força de gibosidade temperatura flexão e Extensão:40° D normal Flexão lateral extensão D:25° e E: 25° de tronco: 4 Dor Dor em Extensão: 150 Força de Patelar + Aquileu + Patelar + Aquileu + Patelar + 92 durante a marcha em joelho esquerdo palpação patelar, e diminuição na mobilidade patelar Espondilite Tendência Dor em Aquilosante á flexão,extensão obesidade e abdução de IMC: 31 quadril; dor em compressão ilíaca Tendinite do Espasmo Dor e espasmo piriforme em flexão na palpação do de joelho, piriforme restrição na rotação interna de quadril Hérnia de Marcha Espasmo em disco lenta e extensores de tronco, antálgica quadrado lombar e flexores de quadril Epicondilite lateral Artrite reumatóde Edema em origem nos extensores de punho Obesa IMC: 33 Edema e varicoses em MMII e edema em mãos e dedos Dor á palpação Flexão: 150° extensores Aquileu + :4 Flxores de joelho:3-4 Flexão e Flexores, Patelar + extensão de extensore, Adutor+ quadril: -10° abdutores Aquileu+ e adutores de quadril: 4 RI quadril:30° RI Patelar + RE quadril:40° quadril:3 Adutor+ Abdução: 23° RE Aquileu+ Adução: 38° quadril3 Flexão tronco:50 Extensão:40 Flexão quadril:13 Extensão quadril:10 Flexão lateral tronco D e E:20 Flexão e extensão de cotovelo: normal Flexão e Patelar + Adutor+ Extensao Aquileu+ tronco: 3 Extensão punho:4 Flexão punho:5 Estilo radial:+ Biciptal+ Dor á palpação Diminuição da Em Biciptal+ de joelhos D e ADM de MMSS e Tricipital+ E e na MMSS e MMII MMII: 4 Patelar+ mobilização Aquileu + ativa de tornozelo e metacarpofalangeanas Foi levado em conta também a importância dos cuidados básicos ao prescrever exercícios físicos aos futuros alunos, sendo eles portadores de patologias musculoesqueléticas baseado em FLECK(1999), FOSS (2000), KOTKE,(1994).(TABELA 5.3). 93 TABELA 5.3- CUIDADOS BASICOS AO PRESCREVER EXERCICIOS FÍSICOS AOS FUTUROS ALUNOS PORTADORES DE PATOLOGIAS MUSCULOESQUELÉTICAS Patologia Tendinite Piriforme Agravantes Exercícios que exija flexão de tronco e joelho,rotação interna e externa,abdução e flexão de quadril contra resistência Lombalgia idiopática Flexão, extensão de tronco contra resistência, exercícios que exijam desenvolvimento de força sentido longitudinal,sustentação de carga em ombro, cervical por período prolongados Hérnia discal Flexão, extensão de tronco contra resistência, exercícios que exijam desenvolvimento de força sentido longitudinal,sustentação de carga em ombro, cervical por período prolongados Escoliose Exercício que exija flexão e rotação lateral de tronco contra resistência e sustentatação de carga em cervical e ombro por período prolongado Espondilite Anquilosante Flexão, extensão de tronco, abdução e adução de quadril contra resistência , e impactação contra MMII. Artrite Reumatóide Exercícios de grandes resistências e que exijam a utilização de MMSS e MMII Tendinite Calcárea do Exercícios que exigem, Supra Espinhoso abdução e flexão de ombro acima de 90 contra resitência Bolsite Abdução e flexão de ombro acima de 90 contra resistência Epicondilite lateral Cisto sinovial Preconizar Alongamento de flexores de joelho, rotadores interno de quadril e paravertebrais lombares Alongamento e fortalecimento muscular de abdominais , paravertebrais e MMII Alongamento e fortalecimento muscular de abdominais , paravertebrais e MMII Alongamento e fortalecimento muscular de abdominais , paravertebrais e MMII, e alongamento do lado da convexidade da escoliose Alongamento de paravertebrais, lombares e abdominais Alongamento de MMSS e MMII. tronco, Alongamentos de músculos da cintura escapular e fortalecimento Alongamentos de músculos da cintura escapular e fortalecimento Extensão e flexão punho contra Alongamento de extensores e grandes resistências flexores de punho Extensão e flexão punho contra Alongamento de extensores e grandes resistências flexores de punho, uso de faixa compressiva. 94 Artrose Osteoporose Flexão e extensão de joelho contra grande resistência; sustentação de peso com MMII por tempo prolongado; grande impactação na articulação de joelho Exercícios que exijam grande impactação articular, sustentação de cargas e mudanças de posição por curtos período de tempo (impulso),movimentos bruscos contra resistências Alongamento de MMII, impactação na articulação de joelho menos controlada Exercícios que exija sustentação de cargas por longos períodos, e desenvolvimento de resitência muscular 95 6 DISCUSSÃO Embasando-se nos resultados apresentados pela pesquisa, admite-se que os futuros praticantes, iniciaram as atividades físicas portando algum comprometimento musculoesquelético, e que este comprometimento além de lhes causarem dor, os limitam em algumas das realizações das atividades da vida diária. Para Robergs & Roberts (2002), as pessoas que possuem melhor condições clinicas e/ou de saúde apresentam menor risco para ter um problema durante o exercício. Comenta-se ainda, sobre estas disfunções e a prática de exercícios, a relação quanto ao agravamento destas lesões, quais seriam as conseqüências a curto, ou até mesmo a longo prazo, já que MOURA (2002) relata, que o objetivo maior que levam as pessoas a procura da pratica das atividades físicas em academias é com a finalidade de melhorar a estética corporal, comprovados também na pesquisa (60% dos entrevistados), e não o tratamento em si das disfunções, e sabe-se para que este aprimoramento estético ocorra tem-se á necessidade da manutenção da pratica e utilização de vários princípios de treinamento. Dentre estes destaca-se o princípio da sobrecarga (BITTENCOURT,1984),esta entendida como: aumento dos pesos, repetições, maior numero de exercícios,tudo isto objetivando maiores adaptações a níveis de tecido muscular,adiposo (hipertrofia,diminuição % gordura corpórea,aumento de força,...). Ainda segundo KOTTKE & LEHMANN (1994), desde que não haja nenhum comprometimento; articular, tendíneo, muscular, somente treinamentos mais pesados e mais freqüentes e por no mínimo três messes serão suficientes para atingir mudanças de tamanho em fibras de contração rápida ou lenta ,aumento 96 significativos de força e diminuição na porcentagem de gordura corpórea Para Mcardle, Katch & Katch(1998),as complicações mais prevalentes relacionadas aos exercícios físicos são de natureza musculoesquelética. A escassez de estudos desenvolvidos com intuito de orientar e verificar a magnitude do agravamento de patologias musculosesqueléticas relacionadas aos exercícios físicos , nos guia segundo alguns autores dentre estes, Weinstein (2000), que a compreensão das moléstias e lesões do sistema musculoesquelético e seu tratamento necessariamente dependem do conhecimento desses tecidos. Para Frontera (2001) quando realizado de forma correta, com supervisão adequada e respeitando os padrões de segurança e eficiência preconizados pela literatura, a atividade física será um fator determinante da melhora funcional da população. Em sua gênese a fisioterapia tem como objetivo restaurar ao máximo a capacidade funcional e independência do indivíduo, conjuntamente com outros profissionais de saúde. Para Rebelatto & Botomé (1999) o COFFITO reconhece o fisioterapeuta, como profissional de saúde, promotor e responsável por suas ações junto à sociedade, sendo suas ações importantes nas fases, primárias, secundárias e terciárias da saúde. É papel do fisioterapeuta, restaurar, desenvolver e conservar as capacidades físicas, tratar distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes de órgãos e sistemas do corpo humano gerados por alterações genéticas traumas e por doenças adquiridas (decreto lei n° 938 de outubro de 1969). Reconhece ainda, que por sua formação acadêmica profissional, pode o fisioterapeuta, atuar juntamente com outros profissionais nos diversos níveis de assistência á saúde, na administração de serviços, na área educacional, esportiva e no desenvolvimento de pesquisas. Isto nos permite lançar reflexões relacionadas a necessidade do profissional fisioterapeuta, 97 trabalhar em conjunto com o profissional do exercício. Sendo uma equipe multidisciplinar no ambiente das academias, destinados ao planejamento, implementação, ao controle e execução de treinamentos, respeitando as limitações funcionais dos praticantes já acometidos, prevenindo as instalações de processos agravantes destas patologias nos futuros praticantes de exercícios físicos. E com esta união entre educador físico e fisioterapeuta, aprimorar os procedimentos de avaliação e assistência na pratica das atividades físicas; verificando constantemente o desempenho dos alunos e sua evolução funcional ,assim estes profissionais estarão contribuindo em prol do bem maior, chamado saúde. 98 7 CONCLUSÃO No capítulo anterior procurou-se transpor a hipótese central da pesquisa, buscando corroborar o tema e buscar a solução para o problema objeto de estudo. Neste capítulo, far-seão as considerações sobre o estudo realizado, que nessa busca, feita com critérios científicos propiciou demonstrar a verdade e estabelecer evidenciação dos fenômenos estudados. Quanto ao objetivo principal de identificar através de dados (avaliação, análise de exames médicos com laudo) os alunos das academias de musculação e ginástica que iniciam a prática da atividade, portando patologias musculoesqueléticas foi atendido com o resultado da pesquisa. Quanto aos objetivos específicos de identificar os diversos fatores de risco, demonstrar a necessidade de prevenir o agravamento das patologias musculoesqueléticas e fornecer fundamentação teórica às abordagens para recomendações dos diferentes exercícios, pode-se afirmar-se que foram satisfeitos com base no quadro elaborado pelos profissionais (educadores físico e o autor da pesquisa), conforme descrito na tabela 5.3. Conclui-se, portanto que a atividade física contribuiu como parte integrante para o desenvolvimento de ser humano. Por meio dos exercícios físicos, dos esportes, cada indivíduo utiliza e desenvolve o seu físico e sua motricidade, o que atua direta e /ou indiretamente nos aspectos motor, afetivo e cognitivo. Através da pesquisa exposta, foi possível demonstrar a importância que existe de uma conscientização sobre a prática da atividade física orientada, a participação interdisciplinar de 99 profissionais na prescrição e acompanhamento dos exercícios. Através destes pontos solucionados, pois foi constatado nos dados levantados deste trabalho que é possível minimizar o agravante de doenças e promover uma melhoria nas condições de saúde geral dos praticantes. 100 8 BIBLIOGRAFIA APPLEY, A.G.; SOLOMON, L. Ortopedia e Fraturas em Medicina e Reabilitação. 6ª ed. São Paulo: Atheneu, 2002. BLOISE, D.M. Ginástica Localizada: 1000 Exercícios Com Acessórios. 2ª ed. Rio de Janeito: Sprint, 2001. 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Sim ( ) Não ( ) Qual?____________________________________ 5-Procurou o médico por causa da doença? Sim ( ) Não ( ) 6-Qual o diagnóstico médico? ________________________________________ 104 7-Foram feitos exames complementares? Sim ( ) Não( ) Quais?___________________________________ 8-Já apresentava esta doença antes da prática de atividade na academia? Sim ( ) Não( ) A Quanto Tempo? _________________________________________ 9-Você sente dor relacionado a esta doença? Sim( ) Não( ) 10-E esta dor o(a) limita na realização de alguma de alguma atividade? Sim( ) Não( ) Qual(ais)___________________ 11-Você já teve algum atendimento fisioterapêutico relacionado a esta doença? Sim ( ) Não( ) Por quanto tempo? _________________________________________ 105 106 APÊNDICE 2 TERMO DE CONSENTIMENTO Declaro que fui satisfatoriamente esclarecido pelo pesquisador, em relação a minha participação no projeto de pesquisa ABORDAGEM FISIOTERAPEUTICA NA AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DE ALUNOS QUE INGRESSAM NAS ACADEMIAS DE GINÁSTICA, MUSCULAÇÃO COM PATOLOGIAS MUSCULOESQUELÉTICAS. Serei submetido aos seguintes procedimentos: entrevista sobre minha condição de saúde física ao matricular-me na academia de musculação ou ginástica, serei avaliado através dos seguintes métodos: questionário realizado pelo acadêmico do 10º período de fisioterapia , Saulo Januário Pereira. Estou ciente e autorizo a realização dos procedimentos acima citados e a utilização dos dados originados destes procedimentos para fins didáticos e de divulgação em revistas científicas brasileiras ou estrangeiras. Desta forma, concordo voluntariamente e dou meu total consentimento, sem ter sido submetido a qualquer tipo de pressão ou coação. Cascavel, 14 de setembro de 2005 __________________________ Assinatura do Participante ou Representante Legal ___________________________ Mario Rezende Orientador __________________________________ Saulo J. Pereira Acadêmico 107 APÊNDICE 3 – ÀS ACADEMIAS Objetivo da pesquisa Um estudo da OMS revela que uma em cada 5 pessoas adultas sofrem de dores crônicas de caráter não maligno, que geralmente ocorre nas costas, cabeça, articulações e membros.Em academias de musculação e ginástica, os alunos frequentemente referem dor persistente, antes ou após a atividade física, sendo agravadas pelo exercício, oriundas de patologias pré-existentes ou não, sendo necessário o uso de medicamentos contra estas dores e inflamações ou a interrupção prematura da atividade física. Uma triagem baseada em avaliação musculoesquelética do aluno realizada pósmatricula, onde educador físico, fisioterapeuta unidos ao bem comum, favorece a identificação de alunos que iniciam a pratica portando alguma patologia,da suporte cientifico ao educador físico na elaboração de protocolos de exercícios em especial aos praticantes portadores de patologias musculoesqueléticas,possibilita a diminuição do alto índice de desistências que ocorre nas academias.Este trabalho propõe o atendimento de saúde interdisciplinar, os diferentes profissionais trabalhando juntos para obter um atendimento de alta qualidade e funcionalidade 108 109 APÊNDICE 4 - FICHA DE AVALIAÇÀO FISIOTÊRAPEUTICA Nome: _______________________________________ Telefone: ______________ Idade: _________ Sexo:________ Data de Nascimento: __/__/___DATA_________ Profissão Atual: _________________ Profissão Anterior: _____________________ Diagnóstico Clínico:_____________________________________________________________ Queixa do Paciente: AnamneseAtual: Anamnese Pregressa: Exames Complementares: 110 Exame Físico: Inspeção: Palpação: Escala de dor segundo Magee (2002): Nível 1: dor após atividade física( ) Nível 2: dor após atividade física que desaparece com o aquecimento( ) Nível 3: dor durante e após atividade específica que não afeta o desempenho( ) Nível 4: dor durante e após atividade específica que afeta o desempenho( ) Nível 5: dor com atividades da vida diária (AVD)( ) Nível 6: dor surda constante em repouso que não perturba o sono( ) Nível 7: dor surda constante que perturba o sono( ) Diagnóstico Fisioterapêutico: ___________________________________________________________________________ 111 ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________