Avaliação e acompanhamento da lesão

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13
FACULDADE ASSIS GURGACZ - FAG
SAULO JANUÁRIO PEREIRA
ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NA AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO
DE ALUNOS QUE INGRESSAM NAS ACADEMIAS DE GINÁSTICA E
MUSCULAÇÃO COM PATOLOGIAS MÚSCULOESQUELÉTICAS.
CASCAVEL
14
2005
SAULO JANUÁRIO PEREIRA
ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NA AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO
DE ALUNOS QUE INGRESSAM NAS ACADEMIAS DE GINÁSTICA E
MUSCULAÇÃO COM PATOLOGIAS MÚSCULOESQUELÉTICAS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
Curso de Graduação em Fisioterapia, como
requisito para obtenção do título de Bacharel em
Fisioterapia da Faculdade Assis Gurgacz - FAG.
Orientador:Prof.Esp.Mário J. Rezende.
15
Cascavel
2005
SAULO JANUÁRIO PEREIRA
ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NA AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO
DE ALUNOS QUE INGRESSAM NAS ACADEMIAS DE GINÁSTICA E
MUSCULAÇÃO COM PATOLOGIAS MÚSCULOESQUELÉTICAS
Trabalho apresentado à Banca Avaliadora como requisito
para a obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia da
Faculdade Assis Gurgacz – Fag de Cascavel.
BANCA AVALIADORA
_________________________________
Orientador: Prof. Esp. Mario José de Rezende
__________________________________
Prof. Esp.Rodrigo Jucá
__________________________________
Prof. Esp.Alexandre Badke
16
A Deus e a minha mãe Maria (in memoriam),
pois, acredito que eles tenham uma participação
importante.
À minha família, pois, contribuíram para a
realização deste trabalho.
A minha namorada Marcela, que amo e muito me
apoiou
Aos professores, que demonstraram
conhecimento ao longo do curso.
muito
Ao orientador, pela sabedoria na orientação
e por sua amizade dispensada.
E a minha filha Sara, que com seu amor me
manteve sempre motivado em busca da formação.
17
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus por tudo que sou e tenho. Sua presença durante esta caminhada
acadêmica.
Aos meus familiares aos verdadeiros amigos, ao apoio de todos conhecidos.
Aos alunos da academia que sempre me admiraram na busca desta formação.
Aos meus colegas de estágio(Bruno,Silmara,Danielle,Cristiane e Hudimara), que
neste um ano e meio de convivência, compartilhamos momentos inesquecíveis.
A minha namorada Marcela, que nos momentos difíceis os quais enfrentei, esteve
sempre presente como uma parceira e companheira de todas as horas.
Ao meu orientador Professor Mario Rezende por ter acreditado na realização deste
trabalho e por sua dedicação e paciência.
Em especial a minha Mãe Maria do Carmo Pereira, que mesmo longe, junto aos anjos
esteve presente em meus pensamentos, de onde retirei energia para enfrentar esta jornada.
18
“Em contrapartida, solicitamos dos homens, sobretudo em se tratando
de uma tão grandiosa restauração do saber e da ciência, que todo aquele
que se dispuser a formar ou emitir opiniões a respeito do nosso trabalho , quer
partindo de seus próprios recursos, da turba de autoridades, quer por meio de
demonstrações (que adquiriram agora a força das leis civis),
não se disponha a fazê-lo
de passagem e de maneira leviana.
Mas que, antes, se inteire bem do nosso tema; a seguir, procure acompanhar
tudo o que descrevemos e tudo a que recorremos;
procure habituar-se à complexidade das coisas,
tal como é revelada pela experiência;
procure, enfim,
eliminar, com serenidade e paciência, os hábitos pervertidos,
já profundamente arraigados na mente.
Aí então, tendo começado o pleno domínio de si mesmo,
19
querendo,
procure fazer uso de seu próprio juízo.”
(BACON, 1979, p.9)
20
RESUMO
Em academias de musculação e ginástica, os alunos frequentemente referem dor, tanto antes
quanto após a atividade física. Sendo agravada pelo exercício físico. Dores oriundas de
patologias pré-existentes ou não, sendo necessário o uso de medicamentos para conte-las; da
mesma forma as inflamações ou até a interrupção prematura da atividade física. Para
minimizar o número destes casos presentes nas academias, o presente trabalho propõe o
atendimento de saúde interdisciplinar, nas academias, pois com diferentes profissionais
trabalhando juntos é possível obter um atendimento de alta qualidade e funcionalidade aos
praticantes portadores de algum tipo de patologia musculoesquelética. Esta é uma pesquisa
exploratória e bibliográfica, que utilizou como instrumento de coleta de dados, um
questionário estruturado, aplicado através de entrevista individual. A pesquisa abordou
situações simples, mas de desconhecimento dos praticantes de exercícios bem como do
educador físico. Com os resultados obtidos, observou-se a necessidade da união do
fisioterapeuta e educador físico no ambiente de academias. Os principais resultados da
investigação identificam que, grande parte dos praticantes dos exercícios não possui muitas
informações a respeito dos diversos fatores pesquisados, assumindo a sua posição de
indivíduos não conscientes da fragilidade do corpo humano. Demonstra também, a
necessidade da produção e da incorporação interdisciplinar dos profissionais de área no
processo de desenvolvimento das atividades físicas, para minimizar os problemas ocasionados
aos praticantes. Os resultados obtidos confirmam a necessidade desta conciliação e o desejo
dos profissionais e dos freqüentadores.
Palavras-Chaves: fisioterapeuta, academia,patologias, educador físico.
\
21
ABSTRACT
In academies of bodybuilding and gymnastics, the trainees usually refer to pain, both
before and after the physical activity, being the later increasead by the physical exercise. To
pain resulting from pre-existent pathologies or not, is necessary the using of medicines to
contain them in the same way as inflammations or even the premature interruption of physical
activity. To minimize the number of cases this work suggests the interdisciplinary health care,
in the academies, because with several professional working together, is possible to obtain a
high quality attendment and funcionality to the trainees that have some kind of mucleskeletal
pathology. This is a exploratory and bibliografical research, that used as data colecting tool,
an estructured quiz, applied through individual interview. The research will abord simple
situations, which are unknown to the trainees as well to the trainer. With the result of the
collected data, were observed the need to the union of physiotherapist and trainer in the
academic environment. The main results of the investigation identify that, the greatest part of
trainees don´t have much information regarding to the several appointed factors, expressing
an opinion that makes sure the lack of knowledge about the matter, assuming the position of
non conscient individuals about the fragility of the human body. Appoints, also the necessity
o production and interdisciplinar incorporation of the professionals of area in the production
and development of physical activities, to minimize the incrising of problems produced to the
trainees. The obtained results make sure the necessity of this conciliation and confirm the
desire of professionals and attenders, situation that is a reality in other countries.
Keywords:Physiotherapist,Academy,Pathologies,Trainers
22
LISTA DE ILUSTRÇÕES
Ilustração 01 - Teste Tendinite Supra-espinhoso ……………………….......................29
Ilustração 02- Teste de Coçar de Apley .........................................................................30
Ilustração 03 - Teste de Apertar o Botão ....................................................................... 31
Ilustração 04 - Teste de Dawbarn ................................................................................. 31
Ilustração 05 - Teste de Dawbarn ................................................................................. 31
Ilustração 06 - Teste de Cozen .......................................................................................32
Ilustração 07 - Teste de Cozen ...................................................................................... 32
Ilustração 08 - Sinal de Tínel ........................................................................................ 33
Ilustração 09 - Triagem da Escoliose (Posição de Adam) ............................................. 34
Ilustração 10 - Teste de Instabilidade Segmentar .......................................................... 35
Ilustração 11 - Teste de Instabilidade Segmentar .......................................................... 35
Ilustração 12 - Teste do Piriforme ................................................................................. 36
Ilustração 13 - Teste de Laségue ................................................................................... 37
Ilustração 14 - Teste de Laségue ................................................................................... 37
Ilustração 15 - Teste do Balanço Pélvico ...................................................................... 38
Ilustração 16 - Teste do Flamingo ................................................................................. 40
Ilustração 17 - Teste do Flamingo ................................................................................. 40
Tabela 3.1 - Escala de dor de Magee ............................................................................ 50
Tabela 5.1- Resumo Das Patologais Encontradas dos Procedimentos e Resultados
Obtidos Após Analise dos Dados............................................................... 74
Tabela 5.2 – Resultados do Exame Físico ..................................................................... 76
Tabela 5.3- Cuidados Basicos Ao Prescrever Exercicios Físicos Aos Futuros Alunos
Portadores De Patologias Musculoesqueléticas ......................................... 78
Gráfico 1- Modalidades em porcentagem mais procuradas nas academias ................. 69
Gráfico 2- Objetivos mais almejados com a pratica de atividades em academias em
porcentagem (ambos os sexos) .....................................................................70
23
Gráfico 3-Porcentagem de pesquisados quanto a pratica de outra atividade física fora
das academias ............................................................................................... 70
Gráfico 4- Porcentagem de pesquisados que somente apresentam uma só patologia ..71
Gráfico 5- Porcentagem de pesquisados que procurarão o médico com relação a
patologia apresentada .................................................................................. 71
Gráfico 6 – Porcentagem de pesquisados que apresentaram agnóstico médico e/ou
exames complementares ............................................................................ 72
Gráfico 7-Porcentagem de pesquisados que já apresentavam a patologia antes da
prática de atividade física nas academias ..................................................... 72
Gráfico 8-Porcentagem de pesquisados que estão realisando ou ja realizarão algum
tipo de atendimento Fisioterapêutico ............................................................ 73
Gráfico 9 - Porcentagem de pesquisados que sentem dor relacionada a patologia
pré-existente,segundo escala de dor de MAGEE(2005)............................. 73
Gráfico 10- Porcentagem de pesquisados que sofrem de alguma limitação na
realizaçãode alguma atividade ................................................................... 74
24
LISTA DE ABREVIATURAS
ADM
Amplitude de Movimento
MMII
Membros Inferiores
MMSS Membros Superiores
IMC
Índice de Massa Corporal
D
Direita
E
Esquerda
25
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 13
1 FUNDAMENTACO TEORICA .............................................................................. 15
1.1 Músculo.................................................................................................................... 15
1.1.1 Sistema Esquelético .............................................................................................. 15
1.1.2. Cartilagem ........................................................................................................... 16
1.1.3 Ligamentos ........................................................................................................... 17
1.1.4 Músculo Esquelético: Estrutura e Função ............................................................ 19
1.1.5 Tendões ................................................................................................................. 21
1.1.6 Sinóvia e Bursas ................................................................................................... 23
1.1.7 Fáscias .................................................................................................................. 24
1.1.8 Articulações ...........................................................................................................25
1.1.9 Avaliação Músculoesquelética ............................................................................. 26
1.1.10 Testes Ortopédicos ............................................................................................. 28
1.1.11 Diagnóstico por Imagem .....................................................................................40
1.2 Atividade Física e Saúde ........................................................................................ 40
1.2.1 Benefícios da atividade física ................................................................................43
1.2.2 Musculação ...........................................................................................................44
1.2.3 Ginástica ............................................................................................................. 47
1.2.4 Treinamento Físico versus Especificidade ......................................................... 48
1.2.5 Exercício que Reabilitam .......................................................................................46
1.3 Patologias do Sistema Musculoesquelético ...........................................................49
1.3.1 Dor ........................................................................................................................ 49
26
1.3.2 Dados da Organização Mundial da Saúde ............................................................ 50
1.3.3 Problemas músculoesqueléticos ........................................................................... 51
1.3.4 Algumas patologias musculoesqueléticas ........................................................... 52
1.3.5 Distúrbios Metabólicos e Endócrinos ................................................................... 61
4 METODOLOGIA ..................................................................................................... 67
5 RESULTADOS ......................................................................................................... 69
6 DISCUSSÃO ............................................................................................................. 80
7 CONCLUSAO ........................................................................................................... 83
8 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................... 85
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ............................................................................ 87
APENDICE 1 – QUESTIONARIO DA PESQUISA ................................................ 88
APENDICE 2 – TERMO DE CONSENTIMENTO ................................................. 90
APÊNDICE 3 – ÀS ACADEMIDAS .......................................................................... 91
APENDICE 4 – FICHA DE AVALIACAO FISIOTERAPÊUTICA ..................... 92
27
28
INTRODUÇÃO
Sempre que alguém sente dores na coluna, torce o tornozelo ou tem problemas no
joelho, rapidamente lembra-se do fisioterapeuta. A função deste profissional, no entanto, vai
muito além desses problemas cotidianos.
O movimento humano e suas disfunções são os objetos de estudo da Fisioterapia. O
profissional que atua na área da reabilitação física dos indivíduos garante-lhes qualidade de
vida e re-inserção social. Na busca pela reabilitação dos pacientes, o fisioterapeuta utiliza de
vários recursos tais como: exercícios (cinesioterapia), eletrotermofototerapia e massagens
(massoterapia). No Brasil, à algum tempo, as atividades físicas em academias vêm
aumentando de forma surpreendente colocando o país em 4º lugar em número de academias e
3º lugar em número de praticantes. Segundo MOURA, (2002), a crescente busca dos
estudiosos em aprofundar conhecimentos nessa área e esclarecer questões polêmicas deve-se
em parte a incessantes buscas pela prática de academias. Entre as modalidades mais
procuradas atualmente temos a musculação e a ginástica.
Com isso, aqueles que optam por esta forma de exercício físico esperam, e devem
receber uma orientação adequada por parte dos profissionais que atuam na área. Alguns
autores (MOURA, 2002), concordam que os objetivos desejados pelos alunos levam a procura
destas modalidades. Existem os que optam pela modalidade com fins estéticos, com
finalidade de melhorar a estética corporal, bem como há indivíduos que buscam uma melhora
na qualidade de vida. Entretanto, para que os objetivos dos indivíduos praticantes sejam
alcançados de maneira segura e eficaz, principalmente os que já são portadores de alguma
patologia musculoesquelética, alguns aspectos devem ser levados em consideração. Estes
29
alunos já possuem uma patologia pré-existente e se esta não tiver um diagnóstico correto,
seguindo um plano de treinamento que envolva avaliação e controle fisioterapeuticos, podem
ser agravadas pela prática indiscriminada de exercícios inadequados para aquele paciente
levando até a uma piora do quadro.
Sendo assim com intuito de aprimorar o atendimento aos alunos, esta pesquisa vem de
encontro às novas propostas de atendimento de saúde interdisciplinar, tentando unir
fisioterapeuta e educador físico. Estes diferentes profissionais, trabalhando juntos poderão
alcançar um atendimento de alta qualidade e funcionalidade no ambiente das academias.
Situação de desejo dos profissionais e dos freqüentadores, já realidade em outros países. No
entanto, com o crescimento do número de praticantes de academia no país e a fisioterapia se
expandindo por várias áreas, são necessárias pesquisas para demonstrar através de dados
científicos o quanto é importante e necessário esta união.
Com finalidade de contribuir no campo da pesquisa, este trabalho apresenta dados que
fundamentam e acrescentam informações a outros estudos da área.
30
1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1 Músculo
1.1.1 Sistema Esquelético
O sistema esquelético é tão essencial à vida, quanto qualquer outro sistema orgânico,
pois desempenha um papel imprescindível na homeostase mineral, abriga os elementos
hematopoiéticos, oferece sustentação mecânica aos movimentos e protege e determina os
atributos do tamanho e forma corporais.
O sistema esquelético é composto de 206 ossos que variam em tamanho e forma
(tubular, plano, cubóide), e esta diversidade é um exemplo de como a forma reflete a
função. Os ossos são interconectados por uma variedade de articulações que
permitem uma extensa gama de movimento e, ao mesmo tempo, garantem a
estabilidade (APPLEY, 2002 ).
O osso é um tipo de tecido conjuntivo, sendo singular porque é um dos poucos tecidos
que normalmente se mineralizam. Bioquimicamente, é definido por uma mistura especial de
matriz orgânica (35%) e elementos inorgânicos (65%). O componente inorgânico,
hidroxiapatita de cálcio, é o mineral que confere força e resistência aos ossos, sendo o
armazém de 99% do cálcio corporal, 85% do fósforo corporal e 65% do sódio e magnésio
corporais (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 1999).
Para Appley (2002), o processo envolve o desencadeamento e a indução de
mineralização pela matriz orgânica e é estreitamente regulado por numerosos fatores, muitos
dos quais ainda desconhecidos. A taxa de mineralização varia, mas normalmente a um tempo
de retardo de 12 a 15 dias entre a formação da matriz e sua mineralização. Segundo o mesmo
autor o osso que não está mineralizado é conhecido como osteóide.
31
1.1.2. Cartilagem
A cartilagem é um tecido conjuntivo com jeito de células (condroblastos e
condrócitos) que produz uma matriz extracelular de proteoglicanos e de fibras colágenas com
um alto teor hídrico. A resistência tênsil da cartilagem é fornecida pelo componente colágeno.
Sua resistência à compressão é dada pela capacidade do proteoglicano em atrair e manter a
água. Os tipos de cartilagem incluem a cartilagem articular ou hialina; a fibrocartilagem, que
existe nos locais de inserção de ligamentos, nos tendões e nos ossos; a cartilagem
fibroelástica, encontrada nos meniscos e nos discos intervertebrais; e a cartilagem da placa de
crescimento, localizada na epífise de ossos imaturos (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 1999).
Com o passar da idade, a cartilagem tende a decrescer no seu conteúdo hídrico e a aumentar
as ligações cruzadas entre as moléculas de colágeno. O resultado é que o tecido cartilaginoso
se torna mais quebradiço, menos maleável e menos capaz de resistir a cargas tênseis,
torsionais e compressivas. Assim, a cartilagem torna-se mais vulnerável á lesões com a idade.
(FRONTERA et al, 2001).
Para o mesmo autor acima citado, a cartilagem articular reveste os espaços nas
articulações sinoviais. Está ligada ao osso subjacente por uma interdigitação complexa,
análoga à de um quebra-cabeça. A regeneração dessas cartilagem são bastante lenta e
inconsistente em termos de restauração da integridade articular. Pode ser substituída por uma
fibrocartilagem menos eficiente mecanicamente após a ocorrência de lesões. Não há vasos
sanguíneos dentro da cartilagem articular, e a nutrição está somente na dependência da carga e
descarga da articulação, o que permite que nutrientes hidrossolúveis e produtos eliminados
entrem e saiam da matriz cartilaginosa por uma camada de superfícies porosa.
32
A cartilagem fibroelástica do disco intervertebral permite um movimento mínimo
entre as vértebras adjacentes, ao mesmo tempo em que provê absorção a choques. Por causa
da orientação das fibras, elas são mais vulneráveis a flexão e a forças rotacionais. A
cartilagem fibroelástica está também presente nos meniscos do joelho. Nesse caso, ela
funciona não apenas para absorver choques, mas também para aumentar a área de superfície
articular funcional, proporcionando, assim, estabilidade extra. Por causa de seu conteúdo de
elastina, a cartilagem fibroelástica é resistente e capaz de retornar ao seu formato anterior
após uma deformação, afirma FRONTERA et al (2001).
1.1.3 Ligamentos
O autor Appley (2002) afirma que os ligamentos são os estabilizadores estáticos das
articulações que conectam ossos á ossos. Os ligamentos e as outras estruturas capsulares da
articulação são feitos de tecido conjuntivo denso e organizado. Os ligamentos contêm
colágeno e uma quantidade variável de elastina. O colágeno fornece força tênsil aos
ligamentos e a elastina provê elasticidade. As fibras de colágeno estão arranjadas mais ou
menos paralelas às forças contra as quais o ligamento deve resistir. A maioria dos ligamentos
e dos tecidos capsulares penetra no osso como uma progressão a partir de fibras colágenas
para fibrocartilagem, desta para a cartilagem calcificada e, então, finalmente para o osso.
Ainda segundo Appley et al (2002) alguns ligamentos (e tendões) prendem-se
primeiro ao periósteo, que então se liga ao osso. O local de falência do ligamento é uma
33
função da carga que ela experimenta. Os ligamentos resistem mais a uma carga lenta do que a
uma rápida. Assim, a carga rápida pode produzir uma lesão intraligamentar, enquanto um
padrão de carga mais lenta criará lesões no nível ou perto da interface osso-ligamento. Para
Herbert & Xavier (2003), a elastina é uma proteína que permite a ocorrência de recuo elástico
em um tecido. Alguns ligamentos, como o ligamento cruzado do joelho, contêm pouca
elastina. Outros ligamentos, como o ligamento amarelo da coluna, contêm grandes
quantidades de elastina. Pelo fato de conter mais colágeno que elastina, o ligamento cruzado
pode resistir a cargas tênseis com pouco alongamento. Dessa forma, o ligamento cruzado
anterior serve bem ao joelho como uma estrutura de estabilização. Por outro lado, o ligamento
amarelo da coluna, sendo composto principalmente de elastina e com pouco colágeno, pode
ser bastante estirado antes de romper, mas pode resistir somente a cargas tensionadas bastante
fracas. Ainda segundo o mesmo autor os ligamentos funcionam para limitar o movimento
articular e para guiar os ossos ao se moverem. Em geral apresentam uma estrutura interna
dupla, de forma que podem estabilizar a articulação em ambos os extremos do movimento. Os
ligamentos são mais frouxos na porção média do movimento articular.
Para Appley (2002), os ligamentos têm pouca vascularização, assim cicatrizam
precariamente. Entretanto, eles apresentam inervação, que pode ser útil para quantificar a
gravidade de uma dada lesão ligamentar. Quando a integridade estrutural de um ligamento
estiver comprometida por completo (entorse grau III), relativamente pouca dor é produzida ao
se tentar estirar o ligamento machucado de forma passiva. Isso ocorre porque nenhuma carga
tensional pode ser criada por meio de um ligamento completamente rompido. Entretanto, em
uma ruptura parcial menos grave (entorse grau I), uma dor “severa” e intensa será produzida
quando a tensão for aplicada através da estrutura lesada. Ainda segundo o mesmo autor esse
padrão doloroso paradoxal (menos dor é igual a uma entorse mais grave) pode ser um indício
34
diagnóstico significativo, obtido durante o exame físico de um ligamento recentemente
lesado. Isso também tem uma importância decisiva na definição do prognóstico do paciente e
na determinação de um plano de tratamento.
1.1.4 Músculo Esquelético: Estrutura e Função
O movimento humano depende da transformação da energia química do trifosfato de
adenosina (ATP) em energia mecânica através da contração dos músculos esqueléticos.
Segundo Gould III (1993) as forças musculares que agem sobre o sistema de alavancas ósseas
do corpo fazem com que um ou mais ossos se movimentem ao redor de seu eixo articular, isso
permite a uma pessoa impulsionar um objeto, movimentar o próprio corpo ou realizar essas
duas ações simultaneamente.
Para Gould III (1993) cada fibra muscular é envolta e separada das fibras vizinhas por
delicada camada de tecido conjuntivo que recebe a designação de endomísio. Outra camada
de tecido conjuntivo, o perimísio, circunda um feixe de até 150 fibras denominado fascícula.
Circundando todo o músculo existe uma fáscia de tecido conjuntivo fibroso conhecida como
epimísio. Essa bainha protetora se afunila em sua extremidade distal, ao misturar-se e unir-se
às bainhas do tecido intramuscular para formar o denso e resistente tecido conjuntivo dos
tendões. Os tendões unem ambas as extremidades do músculo à cobertura mais extrema do
esqueleto (o periósteo).
Segundo Herbert et al (2003), os tecidos do tendão estão entrelaçados com as fibras
colágenas dentro do osso. Isso forma uma poderosa conexão entre o músculo e o osso, cuja
35
separação é extremamente difícil, exceto durante um estresse intenso, quando então pode ser
seccionada ou literalmente arrancada do osso. Quando o tendão se fixa na extremidade de um
osso longo, este se adapta ampliando essa extremidade a fim de produzir uma união estável.
Dependendo do tamanho do osso, esse crescimento excessivo recebe a designação de
tubérculo, tuberosidade ou trocanter. A força da contração muscular é transmitida diretamente
da couraça de tecido conjuntivo do músculo para os tendões, que por sua vez exercem tração
sobre os ossos em seus pontos de inserção. A força exercida nas inserções tendinosas em
várias condições de esforço muscular varia de aproximadamente 20 a 50 newtons (195Kg a
487Kg) por cm2 de área em corte transversal. A região na qual o tendão alcança uma parte
esquelética relativamente estável é a origem do músculo; o ponto de fixação distal ao osso
móvel é a inserção.
Por debaixo do endomísio e circundando cada fibra muscular existe o sarcolema. Esta
membrana fina e elástica envolve o conteúdo celular da fibra. É formada por uma membrana
plasmática (plasmalema) e uma membrana basal. A membrana plasmática é uma estrutura
lipídica de duas camadas cuja principal função consiste em conduzir a onda eletroquímica de
despolarização sobre a superfície da fibra muscular. Essa membrana possui também a
propriedade de isolar uma fibra das outras durante o processo de despolarização. A membrana
basal contém proteínas e filamentos de fibrilas colágenas existentes na cobertura externa do
tendão. Entre a membrana basal e a membrana plasmática existem células satélites, que
desempenham uma importante função no crescimento celular regenerativo e na recuperação
após lesão. O protoplasma aquoso da fibra, ou sarcoplasma, contém enzimas, partículas de
gordura e de glicogênio, os núcleos (aproximadamente 250 por milímetro de o comprimento
da fibra), as mitocôndrias e várias outras organelas especializadas. Dentro do sarcolema fica
embutida uma extensa rede longitudinal interligada de canais tubulares e vesículas,
36
conhecidos como o retículo sarcoplásmico. Este sistema altamente especializado confere à
célula integridade estrutural e permite a propagação rápida da onda de despolarização da
superfície externa da fibra para o meio ambiente interno, a fim de iniciar a contração muscular
(JUNQUEIRA & CARNEIRO, 1999).
1.1.5 Tendões
São estruturas intermediárias entre o músculo e o osso, portanto, atuantes no
movimento. Segundo JUNQUEIRA & CARNEIRO (1999) o tendão é constituído por
fibroblastos e intermediado por fibras colágenas (30%), por fibras elásticas (2%) e o restante
por água. São estruturas aparentemente vascularizadas, mas suficientemente nutridas para
promover o processo reparativo. Os pontos de rotura são limitados a determinadas zonas do
tendão, atribuindo-se à hipovascularização a causa desse fenômeno. O estudo experimental da
irrigação intrínseca e extrínseca particular dos tendões tem sido objeto de preocupação. O
trajeto dos tendões em túneis, cujo assoalho é ósseo e o teto é constituído de tecido inelástico,
como fáscias e os retináculos, podem produzir o “efeito-polia”. Esse efeito, no qual os tendões
têm a sua melhor efetividade funcional pode produzir desgaste mecânico pelo atrito.
Coincidentemente, é nessas regiões que ocorre a maior incidência de roturas (GOULD III,
1993).
Ainda segundo Gould III (1993) o processo de reparação é notável e desenvolve-se à
partir de moléculas de colágeno no período de 6 à 14 dias. No início, as fibras são
37
desordenadas e, mais tarde, tornam-se paralelas às solicitações de tração, apresentando
também ligações cruzadas entre elas. Fica evidente que a movimentação precoce ajuda no
alinhamento das fibras e, dessa forma, melhora mais rapidamente a resistência à tração. Com
base nesse conceito, o período de imobilização prolongada deve ser evitado. Os exercícios de
treinamento durante a idade ativa de jovens e adultos favorecem as forças de tração e as
forças estáticas dos tendões pelo estímulo à síntese de colágeno, ao número e ao tamanho das
fibras e à concentração de enzimas metabólicas. Por outro lado, Appley (2002), afirma que a
inatividade dos idosos promove a senescência, entendida como um processo fisiológico que
inevitavelmente produz alterações degenerativas dos tendões. Embora seja objeto de estudos
histoquímicos, não se tem ainda pleno conhecimento desse processo. É provável que a
redução de enzimas essenciais na formação do colágeno ocorra com a idade, caracterizando a
maior lentidão dos processos reparativos dos tendões. O tecido colágeno torna-se endurecido,
as fibras encurtadas, e os tendões friáveis. A capacidade de suportar pesos e a resistência à
trações têm o máximo desempenho em torno da terceira década e decrescem com a idade.
Durante a ação muscular dos tendões são submetidos a forças de tração e
deformação, mas retornam ao seu tamanho original. Essa propriedade viscoelástica
faz o tendão suportar forças de tração maiores que as dos músculos, concluindo-se
que não há força de contração muscular capaz de romper um tendão normal(
FRONTEIRA,2001).
O autor acima citado proclama que o fenômeno fisiopatológico em resposta aos
esforços de repetição consiste na adaptação da matriz celular a esses estímulos. Uma brusca
sobrecarga ou sobrecargas acumulativas podem quebrar o ciclo de resposta adaptativa e
ocasionar a microrrotura. A partir daí, ocorre degeneração da estrutura, progredindo para a
rotura parcial e, finalmente, secção completa.
Gould III (1993) afirma que os fatores constitucionais, ditos intrínsecos, são
38
relacionados com o trajeto anatômico, com a função exercida, com o atrito e com as
compressões contra as estruturas adjacentes e com a irrigação peculiar. Os fatores ambientais
relacionados às atividades por esforços de repetição, as doenças sistêmicas, o tabagismo, a
influência dos hormônios, o tipo sangüineo O e a utilização de antibióticos, como as
quinolonas e a ciprofloxacina, têm sido apontados como fatores predisponentes do
comprometimento tendíneo.
Para Appley (2002), do ponto de vista epidemiológico, cada tendão tem prevalência
específica. Dessa forma, é notável a maior incidência de tendinopatias do calcâneo no sexo
masculino contrariamente às tendinopatias do tibial posterior, que acomete as mulheres com
mais freqüência. Além disso, a patologia degenerativa do tendão tibial anterior é
diagnosticada em pacientes do sexo masculino e em idosos, assim como a faixa etária dos 40
aos 50 é a mais suscetível às roturas do tendão do calcâneo. Ainda, considerando-se a
incidência equivalente de tendinopatias dos fibulares, são reconhecidas duas etiopatogenias,
nas quais a maior incidência em homens se deve ao fator traumático e, nas mulheres, aos
processos degenerativos de causas não-traumáticas. As populações de risco são, portanto, as
que exercem atividades com alta demanda dos tendões e as faixas etárias avançadas em
virtude do envelhecimento (APPLEY, 2002).
1.1.6 Sinóvia e Bursas
Segundo Appley (2002) o tecido sinovial fica na parte interna das articulações
39
sinoviais e dos sacos bursais. Tem duas funções: produzir fluídos lubrificantes e fagocitar
(remover) fragmentos estranhos. A sinóvia é altamente vascularizada e inervada. Assim,
quando traumatizado ou inflamado, o tecido sinovial rapidamente aumenta e produz dor
significativa.
Segundo Herbert et al (2003), os sacos busais servem para reduzir a fricção. Assim,
estão localizados sempre que houver necessidade de movimento em proximidade a estruturas.
Por exemplo, a bursa olecraniana fica entre o processo olecraniano da ulna e a pele sobre a
parte posterior do cotovelo. A bursa subacromial fica entre o arco acromioclavicular acima e
os tendões do manguito rotator por baixo. A inflamação do tecido sinovial ou da bursa por
trauma, por processos inflamatórios ou por materiais estranhos é denominada sinovite ou
bursite.
1.1.7 Fáscias
Segundo Herbert et al (2003), existem três tipos de tecidos fasciais: superficial,
profundo e subseroso. A fáscia é composta de tecido conjuntivo frouxo a denso. A superficial
está sobre a pele. A fáscia profunda esta sob a superficial e também envolve a cabeça, tronco
e membros. A subserosa envolve órgãos no tórax, no abdome e na pelve. A fáscia superficial
contém gordura, vasos sanguíneos e nervos. É de consistência frouxa e muito fina e está
inserida na superfície inferior da pele. Ainda segundo o mesmo autor a fáscia profunda é
densa e resistente e apresenta duas camadas. Envolve regiões do corpo e divide-se para
40
envolver músculos superficiais como o sartório e o tensor da fáscia lata. O periósteo, o
perimísio e o pericôndrio são todos elementos da camada mais profunda da fáscia profunda, a
qual serve para interconectar diferentes grupos musculares. Sendo contínua, pode prover
tensão em um local distante quando tracionada por músculo em contração. Alguns músculos
originam-se da fáscia, uma pressão anormalmente alta dentro de um compartimento fascial
pode comprometer a função dos nervos e dos vasos sanguíneos que atravessam esse
compartimento. Isso pode resultar em sério comprometimento dos tecidos supridos por esses
nervos e vasos. A fáscia pode, como outros tecidos, experimentar uma reação inflamatória, a
fasceíte. Essa condição pode ser acompanhada por desconforto moderado ou mesmo grave e
por tecido cicatricial. A fibrose pode levar à rigidez e à restrição de movimentos.
1.1.8 Articulações
As articulações são construídas para propiciar movimentos e sustentação mecânica.
Sua anatomia está diretamente relacionada à sua função, e elas são classificadas em sólidas
(não-sinoviais) e cavitárias (sinoviais). As articulações sólidas, conhecidas como sinartroses,
proporcionam integridade estrutural e permitem movimentos mínimos. Não possuem espaço
articular e são agrupadas segundo o tipo de tecido conjuntivo (tecido fibroso ou cartilagem)
que une as extremidades dos ossos; as sinartroses fibrosas incluem as suturas cranianas e as
junções entre as raízes dos dentes e o osso mandibular; as sinartroses cartilaginosas
(sincondroses) são representadas pelas sínfises (manubrioesternal e púbica). As articulações
sinoviais, em contraste, possuem um espaço articular que possibilita uma grande amplitude de
41
movimentos. Situadas entre as extremidades de ossos formados por ossificação endocondral,
elas são fortalecidas por uma densa cápsula fibrosa reforçada por ligamentos e músculos. O
limite do espaço articular é formado pela membrana sinovial, que está firmemente ancorada à
cápsula subjacente. Seu contorno é liso, exceto próximo à inserção óssea, onde exibe
numerosas pregas vilosas. O revestimento superficial de células cubóides ou sinoviócitos é
disposto em uma a quatro camadas celulares. Essas células não estão presentes sobre as faces
articulares (HEBERT et al 2003).
1.1.9 Avaliação Músculoesquelética
Segundo o autor Magee (2002), para a avaliação de um indivíduo, é importante
realizar um exame sistemático apropriado e minucioso. Um diagnóstico correto depende de
um conhecimento de anatomia funcional, um histórico preciso do paciente, observação
diligente e um exame detalhado. Segundo, Cipriano (1999), para avaliar com precisão as
condições ortopédicas, relacionadas a ortopedia,o avaliador deve possuir uma compreensão
completa dos princípios básicos e biomecânicos, para se compreender a relação entre a
estrutura e função e o papel que ela desempenha na avaliação das disfunções ortopédicas, o
avaliador deve também estar familiarizado com as variações anatômicas e biomecânicas que
podem ser normais para um individuo em particular.
Para Foss e Ketyan (1998), a extensão de qualquer avaliação física depende em parte
da intensidade do programa pretendido e do estado de saúde da pessoa que está sendo
42
aconselhada Ainda segundo os mesmos autores, antes de se prescrever um programa de
exercícios ,deve se considerar no mínimo, se pessoa que esteja sendo aconselhada esteja
recebendo algum tipo de triagem ou avaliação médica antes de engajar-se nesse exercício.
Roteiro para avaliação segundo SALTER (1999):
Anamnese: com o fim de obter uma história completa e exata, você deve escutar com
discernimento e perguntar com inteligência. Ademais, deve adotar certas atitudes mentais
com relação ao seu paciente. Elas devem incluir um interesse sincero e caloroso por ele,
como um ser humano amigo, além de compaixão, compreensão, paciência e tato.
Queixa principal: é um sintoma central ou grupo de sintomas mais importantes que leva o
paciente a buscar em você ajuda e conselho. As queixas mais relacionadas ao sistema
musculoesquelético são: dor, diminuição da função e aspecto físico.
História da moléstia atual
História moléstia pregressa: é importante obter-se o histórico dos antecedentes
patológicos, lesões traumáticas prévias e tratamentos anteriores relacionados, incluindo
operações. Seu paciente pode ter tendência a atribuir sintomas ou sinais presentes a um
incidente específico, tal como uma doença, trauma ou tratamento prévios, considerando
que você poderá verificar que, e fato, o incidente serviu meramente para voltar a atenção
do paciente para processos preexistentes e que não eram reconhecidos.
Exame físico:Sinais vitais; pressão arterial, pulso, freqüência cardíaca, freqüência
respiratória, temperatura.
a) Inspeção Geral: pele e fâneros
b) Palpação: observa-se a temperatura da pele, pulso, dor provocada, natureza das
43
tumefações, características da excrescência ou massa, massa muscular, relações anormais
das superfícies articulares.
c) Avaliação da mobilidade articular: avaliar o movimento ativo e passivo, a amplitude
anormal de um movimento articular, tanto ativo quanto passivo, deve ser registrada.
d) Ausculta: Sons precedentes de ossos, articulações ou na ação muscular.
e) Sistema músculo-esquelético: fácies atípica, postura atípica, também avaliamos a presença
de contraturas ou encurtamentos musculares por meio de variadas manobras
propedêuticas,amplitude de movimentos articulares dos vários segmentos do corpo, ativa
ou passiva, força muscular grau 3 é um nível considerado mínimo para a função da
amplitude de movimento avaliado.
f) Reflexos osteotendíneos: Biciptal, patelar, aquileu, através da percussão com o martelo;
g) Exame neurológico: avaliação do sistema motor, do sistema sensorial, dos reflexos
(tendinosos e plantar) e do tônus do esfíncter retal.
h) Diagnóstico por imagem: radiologia diagnóstica convencional e outras modalidades de
obtenção de imagens em seção cruzada como a ultra-sonografia, a tomografia
computadorizada, ressonância magnética...
1.1.10 Testes Ortopédicos
Seguem-se os testes ortopédicos, segundo CIPRIANO (2005).
A) TESTE PARA SUPRA ESPINHOSO:
44
TESTE TENDINITE SUPRA ESPINHOSO:
Procedimento: com o paciente sentado, instruí-lo para abduzir o braço a 90º como
braço entre abdução e flexão para a frente. Instruir o paciente para abduzir o braço contra
resistência (Ilustração 1).
Fundamentar: resistir à abdução de ombro tensiona principalmente o músculo deltóide
e o músculo e tendão supra-espinhoso. Dor na inserção do tendão supra-espinhoso pode ser
indicadora de tendinite degenerativa do tendão supra-espinhoso ou de um músculo deltóide
distendido.
Ilustração 1 – Teste Tendinite Supra-espinhoso
Fonte: CIPRIANO, 2005
TESTE DE COÇAR DE APLEY
Procedimento: com o paciente sentado, instruí-lo para colocar a mão no lado do ombro
afetado atrás da cabeça e trocar no ângulo superior da escápula oposta. A seguir instruir o
paciente para colocar a mão atrás das costas e tentar tocar no ângulo inferior da escápula
45
oposta (Ilustração 2).
Fundamento: ao tentar ativamente tocar na área superior e inferior da escápula oposta,
está sendo posta tensão nos tendões do manguito rotador. Exacerbação da dor paciente indica
tendinite degenerativa de um dos tendões do manguito rotador, usualmente o tendão supraespinhoso.
Ilustração 2 – Teste de Coçar de Apley
Fonte: CIPRIANO, 2005
B) TESTES ORTOPÉDICOS PARA BURSITE:
TESTE DE APERTAR BOTÃO:
Procedimento: Com o paciente sentado, aplicar pressão à bolsa subacromial
Fundamento: Dor localizada é sugestiva de inflamação da bolsa subacromial, ou
bursite.
46
Ilustração 3 – Teste de Apertar o Botão
Fonte: CIPRIANO, 2005
TESTE DE DAWBARN
Procedimento: Com o paciente sentado, aplicar pressão imediatamente abaixo do
processo do acrômio no lado que está sendo testado. Observar se há dor espontânea ou à
palpação. A seguir, abduzir o braço do paciente além de 90º com pressão ainda aplicada no
ponto abaixo do acrômio (ilustrações 4 e 5).
Fundamento: o ponto abaixo do acrômio é a porção palpável da bolsa ou bursite.
Quando o braço for abduzido, o músculo deltóide cobrirá aquela área abaixo do acrômio. Ao
cobrir essa área, a pressão sobre a bolsa diminuirá, consequentemente diminuindo a dor à
palpação se inflamação da bolsa estiver presente. Uma diminuição na dor à palpação naquele
ponto é indicadora de bursite subacromial.
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Ilustrações 4 e 5- Teste de Dawbarn
Fonte: CIPRIANO, 2005
C) TESTES ORTOPÉDICOS COTOVELO TENISTA
TESTE DE COZEM
Procedimento: com o paciente sentado, estabilizar o antebraço. Instruir o paciente para
fechar o punho e estende-lo. A seguir, forçar o punho estendido para flexão contra resistência
(ilustrações 6 e 7 ).
Fundamento: os tendões que estendem o punho são fixados no epicôndilo lateral. Eles
são o extensor radial curto do carpo, o extensor dos dedos, o extensor do dedo mínimo e o
extensor ulnar do carpo. Se o próprio côndilo ou tendões extensores comuns que se fixam nele
estiverem inflamados, então, ao forçar o punho estendido para flexão, a irritação do
epicôndilo lateral e seus tendões inseridos é reproduzida. Se for provocada dor no epicôndilo
lateral, deve-se suspeitar da sua inflamação (epicondilite).
48
Ilustrações 6 e 7 – Teste de Cozen
Fonte: CIPRIANO, 2005
SINAL DE TÍNEL
Procedimento: com o paciente sentado, percutir local desejado (ilustração 8 )
Fundamento: este teste é destinado a provocar dor, causada por uma neurite ou
neuroma . A sua presença é indicadora de um teste positivo. O tendões podem ser lesado de
uma das seguintes maneiras: uso excessivo ou lesões ou traumas repetitivos do cotovelo.
Ilustração 8 – Sinal de Tínel
Fonte: CIPRIANO, 2005
49
D) TRIAGEM DA ESCOLIOSE ( Cripiano, 2005).
POSIÇÃO DE ADAM
Procedimento: Com o paciente em pé, ficar diretamente atrás dele e inspecionar e
palpar a extensão completa da espinha, procurando escoliose, cifose ou cifoscoliose. A seguir,
instruí-lo para flexionar para a frente nos quadris. Novamente, inspecionar e palpar quanto a
escoliose, cifose ou cifoscoliose (ilustração 9).
Funcionamento: Se escoliose, cifose ou cifoescoliose estiverem presentes na posição
em pé e o ângulo reduzir-se com a flexão para a frente, a escoliose é uma adaptação funcional
da coluna e de estruturas de tecidos moles circunvizinhas. Ela pode ser causada por má
postura, excessivo desenvolvimento unilateral da musculatura espinhal e/ou de uma
extremidade superior, comprometimento de raízes nervosas, deficiência de comprimento de
pernas ou contratura do quadril. Este tipo de escoliose usualmente é brando a moderado,
medindo menos de 25º.
Se escoliose, cifose ou cifoescoliose estiverem presentes na posição em pé e o ângulo
não se reduzir com a flexão para a frente, então é suspeitada uma deformidade estrutural, tal
como hemivértebra, fratura de compressão de um corpo vertebral ou escoliose idiopática.
50
Ilustração 9-Triagem da Escoliose (Posição de Adam)
Fonte: CIPRIANO, 2005
E) TESTE DE DISFUNÇÃO LOMBARES:
TESTE DE INSTABILIDADE SEGMENTAR
Procedimento: por o paciente na posição de pronação com as pernas para fora da mesa
de exame e os pés repousando sobre o solo. Aplicar pressão para baixo na coluna lombar. A
seguir, instruir o paciente para levantar as pernas o solo, e novamente aplicar pressão para
baixo sobre a coluna lombar (Ilustração 10 e 11 ).
Fundamento: quando o paciente levanta as pernas do solo, os músculos paravertebrais
lombares retesam-se, causando defesa muscular na coluna lombar. Um
teste é positivo
quando há dor no momento em que é aplicada pressão à coluna lombar com os pés no solo, e
a dor desaparece quando os pés ficam fora do solo e os músculos paravertebrais são retesados.
Ao serem elevados os pés do solo, a defesa muscular mecânica protege a instabilidade lombar
subjacente, tal como uma espondilolistese.
51
Ilustrações 10 e 11-Teste de Instabilidade Segmentar
Fonte: Cipriano, 2005
F) TESTE PARA CIATALGIAS:
TESTE DO PIRIFORME
Procedimento: instruir o paciente par deitar-se de lado junto da borda da mesa de
exame. Fazer com que ele flexione o quadril e o joelho a 90º. Colocar a sua mão sobre a pelve
do paciente para estabilizar e com a sua mão oposta fazer pressão para baixo sobre o joelho
dele (ilustração 12).
Fundamento: este teste tensiona os músculos rotatores externos e o piriforme estiver
em espasmo, qualquer destas situações poderá afetar o nervo ciático e reproduzir a dor na
nádega ou dor radicular para dentro da extremidade.
52
Ilustração 12-Teste do Piriforme
Fonte: Cipriano, 2005
TESTE DE LASÉGUE
Procedimento: com o paciente na posição supina, flexionar o quadril com a perna
fletida. Mantendo o quadril flexionado, estender a perna (Ilustração 12 e 13).
Fundamento: este teste é positivo para radiculopatia ciática quando: a) nenhuma dor é
provocada quando o quadril é flexionado e a perna é flexionada; ou b) dor está presente no
momento em que o quadril é flexionado e a perna é estendida.
Quando ambos, o quadril e a perna, estão flexionados, não há nenhuma tensão sobre o
nervo ciático. Quando o quadril é fletido e a perna é estendida, o nervo ciático é tensionado e,
se irritado, causará dor ou exacerbará dor existente na perna.
53
Ilustrações 13 e 14 -Teste de Laségue
Fonte: Cipriano, 2005
G) TESTES DE DISFUÇÃO DA SACROILÍACA
TESTE DO BALANÇO PÉLVICO (TESTE DE COMPRESSÃO ILÍACA)
Procedimento: com o paciente deitado de lado, exercer uma forte pressão para baixo
sobre o ílio. Efetuar este teste bilateralmente (Ilustração 15).
Fundamento: colocar uma pressão para baixo sobre o ílio transfere uma pressão de
compressão para as superfícies articulares das articulações sacroilíacas. Dor em qualquer
articulação sacroilíaca indica uma lesão de articulaçãosacroilíaca, tal como um processo
inflamatório nas superfícies articulares no lado afetado.
54
Ilustração 15- Teste do Balanço Pélvico
Fonte: Cipriano, 2005
TESTE DO FLAMINGO
Procedimento: com o paciente em pé, instruí-lo para ficar de pé sobre uma perna de
cada vez. Instruir o paciente para saltar, o que aumenta o esforço sobre a articulação
(Ilustrações 15 e 16).
Fundamento: Este teste aumenta a pressão na articulação do quadril, sacroilíaca e da
sínfise púbica. Dor aumentada em qualquer destas articulações pode indicar um processo
inflamatório no lado da perna de apoio. Dor secundária a trauma pode indicar uma fratura
dentro da articulação suspeita. Dor na articulação do quadril também pode indicar uma bursite
troncanteriana.
55
Ilustrações 16 e 17- Teste do Flamingo
Fonte:CIPRIANO, 2005
1.1.11 Diagnóstico por Imagem
Vários métodos de exame por imagem têm sido colocados à disposição dos médicos
ortopedistas. Associados aos dados clínicos e ao exame físico, têm contribuído para aprimorar
o diagnóstico (CIPRIANO, 2005). São técnicas que incluem o uso dos raios X e de radiações
56
não-ionizantes, como a ultra-sonografia e a ressonância magnética.
Ainda segundo CIPRIANO,(2005),essas técnicas estão fundamentadas primeiramente
no conhecimento anatômico da região examinada; a seguir, pelo conhecimento das
características que cada método permite mostrar e, finalmente, pelo conhecimento das
alterações que cada enfermidade provoca.
Exame Radiológico
O exame do sistema musculoesquelético através dos raios X (exame radiográfico) é,
em certo sentido, uma extensão do exame físico. O examinador, deve considera-lo uma forma
de inspeção interna e, como tal, de extremo valor não só para obter um diagnóstico exato dos
distúrbios e traumatismos do sistema musculoesquelético, mas também para seguir a evolução
destes processos. Nas radiografias, o osso aparece relativamente branco (radiopaco), enquanto
os tecidos moles aparecem relativamente escuros (radiotransparentes). A densidade
radiográfica de um tecido depende de sua espessura e peso anatômico. Quanto mais espesso é
um tecido e maior o seu peso anatômico, menos radiação penetra no tecido para impressionar
a película; o mais branco irá então aparecer. Inversamente, quanto mais fino o tecido e menor
o seu peso anatômico menos radiação será absorvida e, portanto, mais radiação penetra pelo
tecido para expor o filme; o mais escuro irá então aparecer.
Tomografia Computadorizada (TC)
Segundo Salter (1999), a tomografia providencia imagens de uma série de secções ou
cortes dos tecidos de várias profundidades da superfície da pele. Tais cortes, cada um é
focalizado num nível específico, são particularmente úteis na avaliação da anormalidade
57
dentro de tecidos de contraste alto, como osso, por exemplo lesões destrutivas no osso,
pseudo-artrose de fraturas ou a consolidação ou união óssea sobre uma área de artrodese
(fusão articular). Mesmo que a tomografia convencional tenha sido substituída extensamente
pela tomografia computadorizada e ressonância magnética, principalmente em centros em que
estas modalidades bem mais caras não estão disponíveis.
Ultra-Sonografia
Segundo Salter (1999), a ultra-sonogragia ou ultra-som diagnóstico, que não envolve o
uso de radiação ionizante, é útil na detecção de derrames articulares, nas lesões de músculos e
tendões e na relação precisa entre a cabeça femoral cartilaginosa não-ossificada e o acetábulo
em recém-nascidos com suspeita de luxação ou subluxação do quadril (displasia de
desenvolvimento do quadril). A ultra-sonografia também têm sido usada como um método
seguro e não- invasivo para fazer a diferenciação entre lesões sólidas de tecidos moles e
lesões císticas cheias de fluido (como um cisto poplíteo).
Ressonância Magnética (RM)
Conforme citado por Salter (1999) o desenvolvimento de RM nos anos 80 foi mais um
avanço na área de imagem diagnóstica. Os avanços mais significantes da RM sobre a TC são
que ela usa radiação de radiofreqüência não-ionizante. Usando um campo magnético forte, a
RM providencia imagens de cortes com uma resolução maior que a CT e produz melhor
imagens do cérebro e medula. Ela pode melhor diferenciar os vários tipos de tecidos moles
uns dos outros e providenciar dados fisiológicos e anatômicos (especialmente quando usada
em junção com agentes de contraste e espectroscopia).
58
Exame Laboratorial
Uma fonte de dados ou pistas que podem ser requeridos, pelo menos em alguns casos,
para solucionar o problema do diagnóstico é o exame de laboratório de amostras de fluídos e
tecidos. Estes exames ou provas envolvem hematologia, bioquímica, imunologia,
bacteriologia e patologia. Da multiplicidade de exames de laboratório de que se dispõem, os
de maior valor no diagnóstico das alterações do sistema musculoesquelético são os seguintes:
sangue,hemoglobina, contagem de hemácias, leucometria, esfregaço sanguíneo, velocidade de
hemossedimentação (SALTER, 1999)
1.2 Atividade Física e Saúde
1.2.1 Benefícios da atividade física
A atividade física e a participação em atividades esportivas são importantes
componentes da vida diária de indivíduos normais e deficientes .historicamente,pelo menos
desde grécia ântica ,o exercício físico tem sido louvado como um adjunto da boa saúde.A
atividade física é conhecida como capas de trazer várias mudanças benéficas tanto
fisiológicas como psicológicamente (FOSS & KETEYIAN, 1998).
As adaptações fisiológicas benéficas resultantes de exercícios de resistência incluem
as seguintes. (1) aumento da capacidade de trabalho fisico; (2) aumento da resistência
59
muscular a fadiga; (3) redução da adiposidade; (4) mudanças nos lipídios e nas lipoproteínas
sangüíneas, entre outros. Todas estas mudanças resultaram em indivíduos mais saudáveis.
(KRUSEN, 1994).
Os benefícios psicológicos do exercício regular são difíceis de serem medidos
objetivamente; contudo, a prática regular de exercícios é conhecida como capaz de aliviar a
tensão muscular, faz a pessoa sentir-se e dormir melhor, aumenta o nível de vigor e alerta, e
pode ajudar na motivação para melhorar outros hábitos de saúde incluindo mudanças
alimentares e cessação do hábito de fumar. (KRUSSEN, 1994). Inúmeros são os benefícios
proporcionados á saúde com a prática de atividades físicas, isto demonstra o quanto um
programa de exercícios ajudaria concometivamente á um tratamento fisioterapêutico,
respeitando as limitações e cuidados necessários , sendo assim o inverso é verdadeiro.
1.2.2 Musculação
Segundo GIANOLLA (2003), a história da musculação é muito antiga, existem relatos
históricos que datam do início dos tempos e que descrevem a prática da ginástica com pesos.
Em escavações foram encontradas pedras com entalhes para as mãos, permitindo aos
historiadores intuir que pessoas utilizavam o treinamento com pesos. Temos esculturas
datadas de 400 anos a.C. que relatam formas harmoniosas de mulheres, mostrando
preocupação estética na época. Relatos de jogos de arremessos de pedras datam de 1896 a.C.
Paredes de capelas funerárias do Egito mostram 4.500 anos atrás homens levantando pesos na
60
forma de exercícios.
O levantamento de peso (exercícios de resistência) é feito através de equipamentos
móvel, fixo e auxiliar. Quanto a esses equipamentos, o móvel deve ser de tal natureza que
possa ser seguro com a mão ou afixado em algum segmento do corpo para ser movimentado
durante a realização de um exercício.
Os equipamentos fixos podem ser do tipo compacto ou amplo, incluindo unidades com
estações de módulos e aglomerados destinados a desenvolverem vários grupamentos
musculares (BITTENCOURT, 1984). Ainda segundo Bittencourt (1984), quando bem
orientada, a musculação representa uma importante profilaxia em relação ás lesões músculosarticulares.
A musculação como forma de competição onde se exibem os músculos tem como
dado oficial o registro da primeira competição em 1901 em Londres. Possivelmente existiram
outros campeonatos, mas este é o que parece ter dado início ao esporte. Esta competição foi
intitulada “The Great Competition” e foi idealizada por Eugene Sandow (Ilustração 17 ), com
o objetivo de escolher o físico mais fabuloso. Hoje esta competição se equivale ao Mr.
Olympia (GIANOLLA , 2003)
Ilustração 17-Eugene Sandow
61
Fonte: Schwazneger, 2001
Hoje, a educação física não trabalha o movimento humano a partir da visão restritiva
que observamos por muitos anos, mas atua junto á cultura relacionada às expressões do
movimento humano. Portanto todos os profissionais que trabalham com o movimento humano
não podem mais se restringir à sua dimensão biológico-motora, devendo, sim, entende-lo
como uma forma de expressão da cultura do indivíduo que realiza a atividade física,
humanizando-o. Quanto mais sedentárias, apressadas, estressadas e debilitadas pelo modo de
vida moderno, mais as pessoas procuram um idílio de paz e saúde, que lhes é traduzido pela
62
prática do exercício físico (SABA, 2001).
Os exercícios com pesos são facilmente aplicados aos mais diversos tipos de pessoas –
basta pararmos para pensar que podem ser mais suaves que andar ou permanecer em pé. Uma
pessoa que não consegue permanecer em pé e sustentar o próprio corpo pode, no próprio leito,
praticar exercícios contra resistências para ganhar força e conseguir levantar-se, sustentar o
peso corporal e se locomover. Os exercícios com peso são facilmente adaptáveis aos mais
diversos tipos de pessoas, desde um doente até um atleta de altíssimo nível, pelo fato de
apresentarem diversas variáveis que podem ser facilmente ajustadas (GIANOLLA, 2003).
1.2.3 Ginástica
A dança como expressão manifesta-se simplesmente por impulso natural do homem,
sem que necessariamente esteja envolvido o empenho técnico de fazê-la. Segundo Bloise
(2001), foi uma modalidade física que teve seu auge nos anos 80 nas academias,chamada até
então de ginástica aeróbica praticada por inúmeras personalidades da época,onde atraiu
multidões com a promessa de mudança radical da performance física,com o passar dos anos
sofreu inúmeras inovações. Criação de novas coreografias, músicas de diferentes estilos, uso
de implementos como bastões, caneleiras, halteres, o que a manteve sempre como uma das
atividades físicas mais praticadas nas academias (MOURA, 2002).
63
1.2.4 Treinamento Físico versus Especificidade
O conceito de “especificidade de treinamento” indica que nem todos os indivíduos
devem ser treinados da mesma maneira, mas que seus programas de exercícios devem ser
adaptados especificamente para atenderem melhor suas necessidades, isto inclui como
prescrever com segurança os programas de exercícios para adultos e os efeitos benéficos
dessas prescrições sobre o estado global de saúde (FOSS & KETYIAN, 1998).
1.2.5 Exercício que Reabilitam
Para Frontera et al (2001), embora o exercício como auxiliar à intervenção médica não
faça parte do entendimento da população, uma “mania por exercícios” vem tomando conta do
público em geral nos últimos anos. Nos Estados Unidos, a preocupação com o baixo
condicionamento físico começou a crescer na década de 50, quando o Teste Krause-Weber de
crianças escolares evidenciou uma performance desanimadora por essa população norteamericana, em comparação com as européias, e tanto o presidente Eisenhower (1952-1960)
quanto Kennedy (1960-1963) transformaram o condicionamento físico em uma preocupação
nacional. Hoje a OMS considera o sedentarismo como doença e que traz muitos prejuízos pela
doenças associadas como obesidade, problemas cardíacos entre outros.
Educadores, autores de trabalhos sobre condicionamento e defensores do exercício,
64
como Bonnie, Pruden e Kenneth Cooper, começaram a oferecer orientações específicas sobre
exercícios e condicionamento aos leitores leigos. O programa de exercício “Aeróbico” de
Cooper tornou-se imensamente popular. Clubes de saúde e centros de condicionamento
cresceram em número e em popularidade à medida que a geração do baby boom crescia, nas
décadas de 60 e 70.
Enquanto isso, os regimes de exercícios com supervisão médica introduzidos nas
décadas de 40 e 50 para lesões de guerra e epidemias de pólio expandiram-se, a fim de
atender pacientes com acidente vascular cerebral, doenças cardíacas ou pulmonares e muitas
outras incapacidades.
Hoje em dia, existe uma grande rede de instalações de reabilitação médica, uma
indústria igualmente em expansão de clubes de saúde e centros de condicionamento
(academias), um movimento mundial medicina esportiva, grupos específicos com
acompanhamento médico em academias como de idosos. Contudo, muitos profissionais de
cuidados em saúde fora dessas áreas permanecem pouco ou mal-informados sobre como
prescrever exercícios como parte de um plano de tratamento (FRONTEIRA et al, 2001).
1.3 Patologias do Sistema Musculoesquelético
1.3.1 Dor
65
Um dos sintomas mais comuns a atrair pacientes para o médico é a queixa de dor. A
dor que ocorre no momento da lesão tecidual e durante o processo de cura é conhecida como
dor aguda. A dor que persiste além do prazo previsível de cura é conhecida como dor crônica
está relacionada à duração e não à intensidade. Sob certas condições como a artrite
reumatóide, pode haver episódios de dano tecidual ou inflamação recidivante associados com
episódios recidivantes de dor aguda. A importância da distinção entre esses tipos é que o
tratamento usado para um pode não ser útil para o outro. Na verdade, modalidades de
tratamento usadas para dor aguda algumas vezes agravam a dor crônica.
1.3.2 Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS)
Uma sondagem efetuada por incumbência da OMS revela que um em cada cinco
adultos sofre de dores crônicas de caráter não-maligno, que geralmente ocorrem nas costas, na
cabeça, nas articulações e nos membros (GUREJE et al, 1998).
Segundo Magee (2002), funcionalmente, a dor pode ser dividida em 7 níveis,
especialmente para condições que envolvem esforços repetitivos, conforme abaixo citado na
tabela 3.1.
TABELA 3.1- ESCALA DE DOR DE MAGEE:
Nível 1
após atividade especifica
Nível 2
após atividade especifica que desaparece com o aquecimento
Nível 3
Durante e após atividade específica que não afeta o desempenho
66
Nível 4
Durante e após atividade específica que afeta o desempenho
Nível 5
com atividade da vida diária (AVD)
Nível 6
surda constante em repouso que não perturba o sono
Nível 7
surda constante que perturba o sono
Fonte: MAGEE, 2005
1.3.3 Problemas músculoesqueléticos
Respondem por significante dor e sofrimento, bem como por bilhões de dólares para
tratamento geralmente inadequados. Todos estes problemas podem ser tratados ou prevenidos
com a atividade. Segundo Hebert et al (2003) o sistema musculoesquelético é composto de
ossos, cartilagens, ligamentos, músculos, tendões, sinóvias, bursas e fáscias, sendo composto
de tecidos duros e moles. Moléstias e lesões do sistema musculoesquelético causam dor,
deformidade, e perda da função. Elas limitam a atividade e causam incapacitação em maior
número de pessoas que os distúrbios de qualquer outro sistema do organismo. (WEINSTEIN,
2000).
Segundo Weinstein, (2000), a estabilidade e mobilidade do corpo dependem dos
tecidos que formam o sistema musculoesquelético – osso, cartilagem, tecido fibroso denso, e
músculo. Esses tecidos diferem em vascularidade, inervação propriedades mecânicas e
biológicas, e composição, mas partilham a mesma origem comum, de células
mesenquimatosas indiferenciadas. A compreensão das moléstias e lesões do sistema
67
musculoesquelético e seu tratamento necessariamente dependem do conhecimento desses
tecidos.
Disfunções musculoesqueléticas
No conhecimento de Weinstein (2000), as disfunções do sistema músculoesquelético
podem ser traumáticas, reumáticas ou desportivas. E as causas dos distúrbios
músculoesquelético são: traumatismo e moléstias imunológicas, inflamatórias, degenerativas,
neoplásicas,
psicológicas,
endocrinológicas,
neuromusculares,
hereditárias
e
do
desenvolvimento.
O termo reumatismo, a rigor, não trata de uma doença em particular, mas de um
grande número delas, todas atuantes no sistema músculo-esquelético. Este é o sistema que dá
a sustentação (ossos) e mobilidade (músculos) ao nosso corpo. Sua estrutura é muito
complexa, pois é composto por mais de 230 ossos e cerca de 639 músculos, que
desempenham funções variadas, como proteger órgãos vitais (crânio e costelas), sustentar-nos
na posição ereta e permitir atos como andar, pegar, pular etc. (CONTRAN et al, 2000).
1.3.4 Algumas patologias musculoesqueléticas
Epicondilite lateral
É a inflamação da inserção dos músculos responsáveis pela extensão e supinação do
antebraço ( HERBERT et al, 2003). A doença é desencadeada por uso excessivo, estiramento
68
excessivo ou carga excessiva, o inicio é crônico mas pode ser agudo, a fraqueza muscular é
pequena a moderada, incapacidade é pequena a grande, espasmo , edema, dor à contração
isométrica e isotônica, apresenta dor ao alongamento, é possível apresentar crepitação e a
amplitude de movimento esta diminuída (WEINSTEIN& BUCKWALTER,2000).
Cisto Sinovial
Embora em percentagem variável de série para série, é o mais freqüente dos tumores
nesse segmento do corpo, podendo estar presente em qualquer articulação e/ou tendão, apesar
das localizações mais comuns serem no punho dorsal, no punho volar e na bainha dos
flexores ( GOULD III, 1993).
A etiologia do cisto sinovial, a despeito das várias hipóteses, continua obscura e
desconhecida. Entre as muitas explicações existentes para origem dessa tumoração, as mais
consideradas são degeneração mucóide, tecidos periarticulares embrionários e até mesmo
esforço e traumatismos (HERBERT et al, 2003).
A maioria dos cistos sinoviais é assintomática, mas alguns pacientes referem dor,
principalmente aos esforços ou movimentos de repetição. Pode ter ocorrência súbita ou
evoluir arrastadamente ao longo de meses, podendo aumentar ou diminuir de volume ou
mesmo permanecer inalterado indefinidamente. De forma arredondada, costuma ter
consistência firme, mas pode ser mole e flutuante, dependendo da consistência de seu
conteúdo. Profundamente aderido, mas móvel sob a pele, apesar de não ser comum, pode
algumas vezes levar a compressão vascular e/ou nervosa, conforme já verificamos clínica e
cirurgicamente e como atesta a literatura. Pode ocorrer em qualquer década e sexo, sendo, no
entanto, mais frequentemente entre a segunda e a quarta décadas e no sexo feminino.
69
O tratamento do cisto sinovial por método não-cirúrgico foi descrito há muito tempo, e
várias são as técnicas (punção e infiltração, destruição por pressão, transfixação). No entanto,
todas elas têm mais valor histórico que resolutivo, uma vez que o alívio é apenas por um
período variável de tempo. O tratamento cirúrgico, por sua vez embora apresente uma alta
taxa de recidiva (20%), é o mais efetivo e está indicado para os pacientes que se queixam de
dor persistente. A conduta que adotamos nos casos clinicamente silenciosos é de demover o
paciente da idéia de cirurgia, explicando tratar-se de uma lesão benigna cujo tratamento não
assegura solução definitiva.
Tendinite do periforme
Segundo FRONTERA (2001), são lesões como inflamação do tendão dos músculos,
rotatores externos de quadril (piriforme), e pode ocorrer por uso excessivo, estiramento
excessivo ou carga excessiva. O início é agudo, mas pode ser crônica, a fraqueza muscular é
pequena a moderada, apresentam espasmo, edema e dor ao alongamento. A amplitude de
movimento está diminuída e na maioria dos casos, a ciatalgia está presente.
Hérnia de disco
Embora seja mais freqüente na região lombar, trata-se de uma afecção que pode
ocorrer em qualquer lugar da coluna vertebral.
O fator inicial para degeneração discal parece ser uma diminuição no conteúdo dos
proteoglicanos do disco intervertebral, que são os principais responsáveis pela hidratação do
núcleo pulposo, dando suas propriedades de gel que, dessa forma, distribui as pressões no anel
de modo uniforme. Em um trabalho clássico de 1930 Paschall, demonstrou que disco no
70
indivíduo jovem apresenta cerca de 88% de seu conteúdo de água, enquanto no adulto, cai
para 69%.
Segundo COX (2002) com a diminuição da pressão de embebição do disco, maior
pressão é transmitida às fibras do ânulo, o núcleo perde suas propriedades hidráulicas, de
verdadeiro amortecedor das pressões, e as fibras do ânulo tornam-se mais suscetíveis de
ruptura.
Segundo HERBERT et al ( 2003) na fase de degeneração discal, entre 30 e 50 anos de
idade, é mais freqüente a hérnia discal com distribuição das pressões de forma desigual, após
essa fase, pela maior perda de água do disco, o núcleo deixa de transmitir tais pressões,
diminuindo, consequentemente a chance de ocorrer hérnia. Além disso, o efeito da postura
ereta adotada pelo homem durante a evolução pode ser comprovada em um trabalho
experimental no qual ratos foram tornados bípedes mediante a amputação de suas patas
dianteiras, fazendo com que eles apresentassem amputações discais semelhantes à de
humanos. Outro dado interessante foi comprovado por um trabalho realizado na Suécia, em
voluntários, no qual foi medida a pressão intradiscal em diferentes posições, observando-se
pressão maior na posição sentada e menor em decúbito dorsal, ou seja, quanto mais se inclina
o tronco anteriormente, mais aumenta a pressão.
Pope, em 1992 em um estudo instrumental e por meio de modelo matemático
demonstrou que o disco se rompe em flexão e rotação associada e resiste bem à compressão
pura. Além desses fatores também a ação de fatores biomecânicos locais é importante, pois
determinados níveis são mais suscetíveis à ocorrência de hérnia discal, na coluna cervical
entre C5 e C6 – nível de maior mobilidade - na coluna torácica no terço inferior, que é mais
71
móvel que sua porção superior, e na coluna lombar entre L4- L5 e L5-S1.
Assim a hérnia de disco é na verdade uma combinação de fatores biomecânicos,
alterações degenerativas do disco e situações que levam o aumento de pressão sobre o disco.
Um exemplo que mostra como o disco sadio resiste bem às pressões é observado em crianças
e adolescentes, nos quais, quando ocorre grande sobrecarga na região lombar, o disco resiste.
Por fim, acaba ocorrendo uma avulsão da placa cartilaginosa (COX, 2002).
Distúrbios Reumáticos
Doença Reumática é um termo geral que reúne um número de condições que causa dor
e inchaço crônicos das articulações e bainhas tendinosas. Isto não implica uma conexão
causal, mas elas partilham certas manifestações patológicas:
(1) mecanismo imune defeituoso;
(2) uma resposta inflamatória que persiste quase indefinidamente;
(3) lesão progressiva das juntas e tendões.
Dentre estas apresentam-se:
! ARTRITE REUMATÓIDE
Segundo Contran et al (2000), artrite reumatóide é uma doença inflamatória sistêmica
na qual as alterações são mais acentuadas no tecido sinovial dos tendões e articulações. É
caracterizada por uma polissinovite simétrica crônica, enrijecimento matinal, elevação do
VHS e aparecimento de globulinas anti-Ig G (fatores reumatóides) no soro. Afeta cerca de 3%
72
da população, geralmente começando na quarta década de vida, e é três vezes mais comum
em mulheres do que em homens. Tanto a prevalência como a manifestação clínica variam em
diferentes populações: é mais comum ( e geralmente mais grave) nas comunidades urbanas da
Europa e América, mas é raramente vista nas populações tribais da África.
Causa
Algum antígeno – possivelmente um vírus – inicia uma cadeia de eventos, sugerindo
uma resposta imune seriamente perturbada. Este tipo de reação pode ser geneticamente
predeterminada, porque os pacientes apresentam freqüências aumentadas de certas
histocompatibilidades de antígeno (HLA-CW3 e HLA-DW4). Uma seqüência importante é o
aparecimento de complexos antígeno-anticorpo nas juntas, os quais após a ativação do
complemento, estimulam uma reação fagocítica local, liberação de enzimas lisossômicas e
inflamação. Estes imunocomplexos provavelmente estimulam também a produção de autoanticorpos, que aparecem no fluido sinovial e no sangue como fator reumatóide antiglobulina.
Patologia
A condição é generalizada, afetando tecidos por todo o corpo e deveria ser
denominada doença reumatóide. Entretanto, o impacto do ataque localiza-se na sinóvia. A
manifestação constante e característica é uma inflamação crônica; uma lesão inconstante,
porém patognomônica, é o nódulo reumatóide.
Espondilite Anquilosante
Esta doença inflamatória crônica da coluna e articulações sacroilíacas é caracterizada
por dor e rigidez lombares, com envolvimento variável das articulações periféricas
73
(THOMSOM et al, 1994). Sua prevalência é de aproximadamente 0,1% na Europa ocidental,
mas é muito mais baixa nos negros americanos e africanos. Os homens são afetados mais
frequentemente do que as mulheres (as proporções variam de 4:1 a 10:1) e a idade mais
comum de início são entre o 15 e 25 anos ( HERBERT et al, 2003).
Causa
A predisposição genética é importante. A doença é muito mais comum entre membros
de uma mesma família do que na população em geral, e o HLA-B27 está presente nos
pacientes e na metade de seus parentes de primeiro grau. Mas como somente uma fração de
pessoas com HLA-B27 desenvolve espondilite anquilosante, deve haver algum “gatilho”
adicional. Uma vez que a espondilite anquilosante clássica é algumas vezes associada a
infecção geniturináia ou intestinal e que distúrbios como a doença de Reiter e colite ulcerativa
causam alterações vertebrais e sacroilíacas indistinguíveis das da espondilite anquilosante,
pensa-se que a drenagem linfática para a coluna pode ser de importância(COLLINS et al,
2000).
Patologia
Existem duas lesões básicas: sinovite das articulações, tipo diartroses, e inflamação
nas junções fibro-ósseas nas articulações do tipo sindesmoses e nos tendões.
A sinovite das articulações sacroilíacas e vertebrais causam destruição da cartilagem
articular e do osso periarticular. As articulações costovertebrais também estão frequentemente
envolvidas, conduzindo à diminuição da excursão respiratória. Quando as articulações
periféricas forem afetadas, as mesmas mudanças ocorrerão.
74
A inflamação nas articulações fibro-ósseas afetam os discos intervertebrais, os
ligamentos sacroilíacos, a sínfise pubiana, o manúbrio esternal e as inserções ósseas dos
grandes tendões. As alterações patológicas ocorrem em três estágios: (1) uma reação
inflamatória com infiltração de tecido de granulação e erosão do osso adjacente; (2)
substituição do tecido de granulação por tecido fibroso e (3) ossificação do tecido fibroso,
levando à anquilose da articulação(COLLINS et al, 2000).
A ossificação sobre a superfície do disco dá origem a pequenas pontes ósseas ou
sindesmóficos ligando os corpos vertebrais adjacentes. Se muitas vértebras estiverem
envolvidas, a coluna poderá se tornar absolutamente rígida. As articulações não são
infectadas; a sinovite é o estágio final de uma resposta imune anormal à infecção em qualquer
outra parte ou aos produtos desta infecção.
Artrose
É uma doença degenerativa crônica caracterizada pela deteriorização da cartilagem e
pela neoformação óssea nas superfícies e margens articulares. Outros termos podem ser
usados para designar essa doença como osteoartrose, doença degenerativa articular, artrite
degenerativa. No quadril pode ser chamada de coxoartrose ou malum coxae senilis(COLINS
et al, 2000).
Epidemiologia
A artrose ocorre com uma freqüência aumentada em pessoas idosas (COTRAN et al,
2000). Entretanto, a relação entre idade e artrose não está esclarecida. Embora a artrose possa
iniciar em uma idade relativamente precoce, o seu progresso torna-se clinicamente aparente e
75
mais prevalente com a idade. De forma alternativa a artrose pode ocorrer quando mudanças na
cartilagem trazidas pela idade predispõem a uma degeneração articular em resposta a fatores
externos, como um estresse biomecânico. Quase todas as formas de lesão ou de doenças
articulares podem iniciar o processo que resulta na artrose.
A artrose pode seguir-se a uma agressão mecânica, a uma doença articular inflamatória
(HERBERT et al, 2003). Esse conhecimento leva à diferenciação da artrose em dois tipos
principais: primária, quando o processo ocorre sem causa aparente, e secundária, quando o
processo ocorre por uma causa conhecida ou preexistente. Entretanto, essa forma de avaliação
é um tanto simplista, porque o desenvolvimento de algumas formas da doença secundário
depende de uma variedade de fatores de risco, que incluem idade, sexo, raça,, peso e história
familiar. Existe notadamente uma predisposição genética na artrose poliarticular, sendo que
esta ocorre raramente antes dos 35 anos de idade. Condições climáticas podem piorar lesões
pré-existentes, por meio de espasmo muscular ou de influências no mecanismo da dor.
Doenças sistêmicas como artrite reumatóide, espondilite anquilosante, diabetes, doença de
paget, alcaptonúria, hemacromatose, entre outras, podem ser causa da artrose. A obesidade
não está comprovada como intidade causadora de artrose, mas parece claro que o peso
corporal excessivo acelera o desgaste das articulações que suportam peso. Fatores locais,
como o traumatismo de repetição sobre a articulação, condrólise, necrose da cabeça femoral,
artrite séptica, seqüelas de epifisiólise ou de doença de Perthes, bem como displasia do
desenvolvimento do quadril, podem estar envolvidos na causa da artrose.
Fisiopatologia
Segundo COLINS et al 2000, a degeneração cartilaginosa que ocorre na artrose é
76
caracterizada por alterações profundas na superfície articular. Fibrilação, fissuras e erosões
são eventos que podem estar presentes na superfície articular. Essas mudanças ocorrem
devido a alterações na atividade biossintética dos condrócitos e na composição bioquímica.
Os proteoglicanos, encontrados na cartilagem, formam uma família diversa de
glicoproteínas com a característica comum de possuir no mínimo uma cadeia de
glicosaminoglicanas ligada à proteína central. Os condrócitos sitetizam e secretam
proteoglinas na matriz extracelular. O resultante da ligação de algumas dessas substâncias é a
formação de um agregado hidrófilo supramolecular, que é o responsável primário pela
superfície com baixo coeficiente de atrito pela resistência à compressão da cartilagem
articular.
Súbitas mudanças na bioquímica dos proteoglicanos cartilagíneos – eventos iniciais no
desenvolvimento da artrose.
1.3.5 Distúrbios Metabólicos e Endócrinos
Para Cotran et al (2000), osso não é meramente um suporte; tem também a importante
função de manter a concentração dos íons cálcio estável no fluido extracelular. Apesar de toda
sua solidez, está num estado contínuo de fluxo, e o controle da formação osteoblástica e da
absorção osteoclástica está ligado, inevitavelmente, às trocas de cálcio.
Nas crianças, o crescimento epifisário é seguido pela ossificação e remodelamento,
77
enquanto que a diáfise tubular aumenta pela aposição no subperiósteo e reabsorção do
endósteo (HERBERT et al,2003). Até os quarenta anos, a formação óssea continua a exceder
a perda óssea, de modo que os córtex tubulares tornam-se mais grossos e o osso poroso mais
denso. Este estado ósseo persiste por alguns anos, mas, após o climatério (por volta dos 50
anos nas mulheres e dos 65 nos homens), há uma perda intensa e progressiva da espessura
cortical e da massa óssea; as cavidades aumentam e as trabéculas tornam-se mais finas,
fazendo com que o esqueleto se torne progressivamente mais frágil.
Estas alterações, à longo prazo, da reserva mineral são complementadas pelas
alterações rápidas que ocorrem a todo momento durante a vida. Dentre estas doenças
apresenta-se a:
Osteoporose
Na osteoporose, a composição óssea é normal, porém a quantidade de osso por
unidade de volume é menor que o normal ( KOTTKE & LEHMANN,1994).. Com esta
definição, qualquer pessoa a partir dos quarenta anos gradualmente acelerado. A involução
gonodal é o fator mais importante e as mesmas alterações ocorrem em mulheres mais jovens
após a ooforectomia.
Em adição à perda óssea relacionada com a idade, há muitas doenças nas quais a
osteoporose generalizada é uma manifestação (COTRAN et al, 2000). Uma classificação
clínica é apresentada, embora, para manter um senso de perspectiva, algumas verdades
práticas devam ser reconhecidas:
78
1. A maioria dos casos e osteoporose permanecem inexplicadas, mesmo após
investigações extensas.
2. A osteoporose é tão comum em pessoas idosas que é impraticável investigar todas as
causas possíveis (embora doenças malignas, insuficiência na dieta e fatores
iatrogênicos devam ser sempre excluídos).
3. Os pacientes abaixo dos 45 necessitam de completa investigação; uma causa comum
nesta idade é o mieloma múltiplo.
4. Em qualquer caso particular, muitos fatores poderão estar envolvidos.
5. A perda radiológica da densidade óssea poderá ser causada pela osteomalácia ou pela
ostoporose, ou uma combinação das duas.
Bolsite
Os anatomistas do século XVIII utilizaram o termo bursa para designar pequenas
quantidades de fluídos embolsados entre os tendões e o osso. A função dessas bolsas seria
diminuir o atrito entre tendões e músculos sobre proeminências ósseas. Existem, no mínimo,
13 bursas constantemente presentes na região do quadril, mas as de maior interesse de estudo
são a troncantérica, a iliopectínia e a isquiglútea(JUNQUEIRA & CARNEIRO, 1999).
Segundo Herbert et al (2003) a bursa está sujeita a todo tipo de condição inflamatória
que afeta as articulações sinoviais verdadeiras, como artrite reumatóide, gota, infecção e
inflamação pós-traumática. A bursite trocantérica é a mais importante clinicamente, e costuma
ser uma das maiores causa de dor e de inflamação na região do quadril. Existem três bursas
trocantéricas, a maior e mais importante localiza-se entre o glúteo máximo e o tendão do
glúteo médio. A apresentação clínica dos sintomas é variável, mas, em geral, descreve uma
79
dor contínua, localizada e profunda, que pode piorar com a posição e com a atividade do
paciente. Normalmente, a dor piora à noite e o paciente tem dificuldade para dormir. Essa
patologia acomete freqüentemente os idosos, e o lugar comum de localização da dor é atrás e
posteriormente ao trocanter maior, e uma pressão firme sobre o local desencadeia um intenso
desconforto, auxiliando o diagnóstico. Os exames radiográficos são negativos; entretanto,
algumas vezes podem identificar a presença de calcificações.
O tratamento mais efetivo para a bursite trocantérica localizada é a aspiração do
conteúdo da bursa e injeção de uma mistura de corticóide com anestésico local. O anestésico
ajuda a diferenciar a patologia de outros problemas. O uso de antiinflamatórios também pode
estar indicado. Nos casos de bursite crônica refratária ao tratamento conservador, o tratamento
cirúrgico pode estar indicado (THOMSOM et al,1994).
Tendinite Calcárea do Supra Espinhoso
Segundo HERBERT et al (2003) depósito de sais de cálcio nos músculos do manguito
rotador é uma patologia comum de etiologia ainda desconhecida, o que, de certa forma é
embaraçoso para o médico, já que a pergunta clássica em consultório é: “doutor, como esse
cálcio foi parar aí no meu ombro?”. O curso natural da doença mostra que os depósitos de
cálcio são reabsorvidos ao longo do tempo e os músculos cicatrizam o processo inflamatório.
Esse processo pode ocorrer sem qualquer sintomatologia dolorosa em alguns casos, ou com
quadros de dor aguda durante os períodos de reabsorção do cálcio.
Fisiopatologia:
Não estão completamente esclarecidas a razão do depósito de cálcio na região de
80
inserção do músculo supra-espinhal, que é uma zona de hipovascularização, e a compressão
mecânica entre o acrômio e a grande tuberosidade(COLINS et al, 2000).
Escoliose
A escoliose é o mais deformante problema ortopédico com que se confronta a criança.
É uma condição potencialmente progressiva que afeta crianças durante a fase ativa de
crescimento. As alterações estruturais finais podem ser corrigidas apenas cirurgicamente:
portanto, são necessários reconhecimento precoce e tratamento agressivo. Para Kottke &
Lehmann (1994) A escoliose é a curvatura lateral não fisiológica da coluna a partir da linha
média. Devido ao alinhamento vertebral, ao alinhamento mecânico das articulações
posteriores e às restrições ligamentares e musculares da coluna vertebral, a curvatura lateral é
gradualmente acompanhada de rotação simultânea dos corpos vertebrais em direção ao lado
convexo da curva. A curvatura a princípio é funcional pelo fato de ser reversível e
desaparecer em decúbito, porém gradualmente sofre alterações graduais. Uma escoliose
estrutural é uma curva fixa que não se corrige com a inclinação lateral ou com o decúbito
dorsal. A rotação lombar é leve em sua aparência estética: contudo, em virtude das costelas
estarem firmemente presas às vértebras torácicas, as costelas sofrem deformidades estruturais
rotatórias na rotação torácica. A escoliose lombar tende a causar lombalgia (COX, 2002).
Lombalgias Idiopáticas
O tipo de lombalgia que confronta mais comumente o fisioterapeuta é a de origem
mecânica benigna. O conhecimento da anatomia funcional normal, a história detalhada e o
exame apropriado revelam a alteração que está causando a dor e incapacidade. A
possibilidade de doenças orgânicas que causem sintomas de lombalgia deve sempre ser
81
considerada. Estas incluem entidades como alterações pagetóides, invasão metastática,
infecção ou dor referida. Testes laboratoriais adequados revelam estas condições(MAGEE,
2002).
As causas benignas mecânicas são divididas nos tipos estático (postural) e cinético
(biomecânica defeituosa). Das causas estéticas, a mais comum é a hiperlordose, na qual há
excessiva sustentação de peso pelas facetas e fechamento foraminal. Por outro lado, posturas
fletidas prolongadas diárias podem causar migração posterior do núcleo, resultando em
lombalgia e provavelmente radiculopatia ciática(COX, 2002).
Para Herbert et al (2003) o diagnóstico definitivo depende da história e do exame
físico no qual a dor é reproduzida. Os estudos radiológicos podem revelar degeneração discal
e artrite nas facetas, mas o diagnóstico é clínico.
O tratamento é direcionado para a causa da dor. Tanto a flexão ou extensão é prescrita
com esta base. A mecânica corporal continua a ser mandatória para melhorar a postura e
modificar posturas em pé e de trabalho(COX, 2002).
82
4 METODOLOGIA
Este estudo está consolidado na pesquisa exploratória e descritiva com abordagem
quali-quantitativa. A pesquisa qualitativa trabalha com um universo de significados, motivos,
aspirações, crenças, valores e atitudes, que para ser estruturado e aprofundado precisará
também ter características quantitativas, objetivas (MINAYO, 2001).
Para o mesmo autor acima citado, o conjunto de dados quantitativos e qualitativos,
porém não se opõem ao contrário, se complementam, pois a realidade abrangida por eles
interage dinamicamente, excluindo qualquer dicotomia.
Segundo MYNAIO 2001, a análise dos dados coletados será feita de modo a
proporcionar uma compreensão sobre a pesquisa, confirmando ou não os dados pressupostos
da pesquisa e/ou respondendo as questões formuladas, também de modo a ampliar o
conhecimento sobre os pacientes pesquisados. Os dados serão analisados e tabulados para
descrever a pesquisa.
Este estudo foi realizado no período de Julho de 2005, a Agosto de 2005 com futuros
praticantes de musculação e ginástica de quatro academias da cidade de Cascavel, PR. Na sala
de avaliação de cada academia, foram entrevistados três alunos de ambos os sexos, com faixa
etária variando entre 15 a 50 anos, perfazendo um total de doze alunos.Como um dos critérios
de inclusão,somente foram aceito indivíduos que chegaram para se matricular nas academias
dizendo portar algum tipo de patologia pré-diagnosticada, desta maneira os indivíduos foram
selecionados no ato da matrícula com o diagnóstico médico e/ou exames complementares
apresentados pelos mesmos, portando alguma patologia musculoesquelética.
83
A coleta de dados deu-se a partir da aplicação de um questionário composto por onze
questões das quais apresentaram-se questões abertas e fechadas, e a realização de uma
avaliação fisioterapêutica (Apêndice 4) feita uma única vez nas próprias academias, na sala de
avaliação física baseado em protocolos (CIPRIANO,2005). Pode-se destacar, que não houve
uma pergunta específica para embasamento da pesquisa, pois todas as questões formuladas
são de total importância para uma avaliação adequada. Para a melhor compreensão do leitor o
questionário aplicado está apresentado no Apêndice 1 deste trabalho. Quanto à utilização dos
dados, foi elaborado um termo de compromisso (Apêndice 2), para obtenção da aprovação do
entrevistado. Todos receberam informações sobre a pesquisa (Apêndice 3), e houve uma
aceitação bastante significativa e muito interesse por parte dos entrevistados, comprovado
com o preenchimento de todos os questionários.
Todas as academias usadas para entrevistas tem uma infra-estrutura adequada para
realização de bom trabalho de musculação e ginástica, tais como: exigência de exame médico,
ficha individuais de treinamento, equipamentos próprios para o desenvolvimento das
modalidades, ambiente bem iluminado, boa ventilação e som ambiente. Todas têm em seu
quadro de profissionais o professor de educação física que ministra as aulas de musculação e
ginástica.
Como materiais utilizados foram usados:
Goniômetro da marca CARCI;
Martelo para reflexos osteotendíneos da marca ABC;
Fita métrica da marca GW-L138S
84
5 RESULTADOS
Os resultados serão apresentados em porcentagem para um melhor entendimento, e
com base nas informações obtidas com os questionários destaca-se as de maior importância,
para em partes fundamentar a discussão.
Dentre as modalidades mais procuradas nas academias, estão a ginástica e a
musculação, conforme demonstrado no gráfico á seguir.
80%
60%
40%
20%
MUSCULAÇÃO
GINÁSTIC
A
0%
Gráfico 1- Modalidades em porcentagem mais procuradas nas academias
Fonte: autor
85
Dentre os objetivos almejados pelos alunos na procura pelas academias estão a
estética, melhora da saúde e outros (gráfico 2).
60%
50%
ESTÉTICA
40%
MELHORIA
DE SAÚDE
30%
20%
10%
OUTROS
0%
Gráfico 2- Objetivos mais almejados com a pratica de atividades em academias em
porcentagem (ambos os sexos).
Fonte: autor
Quanto as atividades de outras atividades físicas fora das academias , o resultado foi
de 755 conforme descrito no Gráfico 3.
80%
70%
60%
50%
40%
NÃO
30%
SIM
20%
10%
0%
Gráfico 3-Porcentagem de pesquisados quanto a pratica de outra atividade física fora
das academias
Fonte: autor
86
Dos pacientes entrevistados 100% apresentavam uma só patologia ( gráfico 4).
100%
80%
60%
SIM
40%
20%
0%
Gráfico 4- Porcentagem de pesquisados que somente apresentam uma só patologia
Fonte: autor
De todos os pesquisados, 100% já tinham procurado o médico com relação á patologia
que apresentavam (gráfico 5)
100%
80%
60%
SIM
40%
20%
0%
Gráfico 5- Porcentagem de pesquisados que procuraram o médico com relação a patologia
apresentada.
Fonte: autor
87
Já quanto apresentarem diagnostico médico e exames complementares, somente 60%
apresentaram (Gráfico 6)
60%
50%
40%
SOMENTE
DIAGNÓSTI
CO MÉDICO
30%
20%
10%
DIAGNÓSTICO MÉDICO E
EXAMES
COMPLEMENTARES
0%
Gráfico 6 – Porcentagem de pesquisados que apresentaram diagnóstico médico e/ou exames
complementares
Fonte: Autor
Todos os pesquisados apresentavam as patologias antes de freqüentarem academias
( Gráfico 7).
100%
80%
60%
SIM
40%
20%
0%
Gráfico 7-Porcentagem de pesquisados que já apresentavam a patologia antes da prática
atividade física nas academias
Fonte: Autor
de
88
Referente ao atendimento fisioterapêutico antes de freqüentarem as academias de
ginástica, 45% já haviam feito (Gráfico 8).
50%
40%
estão realizando
30%
Já realizaram
20%
Nunca realizaram
10%
0%
Gráfico 8-Porcentagem de pesquisados que estão realizando ou já realizaram algum tipo
de atendimento Fisioterapêutico
Fonte: Autor
Referente a dor, 45% dos pesquisados sentem dor relacionada á patologia, segundo
escala de dor de Magee(Gráfico 9).
45%
40%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
NÍVEL 5
(ESCALA
M AGEE)
NÍVEL 3
(ESCALA
M AGEE)
SEM
GRADUAÇÃO
5%
0%
Gráfico 9-Porcentagem de pesquisados que sentem dor relacionada a patologia préexistente,segundo escala de dor de MAGEE(2005).
Fonte: Autor
89
Sobre a limitação de alguma atividade, 45% relataram ter (Gráfico 10).
60%
50%
SIM
NÃO
40%
30%
20%
10%
0%
Gráfico 10- Porcentagem de pesquisados que sofrem de alguma limitação na relização
de alguma atividade
Fonte: Autor
Após a análise dos dados coletados pode-se observar (TABELA 5.1) que os futuros
praticantes
estudados,
apresentam
comprometimento
nas
diversas
estruturas
musculoesquéticas (ossos, tendões, músculos, ligamentos, bolsa). As patologias encontradas
foram todas detectadas em função da análise dos questionários respondidos, com base no
diagnóstico médico, exames complementares e avaliação fisioterapêutica (critérios de
inclusão), para comprovação dos achados .
TABELA 5.1 – RESUMO DAS PATOLOGAIS ENCONTRADAS DOS
PROCEDIMENTOS E RESULTADOS OBTIDOS APÓS ANALISE
DOS DADOS:
Paciente
Patologia
Diagnóstico
Exames
Testes
Médico
Complementares
Ortopédicos
1
Hérnia Discal Hérnia Discal
RNM: mostram
Teste flexão
Lombo-Sacra
hérnia discal
posterior (+)
póstero lateral
direita L5-S1
Teste laségue
35 a 70 (+)
2
Bolsite
Bolsite
Teste apertar
90
Subacromial
botão (+)
Teste Dawbarn
(+)
3
Artrite
4
Espondilite
Anquilosante
Artrite
Reumatóide
Espondilite
Anquilosante
5
Epicondilite
Lateral
Cotovelo de
Tenista
6
Escoliose
Escoliose
Lombar
Espinha Bífida
7
Lombalgia
Idiopática
Lombalgia
Idiopática
8
Tendinite
Piriforme
Tendinite
Piriforme
Esquerdo
9
Tendinite
Calcária
Supraespinhoso
Tendinite
Calcária
Supraespinhoso
11
Cisto Sinovial
Punho
Artrose
Cisto Sinovial
Pulso Direito
Ósteo Artrose
Joelho Direito
12
Osteoporose
Osteoporose
10
Prova Sanguíneo:
fator reumatóide +
RaioX panorâmico:
bacia mostrou
estreitamento do
espaço
cartilaginoso da
articulação
sacroilíaca
Teste Flamingo
(+)
Teste Cozen
(+)
RaioX AP,perfil
Coluna tóracoLombar mostrou
escoliose lombar
directa
Raio-X AP, Perfil
Coluna Lombar(*)
Raio- X AP
Calcificação E
tendão músculo
supra espinhoso
Raio X AP/Perfil
Redução do espaço
fêmoro tibial
lateral diminuido
com pequeno
osteófito marginal
e esclerose do
platô tibial
Densitometria
Teste Tínel(+)
Triagem
Escoliose(+)
Teste de
Instabilidade
Segmentar (+)
Teste Piriforme
(+)
Teste de
laségue 35 a 70
(+)
Teste Supraespinhoso (+)
Teste Coçar
Apley (+)
Teste de Tinel
(+)
91
pósmenopausica
óssea
Fonte: O Autor
( * ) Alinhamento Lombar Normal, ossos estruturas, densidades contornos normais, espaços
intervertebrais, pedículos e apófise sem alteração
Foi também realizado o exame físico,em que os resultados estao dscritos na tabela á
seguir (TABELA 5.2).
TABELA 5.2 – RESULTADOS DO EXAME FISICO
Patologia
Inspeção Palpação
Goniometria
Tendinite
Restrição
calcárea do escapular
supra
espinhoso
Bolsite
Restrição
escapular
Osteoporose
Tendência
á
obesidade
IMC:30
Cisto em
dorso do
punho
esquerdo
Cisto
cinovial
Lombalgia
idiopática
Escoliose
Artrose
Leve
retificação
lombar
Dor no trajeto
supraespinhoso;
escapula presa;
diminuição da
mobilidade
escapular
Dor
em
palpação
de
bolsa
subacromial e
diminuição de
mobilidade
articular
Tônus normal
Abdução 110°
Flexão 140°
Abdução 105°
Flexão 130°
Amplitude
normal:
tronco,MMSS
MMII
Cisto em dorso Flexão punho:
do
punho 55°
esquerdo e dor á Extensão
de
palpação
punho: 50°
Tônus
Flexão
aumentado em tronco:60°
Extensão
região lombar
tronco:35°
Força
muscular
Abdução:
3
Flexão: 3
Extensão:
4
Reflexos
osteotendíneos
Biciptal +
Triciptal +
Abdução:
3
Flexão: 3
Adução: 4
Biciptal +
Triciptal +
Tronco,
Biciptal +
MMS
e Triciptal +
MMII: 4
Patelar +
Aquileu +
Extensão
Estilo radial +
e flexão Bicipital +
punho: 4
de Força de
flexão e
de extensão
de tronco:
4
Leve
Tônus
e Flexão: 55°
Força de
gibosidade temperatura
flexão e
Extensão:40°
D
normal
Flexão
lateral extensão
D:25° e E: 25°
de tronco:
4
Dor
Dor
em Extensão: 150
Força de
Patelar +
Aquileu +
Patelar +
Aquileu +
Patelar +
92
durante a
marcha
em joelho
esquerdo
palpação
patelar,
e
diminuição na
mobilidade
patelar
Espondilite
Tendência Dor
em
Aquilosante
á
flexão,extensão
obesidade e abdução de
IMC: 31
quadril; dor em
compressão
ilíaca
Tendinite do Espasmo
Dor e espasmo
piriforme
em flexão na palpação do
de joelho, piriforme
restrição
na rotação
interna de
quadril
Hérnia
de Marcha
Espasmo
em
disco
lenta
e extensores de
tronco,
antálgica
quadrado
lombar
e
flexores
de
quadril
Epicondilite
lateral
Artrite
reumatóde
Edema em
origem
nos
extensores
de punho
Obesa
IMC: 33
Edema e
varicoses
em MMII
e edema
em mãos e
dedos
Dor á palpação
Flexão: 150°
extensores Aquileu +
:4
Flxores de
joelho:3-4
Flexão
e Flexores,
Patelar +
extensão
de extensore, Adutor+
quadril: -10°
abdutores
Aquileu+
e adutores
de quadril:
4
RI quadril:30°
RI
Patelar +
RE quadril:40° quadril:3
Adutor+
Abdução: 23°
RE
Aquileu+
Adução: 38°
quadril3
Flexão
tronco:50
Extensão:40
Flexão
quadril:13
Extensão
quadril:10
Flexão lateral
tronco D e E:20
Flexão
e
extensão
de
cotovelo:
normal
Flexão e Patelar +
Adutor+
Extensao
Aquileu+
tronco: 3
Extensão
punho:4
Flexão
punho:5
Estilo radial:+
Biciptal+
Dor á palpação Diminuição da Em
Biciptal+
de joelhos D e ADM
de MMSS e Tricipital+
E
e
na MMSS e MMII MMII: 4
Patelar+
mobilização
Aquileu +
ativa
de
tornozelo
e
metacarpofalangeanas
Foi levado em conta também a importância dos cuidados básicos ao prescrever
exercícios físicos aos futuros alunos, sendo eles portadores de patologias musculoesqueléticas
baseado em FLECK(1999), FOSS (2000), KOTKE,(1994).(TABELA 5.3).
93
TABELA 5.3- CUIDADOS BASICOS AO PRESCREVER EXERCICIOS FÍSICOS AOS
FUTUROS
ALUNOS
PORTADORES
DE
PATOLOGIAS
MUSCULOESQUELÉTICAS
Patologia
Tendinite Piriforme
Agravantes
Exercícios que exija flexão de
tronco e joelho,rotação interna
e externa,abdução e flexão de
quadril contra resistência
Lombalgia idiopática
Flexão, extensão de tronco
contra resistência, exercícios
que exijam desenvolvimento
de
força
sentido
longitudinal,sustentação
de
carga em ombro, cervical por
período prolongados
Hérnia discal
Flexão, extensão de tronco
contra resistência, exercícios
que exijam desenvolvimento
de
força
sentido
longitudinal,sustentação
de
carga em ombro, cervical por
período prolongados
Escoliose
Exercício que exija flexão e
rotação lateral de tronco contra
resistência e sustentatação de
carga em cervical e ombro por
período prolongado
Espondilite Anquilosante Flexão, extensão de tronco,
abdução e adução de quadril
contra
resistência
,
e
impactação contra MMII.
Artrite Reumatóide
Exercícios
de
grandes
resistências e que exijam a
utilização de MMSS e MMII
Tendinite Calcárea do Exercícios
que
exigem,
Supra Espinhoso
abdução e flexão de ombro
acima de 90 contra resitência
Bolsite
Abdução e flexão de ombro
acima de 90 contra resistência
Epicondilite lateral
Cisto sinovial
Preconizar
Alongamento de flexores de
joelho, rotadores interno de
quadril
e
paravertebrais
lombares
Alongamento e fortalecimento
muscular de abdominais ,
paravertebrais e MMII
Alongamento e fortalecimento
muscular de abdominais ,
paravertebrais e MMII
Alongamento e fortalecimento
muscular de abdominais ,
paravertebrais e MMII, e
alongamento do lado da
convexidade da escoliose
Alongamento
de
paravertebrais, lombares e
abdominais
Alongamento
de
MMSS e MMII.
tronco,
Alongamentos de músculos da
cintura
escapular
e
fortalecimento
Alongamentos de músculos da
cintura
escapular
e
fortalecimento
Extensão e flexão punho contra Alongamento de extensores e
grandes resistências
flexores de punho
Extensão e flexão punho contra Alongamento de extensores e
grandes resistências
flexores de punho, uso de faixa
compressiva.
94
Artrose
Osteoporose
Flexão e extensão de joelho
contra grande resistência;
sustentação de peso com MMII
por tempo prolongado; grande
impactação na articulação de
joelho
Exercícios que exijam grande
impactação
articular,
sustentação de cargas
e
mudanças de posição
por
curtos
período de tempo
(impulso),movimentos bruscos
contra resistências
Alongamento
de
MMII,
impactação na articulação de
joelho menos controlada
Exercícios
que
exija
sustentação de cargas por
longos
períodos,
e
desenvolvimento de resitência
muscular
95
6 DISCUSSÃO
Embasando-se nos resultados apresentados pela pesquisa, admite-se que os futuros
praticantes,
iniciaram
as
atividades
físicas
portando
algum
comprometimento
musculoesquelético, e que este comprometimento além de lhes causarem dor, os limitam em
algumas das realizações das atividades da vida diária. Para Robergs & Roberts (2002), as
pessoas que possuem melhor condições clinicas e/ou de saúde apresentam menor risco para
ter um problema durante o exercício. Comenta-se ainda, sobre estas disfunções e a prática de
exercícios, a relação quanto ao agravamento destas lesões, quais seriam as conseqüências a
curto, ou até mesmo a longo prazo, já que MOURA (2002) relata, que o objetivo maior que
levam as pessoas a procura da pratica das atividades físicas em academias é com a finalidade
de melhorar a estética corporal, comprovados também na pesquisa (60% dos entrevistados), e
não o tratamento em si das disfunções, e sabe-se para que este aprimoramento estético ocorra
tem-se á necessidade da manutenção da pratica e
utilização de vários princípios de
treinamento.
Dentre estes destaca-se o princípio da sobrecarga (BITTENCOURT,1984),esta
entendida como: aumento dos pesos, repetições, maior numero de exercícios,tudo
isto
objetivando maiores adaptações a níveis de tecido muscular,adiposo (hipertrofia,diminuição
% gordura corpórea,aumento de força,...). Ainda segundo KOTTKE & LEHMANN (1994),
desde que não haja nenhum comprometimento; articular, tendíneo, muscular, somente
treinamentos mais pesados e mais freqüentes e por no mínimo três messes serão suficientes
para atingir mudanças de tamanho em fibras de contração rápida ou lenta ,aumento
96
significativos de força e diminuição na porcentagem de gordura corpórea
Para Mcardle, Katch & Katch(1998),as complicações mais prevalentes relacionadas
aos exercícios físicos são de natureza musculoesquelética. A escassez de estudos
desenvolvidos com intuito de orientar e verificar a magnitude do agravamento de patologias
musculosesqueléticas relacionadas aos exercícios físicos , nos guia segundo alguns autores
dentre estes, Weinstein (2000), que a compreensão das moléstias e lesões do sistema
musculoesquelético e seu tratamento necessariamente dependem do conhecimento desses
tecidos. Para Frontera (2001) quando realizado de forma correta, com supervisão adequada e
respeitando os padrões de segurança e eficiência preconizados pela literatura, a atividade
física será um fator determinante da melhora funcional da população.
Em sua gênese a fisioterapia tem como objetivo restaurar ao máximo a capacidade
funcional e independência do indivíduo, conjuntamente com outros profissionais de saúde.
Para Rebelatto & Botomé (1999) o COFFITO reconhece o fisioterapeuta, como profissional
de saúde, promotor e responsável por suas ações junto à sociedade, sendo suas ações
importantes nas fases, primárias, secundárias e terciárias da saúde. É papel do fisioterapeuta,
restaurar, desenvolver e conservar as capacidades físicas, tratar distúrbios cinéticos funcionais
intercorrentes de órgãos e sistemas do corpo humano gerados por alterações genéticas traumas
e por doenças adquiridas (decreto lei n° 938 de outubro de 1969).
Reconhece ainda, que por sua formação acadêmica profissional, pode o fisioterapeuta,
atuar juntamente com outros profissionais nos diversos níveis de assistência á saúde, na
administração de serviços, na área educacional, esportiva e no desenvolvimento de pesquisas.
Isto nos permite lançar reflexões relacionadas a necessidade do profissional fisioterapeuta,
97
trabalhar em conjunto com o profissional do exercício. Sendo uma equipe multidisciplinar no
ambiente das academias, destinados ao planejamento, implementação, ao controle e execução
de treinamentos, respeitando as limitações funcionais dos praticantes já acometidos,
prevenindo as instalações de processos agravantes destas patologias nos futuros praticantes de
exercícios físicos. E com esta união entre educador físico e fisioterapeuta, aprimorar os
procedimentos de avaliação e assistência na pratica das atividades físicas; verificando
constantemente o desempenho dos alunos e sua evolução funcional ,assim estes profissionais
estarão contribuindo em prol do bem maior, chamado saúde.
98
7 CONCLUSÃO
No capítulo anterior procurou-se transpor a hipótese central da pesquisa, buscando
corroborar o tema e buscar a solução para o problema objeto de estudo. Neste capítulo, far-seão as considerações sobre o estudo realizado, que nessa busca, feita com critérios científicos
propiciou demonstrar a verdade e estabelecer evidenciação dos fenômenos estudados.
Quanto ao objetivo principal de identificar através de dados (avaliação, análise de
exames médicos com laudo) os alunos das academias de musculação e ginástica que iniciam a
prática da atividade, portando patologias musculoesqueléticas foi atendido com o resultado da
pesquisa.
Quanto aos objetivos específicos de identificar os diversos fatores de risco, demonstrar
a necessidade de prevenir o agravamento das patologias musculoesqueléticas e fornecer
fundamentação teórica às abordagens para recomendações dos diferentes exercícios, pode-se
afirmar-se que foram satisfeitos com base no quadro elaborado pelos profissionais
(educadores físico e o autor da pesquisa), conforme descrito na tabela 5.3.
Conclui-se, portanto que a atividade física contribuiu como parte integrante para o
desenvolvimento de ser humano. Por meio dos exercícios físicos, dos esportes, cada indivíduo
utiliza e desenvolve o seu físico e sua motricidade, o que atua direta e /ou indiretamente nos
aspectos motor, afetivo e cognitivo.
Através da pesquisa exposta, foi possível demonstrar a importância que existe de uma
conscientização sobre a prática da atividade física orientada, a participação interdisciplinar de
99
profissionais na prescrição e acompanhamento dos exercícios.
Através destes pontos solucionados, pois foi constatado nos dados levantados deste
trabalho que é possível minimizar o agravante de doenças e promover uma melhoria nas
condições de saúde geral dos praticantes.
100
8 BIBLIOGRAFIA
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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&Saúde. Vol.3. Num.3, 1998.
103
APÊNDICE 1 – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA
Nome:______________________________________________________
Idade:______________Profissão:__________________Sexo:_____
1-Qual tipo de modalidade a ser praticada na academia?
________________________________________
2-Qual seu objetivo com a prática desta modalidade na academia?
_________________________________________
3-Pratica outro esporte?
Sim ( )
Não ( )
Qual?____________________________________
4-Apresenta alguma doença?
Sim ( )
Não ( )
Qual?____________________________________
5-Procurou o médico por causa da doença?
Sim ( )
Não ( )
6-Qual o diagnóstico médico?
________________________________________
104
7-Foram feitos exames complementares?
Sim ( )
Não( )
Quais?___________________________________
8-Já apresentava esta doença antes da prática de atividade na academia?
Sim ( )
Não( )
A Quanto Tempo?
_________________________________________
9-Você sente dor relacionado a esta doença?
Sim( )
Não( )
10-E esta dor o(a) limita na realização de alguma de alguma atividade?
Sim( )
Não( ) Qual(ais)___________________
11-Você já teve algum atendimento fisioterapêutico relacionado a esta doença?
Sim ( )
Não( )
Por quanto tempo?
_________________________________________
105
106
APÊNDICE 2
TERMO DE CONSENTIMENTO
Declaro que fui satisfatoriamente esclarecido pelo pesquisador, em relação a
minha participação no projeto de pesquisa ABORDAGEM FISIOTERAPEUTICA NA
AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DE ALUNOS QUE INGRESSAM NAS
ACADEMIAS
DE
GINÁSTICA,
MUSCULAÇÃO
COM
PATOLOGIAS
MUSCULOESQUELÉTICAS. Serei submetido aos seguintes procedimentos: entrevista sobre
minha condição de saúde física ao matricular-me na academia de musculação ou ginástica,
serei avaliado através dos seguintes métodos: questionário realizado pelo acadêmico do 10º
período de fisioterapia , Saulo Januário Pereira.
Estou ciente e autorizo a realização dos procedimentos acima citados e a utilização
dos dados originados destes procedimentos para fins didáticos e de divulgação em revistas
científicas brasileiras ou estrangeiras. Desta forma, concordo voluntariamente e dou meu total
consentimento, sem ter sido submetido a qualquer tipo de pressão ou coação.
Cascavel, 14 de setembro de 2005
__________________________
Assinatura do Participante
ou Representante Legal
___________________________
Mario Rezende
Orientador
__________________________________
Saulo J. Pereira
Acadêmico
107
APÊNDICE 3 – ÀS ACADEMIAS
Objetivo da pesquisa
Um estudo da OMS revela que uma em cada 5 pessoas adultas sofrem de dores
crônicas de caráter não maligno, que geralmente ocorre nas costas, cabeça, articulações e
membros.Em academias de musculação e ginástica, os alunos frequentemente referem dor
persistente, antes ou após a atividade física, sendo agravadas pelo exercício, oriundas de
patologias pré-existentes ou não, sendo necessário o uso de medicamentos contra estas dores e
inflamações ou a interrupção prematura da atividade física.
Uma triagem baseada em avaliação musculoesquelética do aluno realizada pósmatricula, onde educador físico, fisioterapeuta unidos ao bem comum, favorece a
identificação de alunos que iniciam a pratica portando alguma patologia,da suporte cientifico
ao educador físico na elaboração de protocolos de exercícios em especial aos praticantes
portadores de patologias
musculoesqueléticas,possibilita a diminuição do alto índice de
desistências que ocorre nas academias.Este trabalho propõe o atendimento de saúde
interdisciplinar, os diferentes profissionais trabalhando juntos para obter um atendimento de
alta qualidade e funcionalidade
108
109
APÊNDICE 4 - FICHA DE AVALIAÇÀO FISIOTÊRAPEUTICA
Nome: _______________________________________ Telefone: ______________
Idade: _________ Sexo:________ Data de Nascimento: __/__/___DATA_________
Profissão Atual: _________________ Profissão Anterior: _____________________
Diagnóstico
Clínico:_____________________________________________________________
Queixa do Paciente:
AnamneseAtual:
Anamnese Pregressa:
Exames Complementares:
110
Exame Físico:
Inspeção:
Palpação:
Escala de dor segundo Magee (2002):
Nível 1: dor após atividade física( )
Nível 2: dor após atividade física que desaparece com o aquecimento( )
Nível 3: dor durante e após atividade específica que não afeta o desempenho( )
Nível 4: dor durante e após atividade específica que afeta o desempenho( )
Nível 5: dor com atividades da vida diária (AVD)( )
Nível 6: dor surda constante em repouso que não perturba o sono( )
Nível 7: dor surda constante que perturba o sono( )
Diagnóstico Fisioterapêutico:
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111
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