Português p/ AFRFB - 2016 (com videoaulas)

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Professor: Fabiano Sales
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Teoria e questões comentadas
Prof. Fabiano Sales Aula 01
AULA 01
Olá, estimados alunos e futuros servidores da Receita Federal!
Hoje, na aula 01, do curso de teoria e de questões comentadas,
apresentarei um tema muito recorrente nas provas da ESAF: VERBOS.
Para refletir: "Se você quer ser bem-sucedido,
precisa ter dedicação total, buscar seu último limite
e dar o melhor de si mesmo."
(Ayrton Senna)
Venham comigo!
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ESTRUTURA VERBAL
Inicialmente, apresento a vocês a estrutura que compõe os verbos, uma vez
que será por meio dela que identificaremos a conjugação e o sentido no texto.
Em regra, o verbo é formado por três elementos: radical, vogal temática e
desinências.
 RADICAL
Por radical devemos entender o elemento que apresenta o significado da
palavra. Em se tratando de formas verbais, o radical é obtido a partir de sua forma
infinitiva (o “nome” do verbo), suprimindo as terminações -AR, -ER ou -IR:
Cantar  Cant- (radical)
Vender  Vend- (radical)
Partir  Part- (radical)
 VOGAL TEMÁTICA
É o elemento que prepara o radical para o recebimento das desinências. É
por meio da vogal temática que se identifica a conjugação a que o verbo pertence.
Cantar  -a- (1ª conjugação)
Vender  -e- (2ª conjugação)
Partir  -i- (3ª conjugação)
E a que conjugação pertence o verbo pôr ? Meus amigos, esse verbo (e os
derivados compor, decompor, supor etc.) pertence à 2ª conjugação, uma vez que
apresenta -e- como vogal temática, devido à sua origem da forma latina ponere.
Notem que, em algumas pessoas verbais, a vogal temática -e- aparece ao longo da
conjugação.
Exemplo:
Presente do indicativo
Eu ponho / Tu pões / Ele põe / Nós pomos / Vós pondes / Eles põem
 TEMA
tema.
Por meio da união entre radical e vogal temática temos o que se chama
Fala (tema)  fal- (radical) + -a (vogal temática)
Vende (tema)  vend- (radical) + -e (vogal temática)
Parti (tema)  part- (radical) + -i (vogal temática)
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Aqui chamo a atenção de vocês para as desinências, pois é a partir delas
que perceberemos as flexões verbais. As desinências subdividem-se em:
 modo-temporais – indicam o modo (indicativo, subjuntivo e imperativo) e
o tempo verbal (presente, passado e futuro); e
 número-pessoais – indicam o número (singular e plural) e a pessoa do
discurso (1ª, 2ª e 3ª).
Exemplos:
Cant
radical
a
va
vogal DMT
temática
s
DNP
CANT- : radical – apresenta o significado da palavra.
-A- : vogal temática – indica que o verbo pertence à 1ª conjugação.
-VA- : desinência modo-temporal – indica que o verbo está flexionado no pretérito
imperfeito do indicativo.
-S : desinência número-pessoal – indica que o verbo está flexionado na 2ª pessoa
do singular.
Vend
radical
e
re
vogal DMT
temática
mos
DNP
VEND- : radical – apresenta o significado da palavra.
-E- : vogal temática – indica que o verbo pertence à 2ª conjugação.
-RE- : desinência modo-temporal – indica que o verbo está flexionado no futuro do
presente do indicativo.
-MOS : desinência número-pessoal – indica que o verbo está flexionado na 1ª
pessoa do plural.
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Part
radical
i
ra
vogal DMT
temática
s
DNP
PART- : radical – apresenta o significado da palavra.
-I- : vogal temática – indica que o verbo pertence à 3ª conjugação.
-RA- : desinência modo-temporal – indica que o verbo está flexionado no pretérito
mais-que-perfeito do indicativo.
-S : desinência número-pessoal – indica que o verbo está flexionado na 2ª pessoa
do singular.
A seguir, apresentarei a vocês o paradigma das desinências modo-temporais e número-pessoais.
Modo
Indicativo
Subjuntivo
DESINÊNCIAS MODO-TEMPORAIS
1ª
2ª e 3ª
Tempo
Exemplo
Exemplo
Conjugação
Conjugações
vendo, parto
Presente
falo
ø (zero)
ø (zero)
Pretérito
vendi, parti
falei
ø (zero)
ø (zero)
perfeito
Pretérito
imperfeito
-va (-ve)
falava,
faláveis
-ia (-íe)
Pretérito
mais-que-perfeito
-ra (-re)
átono
falara,
faláreis
-ra (-re)
átono
Futuro do
presente
-ra (-re)
tônico
falará,
falareis
-ra (-re)
tônico
Futuro do
pretérito
-ria (-ríe)
falaria,
falaríeis
-ria (-ríe)
Presente
-e
fale, faleis
-a
Pretérito
imperfeito
-sse
Futuro
-r
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falasse,
falasses
falar,
falares
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-sse
-r
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vendia,
vendíeis;
partia,
partíeis
vendera,
vendêreis;
partira,
partíreis
venderá,
vendereis;
partirá,
partireis
venderia,
venderíeis;
partiria,
partiríeis
venda,
parta
vendesse,
partisse
vender,
partir
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Modo
Tempo
Afirmativo
Imperativo
Negativo
Pessoal
Infinitivo
DESINÊNCIAS MODO-TEMPORAIS
1ª
2ª e 3ª
Exemplo
Exemplo
Conjugação
Conjugações
fale,
vendam,
-e
-a
falemos
partam
não fale,
não vendam,
não
-e
-a
não partam
falemos
falar,
vendermos,
-r
-r
falares
partirmos
DESINÊNCIAS NÚMERO-PESSOAIS
 1ª pessoa do singular
-o (no Presente do indicativo): falo, vendo, parto.
-i (no Pretérito perfeito e no Futuro do presente do indicativo): falei, vendi, parti; falarei.
Ø (nos demais tempos e modos): falava, falaria, falara, falasse.
 2ª pessoa do singular
-s (em todos os tempos, exceto no Imperativo afirmativo): falas, vendes, partes; falarás.
-ste (no Pretérito perfeito do indicativo): falaste, vendeste, partiste.
Ø (no Imperativo afirmativo): fala (tu), vende (tu), parte (tu).
 3ª pessoa do singular
-u (Pretérito perfeito do indicativo): falou, vendeu, partiu.
Ø (nos demais tempos e modos): falava, falaria, falara, falasse.
 1ª pessoa do plural
-mos: falamos, vendemos, partimos.
 2ª pessoa do plural
-stes (no Pretérito perfeito do indicativo): falastes, vendestes, partistes.
-des (no Futuro do subjuntivo e no Infinitivo pessoal): falardes, venderdes, partirdes.
-i (no Imperativo afirmativo): falai (vós), vendei (vós), parti (vós).
-is (nos demais tempos e modos): falais, vendeis, partis.
-des(no Presente do indicativo dos verbos irregulares ter, vir, pôr, ver, rir, ir): vindes, ides.
 3ª pessoa do plural
-ram (Pretérito perfeito do indicativo): cantaram, venderam, partiram.
-o (no Futuro do presente do indicativo): cantarão, venderão, partirão.
-em (no Futuro do subjuntivo e no Infinitivo pessoal): cantarem, venderem, partirem.
-m (nos demais tempos e modos): cantam, vendem, partem; cantavam, vendiam, partiam.
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MODOS E TEMPOS VERBAIS
Modo verbal apresenta a relação existente entre o falante e o fato expresso
pela ação verbal. Os modos verbais são indicativo, subjuntivo e imperativo.
Modo indicativo – transmite a ideia de fatos certos, reais.
Exemplo: Nós estudamos para o concurso.
Modo subjuntivo – transmite a ideia de fatos duvidosos, possíveis,
hipotéticos.
Exemplo: É provável que estudemos para o concurso.
Modo imperativo – transmite a ideia de ordem, pedido, desejo.
Exemplo: Estudem para o concurso.
EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS
 INDICATIVO
O presente é empregado para:
- denotar um fato atual, ou seja, que acontece no momento em que se fala. É
denominado presente atual.
Exemplo: Enquanto falo, você estuda.
- denotar verdades permanentes. É denominado presente universal.
Exemplos: O homem é mortal.
- denotar uma ação habitual, frequente. É denominado presente frequentativo.
Exemplo: Estudamos muito.
- proporcionar vivacidade a fatos ocorridos no passado. Denomina-se presente
histórico.
Exemplo: 1994: Romário dribla a pobreza, o preconceito e as regras e se torna o rei da
Copa.
- denotar uma ação futura, contudo próxima.
Exemplo: Amanhã vou ao jogo do Vasco.
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O pretérito perfeito apresenta a ação totalmente concluída.
Exemplo: Estudei para passar nesta prova.
O pretérito imperfeito é empregado para:
- indicar uma ação que, no passado, ocorria com habitualidade. É denominado
imperfeito frequentativo.
Exemplo: Acordava, tomava banho e ia estudar.
- indicar uma ação passada, porém não totalmente concluída em relação à outra.
Exemplo: Quando o professor entrou, o aluno fazia a prova.
- substituir o presente, com o matiz semântico de cortesia, atenuando um pedido.
Exemplo: Eu queria saber se você estudou para a prova.
O pretérito mais-que-perfeito indica uma ação passada anterior à outra,
também passada.
Exemplo: A sessão de cinema já começara quando entramos.
Dica estratégica!
O pretérito mais-que-perfeito pode substituir o futuro do pretérito do
indicativo ou o pretérito imperfeito do subjuntivo.
Exemplos: Quem me dera ficar em primeiro lugar!
Não fora o fiscal de sala, teríamos passado na prova. (Não fosse o fiscal de sala...)
O futuro do presente indica uma ação que ainda será realizada.
Exemplo: Neste concurso, seremos aprovados.
Dica estratégica!
O futuro do presente do indicativo pode indicar uma verdade universal,
surgindo com valor semântico de imperativo.
Exemplo: Não matarás!
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O futuro do pretérito é empregado para:
- indicar um futuro dependente de alguma condição, ou seja, pode denotar situações
tomadas como hipotéticas.
Exemplo: Se tivesse estudado, passaria no concurso.
Atenção!
Segundo as lições de Evanildo Bechara, em Moderna Gramática Portuguesa, o
pretérito imperfeito do indicativo “aparece em lugar do futuro do pretérito para denotar um
fato certo como consequência de outro que não ocorreu.
Exemplo: Eu, se tivesse crédito na praça, pedia outro empréstimo.”
Entretanto, no padrão culto escrito, emprega-se a forma pediria, conjugada no
futuro do pretérito do indicativo.
Exemplo: Eu, se tivesse crédito na praça, pediria outro empréstimo.”
Na música “Me deixa em paz”, de Airton Amorim e Monsueto, o verso
“Se você não me queria, não devia me procurar “
,
o pretérito imperfeito foi empregado incorretamente. Esse tempo verbal deve ser
utilizado para denotar uma ação ocorrida no passado. Não se trata do caso em análise.
Como há uma condição, demonstrada pelo excerto “Se você não me queria”, o correto é
empregar a forma deveria, no futuro do pretérito do indicativo.
Na linguagem oral, é muito comum o emprego do pretérito imperfeito do indicativo
sem a indicação do passado.
Exemplo: O evento “Rio + 20” está complicando o trânsito hoje. Se eu viesse a pé, eu já
estava lá.
No exemplo acima, foi indicada uma condição – Se eu viesse a pé. Logo, deveria ser
empregada a forma verbal estaria, conjugada no futuro do pretérito do indicativo.
Continuando...
- indicar um fato (futuro) posterior em relação a outro passado.
Exemplo: Elas disseram que estudariam para o concurso.
- expressar polidez.
Exemplo: Você poderia abrir a janela?
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 SUBJUNTIVO
O presente é empregado indica um fato duvidoso ou provável. Para facilitar a
conjugação, insiram o advérbio talvez.
Exemplo: (Talvez) Tenha sucesso no concurso.
O pretérito imperfeito indica uma concessão, por meio de um fato
hipotético. Para facilitar a conjugação, insiram a conjunção se.
Exemplos: Se você estudasse mais, ficaria em primeiro lugar no concurso.
“Era provável que a ocasião aparecesse.” (Machado de Assis)
O futuro indica uma ação eventual. Para facilitar a conjugação, insiram a
conjunção quando.
Exemplo: Quando eu passar no concurso, ficarei tranquilo.
 IMPERATIVO
O modo imperativo exprime ordem, pedido, desejo. O imperativo subdivide-se em:
- afirmativo.
Exemplo: Estudem!
- negativo.
Exemplo: Não estudem a poucos instantes da prova!
O modo imperativo é formado a partir dos presentes do indicativo e do
subjuntivo.
Presente do
indicativo
Eu falo
Tu falas
Ele fala
Nós falamos
Vós falais
Eles falam
Imperativo
afirmativo
Fala tu
Fale você
Falemos nós
Falai vós
Falem vocês
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Presente do
subjuntivo
Eu fale
Tu fales
Ele fale
Nós falemos
Vós faleis
Eles falem
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Imperativo
negativo
Não fales tu
Não fale você
Não falemos nós
Não faleis vós
Não falem vocês
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FORMAÇÃO DO IMPERATIVO
 Afirmativo
O imperativo afirmativo não apresenta a 1ª pessoa do singular.
Por sua vez, a 2ª pessoa do singular (tu) e a 2ª pessoa do plural (vós) do
imperativo afirmativo são formadas a partir do presente do indicativo, suprimindo-se
a desinência número-pessoal “-s”:
Tu falas (presente do indicativo) :: fala tu (imperativo afirmativo)
Vós falais (presente do indicativo) :: falai vós (imperativo afirmativo)
As demais pessoas do imperativo afirmativo são oriundas do presente do
subjuntivo:
Que ele fale (presente do subjuntivo) :: fale você (imperativo afirmativo)
Que nós falemos (presente do subjuntivo) :: falemos nós (imperativo afirmativo)
Que eles falem (presente do subjuntivo) :: falem vocês (imperativo afirmativo)
 Negativo
Assim como o afirmativo, o imperativo negativo não apresenta a 1ª pessoa
do singular.
As demais pessoas são integralmente formadas a partir do presente do
subjuntivo, com o acréscimo do advérbio “não”:
Que tu fales (presente do subjuntivo) :: Não fales tu (imperativo negativo)
Que ele fale (presente do subjuntivo) :: Não fale você (imperativo negativo)
Que nós falemos (presente do subjuntivo) :: Não falemos nós (imperativo negativo)
Que vós faleis (presente do subjuntivo) :: Não faleis vós (imperativo negativo)
Que eles falem (presente do subjuntivo) :: Não falem vocês (imperativo negativo)
FORMAS NOMINAIS
Além dos modos indicativo, subjuntivo e imperativo, há, ainda, as formas
nominais.
Neste momento, alguém sempre me pergunta: “Fabiano, por que a
nomenclatura formas nominais se são verbos”? Respondo a vocês que essa
nomenclatura surgiu devido ao comportamento dessas estruturas como nomes
(substantivo, adjetivo e advérbio).
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As formas nominais são:
Infinitivo – é a forma como se designam os verbos, ou seja, é o próprio “nome” do
verbo. Termina em “-r” (falar, vender, partir).
E quando o infinitivo se comporta como nome? Nos seguintes exemplos:
Recordar é viver. (= A recordação é vida.)
Sorrir é alegria. (= Sorriso é alegria.)
Gerúndio – indica um processo prolongado ou incompleto. Termina em “-ndo”.
Aparece em locuções verbais e em orações reduzidas.
Exemplo: Estamos estudando. (locução verbal  equivale a “Estudamos”.)
Estudando, passaremos no concurso. (oração subordinada adverbial condicional
reduzida de gerúndio  equivale a “Se estudarmos, passaremos no concurso”.)
Dica estratégica!
O gerúndio:
- equivale a um advérbio.
Exemplo: O homem caminhava cantando. (o modo como caminhava)
- pode ter valor adjetivo.
Exemplo: Crianças sorrindo. (= Crianças sorridentes.)
Particípio – termina em “-do”. Pode ser empregado em tempos compostos, na
voz passiva, em orações reduzidas e sob a forma de adjetivos.
Exemplos:
Ele tem passado em muitos concursos. (pretérito perfeito composto do subjuntivo)
Até a prova, terei estudado muito. (futuro do presente composto do indicativo)
O aluno foi aprovado pela banca examinadora. (locução verbal de voz passiva)
Aprovado o aluno, tomou posse no cargo. (oração subordinada adverbial temporal
reduzida de particípio)
Este aluno está aprovado. (adjetivo)
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Dica estratégica!
O particípio pode referir-se a fatos presentes, passados ou futuros.
Exemplos:
Terminada a prova, vamos para casa. (presente)
Terminada a prova, fomos para casa. (passado)
Terminada a prova, iremos para casa. (futuro)
Uma curiosidade: no gerúndio e no particípio, o verbo “vir” apresenta a
mesma forma: “vindo”. Para fazer a diferenciação, substituam o verbo “vir” pelo
verbo “ir”: se, como resultado, aparecer “-ido”, a forma verbal estará no particípio;
por outro lado, se aparecer “-indo”, o verbo estará no gerúndio.
Exemplos:
Assim que o professor chegou, a diretora já tinha vindo.
No exemplo acima, notem que cabe apenas a substituição da forma “vindo”
por “ido”: Assim que o professor chegou, a diretora já tinha ido. Logo, “vindo” está
no particípio.
A diretora já está vindo.
Em “A diretora já está vindo.”, a forma verbal em destaque pode ser
substituída apenas por “indo”: A diretora já está indo. Logo, “vindo” está no
gerúndio.
1. (ESAF-2002/BACEN-Adaptada) Analise a opção a seguir a respeito das formas
verbais no texto.
Uma crise bancária pode ser comparada a um vendaval. Suas consequências são
imprevisíveis sobre a economia das famílias e das empresas. Os agentes econômicos
relacionam-se em suas operações de compra, venda e troca de mercadorias e serviços, de
modo que, a cada fato econômico, seja ele de simples circulação, de transformação ou de
consumo, corresponde, ao menos, uma operação de natureza monetária realizada junto a
um intermediário financeiro, em regra um banco comercial, que recebe um depósito, paga
um cheque, desconta um título ou antecipa a realização de um crédito futuro. A estabilidade
do sistema que intermedeia as operações monetárias, portanto, é fundamental para a
própria segurança e estabilidade das relações entre os agentes econômicos.
(www.bcb.gov.br)
I. O emprego do modo indicativo em “corresponde” (linha 5) deve ser substituído
pelo subjuntivo “corresponda” para que o texto respeite a norma culta.
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Comentário: Inicialmente, percebemos que, no texto, há uma relação entre o autor do texto
e o que é enunciado. Ao longo da superfície textual, notamos que foram empregadas
diversas formas verbais flexionadas no presente do indicativo (modo que indica um fato,
uma certeza), quais sejam, “são” (linha 1), “relacionam-se” (linha 2), entre outros,
caracterizando um texto enunciativo. No contexto, é possível notar que o verbo
“corresponder” está conjugado no presente do indicativo. Portanto, está em conformidade
com a norma culta. Ademais, não seria correta a substituição pela forma verbal
“corresponda”, pois esta, por estar flexionada no presente do subjuntivo, transmite a ideia
de hipótese, possibilidade.
Gabarito: Errado.
2. (ESAF-2001/BACEN-Adaptada) Analise o item a respeito do emprego das formas
verbais no texto.
Uma profunda transformação tecnológica será promovida nos bancos brasileiros neste
primeiro semestre para que eles se adaptem às normas determinadas pelo Banco Central
(BC), que prevêem a reestruturação do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). O novo
modelo entra em vigor no dia 1o de outubro, quando já deve estar em funcionamento a
transferência de grandes valores com liquidação bruta em tempo real e o monitoramento on
line da conta reservas bancárias mantida no BC, que se livrará da obrigação de cobrir os
saldos negativos deixados pelos bancos nas operações do dia-a-dia. Se, de um lado, as
cerca de 170 instituições financeiras movimentam-se para modernizar seu aparato
tecnológico, de outro as indústrias de software travam uma batalha para conquistar uma
fatia dos investimentos que serão feitos.
(Gazeta Mercantil, 20/2/2001, com adaptações)
I. O emprego do tempo presente em “entra em vigor” (linha 4) desrespeita as regras
da conjugação verbal e da coerência textual porque o texto pede que aí se empregue
o futuro entrará.
Comentário: O presente do indicativo pode ser empregado para denotar uma ação futura,
tornando-a atual, no momento em que se fala. Trata-se apenas de um recurso utilizado pelo
autor, sem desrespeitar as regras de conjugação verbal ou causar incoerência textual.
Gabarito: Errado.
3. (ESAF-2005/MPOG-Adaptada) Analise a opção a seguir em relação às estruturas do
texto.
É natural que cada grupo procure fazer valer os seus interesses. O problema do
desmatamento é que ele é a expressão de uma visão predatória e de curto prazo que vai de
encontro à lei e ao interesse geral da nação. É fundamental, portanto, encontrar fórmulas
sustentáveis que aliem desenvolvimento e preservação dos recursos naturais do país.
(EDITORIAL, Folha de S. Paulo,21/6/2005)
I. O emprego do subjuntivo em “procure” (linha 1) justifica-se por expressar uma
possibilidade de ação.
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Comentário: Conforme estudamos nas lições, o subjuntivo é situado no plano da hipótese,
possibilidade, incerteza. No texto, a forma verbal “procure” está flexionada no presente do
subjuntivo – que eu procure, que tu procures, que ele procure ... – , transmitindo uma
possibilidade de “fazer valer os direitos”, segundo mencionou o examinador da banca.
Portanto, o emprego do subjuntivo está correto.
Gabarito: Certo.
4. (ESAF-2008/CGU-Adaptada) Em relação às ideias e estruturas do texto, analise a
assertiva a seguir.
No embalo da dinâmica mundial, talvez se justifique rever a ironia que tem revestido a
referência ao Brasil como o “país do futuro”. Com presença internacional crescente, um
quadro geral propício na economia, iniciativas relevantes, dinamismo real em vários setores
e sendo objeto de apostas favoráveis para um futuro visível por parte de analistas
presumidamente competentes e distantes da briga política doméstica e da correspondente
atribuição de culpas e méritos, dir-se-ia que a promessa do país começa a cumprir-se. Com
todos os muitos problemas e as reservas que a ideia envolve...
(Fábio Wanderley Reis, Valor Econômico, 14/01/2008.)
I. Estaria gramaticalmente correta a substituição de “justifique” (linha 1) por justifica.
Comentário: Novamente, temos uma questão que versa sobre o emprego dos tempos e
modos verbais. No contexto, a forma verbal “justifique” está conjugada no presente do
subjuntivo. Conforme já estudamos, esse modo (subjuntivo) transmite a ideia de hipótese,
possibilidade, dúvida, incerteza. Percebam que essa noção é ratificada pelo vocábulo
“talvez” (linha 1). Por sua vez, a forma “justifica” está flexionada no presente do indicativo,
denotando certeza, realidade. Logo, estaria gramaticalmente incorreta a substituição
daquela (justifique) por esta (justifica).
Gabarito: Errado.
5. (ESAF-2006/CGU-Adaptada) Analise a proposição a seguir em relação ao texto
abaixo.
O final do século XX assistiu a um processo sem precedentes de mudanças na história do
pensamento e da técnica. Ao lado da aceleração avassaladora nas tecnologias da
comunicação, de artes, de materiais e de genética, ocorreram mudanças paradigmáticas no
modo de se pensar a sociedade e suas instituições. De modo geral, as críticas apontam
para as raízes da maioria dos atuais conceitos sobre o homem e seus aspectos,
constituídos no momento histórico iniciado no século XV e consolidado no século XVIII. A
modernidade que surgira nesse período é agora criticada em seus pilares fundamentais,
como a crença na verdade, alcançável pela razão, e na linearidade histórica rumo ao
progresso. Para substituir esses dogmas, são propostos novos valores, menos fechados e
categorizantes.
(http://pt.wikipdia.org (acessado em 14 de dezembro de 2005, com adaptações))
I. O desenvolvimento das ideias do texto permitiria mudar o tempo verbal de “surgira”
(linha 7) para surgiu, alterando as relações temporais do texto, mas preservando sua
coerência.
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Comentário: A forma verbal “surgira” está flexionada no pretérito mais-que-perfeito do
indicativo. Esse tempo verbal é empregado para denotar uma ação passada, anterior à
outra, também passada. A substituição pela forma “surgiu”, a qual está flexionada no
pretérito perfeito do indicativo, alteraria as relações temporais do texto, pois, conforme
estudamos nas lições, esse tempo verbal denota uma ação completamente concluída,
encerrada. Entretanto, não causaria incoerência, pois ambos os tempos remetem a fatos
passados, pretéritos:
“A modernidade que surgira nesse período...”
“A modernidade que surgiu nesse período...”
Gabarito: Certo.
6. (ESAF-2009/Ministério da Fazenda-Adaptada) Em relação ao texto analise a opção a
seguir.
A OAB nacional está pedindo ao Supremo Tribunal Federal uma súmula vinculante que
discipline o uso do segredo de Justiça, prerrogativa que tem sido utilizada por juízes nem
sempre em defesa do interesse público, mas, em alguns casos, na proteção a suspeitos de
só pode ser decretado em dois casos excepcionais previstos: um, quando há risco de
exposição pública de questões privadas do investigado ou réu, como relacionamentos
amorosos e doenças; e, outro, quando o processo contém documentos sigilosos, como
extratos bancários ou escutas telefônicas. Mas, na prática, tem sido diferente: por motivos
nem sempre claros, especialmente em processos que envolvem autoridades, alguns juízes
privam a sociedade de saber a verdade. Os atos públicos, em especial os que envolvem
procedimentos judiciais, têm como regra básica a transparência, a publicidade sem
restrições e o acesso dos cidadãos. O contrário – ou seja, o sigilo – é sempre a exceção.
(Zero Hora, 27/2/2009)
I. O emprego do subjuntivo em “discipline” (linha 2) justifica-se por se tratar de uma
informação categórica, de uma afirmação indiscutível.
Comentário: No contexto, a forma verbal “discipline” está flexionada no presente do
subjuntivo. O emprego desse modo no texto justifica-se por se tratar de um fato hipotético,
provável, ou seja, uma possibilidade. Logo, a afirmação do examinador está incorreta.
Gabarito: Errado.
7. (ESAF-2003/Receita Federal-Adaptada) Acerca das estruturas linguísticas do texto,
analise a afirmativa abaixo.
Um dos motivos principais pelos quais a temática das identidades é tão freqüentemente
focalizada tanto na mídia assim como na universidade são as mudanças culturais, sociais,
econômicas, políticas e tecnológicas que estão atravessando o mundo e que são
experienciadas, em maior ou menor escala, em comunidades locais específicas. Como
indica Fridman (2000, p. 11), “se a modernidade alterou a face do mundo com suas
conquistas materiais, tecnológicas, científicas e culturais, algo de abrangência semelhante
ocorreu nas últimas décadas, fazendo surgir novos estilos, costumes de vida e formas de
organização social”. Há nas práticas sociais cotidianas que vivemos um questionamento
constante de modos de viver a vida social que têm afetado a compreensão da classe
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social, do gênero, da sexualidade, da idade, da raça, da nacionalidade etc., em resumo, de
quem somos na vida social contemporânea. É inegável que a possibilidade de vermos a
multiplicidade da vida humana em um mundo globalizado, que as telas do computador e de
outros meios de comunicação possibilitam, tem colaborado em tal questionamento
ao vermos de perto como vivemos em um mundo multicultural e que essa
multiculturalidade, para qual muitas vezes torcíamos/torcemos os narizes, está em nossa
própria vida local, atravessando os limites nacionais: os grupos gays, feministas, de
rastafaris, de hip-hop, de trabalhadores rurais sem-terra etc.
I. A dupla possibilidade verbal que o texto oferece, “torcíamos/torcemos” envolve
variação no tempo e modo verbais, mas preserva a pessoa gramatical.
Comentário: Para resolver esta questão é necessário fazer a distinção entre as formas
“torcíamos” e “torcemos”.
“torcíamos” – está flexionado na 1ª pessoa do plural (desinência número-pessoal “-mos”) do
pretérito imperfeito do indicativo. Percebemos o tempo verbal por meio da desinência modo-temporal “-ia”, característica de verbos de 2ª e 3ª conjugações:
torc- radical
ia – desinência modo-temporal de pretérito imperfeito do indicativo
mos – desinência número-pessoal (1ª pessoa do plural)
“torcemos” – está flexionado na 1ª pessoa do plural (desinência número-pessoal “-mos”) do
presente do indicativo.
torc- radical
e – vogal temática
torce – tema
mos – desinência número-pessoal (1ª pessoa do plural)
Portanto, a pessoa gramatical “nós” (1ª pessoa do plural) foi mantida. Entretanto,
houve variação verbal tão somente no tempo, mas não no modo verbal (indicativo).
Gabarito: Errado.
8. (ESAF-2008/CGU) Abaixo estão recomendações para evitar o estresse. Assinale a
opção na qual os verbos estão conjugados, corretamente, na terceira pessoa do
singular.
a) Saboreie a vida, dai mais valor a suas experiências.
b) Aprende a dizer não. Peça ajuda sempre que necessário.
c) Para e medite. Põe uma uva passa na boca. Note textura, cheiro e sabor.
d) Fique atenta à respiração. Inspira e expira lentamente.
e) Invista em prazeres: ouça música, leia, dê-se o direito de não fazer nada.
(Cristina Nabuco, “Para desacelerar” Cláudia, junho 2007, p. 227.)
Comentário: Em regra, a questão versa sobre a flexão do verbo no imperativo. Vamos
analisar cada assertiva.
A) Errada. A forma verbal “saboreie” está conjugada na 3ª pessoa do singular do presente
do subjuntivo. Por sua vez, “dai”, proveniente do verbo “dar”, está conjugada na 2ª pessoa
do plural (vós) do imperativo afirmativo.
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B) Errada. A forma verbal “aprende” está conjugada na 2ª pessoa do singular do presente
do indicativo. Já a estrutura “peça” está na 3ª pessoa do singular do imperativo afirmativo.
C) Errada. No contexto, “para” é proveniente do verbo “parar” e está conjugada na 2ª
pessoa do singular do imperativo afirmativo. Por sua vez, a forma verbal “medite” está
flexionada na 3ª pessoa do singular do mesmo tempo e modo que o verbo “parar”. Por fim,
“põe” denota flexão na 2ª pessoa do singular.
D) Errada. A forma “fique” está flexionada na 3ª pessoa do singular do imperativo
afirmativo. Entretanto, isso não ocorre com as estruturas verbais “inspira” e “expira”, pois
ambas conjugadas na 2ª pessoa do singular.
E) Esta é a resposta da questão. No período, todas as formas verbais – “invista”, “ouça”,
“leia” e “dê” – estão conjugadas na 3ª pessoa do singular do imperativo afirmativo.
Percebam que todas são formadas a partir do presente do subjuntivo:
Que ele invista (presente do subjuntivo) :: Invista você (imperativo afirmativo) – 3ª pessoa
Que ele ouça (presente do subjuntivo) :: Ouça você (imperativo afirmativo) – 3ª pessoa
Que ele leia (presente do subjuntivo) :: Leia você (imperativo afirmativo) – 3ª pessoa
Que ele dê (presente do subjuntivo) :: Dê você (imperativo afirmativo) – 3ª pessoa
Gabarito: E.
9. (ESAF-2006/SUSEP-Adaptada) Analise as opções a respeito do emprego dos
verbos no texto.
O homem mais humilde, desprovido de ambição do acúmulo de riqueza, vivendo numa
sociedade razoavelmente organizada, já não mais consegue cumprir apenas a sua
atividade laborativa. As leis e diretrizes sociais obrigam-no a compromissos que o
excedente da sua atividade laborativa não atenderá.
A sua alimentação, que ele mesmo produz por meio de uma agricultura primitiva, talvez não
consiga atingir um valor no mercado, de tal forma que o excedente, sendo vendido, não
será suficiente para que ele pague as taxas e impostos da “sua propriedade”. Até mesmo a
água que ele bebe, seja de um poço ou de um sistema de captação e distribuição, sofre um
controle tecnológico. Ele pode até ser obrigado a se mudar do lugar que escolhera para
viver, se os controladores do meio ambiente concluírem que o ar por ele respirado tem uma
concentração muito alta de dióxido de carbono. No seu isolamento, sequer uma atitude
estóica, de convívio com a dor lhe é permitida. A dor, reflexo de uma enfermidade de causa
desconhecida, implicará uma investigação profunda, para que se afaste o perigo de eclosão
de uma epidemia.
(Adaptado de José Liberato Ferreira Caboclo, Ética e tecnologia)
I. O emprego do modo subjuntivo em “consiga” confere ao texto uma ideia de
hipótese ou probabilidade; sua substituição pelo indicativo, consegue, preserva a
correção gramatical, mas tira do texto tal ideia.
Comentário: No texto, foi empregada a forma verbal “consegue”, a qual está conjugada no
presente do indicativo. Esse modo verbal transmite ideia de certeza, realidade. Ao fazer a
substituição pela forma “consiga”, flexionada no presente do subjuntivo, transmitir-se-á ideia
de hipótese, possibilidade, dúvida. Além disso, acarretará erro gramatical. Vejam como o
período fica incorreto:
“O homem mais humilde (...) já não mais consiga cumprir ...”
Gabarito: Errado.
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II. A forma nominal de gerúndio em “vivendo” corresponde, numa forma flexionada, a
vivia.
Comentário: Como o verbo da oração “conseguir”, situado na oração principal, está
conjugado no presente do indicativo, será necessário que o verbo da oração reduzida de
gerúndio “vivendo numa sociedade razoavelmente organizada” também seja flexionado no
mesmo tempo e modo verbal. Sendo assim, a forma “vivia”, conjugada no pretérito
imperfeito do indicativo, não equivale ao gerúndio “vivendo”.
Gabarito: Errado.
TEMPOS COMPOSTOS
As formas verbais compostas são formadas por meio da seguinte estrutura:
Ter ou Haver + Particípio
(verbo auxiliar) (verbo principal)
Na Língua Portuguesa, os tempos compostos são:
 MODO INDICATIVO
a) Pretérito perfeito  (presente do indicativo + particípio) - traduz um fato cujo
início se deu no passado, mas que se repete até o momento presente.
Exemplos: Cidadezinha que não tem cabido no mapa. (= Cidadezinha que não coube
no mapa.)
O papel da polícia tem sido o de impor o medo.
b) Pretérito mais-que-perfeito  (pretérito imperfeito do indicativo + particípio) –
traduz um evento passado anterior a outro, também passado.
Exemplos: Apesar do vultoso investimento feito pelo governo, eu nunca tinha visto
uma seca tão severa no Nordeste.
“A essa altura eu já tinha pegado a segunda de uma figueira ...”
Quando cheguei, ele já tinha saído.
Atenção!
O pretérito mais-que-perfeito composto é o único que apresenta o mesmo
valor semântico de sua forma simples. Portanto, ambas as estruturas se equivalem.
Exemplos: Apesar do vultoso investimento feito pelo governo, eu nunca vira uma seca
tão severa no Nordeste.
“A essa altura eu já pegara a segunda de uma figueira ...”
Quando cheguei, ele já saíra.
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c) Futuro do presente  (futuro do presente do indicativo + particípio) - traduz um fato
futuro em relação ao momento do texto, porém anterior a outro evento.
Exemplo: Quando você chegar, eu já terei concluído o relatório.
d) Futuro do pretérito  (futuro do pretérito do indicativo + particípio) - traduz um fato
que poderia ter ocorrido posteriormente a determinado fato passado.
Exemplo: Se dependesse de mim, teria vetado o repasse das verbas.
 MODO SUBJUNTIVO
a) Pretérito perfeito  (presente do subjuntivo + particípio) - traduz um fato totalmente
terminado num momento passado.
Exemplo: Basta que ele tenha existido.
Nunca ouvi dizer que uma dessas trocas tenham obtido resultados aproveitáveis.
b) Pretérito mais-que-perfeito  (imperfeito do subjuntivo + particípio) - traduz um
evento passado anterior a outro, também passado.
Exemplos: Esperávamos que ela já tivesse chegado.
Desejaria que ela já tivesse chegado.
c) Futuro  (futuro do subjuntivo + particípio) - traduz um fato posterior ao momento
atual, mas já terminado antes de outro fato futuro.
Exemplo: Comemoraremos quando tiveres passado.
 FORMAS NOMINAIS COMPOSTAS
a) Infinitivo (infinitivo + particípio).
Exemplo: Ter feito os exercícios foi o diferencial.
b) Gerúndio (gerúndio + particípio).
Exemplo: Tendo estudado as disciplinas, passei no concurso.
10. (ESAF-2006/SUSEP-Adaptada) Analise a opção a respeito do emprego dos verbos
no texto.
O homem mais humilde, desprovido de ambição do acúmulo de riqueza, vivendo numa
sociedade razoavelmente organizada, já não mais consegue cumprir apenas a sua
atividade laborativa. As leis e diretrizes sociais obrigam-no a compromissos que o
excedente da sua atividade laborativa não atenderá.
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A sua alimentação, que ele mesmo produz por meio de uma agricultura primitiva, talvez não
consiga atingir um valor no mercado, de tal forma que o excedente, sendo vendido, não
será suficiente para que ele pague as taxas e impostos da “sua propriedade”. Até mesmo a
água que ele bebe, seja de um poço ou de um sistema de captação e distribuição, sofre um
controle tecnológico. Ele pode até ser obrigado a se mudar do lugar que escolhera para
viver, se os controladores do meio ambiente concluírem que o ar por ele respirado tem uma
concentração muito alta de dióxido de carbono. No seu isolamento, sequer uma atitude
estóica, de convívio com a dor lhe é permitida. A dor, reflexo de uma enfermidade de causa
desconhecida, implicará uma investigação profunda, para que se afaste o perigo de eclosão
de uma epidemia.
(Adaptado de José Liberato Ferreira Caboclo, Ética e tecnologia)
I. O tempo em que está flexionado “escolhera” (linha 9) indica que a ação de escolher
acontece antes de outra também mencionada no período; corresponde, por isso, a tivera
escolhido.
Comentário: O pretérito mais-que-perfeito simples do indicativo é usado para denotar uma
ação passada anterior à outra, também passada, como bem menciona o examinador. Essa
mesma noção semântica é apresentada pela forma composta. Entretanto, o pretérito mais-que-perfeito composto é formado pela seguinte estrutura:
(pretérito imperfeito do indicativo + particípio)
Portanto, na terceira pessoa do singular, a forma correta não é “tivera escolhido”, e
sim “tinha escolhido” (o verbo auxiliar deve estar flexionado no pretérito imperfeito do
indicativo).
Gabarito: Errado.
11. (ESAF-2010/MPOG-Adaptada) Com base no texto abaixo, analise a afirmação a
seguir.
O desenvolvimento é um processo complexo, que deriva de uma gama de fatores – entre os
quais se realça a educação – e precisa de tempo para enraizar-se. É obra construída pela
contribuição sistemática de vários governos. Depende da produtividade, que se nutre da
ciência, das inovações e, assim, dos avanços da tecnologia. Na verdade, a humanidade
somente começou seu desenvolvimento depois da Revolução Industrial, iniciada no século
XVIII, na Inglaterra. A estagnação da renda per capita havia sido a característica da história.
A Revolução desarmou a Armadilha Malthusiana e deu início à Grande Divergência. A
Armadilha deve seu nome ao demógrafo Thomas Malthus, para quem o potencial de
crescimento era limitado pela oferta de alimentos. A evolução da renda per capita dependia
das taxas de natalidade e mortalidade. A renda per capita da Inglaterra começou a crescer
descolada da demografia, graças ao aumento da produtividade na agricultura e da
exploração do potencial agrícola da América.
(Adaptado de Maílson da Nóbrega, Lula e o mistério do desenvolvimento . VEJA, 26 de agosto, 2009, p.74)
I. Provoca-se erro gramatical ou incoerência na argumentação do texto ao substituir
“havia sido” (linha 6) por “fora”.
Comentário: Novamente, a ESAF insistiu em trabalhar a correlação entre os tempos
compostos e as formas simples. Na expressão “havia sido”, o verbo auxiliar “haver” está
flexionado no pretérito imperfeito do indicativo, seguido do particípio. Temos, então, o
pretérito mais-que-perfeito composto, o qual corresponde à forma verbal simples “fora”:
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A estagnação da renda per capita havia sido a característica da história.
A estagnação da renda per capita fora a característica da história.
Uma vez que ambas as estruturas se correspondem, não há erro gramatical ou
incoerência textual ao substituir uma por outra.
Gabarito: Errado.
12. (ESAF-2010/SUSEP-Adaptada) Com base no texto abaixo, analise a afirmação a
seguir.
Nos países em geral, economistas, políticos e o noticiário gostam é de índices sobre
macroeconomia, números abstratos que indicam a situação geral da economia, mas não
revelam o que se passa em seu interior. A internet, por exemplo, apareceu em grande
escala em 1992, e o mundo se deu conta da revolução que ela fizera nos negócios, na
cultura e na vida das pessoas 10 anos depois.
(Antônio Machado, Mundo invisível. Correio Braziliense, 14 de fevereiro de 2010, com adaptações)
I. No texto acima, provoca-se erro gramatical ou incoerência na argumentação do
texto ao substituir “fizera” por havia feito.
Comentário: No texto, a forma verbal “fizera” está flexionada no pretérito mais-que-perfeito
simples do indicativo. Percebemos essa flexão por meio da desinência modo-temporal “ra”
(átona). No trecho “...o mundo se deu conta da revolução que ela (a internet) fizera nos
negócios...”, o verbo está conjugado na terceira pessoa do singular. Conforme já sabemos,
a forma composta do pretérito mais-que-perfeito do indicativo apresenta a mesma noção
semântica que a simples, referindo-se a uma ação pretérita anterior à outra, também
passada. Agora, reparem que a estrutura “havia feito” é composta pelo verbo auxiliar
“haver”, flexionado no pretérito imperfeito do indicativo, seguido do particípio. Isso
caracteriza o pretérito mais-que-perfeito composto. Portanto, não há erro gramatical ou
incoerência textual ao substituir uma forma por outra.
Gabarito: Errado.
CORRELAÇÃO VERBAL
Quando falamos de correlação verbal, fazemos alusão à correspondência
harmônica entre formas verbais (tempo e modo) em uma frase ou período. Em
outras palavras, é preciso que haja articulação temporal entre os verbos, que
eles se correspondam, de maneira a expressar as ideias com lógica, coerência.
Tempos e modos verbais devem, portanto, combinar entre si.
Exemplo: Se você estudasse antes da prova, passará no concurso.
No período acima, temos o verbo estudar flexionado no pretérito imperfeito
do subjuntivo. Como já sabemos, o subjuntivo expressa dúvida, incerteza,
possibilidade. Porém, o verbo passar está conjugado no futuro do presente do
indicativo, modo que expressa, dentre outras ideias, fatos certos ou reais.
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Nesse caso, não podemos dizer “você passará no concurso”, pois o ato de
passar está condicionado não a uma certeza, mas apenas a uma hipótese,
transmitida pelo pretérito imperfeito do subjuntivo de estudar. Logo, percebemos
que o período está incoerente, ou seja, não há uma correlação verbal.
Corrigindo o exemplo acima, teremos:
Se você estudasse antes da prova, passaria no concurso.
O verbo estudar está flexionado no pretérito imperfeito do subjuntivo.
Assim, em que tempo o verbo passar deve estar conjugado, de modo a garantir que
o período tenha coerência? Na frase, o verbo passar é usado no futuro do
pretérito – passaria –, um tempo que expressa, dentre outras ideias, uma
afirmação condicionada – que depende de algo –, quando esta se refere a fatos
que não se realizaram e que, provavelmente, não se realizarão.
Podemos dizer, portanto, que o período está coerente, já que a ideia
transmitida por estudasse é exatamente a de uma dúvida, a de uma
possibilidade, de uma hipótese que não temos certeza se ocorrerá.
Em virtude da presença deste tema nas provas da banca ESAF, elencarei
para vocês uma lista exemplificativa com os casos de correlação verbal mais
recorrentes:
1) Presente do indicativo + Presente do subjuntivo
Ex.: Quero que você gabarite a prova.
2) Presente do indicativo + Futuro do presente do indicativo
Ex.: Sabemos que você gabaritará a prova.
3) Presente do indicativo + Pretérito perfeito composto do subjuntivo
Ex.: Desejo que você tenha gabaritado a prova.
4) Pretérito perfeito do indicativo + Pretérito imperfeito do indicativo
Ex.: Notou que seu desempenho nas provas melhorava à medida que resolvia
questões anteriores.
5) Pretérito perfeito do indicativo + Pretérito imperfeito do subjuntivo
Ex.: Desejei que você gabaritasse a prova.
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6) Pretérito perfeito do indicativo + Pretérito mais-que-perfeito composto do
subjuntivo
Ex.: Quis que eles tivessem gabaritado a prova.
7) Pretérito imperfeito do indicativo + Pretérito imperfeito do subjuntivo
Ex.: Pedia que gabaritasse a prova.
8) Pretérito mais-que-perfeito do indicativo + Pretérito imperfeito do subjuntivo
Ex.: Solicitara que gabaritasse a prova.
9) Futuro do pretérito do indicativo + Pretérito imperfeito do subjuntivo
Ex.: Eu ficaria feliz se você gabaritasse a prova.
10) Futuro do pretérito do indicativo + Pretérito mais-que-perfeito composto
do subjuntivo
Ex.: Desejaria que você tivesse gabaritado a prova.
11) Futuro do pretérito composto do indicativo + Pretérito mais-que-perfeito
composto do subjuntivo
Ex.: Eu teria gabaritado as questões se o fiscal de sala não me tivesse
atrapalhado.
12) Futuro do subjuntivo + Futuro do presente do indicativo
Ex.: Se vocês refizerem os exercícios, acertarão as questões da prova.
13) Futuro do subjuntivo + Futuro do presente composto do indicativo
Ex.: Quando ele terminar a prova, já terei comentado as questões.
Atenção!
Notem que, na 3ª hipótese de correlação verbal, o Pretérito Perfeito
Composto do Subjuntivo é formado com o verbo auxiliar conjugado no Presente
do Subjuntivo.
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Assim, podemos sintetizar a correlação verbal no seguinte quadro
esquemático:
Correlação Verbal
(Quadro Esquemático)
Presente
Presente
Presente
Futuro do
Presente
Passado
Passado
Futuro do
Pretérito
Passado
Futuro do
Subjuntivo
Futuro do
Presente
ou
Futuro do Presente
Composto do indicativo
13. (ESAF-2012/CGU) Assinale a opção em que o preenchimento das lacunas do
fragmento abaixo preserva a correção gramatical e a coerência entre os argumentos
do texto.
O principal componente dos juros é a taxa Selic. É referência de custo de captação:
______(1)_______ em títulos públicos, o depositante não aceitará do banco
remuneração muito inferior à Selic. Para o banco, a Selic sinaliza o custo de
oportunidade: ________(2)_______ ao Tesouro à taxa Selic, só emprestará a terceiros
a juros maior, pois maior é o risco.
(Adaptado de Joca Levy, Juros, demagogia e bravatas. O Estado de São Paulo, 21 de abril de 2012)
(1)
a) enquanto possa aplicar
b) se pudesse aplicar
c) caso aplicasse
d) se pode aplicar
e) quando pudesse aplicar
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/
/
/
/
/
(2)
se pudesse emprestar
quando pudesse emprestar
caso emprestasse
se pode emprestar
enquanto possa emprestar
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Comentário: A correção gramatical e a coerência são preservadas na opção D. Vejamos as
lacunas.
Lacuna (1): “Se pode aplicar” – o verbo em destaque está flexionado no presente do
indicativo, mantendo uma correta correlação com verbo “aceitar”, constante do trecho “...o
depositante não aceitará...”.
Lacuna (2): “Se pode emprestar” – a forma verbal destacada está flexionada no presente do
indicativo, mantendo uma adequada correlação verbal com a forma “emprestará”, constante
do trecho “...só emprestará a terceiros...”.
Vejamos os erros das demais opções.
A) Errada.
Lacuna (1): “Enquanto possa aplicar” – a forma em destaque deve ser conjugada no futuro
do subjuntivo – “enquanto puder aplicar” – para correlacionar-se de maneira correta com o
futuro do presente em “aceitará”.
Lacuna (2): “Se pudesse aplicar” – a forma em destaque deveria flexionar-se no futuro do
subjuntivo – se puder aplicar –, a fim de manter a correta correlação com o verbo
“emprestar”.
B) Errada.
Lacuna (1): “Se pudesse aplicar” – a forma destacada deve flexionar-se no futuro do
subjuntivo (se puder aplicar) para correlacionar-se de modo adequado ao verbo “aceitar”, o
qual está no futuro do presente.
Outra possibilidade seria manter a forma verbal “pudesse” – “se pudesse aplicar – e
conjugar o verbo “aceitar” no futuro do pretérito (aceitaria), indicando uma ideia hipotética.
Lacuna (2): “Quando pudesse emprestar – a forma destacada deve flexionar-se no futuro do
subjuntivo (se puder aplicar) para correlacionar-se de modo adequado ao verbo
“emprestar”, que está no futuro do presente (emprestará).
C) Errada.
Lacuna (1): “Caso aplicasse” – o verbo “aplicar” está conjugado no pretérito imperfeito do
subjuntivo, tempo e modo verbais que exprimem ideia hipotética. Por essa razão, o verbo
“aceitar”, constante do trecho “... o depositante não aceitará...”, deveria ser conjugado no
futuro do pretérito (aceitaria).
Lacuna (2): “Caso emprestasse” – o verbo “emprestar” está conjugado no pretérito
imperfeito do subjuntivo, tempo e modo verbais que exprimem ideia hipotética. Por essa
razão, o verbo “emprestar”, constante do trecho “... só emprestará a terceiros...”, deveria ser
conjugado no futuro do pretérito (emprestaria).
E) Errada.
Lacuna (1): “Quando pudesse aplicar” – o verbo “poder” está conjugado no pretérito
imperfeito do subjuntivo. Porém, para manter a correlação adequada com o verbo “aceitar”,
constante do trecho “... o depositante não aceitará ...”, deve ser flexionado no futuro do
subjuntivo: “quando puder aplicar”.
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Lacuna (2): “Enquanto possa emprestar” – o verbo “poder” está conjugado no presente do
subjuntivo. Entretanto, para manter a correlação adequada com o verbo “emprestar”,
constante do trecho “... só emprestará a terceiros...”, deve flexionar-se no futuro do
subjuntivo: “enquanto puder emprestar”
Gabarito: D.
14. (ESAF-2009/Ministério da Fazenda-Adaptada) Analise a proposição a seguir
quanto aos elementos linguísticos e semânticos do texto.
Feliz aniversário, Darwin!
Charles Darwin completaria hoje 200 anos, não fosse pela seleção natural. Ela, afinal, é a
maior responsável pelo barroco processo de desenvolvimento que leva os organismos
complexos inexoravelmente à morte – conceito que não se aplica muito a bactérias e
Arqueobactérias, seres que se reproduzem gerando clones de si próprios, partilham
identidades com a transferência horizontal de genes e podem ficar milênios em vida
suspensa (no gelo, por exemplo). A contribuição de Darwin para a ciência e para a história,
porém, continua viva, e muito viva, exatamente com a ideia de seleção natural. Só por isso
ele já merece os parabéns. Feliz aniversário, Darwin.
(Marcelo Leite, em: http://cienciaemdia.folha.blog.uol.com.br/arch2009-02-08)
I. A forma verbal “completaria” (linha 1) se refere a uma ação que vai ocorrer no
futuro, a menos que acontecimentos no tempo presente o impeçam.
Comentário: A forma verbal “completaria” está flexionada no futuro do pretérito do
indicativo. Esse tempo verbal transmite, entre outras noções, a ideia de hipótese, e não a de
que uma ação vai ocorrer no futuro. No texto, a noção hipotética é ratificada pela presença
da forma verbal “fosse”, flexionada no pretérito imperfeito do subjuntivo, no trecho “não
fosse pela seleção natural”. No momento da confecção do texto, Charles Darwin já havia
falecido, não podendo, portanto, completar 200 anos. Reparem, ainda, na harmônica
correlação entre as formas verbais “completaria” e “fosse”. A primeira está flexionada no
futuro do pretérito do indicativo, ao passo que a segunda foi conjugada no pretérito
imperfeito do subjuntivo. A correspondência entre esses tempos verbais denota a ideia
hipotética trazida pelo texto.
Gabarito: Errado.
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CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS
Os verbos classificam-se em regulares, irregulares, anômalos, defectivos
e abundantes.
a) Regulares – mantêm o paradigma (modelo) do radical e das desinências no
decorrer da conjugação.
Exemplos:
Falar: eu falo, tu falas, ele fala, nós falamos, vós falais, eles falam.
Correr: eu corro, tu corres, ele corre, nós corremos, vós correis, eles correm.
Partir: eu parto, tu partes, ele parte, nós partimos, vós partis, eles partem.
Dica estratégica!
Como saber se um verbo é regular? É simples! Há dois tempos verbais que
nos mostram se o verbo é regular ou não: presente do indicativo e pretérito
perfeito do indicativo. Se, nessas conjugações, a forma verbal mantiver o
paradigma (modelo) de conjugação, será regular.
Exemplo:
COMER (verbo de 2ª conjugação)
Presente do indicativo
eu como
tu comes
ele come
nós comemos
vós comeis
eles comem
Pretérito perfeito do indicativo
eu comi
tu comeste
ele comeu
nós comemos
vós comestes
eles comeram
Em regra, as formas verbais terminadas em -iar são regulares.
Exemplo: ARRIAR (abaixar-se) - eu arrio, tu arrias, ele arria, nós arriamos,
vós arriais, eles arriam.
Por que eu disse “em regra”, acima? Porque algumas formas verbais
terminadas em -iar são irregulares. São elas: mediar (além do derivado
intermediar), ansiar, remediar, incendiar e odiar.
E o que isso significa? Meus amigos, por serem irregulares, os verbos acima
receberão a vogal E nas formas rizotônicas (rizo = raiz + tônica = sílaba forte), ou
seja, rizotônica é a forma cuja sílaba tônica recai no radical do verbo.
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As formas rizotônicas ocorrem na 1ª, 2ª e 3ª pessoas do singular (“eu”, “tu”,
“ele”) e na 3ª pessoa do plural (“eles”): eu medeio, tu medeias, ele medeia, eles
medeiam.
E existe possibilidade de a sílaba tônica recair fora do radical do verbo? Sim,
claro! São as chamadas formas arrizotônicas, aquelas cuja sílaba tônica recai
fora do radical. Ocorrem na 1ª e 2ª pessoas do plural: “nós” e “vós”.
E isso traz alguma implicação? Perfeitamente! Vimos que as formas
rizotônicas dos verbos acima assinalados (mediar – e derivados –, ansiar,
remediar, incendiar e odiar) receberão a vogal E, o que NÃO ocorre nas formas
arrizotônicas. Desse modo, é errado fazer a flexão “nós medeiamos”, “vós
medeiais”, por exemplo. Por serem formas arrizotônicas, o correto é “nós
mediamos”, “vós mediais”.
15. (ESAF-2002/BACEN-Adaptada) Analise as opções a seguir a respeito das formas
verbais no texto.
Uma crise bancária pode ser comparada a um vendaval. Suas consequências são
imprevisíveis sobre a economia das famílias e das empresas. Os agentes econômicos
relacionam-se em suas operações de compra, venda e troca de mercadorias e serviços, de
modo que, a cada fato econômico, seja ele de simples circulação, de transformação ou de
consumo, corresponde, ao menos, uma operação de natureza monetária realizada junto a
um intermediário financeiro, em regra um banco comercial, que recebe um depósito, paga
um cheque, desconta um título ou antecipa a realização de um crédito futuro. A estabilidade
do sistema que intermedeia as operações monetárias, portanto, é fundamental para a
própria segurança e estabilidade das relações entre os agentes econômicos.
(www.bcb.gov.br)
I. A forma verbal “intermedeia” (linha 9) pode ser substituída por “intermedia” sem que haja
transgressão à norma culta formal.
Comentário: Em regra, os verbos terminados em “-iar” são regulares, ou seja, obedecem a
um paradigma (modelo) de conjugação. Entretanto, há um grupo de verbos que é irregular.
São eles: “mediar” (e seu derivado “intermediar”), “ansiar”, “remediar”, “incendiar” e “odiar”.
Esse conjunto de verbos recebe a vogal “E” nas formas rizotônicas (aquelas em que
a sílaba tônica recai no radical).
Exemplos:
Eu medeio, tu medeias, ele medeia...
Eu intermedeio, tu intermedeias, ele intermedeia...
Sendo assim, percebemos que é incorreta a forma “intermedia”.
Gabarito: Errado.
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b) Irregulares – apresentam variação no paradigma (modelo) do radical e/ou
das desinências.
Exemplos:
Fazer: eu faço, tu fazes, ele faz, nós fazemos, vós fazeis, eles fazem.
Ouvir: eu ouço, tu ouves, ele ouve, nós ouvimos, vós ouvis, eles ouvem.
Dica estratégica!
Como saber se um verbo é irregular? É simples! Há dois tempos verbais que
nos mostram a regularidade ou não de um verbo: presente do indicativo e
pretérito perfeito do indicativo. Se, nessas conjugações, a forma verbal
apresentar variações no paradigma (modelo), será irregular.
Exemplo:
CABER (verbo de 2ª conjugação)
Presente do indicativo
eu caibo
tu cabes
ele cabe
nós cabemos
vós cabeis
eles cabem
Pretérito perfeito do indicativo
eu coube
tu coubeste
ele coube
nós coubemos
vós coubestes
eles couberam
Os verbos terminados em -ear são irregulares. E o que isso significa?
Significa que essas formas verbais receberão a vogal i nas formas rizotônicas
(“eu”, “tu”, “ele” e “eles”), mas não nas arrizotônicas (“nós” e “vós”).
Exemplo: ARREAR (pôr arreio) - eu arreio, tu arreias, ele arreia, nós arreamos,
vós arreais, eles arreiam.
Viram que os verbos arriar e arrear são diferentes? Geralmente, aparecem
em provas. Portanto, muita atenção!
Segundo as lições de Evanildo Bechara, em Moderna Gramática Portuguesa,
37ª edição, pág. 226, “não entram no rol dos verbos irregulares aqueles que, para
conservar a pronúncia, têm de sofrer variação de grafia”. Em outras palavras, como
não há alteração fonética, o verbo não é irregular.
Exemplos: carrega – carregue – carreguei – carregues; ficar – fico – fiquei – fique.
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16. (ESAF-2010/SUSEP) Os trechos a seguir constituem um texto adaptado do Correio
Braziliense, Editorial, 18/02/2010. Assinale a opção transcrita com erro gramatical.
a) Operação destinada a facilitar a vida do contribuinte coloca a Receita Federal na
vanguarda das iniciativas que, ao longo dos últimos anos, objetivam reduzir a ineficiência
operacional de agências públicas. É o que se materializa agora com as medidas que
desobrigam cerca de 10 milhões de brasileiros de prestar declaração de renda.
b) A inovação é aplicável aos rendimentos auferidos em 2010 (ano-base 2009) e aos que
serão obtidos em 2011 (ano-base 2010). Os principais beneficiários das novas regras são
sócios de empresas ou pessoas que tenham patrimônio inferior a R$ 300 mil. Basta que os
ganhos estejam dentro do limite de isenção (R$ 17.215,08, em 2009, e de R$ 22.487,25,
em 2010).
c) Há outras condicionantes que, previstas nas mudanças, não chegam a alterar os efeitos
práticos. Foram obrigadas a explicar-se ao fisco, por serem qualificadas como integrantes
de sociedades comerciais, em 2009, nada menos de 5 milhões de pessoas. Agora, estão
livres da obrigação, segundo o supervisor nacional do Programa do IR.
d) Os trabalhadores com remuneração anual abaixo do teto de isenção previsto para 2010
desde logo estão dispensados de entregar a declaração. Apenas deverão fazê-lo os que
tivessem IR retido na fonte e pleiteam restituição.
e) Outra mudança importante: este ano será o último em que a Receita aceitará formulários
de papel. Também é decisão compatível com a necessidade de elevar os padrões
operacionais do órgão. Hoje, apenas 127 mil pessoas físicas optam por semelhante forma
de declarar a renda.
Comentário: Há erro gramatical na opção (D). O verbo “frear” termina em “-ear”, sendo,
portanto, irregular. Como consequência, receberá a vogal “i” nas formas rizotônicas
(aquelas em que a sílaba tônica recai no radical).
Eu freio, tu freias, ele freia... eles freiam ;
Eu pleteio, tu pleiteias, ele pleteia...eles pleiteiam.
Assim, no trecho “... tivessem Ir retido na fonte e pleiteam restituição”, a forma verbal
destacada está incorreta. O certo é “pleiteiam”.
Gabarito: D.
17. (ESAF-2005/MPOG) Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de
grafia.
Diante da atual mediocridade da representação política, é necessária(1) a participação e a
organização da sociedade, operando uma profunda mudança em nossa cultura política.
Quanto maior(2) o individualismo, mais frágeis são os governos. As regras formais
constitucionais não são suficientes para freiar(3) os vícios exacerbados(4) pelo poder. As
organizações da sociedade devem ter o poder de vigiar e cobrar prestação de contas. Por
isso, em vez de desacreditar da política, devemos agir em co-responsabilidade, com
coragem, lucidez e discernimento(5) num grande mutirão para abrir caminho para um país
democrático, justo, desenvolvido e pacífico.
(Adaptado de Dom Geraldo Majella, cardeal Agnelo, Folha de S. Paulo, 21/6/2005)
a) 1
b) 2
c) 3
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d) 4
e) 5
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Comentário: Há gramatical/ortográfico na assertiva (C). Os verbos terminados em “-ear”
são irregulares, recebendo a vogal “i” nas formas rizotônicas.
Eu freio, tu freias, ele freia... eles freiam ;
Eu pleteio, tu pleiteias, ele pleteia...eles pleiteiam.
Na forma infinita (o “nome” do verbo, grosso modo), o correto é “frear”, e não
“freiar”, como aparece em “... não são suficientes para freiar ...”.
Gabarito: C.
c) Anômalos – para facilitar a vida de vocês (rs...), são apenas dois: ser e ir.
 SER
Pretérito perfeito do indicativo
eu fui
tu foste
ele foi
nós fomos
vós fostes
eles foram
Pretérito imperfeito do indicativo
eu era
tu eras
ele era
nós éramos
vós éreis
eles eram
 IR
Pretérito perfeito do indicativo
eu fui
tu foste
ele foi
nós fomos
vós fostes
eles foram
Pretérito imperfeito do indicativo
eu ia
tu ias
ele ia
nós íamos
vós íeis
eles iam
Perceberam que os verbos ser e ir apresentam a mesma conjugação no
pretérito perfeito do indicativo? Sendo assim, somente poderemos identificar o
verbo que está sendo empregado ao visualizar o contexto. A semelhança de formas
ocorre, também, nos seguintes tempos verbais: pretérito mais-que-perfeito do
indicativo, pretérito imperfeito do subjuntivo e futuro do subjuntivo.
d) Defectivos – são verbos que, em sua conjugação, não apresentam todas as
formas (tempos, modos e pessoas). É na 3ª conjugação que se encontra a maioria
dos verbos defectivos.
De onde provém o defeito verbal? Futuros servidores públicos, o defeito
verbal sempre se refere ao tempo presente, ou seja, nunca ao passado ou ao
futuro. Em outras palavras, quando nos referirmos a defeito verbal, deveremos
fazer essa relação com o presente do indicativo, presente do subjuntivo e
imperativo, sendo estes dois últimos derivados do primeiro (presente do indicativo).
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O defeito verbal deve-se:
- à ausência da 1ª pessoa do singular no presente do indicativo.
E qual a consequência desse defeito? Consequentemente, o verbo não é
conjugado no presente do subjuntivo e no imperativo negativo. No imperativo
afirmativo, só apresentam as segundas pessoas do singular e plural, pois estas
provêm das respectivas pessoas do presente do indicativo.
Exemplos: abolir, banir, colorir, delinquir, demolir, exaurir, explodir, feder,
fremer (ou fremir), explodir, haurir, viger etc.
- à conjugação apenas na 1ª e 2ª pessoas do plural (formas arrizotônicas – “nós”
e “vós”) no presente do indicativo.
E qual a consequência desse outro defeito? Os verbos não apresentam o
presente do subjuntivo e, por consequência, o imperativo negativo. Além disso,
o imperativo afirmativo só terá a 2ª pessoa do plural (lembrem-se da formação
do imperativo!).
Exemplos:
PRECAVER
Presente do indicativo
Imperativo afirmativo
nós precavemos
vós precaveis
–
precavei vós
REAVER
Presente do indicativo
Imperativo afirmativo
nós reavemos
vós reaveis
–
reavei vós
Nos demais tempos e modos, os verbos são conjugados normalmente.
REAVER
Pretérito perfeito do indicativo
eu reouve
tu reouveste
ele reouve
nós reouvemos
vós reouvestes
eles reouveram
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Futuro do subjuntivo
(quando) eu reouver
(quando) tu reouveres
(quando) ele reouver
(quando) nós reouvermos
(quando) vós reouverdes
(quando) eles reouverem
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e) Abundantes – são verbos que apresentam mais de uma forma de igual valor e
função.
Exemplo:
Presente do indicativo
nós havemos (ou hemos)
vós haveis (ou heis)
Imperativo afirmativo
faz (ou faze) tu
Normalmente, esta abundância de forma ocorre no particípio.
Infinitivo impessoal
aceitar
acender
assentar
benzer
desenvolver
eleger
emergir
entregar
enxugar
expressar
exprimir
extinguir
expulsar
frigir
ganhar
gastar
imergir
imprimir
inserir
isentar
matar
omitir
pagar
pegar
prender
revolver
salvar
soltar
submergir
suspender
tingir
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Particípio regular
aceitado
acendido
assentado
benzido
desenvolvido
elegido
emergido
entregado
enxugado
expressado
exprimido
extinguido
expulsado
frigido
ganhado
gastado
imergido
imprimido
inserido
isentado
matado
omitido
pagado
pegado
prendido
revolvido
salvado
soltado
submergido
suspendido
tingido
Particípio irregular
aceito
aceso
assento
bento
desenvolto
eleito
emerso
entregue
enxuto
expresso
expresso
extinto
expulso
frito
ganho
gasto
imerso
impresso
inserto
isento
morto
omisso
pago
pego
preso
revolto
salvo
solto
submerso
suspenso
tinto
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Em geral, empregamos o particípio regular, que fica invariável, com os
verbos auxiliares ter e haver, formando os tempos compostos.
Exemplo: Eles têm aceitado os documentos. (têm aceitado = pretérito perfeito
composto do indicativo)
Na voz passiva, empregamos, em geral, o particípio irregular, que se
flexiona em gênero e número, com os verbos auxiliares ser, estar e ficar, formando
a locução verbal de voz passiva.
Exemplo: Os documentos têm sido aceitos por eles. (têm sido aceitos = locução
verbal de voz passiva)
18. (ESAF-2002/Ministério das Relações Exteriores) Assinale a opção incorreta a
respeito do emprego das formas verbais no texto.
Segundo o noticiário, o Pentágono passou a propugnar o uso de minibombas atômicas. Ou
seja, armas nucleares para estourar depósitos subterrâneos onde estariam escondidas
armas (nucleares, químicas, bacteriológicas) de destruição maciça. A hipótese de
banalização das armas atômicas, inscrita na proposta do Pentágono, liquidaria os tratados
internacionais de não-proliferação nuclear e jogaria o Brasil no meio da tormenta,
relançando a corrida nuclear.
(Luiz Felipe de Alencastro, Veja, 10/04/2002, com adaptações)
a) O emprego da perífrase verbal “passou a propugnar” constitui um recurso para evitar o
uso do presente do indicativo de um verbo defectivo: propugnar.
b) A opção pelo emprego do futuro do pretérito em “estariam”, indica uma certa resistência
do autor para acreditar na veracidade da informação a respeito das armas escondidas.
c) A forma de particípio “inscrita” confunde-se com o adjetivo porque exprime mais um
estado do que uma relação temporal.
d) O emprego do futuro do pretérito em “liquidaria” e “jogaria” reforça a ideia de “hipótese”.
e) Para manter a coerência no emprego dos tempos verbais, a substituição do gerúndio
“relançando” por uma forma não-nominal deve ser: e relançaria.
Comentário: A opção incorreta encontra-se na letra (A). Antes de tudo, alguns de vocês
podem desconhecer o que significa “perífrase”. Por perífrase compreende-se um recurso
estilístico que qualifica pessoa ou coisa.
Exemplo: Edson Arantes do Nascimento fez gols memoráveis. O atleta do século,
atualmente, é embaixador oficial da Copa do Mundo de 2014.
A expressão “O atleta do século” retoma o nome “Édson Arantes do Nascimento”,
tornando o texto mais coeso.
Em vez de utilizar a perífrase “o atleta do século”, poderíamos ter empregado a
forma simples “Pelé”.
Em se tratando de verbos, a forma perifrástica (relativo a perífrase) é aquela que
contém mais de um verbo, ou seja, uma locução verbal. É o que ocorre em “passou a
propugnar”.
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Contudo, o erro do examinador está em afirmar que verbo “propugnar” é defectivo.
Porém, “propugnar” é um verbo regular, sendo conjugado em todos os tempos e modos,
seguindo o paradigma (modelo) de “impugnar”. Vejam:
Presente do indicativo
Eu impugno, tu impugnas, ele impugna, nós impugnamos, vós impugnais, eles impugnam.
Eu propugno, tu propugnas, ele propugna, nós propugnamos, vós propugnais, eles
propugnam.
Pretérito Perfeito do indicativo
Eu impugnei, tu impugnaste, ele impugnou, nós impugnamos, vós impugnastes, eles
impugnaram.
Eu propugnei, tu propugnaste, ele propugnou, nós propugnamos, vós propugnastes, eles
propugnaram.
Gabarito: A.
19. (ESAF-2008/STN-Adaptada) Em relação ao texto abaixo, analise a proposição a
seguir.
Derrotada sistematicamente nos tribunais superiores, a Advocacia-Geral da União (AGU)
resolveu editar um pacote com oito súmulas, reconhecendo direitos dos servidores públicos
federais. O gesto põe fim a pendências jurídicas que se arrastavam havia décadas e serve
de alento para quem ainda busca reaver ou manter benefícios funcionais. Com as súmulas,
os advogados públicos ficam automaticamente desobrigados a contestar decisões
desfavoráveis. (...) Esclarece a AGU: “O servidor sabia que se entrasse na Justiça ganharia,
mas a União, por dever, mesmo sabendo que perderia, tinha de recorrer. As oito medidas
acabam com isso.” Entre as súmulas está a que reconhece o direito de pagamento do
auxílio-alimentação retroativo ao servidor em férias ou licença entre outubro de 1996 e
dezembro de 2001.
(Luciano Pires, Correio Braziliense, 20/09/2008, p. 23, com adaptações)
I. Reescreve-se, mantendo-se a correção gramatical e a coerência textual, o período
“para quem ainda busca reaver ou manter benefícios funcionais.” do seguinte modo:
para que se reavenham ou mantenham benefícios funcionais.
Comentário: Conforme estudamos nas lições, o verbo “reaver”, que significa “recuperar”, é
defectivo, haja vista o fato de não ser conjugado em todas as pessoas do presente do
indicativo. Esse verbo só se apresenta na primeira e segunda pessoas do plural:
nós reavemos, vós reaveis. Como não há a primeira pessoa desse tempo verbal, o verbo
“reaver” não é conjugado no presente do subjuntivo (tempo derivado do presente do
indicativo). Portanto, é errada a forma “reavenham”. Nesses casos, substituam-na por um
verbo de significado semelhante: “para que se recuperem ou mantenham benefícios
funcionais”.
Gabarito: Errado.
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ALGUMAS PARTICULARIDADES
Alguns aspectos costumam figurar nas questões da ESAF, quais sejam:
 Acento diferencial de número
Presente do Indicativo
Ter
singular
plural
ele tem
eles têm
Vir
singular
plural
ele vem
eles vêm
Conter
Reter
ele contém
eles contêm
ele retém
eles retêm
Convir
ele convém
eles convêm
Entreter-se
ele se entretém
eles se entretêm
Provir
Intervir
ele provém
eles provêm
ele intervém
eles intervêm
 Verbo primitivo e flexão de seus derivados
Notem que os verbos derivados seguirão o paradigma dos respectivos verbos
primitivos.
TER: eu tive, ele teve, eles tiveram, quando eu tiver, se ele tivesse ...
Abster-se  eu me abstive, ele se absteve, eles se abstiveram, quando eu me abstiver, se ele
se abstivesse ...
Conter  eu contive, ele conteve, eles contiveram, quando eu contiver, se ele contivesse ...
Deter  eu detive, ele deteve, eles detiveram, quando eu detiver, se ele detivesse ...
Entreter-se  eu me entretive, ele se entreteve, eles se entretiveram, quando eu me
entretiver, se ele se entretivesse ...
Manter  eu mantive, ele manteve, eles mantiveram, quando eu mantiver, se ele mantivesse..
Obter  eu obtive, ele obteve, eles obtiveram, quando eu obtiver, se ele obtivesse ...
Reter  eu retive, ele reteve, eles retiveram, quando eu retiver, se ele retivesse ...
VIR: eu vim, ele veio, eles vieram, quando eu vier, se ele viesse ...
Advir  eu advim, ele adveio, eles advieram, quando eu advier, se ele adviesse ...
Convir  eu convim, ele conveio, eles convieram, quando eu convier, se ele conviesse ...
Desavir-se  eu me desavim, ele se desaveio, eles se desavieram, quando eu me desavier,
se ele se desaviesse ...
Intervir  eu intervim, ele interveio, eles intervieram, quando eu intervier, se ele interviesse ...
Provir  eu provim, ele proveio, eles provieram, quando eu provier, se ele proviesse ...
Sobrevir  eu sobrevim, ele sobreveio, eles sobrevieram, quando eu sobrevier, se ele
sobreviesse ...
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VER: eu vi, ele viu, eles viram, quando eu vir, se ele visse ...
Antever  eu antevi, ele anteviu, eles anteviram, quando eu antevir, se ele antevisse ...
Entrever  eu entrevi, ele entreviu, eles entreviram, quando eu entrevir, se ele entrevisse ...
Prever  eu previ, ele previu, eles previram, quando eu previr, se ele previsse ...
Rever  eu revi, ele reviu, eles reviram, quando eu revir, se ele revisse ...
É muito parecida a conjugação dos verbos vir e ver no futuro do
subjuntivo. Notem, porém, que as formas verbais não se confundem:
Futuro do subjuntivo
(utilizem a conjunção “quando” para facilitar a conjugação)
≠
VER
(Quando) eu
(Quando) tu
(Quando) ele
(Quando) nós
(Quando) vós
(Quando) eles
vir
vires
vir
virmos
virdes
virem
VIR
vier
vieres
vier
viermos
vierdes
vierem
 Verbos terminados em -UIR, -AIR e -OER
Os verbos terminados em -UIR, -AIR e -OER têm, na 3ª pessoa do singular
do presente do indicativo, a desinência “i”:
Presente do Indicativo
-UIR  ele constitui (de constituir) / atribui (de atribuir) / conclui (de concluir)
-AIR  ele extrai (de extrair) / retrai (de retrair) / distrai (de distrair)
-OER  ele rói (de roer) / mói (de moer) / remói (de remoer)
20. (ESAF-2002-Receita Federal-Adaptada) Analise se o trecho a seguir se apresenta
de forma coesa, coerente e gramaticalmente correta.
I. Pelo princípio da igualdade material o Estado tem obrigação de intervim e retificar a
ordem social, a fim de remover as mais profundas e perturbadoras injustiças sociais.
Comentário: O verbo “intervir” é derivado de “vir”. Por essa razão, segue o paradigma
(modelo) de conjugação deste último:
Eu vim, tu vieste, ele veio...
Eu intervim, tu intervieste, ele interveio...
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Entretanto, no contexto, o verbo “intervir” é uma forma nominal, sendo representado
no infinitivo (o “nome” do verbo). Sendo assim, deve ser grafado com “r” final: “... o Estado
tem obrigação de intervir e retificar...”;
Gabarito: Errado.
21. (ESAF-2010/MTE-Adaptada) Verifique se o trecho a seguir está de acordo com as
prescrições gramaticais.
I. Constroe-se o espaço social de tal modo que os agentes ou grupos são aí
distribuídos em razão de sua posição nas distribuições estatísticas de acordo com os
dois princípios de diferenciação que, em sociedades mais desenvolvidas, são sem
dúvida, os mais eficientes: o capital econômico e o capital cultural.
Comentário: O verbo “construir”, conforme podemos perceber, é finalizado em “-uir”.
Quando estiver flexionado na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo, receberá a
vogal “i”:
-UIR  ele constitui (de constituir) / atribui (de atribuir) / conclui (de concluir)
Portanto, o correto é “Contrói-se” o espaço social...”
Atentem para o acento agudo no ditongo aberto “ói”. Por ser um vocábulo oxítono,
deve ser acentuado. Entretanto, conforme vimos nas aulas anteriores, foi abolido o acento
agudo nos ditongos abertos “eu” e “oi” das palavras paroxítonas: ideia, jiboia.
Gabarito: Errado.
 Falsos Derivados
Existem dois verbos bastante perigosos: requerer e prover.
a) Os verbos querer e requerer apresentam muitas diferenças em suas
conjugações.
Presente do indicativo
Pretérito mais-que-perfeito
Querer
Requerer
Querer
Requerer
quero
queres
quer
queremos
quereis
querem
requeiro
requeres
requer
requeremos
requereis
requerem
quisera
quiseras
quisera
quiséramos
quiséreis
quiseram
requerera
requereras
requerera
requerêramos
requerêreis
requereram
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Pretérito perfeito do indicativo
Querer
Requerer
quis
quiseste
quis
quisemos
quisestes
quiseram
requeri
requereste
requereu
requeremos
requerestes
requereram
Pretérito imperfeito do subjuntivo
Querer
quisesse
quisesses
quisesse
quiséssemos
quisésseis
quisessem
Requerer
requeresse
requeresses
requeresse
requerêssemos
requerêsseis
requeressem
b) Os verbos ver e prover também apresentam muitas diferenças em suas
conjugações.
Presente do indicativo
Ver
Prover
vejo
vês
vê
vemos
vedes
veem
provejo
provês
provê
provemos
provedes
proveem
Pretérito perfeito do indicativo
Ver
Prover
vi
viste
viu
vimos
vistes
viram
provi
proveste
proveu
provemos
provestes
proveram
Presente do subjuntivo
Ver
Prover
veja
vejas
veja
vejamos
vejais
vejam
proveja
provejas
proveja
provejamos
provejais
provejam
Pretérito imperfeito do subjuntivo
Ver
visse
visses
visse
víssemos
vísseis
vissem
Prover
provesse
provesses
provesse
provêssemos
provêsseis
provessem
Locução verbal – podemos defini-la como o conjunto de dois ou mais verbos
que formam uma unidade. A estrutura da perífrase (ou locução) verbal é formada
por um verbo principal (sempre o último, o qual determina a transitividade) e por
verbo(s) auxiliar(es), em que poderá ocorrer ou não flexão.
Exemplos:
O candidato só poderá sair sessenta minutos após o início da prova.
Infelizmente, costuma haver confrontos entre torcidas nos clássicos de futebol.
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22. (ESAF-2012/CGU-Adaptada) Analise as opções a respeito do uso das estruturas
linguísticas no texto.
CARTA CAPITAL: Como o senhor avalia a economia brasileira? Roberto Frenkel: A queda
do crescimento da economia teve a ver com três acontecimentos. A situação nos EUA está
mais positiva, há otimismo no mercado norte-americano, as ações subiram e estão no pico
pós-crise, mas ainda é uma recuperação modesta. Na zona do euro, serão dois trimestres
consecutivos em queda, o que, de acordo com a definição convencional, caracteriza
recessão. E a China está claramente em desaceleração. Essas realidades tiveram um efeito
negativo sobre o crescimento brasileiro ao longo do segundo semestre de 2011. Outro fator
foi a valorização cambial. No fim do ano passado, o real chegou a acumular a maior
valorização cambial desde o início da globalização financeira, ou seja, desde o fim dos anos
1960; e isso tem um efeito muito negativo sobre a indústria e a atividade de modo geral.
(Trecho adaptado da entrevista de Roberto Frenkel a Luiz Antonio Cintra, Intervir para ganhar. Carta Capital, 18
de abril de 2012, p.78)
I. Preservam-se a coerência e a correção gramatical do texto, conferindo-lhe mais
formalidade, ao substituir a expressão “teve a ver”(linha 2) por viu.
Comentário: A locução verbal “teve a ver” apresenta, no contexto, o sentido de “relacionar-se”. Vejam como é possível fazer a substituição: “A queda do crescimento da economia
dos EUA relacionou-se a três fatores...”. Portanto, a substituição pela forma simples “viu”
(verbo “ver”) acarreta incorreção gramatical e incoerência no texto.
Gabarito: Errado.
II. O uso do tempo e modo verbais em “serão” (linha 4) sugere hipótese, possibilidade
na declaração, incerteza de que isso venha a acontecer.
Comentário: A forma verbal “serão” está conjugada no futuro do presente do indicativo,
modo que indica realidade, certeza. Haveria a indicação de hipótese, possibilidade, se fosse
empregado o subjuntivo.
Gabarito: Errado.
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VOZES VERBAIS
Outro assunto que sempre se faz presente nas provas da ESAF são as vozes
verbais. De acordo com o sujeito, as vozes verbais tripartem-se em ativa, passiva e
reflexiva.
a) Ativa – ocorre quando a ação verbal for praticada pelo sujeito do verbo.
Exemplo: O funcionário vendeu o carro.
No exemplo acima, o sujeito o funcionário praticou a ação de vender. Logo, é
agente.
b) Passiva – ocorre quando a ação verbal for sofrida pelo sujeito do verbo.
Exemplos: O carro foi vendido pelo funcionário.
No exemplo acima, o sujeito o carro não exerce a ação de vender, é o
elemento paciente.
A voz passiva subdivide-se em:
a) Analítica – formada pela estrutura:
verbo(s) auxiliar(es) + verbo principal no PARTICÍPIO
locução verbal de voz passiva.
Exemplo: O carro foi vendido pelo funcionário.
loc. verbal
de voz
passiva
No exemplo acima, o carro sofre a ação de ser vendido. Temos, então, a voz
passiva analítica, obtida com a locução verbal de voz passiva foi vendido.
b) Sintética – sempre ocorrerá com a estrutura a seguir:
VERBO TRANSITIVO DIRETO + SE (partícula apassivadora)
Exemplos:
Vendeu-se o carro.
VTD pron.
apassivador
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No exemplo acima, o sujeito o carro sofre a ação de ser vendido. Logo, é
sujeito paciente.
Na voz passiva sintética, a intenção é omitir o agente da passiva, o
componente que exerce a ação.
Venderam-se os carros.
VTD
pron.
apassivador
Notem que, no exemplo acima, a forma verbal venderam concorda,
obrigatoriamente, em número plural com o sujeito paciente os carros. Equivale dizer
que os carros foram vendidos.
Exemplo:
Venderam os carros.
objeto direto
(sujeito indeterminado)
No exemplo acima, o sujeito é indeterminado. A forma verbal venderam é
transitiva direta, razão pela qual o elemento os carros é objeto direto.
Exemplo:
Venderam-se os carros.
sujeito
Com o acréscimo da partícula apassivadora SE, o termo que antes
desempenhava a função de objeto direto passará a desempenhar a função de
sujeito. Sendo, assim, a concordância do verbo com este elemento é obrigatória.
Como o núcleo do sujeito os carros está no plural, o verbo vender também foi
flexionado nesse número (plural).
A TRANSPOSIÇÃO DE VOZ VERBAL
 DA ATIVA PARA PASSIVA:
1º) o objeto direto da ativa torna-se sujeito da passiva;
2º) o tempo verbal da voz ativa permanece inalterado na voz passiva;
3º) o sujeito da ativa torna-se agente da passiva.
Vejam a transposição:
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O funcionário vendeu o carro.
sujeito
O carro
VTD
OD
foi vendido pelo funcionário.
sujeito
loc. verbal de
voz passiva
agente da passiva
Uma dica que ajuda a eliminar muitas opções é a seguinte: a voz ativa
sempre terá um verbo a menos do que a voz passiva analítica.
Exemplo:
Voz ativa: O funcionário vendeu o carro. (um verbo)
Voz passiva: O carro foi vendido pelo funcionário. (dois verbos)
Dica estratégica!
 A transposição de voz verbal (da ativa para a passiva) somente será
possível quando o verbo da ativa assumir transitividade direta (VTD) ou
transitividade direta e indireta (VTDI).
Exemplo:
Voz ativa: O funcionário vendeu o carro.
sujeito
Voz passiva:
VTD
objeto direto
O carro foi vendido pelo funcionário.
sujeito
loc. verbal de
voz passiva
agente da passiva
Voz ativa: O rapaz deu flores à esposa.
sujeito VTDI OD
Voz passiva:
OI
As flores foram dadas pelo rapaz à esposa.
sujeito
loc. verbal de
voz passiva
agente da passiva
OI
Entretanto, se, na voz ativa, houver objeto direto preposicionado, não
haverá a transposição de voz verbal. Nessa hipótese, a partícula SE será
denominada índice de indeterminação do sujeito, levando o verbo à terceira
pessoa do singular.
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Exemplo: Louva-se a Deus.
VTD
 sujeito indeterminado
objeto direto
preposicionado
Índice de indeterminação
do sujeito
Igualmente será vedada a transposição de voz verbal com verbos cuja
transitividade seja indireta (VTI), intransitiva (VI) ou de ligação (VL). Nesses
casos, a partícula SE também será denominada índice de indeterminação do
sujeito, levando o verbo à terceira pessoa do singular.
Exemplos:
 sujeito indeterminado
Precisa-se de empregados.
VTI
objeto indireto
Índice de indeterminação
do sujeito
Morre-se de tédio nos Alpes.
VI
adj. adv.
de causa
 sujeito indeterminado
adj. adv.
de lugar
Índice de indeterminação
do sujeito
No Rio de Janeiro, é-se feliz.
adjunto adverbial
de lugar
 sujeito indeterminado
predicativo
do sujeito
VL
Índice de indeterminação
do sujeito
A partícula SE (índice de indeterminação do sujeito) aparecerá com verbos
transitivos indiretos, intransitivos, de ligação ou transitivos diretos cujos objetos diretos
sejam preposicionados. Nestes casos, os verbos permanecerão sempre na terceira pessoa
do singular.
a) verbo transitivo indireto (verbo que exige, obrigatoriamente, o emprego de preposição
antes de seu complemento, chamado objeto indireto):
Precisa-se de empacotadores.
VTI
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I.I.S.
OI
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Os verbos transitivos indiretos mais recorrentes em provas são: precisar, necessitar,
obedecer, desobedecer, aludir, anuir, referir-se, tratar-se.
Trata-se de problemas particulares.
VTI I.I.S.
OI
Aludiu-se a diversas questões.
VTI
I.I.S.
OI
b) verbo intransitivo (verbo de sentido completo):
Vive-se bem no Rio de Janeiro.
VI
I.I.S. adj. adv.
adjunto adverbial
c) verbo de ligação:
É-se feliz no Rio de Janeiro.
VL I.I.S. pred. suj. adjunto adverbial
d) verbo transitivo direto em que haja objeto direto preposicionado, ou seja, quando a
preposição não é regida pela forma verbal:
Comeu-se do bolo.
VTD
I.I.S. ODP
Dica estratégica!
Na frase “Comeu-se do bolo.”, a preposição “de” não é exigida pelo verbo “comer”,
sendo empregada tão somente para a contribuição do sentido: alguém (que não é possível
identificar) comeu parte do bolo.
Conforme estudamos acima, não será admitida a transposição de voz verbal quando
houver objeto direto preposicionado.
Notem, ainda, que a retirada da preposição “de” alteraria sintática e semanticamente
a estrutura da frase:
Comeu-se do bolo. (sujeito indeterminado: Comeu parte do bolo.)
índice de indeterminação do sujeito
Comeu-se o bolo. (sujeito: “o bolo” - voz passiva sintética – O bolo foi comido.)
pronome apassivador
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Importante!
A partícula “SE” também pode ser classificada como:
- Conjunção Condicional – Se você estudar, logrará êxito no concurso.
- Conjunção integrante – Não sei se você virá. (= Não sei isso.)
SE
- Pronome reflexivo - Roberto feriu-se com a faca.
(O sujeito “Roberto”, concomitantemente, pratica e sofre a ação de “ferir-se”)
- Partícula de realce – Manuela brigou com o marido e foi-se embora de casa.
(O “se” pode ser retirado sem prejuízo para a frase: Manuela brigou com o marido e
foi embora de casa.)
A partícula SE pode ser classificada, ainda, como parte integrante do verbo (PIV).
Exemplo: Queixou-se da prova.
VTI
PIV
OI
Alguns alunos sempre me perguntam: “Professor, como saberei se a partícula SE é
parte integrante do verbo ou índice de indeterminação do sujeito?”.
Amigos e amigas, há um método prático: para diferençar as formas, tentem encaixar
o substantivo “João” antes do verbo. Se a frase não fizer sentido ou se este for alterado, a
partícula SE será índice de indeterminação do sujeito. Por outro lado, se a frase fizer
sentido, a partícula será parte integrante do verbo. Vamos visualizar na prática.
Exemplos:
Precisa-se de cozinheiro.
Queixou-se da prova.
Nos exemplos acima, ambos os verbos são transitivos indiretos, ou seja, exigem
objeto indireto como complemento. Tendo essa noção, tentaremos encaixar o substantivo
“João” nas frases.
(João) Precisa-se de cozinheiro.
Percebemos que, ao inserir o substantivo “João” no período acima, a frase não faz
sentido. Logo, a partícula SE é índice de indeterminação do sujeito.
Precisa-se de cozinheiro.
VTI
I.I.S.
OI
(João) Queixou-se da prova.
No período acima, a inserção do substantivo “João” não alterou o sentido da frase.
Logo, a partícula SE é parte integrante do verbo.
Queixou-se da prova.
VTI
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PIV
OI
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Outros exemplos:
Necessita-se de dinheiro.
Desculpou-se do ocorrido.
Novamente, nos exemplos acima, ambos os verbos são transitivos indiretos, ou
seja, exigem objeto indireto como complemento. Assim, tentaremos encaixar o substantivo
“João” nas frases.
(João) Necessita-se de dinheiro.
Percebemos que, ao inserir o substantivo “João” no período acima, a frase não faz
sentido. Logo, a partícula SE é índice de indeterminação do sujeito.
Necessita-se de dinheiro.
VTI
I.I.S.
OI
(João) Desculpou-se do ocorrido.
No período acima, a inserção do substantivo “João” não alterou o sentido da frase.
Logo, a partícula SE é parte integrante do verbo.
Desculpou-se do ocorrido.
VTI
Outros exemplos:
PIV
OI
Vive-se bem aqui.
Sentou-se na cadeira rapidamente.
Nos exemplos acima, ambos os verbos são intransitivos. Tendo essa noção,
tentaremos encaixar o substantivo “João” nas frases.
(João) Vive-se bem aqui.
Percebemos que, ao inserir o substantivo “João” no período acima, a frase não faz
sentido. Logo, a partícula SE é índice de indeterminação do sujeito.
Vive-se bem aqui.
VI I.I.S. adjuntos adverbiais
(João) Sentou-se na cadeira rapidamente.
No período acima, a inserção do substantivo “João” não alterou o sentido da frase.
Logo, a partícula SE é parte integrante do verbo.
Sentou-se na cadeira rapidamente.
VI
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PIV
adj. adv.
adj. adv.
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 DA PASSIVA PARA A ATIVA:
1º) o agente da passiva torna-se sujeito da ativa;
2º) o tempo verbal da voz passiva permanece inalterado na voz ativa;
3º) o sujeito da passiva torna-se objeto direto da ativa.
Vejam a transposição:
O carro
sujeito
foi vendido pelo funcionário.
loc. verbal de
voz passiva
agente da passiva
O funcionário vendeu o carro.
sujeito
VTD
OD
Uma dica que ajuda a eliminar muitas opções é a seguinte: a voz passiva
analítica sempre terá um verbo a mais do que a voz ativa.
Exemplo:
Voz passiva: O carro foi vendido pelo funcionário. (dois verbos)
Voz ativa: O funcionário vendeu o carro (um verbo)
c) Reflexiva – ocorre quando a ação verbal é, ao mesmo tempo, pratica e sofrida
pelo sujeito do verbo.
Exemplo: Roberto feriu-se com a faca. (O sujeito “Roberto”, concomitantemente,
pratica e sofre a ação de “ferir-se”)
Na voz reflexiva, a forma verbal vem acompanhada do pronome reflexivo
SE (equivalente à expressão a si mesmo), o qual será objeto do verbo:
É o que ocorre em “Roberto feriu-se (= a si mesmo) com a faca”.
pronome reflexivo
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23. (ESAF-2006/MTE-Adaptada) Analise a proposição de acordo com as estruturas do
texto.
A relação conflituosa entre fazendeiros e colonos, aliada à crescente dificuldade de
importação de escravos negros da África a partir da década de 60, exige que se use a mão
de obra nativa, forçando-a ao trabalho na lavoura. Os fazendeiros também reclamavam uma
legislação que permitisse garantias dos investimentos na mão-de-obra, do cumprimento dos
contratos, da repressão às greves e, ainda, que lhes propiciasse adequada produtividade. A
promulgação da Lei do Ventre Livre, em 1871, sinalizando a abolição da escravidão, criou
as condições para uma legislação que, ao mesmo tempo em que fazia a regulação
minuciosa da contratação do trabalho livre, previa a obrigação de o homem livre contratar,
como mecanismo de combate à vadiagem.
(Sidnei Machado-http://calvados.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/direito/article/viewPDFInterstitial/1766/1463)
I. A substituição de “se use” (linha 2) por seja usada mantém a correção gramatical
do período.
Comentário: No trecho “exige que se use mão de obra nativa”, há uma estrutura de voz
passiva sintética, formada pela partícula “se” e pelo verbo transitivo direto “usar”. Por sua
vez, o substantivo composto “mão de obra” (grafado sem hífen após o Novo Acordo
Ortográfico) exerce a função de sujeito paciente (aquele que sofre a ação verbal). No
contexto, a partícula “se” ficou antes do verbo por uma exigência gramatical, qual seja, a
presença da conjunção integrante “que”. Veremos isso mais detidamente nos estudos da
colocação pronominal.
Conforme orientação do examinador, ao substituir a expressão “se use” por “seja
usada”, migraremos da voz passiva sintética para a passiva analítica, aquela formada pelo
verbo “ser”, seguido do particípio. Portanto, é correto fazer a substituição: “exige que seja
usada a mão de obra”. Reparem, ainda, que houve a manutenção do tempo verbal:
“use” (que se use) :: presente do subjuntivo
“seja” (que seja usada) :: presente do subjuntivo
Gabarito: Certo.
24. (ESAF-2006/ENAP-Adaptada) Em relação ao texto abaixo, analise opção a seguir.
Ninguém melhor do que Voltaire definiu a real essência da democracia quando escreveu:
“Posso não concordar com uma só palavra do que dizes, mas defenderei até à morte o teu
direito de dizê-las”. Ter ideias e comportamentos políticos ou sociais diversos de outros
indivíduos não significa, necessariamente, transformá-los em inimigos ferrenhos. Afinal, o
que se combate são as ideias do outro e não sua pessoa.
(Adaptado de Alfredo Ruy Barbosa, Jornal do Brasil, 11/03/2006)
I. A substituição de “se combate” (linha 5) por era combatido mantém a correção
gramatical e as informações originais do período.
Comentário: Na transposição de vozes verbais, devemos ter a máxima atenção para que
seja mantido o tempo verbal. Em “o que se combate são as ideias do outro...”, a forma
verbal destacada está flexionada no presente do indicativo. Entretanto, na locução verbal de
voz passiva (analítica) “era combatido”, o verbo em destaque foi conjugado no pretérito
imperfeito do indicativo. Esse é o erro do item.
Gabarito: Errado.
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25. (ESAF-2006/ANEEL-Adaptada) Em relação ao texto, analise o item a seguir.
Apesar das dificuldades, o Programa de Metas foi executado e seus resultados manifestamse na transformação da estrutura produtiva nacional. O governo JK, que soube mobilizar
com maestria a herança de Vargas e elevar a auto-estima do povo brasileiro, realizou-se em
condições democráticas, com liberdade de imprensa e tolerância política. A taxa de inflação,
que em 1956 foi de 12,5%, no final do governo JK, elevou-se para o patamar de 30,5%. A
Nação, por sua vez, obteve um crescimento econômico médio de 8,1% ao ano. Apesar das
pressões do Fundo Monetário Internacional (FMI), que já advogava o “equilíbrio fiscal” e o
Estado mínimo para o Brasil, e de setores conservadores da vida brasileira, JK conseguiu
elevar o PIB nacional em cerca de 143%. E tudo isto ocorreu em um contexto marcado por
um déficit de transações correntes que atingiu 20% das exportações em 1957 e 37% em
1960, o que ampliava a fragilidade externa e fazia declinar a condição de solvência da
economia brasileira. No entanto, foi graças ao controle do câmbio e ao regime de incentivos
criados que as importações de bens de consumo duráveis foram contidas.
(Rodrigo L. Medeiros, com adaptações)
I. Em “manifestam-se” (linhas 1 e 2) o “se” é índice de indeterminação do sujeito.
Comentário: Analisando o contexto do trecho “seus resultados manifestam-se”,
percebemos que o sujeito do verbo “manifestar” é a expressão “seus resultados”. Sendo
assim, o sujeito é simples, e não indeterminado. Logo, a partícula “se” não pode ser índice
de indeterminação do sujeito. Então, qual a classificação correta? Amigos, o verbo
“manifestar” assume transitividade direta e traz uma ideia de passividade (os resultados são
manifestados). Logo, temos uma voz passiva sintética, e o “se” é pronome apassivador.
Gabarito: Errado.
26. (ESAF-2009/Ministério da Fazenda-Adaptada) Em relação ao texto abaixo, analise
o item a seguir.
Os mercados financeiros entrara m em março assombrados pelo maior prejuízo trimestral
da história corporativa dos Estados Unidos – a perda de US$ 61,7 bilhões contabilizada
pela seguradora American International Group (AIG) no quarto trimestre de 2008. No ano, o
prejuízo chegou a US$ 99,3 bilhões. O Tesouro americano anunciou a disposição de injetar
mais US$ 30 bilhões na seguradora, já socorrida em setembro com dinheiro do contribuinte.
Na Europa, a notícia ruim para as bolsas foi a redução de 70% do lucro anual do Banco
HSBC, de US$ 19,1 bilhões para US$ 5,7 bilhões. Enquanto suas ações caíam 15%, o
banco informava o fechamento das operações de financiamento ao consumidor nos
Estados Unidos, com dispensa de 6.100 funcionários. Com demissões de milhares e perdas
de bilhões dominando o noticiário de negócios no dia a dia, os sinais de reativação da
economia mundial continuam fora do radar. E isso não é o pior. No fim do ano passado,
havia a esperança de se iniciar 2009 com a crise financeira contida. Se isso tivesse
acontecido, os governos poderiam concentrar-se no combate à retração econômica e ao
desemprego. Aquela esperança foi logo desfeita.
(O Estado de S. Paulo, 3/3/2009)
I. Em “concentrar-se” (linha 13), o “-se” indica sujeito indeterminado.
Comentário: Segundo o contexto, o sujeito do verbo “concentrar” está expresso: “os
governos”. Portanto, não há que se falar em índice de indeterminação do sujeito. No trecho
“os governos poderiam concentrar-se”, a forma em destaque é um pronome reflexivo, pois o
o sujeito pratica e sofre a ação verbal.
Gabarito: Errado.
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LISTA DAS QUESTÕES APRESENTADAS
1. (ESAF-2002/BACEN-Adaptada) Analise a opção a seguir a respeito das formas
verbais no texto.
Uma crise bancária pode ser comparada a um vendaval. Suas consequências são
imprevisíveis sobre a economia das famílias e das empresas. Os agentes econômicos
relacionam-se em suas operações de compra, venda e troca de mercadorias e serviços, de
modo que, a cada fato econômico, seja ele de simples circulação, de transformação ou de
consumo, corresponde, ao menos, uma operação de natureza monetária realizada junto a
um intermediário financeiro, em regra um banco comercial, que recebe um depósito, paga
um cheque, desconta um título ou antecipa a realização de um crédito futuro. A estabilidade
do sistema que intermedeia as operações monetárias, portanto, é fundamental para a
própria segurança e estabilidade das relações entre os agentes econômicos.
(www.bcb.gov.br)
I. O emprego do modo indicativo em “corresponde” (linha 5) deve ser substituído
pelo subjuntivo “corresponda” para que o texto respeite a norma culta.
2. (ESAF-2001/BACEN-Adaptada) Analise o item a respeito do emprego das formas
verbais no texto.
Uma profunda transformação tecnológica será promovida nos bancos brasileiros neste
primeiro semestre para que eles se adaptem às normas determinadas pelo Banco Central
(BC), que prevêem a reestruturação do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). O novo
modelo entra em vigor no dia 1o de outubro, quando já deve estar em funcionamento a
transferência de grandes valores com liquidação bruta em tempo real e o monitoramento on
line da conta reservas bancárias mantida no BC, que se livrará da obrigação de cobrir os
saldos negativos deixados pelos bancos nas operações do dia-a-dia. Se, de um lado, as
cerca de 170 instituições financeiras movimentam-se para modernizar seu aparato
tecnológico, de outro as indústrias de software travam uma batalha para conquistar uma
fatia dos investimentos que serão feitos.
(Gazeta Mercantil, 20/2/2001, com adaptações)
I. O emprego do tempo presente em “entra em vigor” (linha 4) desrespeita as regras
da conjugação verbal e da coerência textual porque o texto pede que aí se empregue
o futuro entrará.
3. (ESAF-2005/MPOG-Adaptada) Analise a opção a seguir em relação às estruturas do
texto.
É natural que cada grupo procure fazer valer os seus interesses. O problema do
desmatamento é que ele é a expressão de uma visão predatória e de curto prazo que vai de
encontro à lei e ao interesse geral da nação. É fundamental, portanto, encontrar fórmulas
sustentáveis que aliem desenvolvimento e preservação dos recursos naturais do país.
(EDITORIAL, Folha de S. Paulo,21/6/2005)
I. O emprego do subjuntivo em “procure” (linha 1) justifica-se por expressar uma
possibilidade de ação.
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4. (ESAF-2008/CGU-Adaptada) Em relação às ideias e estruturas do texto, analise a
assertiva a seguir.
No embalo da dinâmica mundial, talvez se justifique rever a ironia que tem revestido a
referência ao Brasil como o “país do futuro”. Com presença internacional crescente, um
quadro geral propício na economia, iniciativas relevantes, dinamismo real em vários setores
e sendo objeto de apostas favoráveis para um futuro visível por parte de analistas
presumidamente competentes e distantes da briga política doméstica e da correspondente
atribuição de culpas e méritos, dir-se-ia que a promessa do país começa a cumprir-se. Com
todos os muitos problemas e as reservas que a ideia envolve...
(Fábio Wanderley Reis, Valor Econômico, 14/01/2008.)
I. Estaria gramaticalmente correta a substituição de “justifique” (linha 1) por justifica.
5. (ESAF-2006/CGU-Adaptada) Analise a proposição a seguir em relação ao texto
abaixo.
O final do século XX assistiu a um processo sem precedentes de mudanças na história do
pensamento e da técnica. Ao lado da aceleração avassaladora nas tecnologias da
comunicação, de artes, de materiais e de genética, ocorreram mudanças paradigmáticas no
modo de se pensar a sociedade e suas instituições. De modo geral, as críticas apontam
para as raízes da maioria dos atuais conceitos sobre o homem e seus aspectos,
constituídos no momento histórico iniciado no século XV e consolidado no século XVIII. A
modernidade que surgira nesse período é agora criticada em seus pilares fundamentais,
como a crença na verdade, alcançável pela razão, e na linearidade histórica rumo ao
progresso. Para substituir esses dogmas, são propostos novos valores, menos fechados e
categorizantes.
(http://pt.wikipdia.org (acessado em 14 de dezembro de 2005, com adaptações))
I. O desenvolvimento das ideias do texto permitiria mudar o tempo verbal de “surgira”
(linha 7) para surgiu, alterando as relações temporais do texto, mas preservando sua
coerência.
6. (ESAF-2009/Ministério da Fazenda-Adaptada) Em relação ao texto analise a opção a
seguir.
A OAB nacional está pedindo ao Supremo Tribunal Federal uma súmula vinculante que
discipline o uso do segredo de Justiça, prerrogativa que tem sido utilizada por juízes nem
sempre em defesa do interesse público, mas, em alguns casos, na proteção a suspeitos de
só pode ser decretado em dois casos excepcionais previstos: um, quando há risco de
exposição pública de questões privadas do investigado ou réu, como relacionamentos
amorosos e doenças; e, outro, quando o processo contém documentos sigilosos, como
extratos bancários ou escutas telefônicas. Mas, na prática, tem sido diferente: por motivos
nem sempre claros, especialmente em processos que envolvem autoridades, alguns juízes
privam a sociedade de saber a verdade. Os atos públicos, em especial os que envolvem
procedimentos judiciais, têm como regra básica a transparência, a publicidade sem
restrições e o acesso dos cidadãos. O contrário – ou seja, o sigilo – é sempre a exceção.
(Zero Hora, 27/2/2009)
I. O emprego do subjuntivo em “discipline” (linha 2) justifica-se por se tratar de uma
informação categórica, de uma afirmação indiscutível.
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7. (ESAF-2003/Receita Federal-Adaptada) Acerca das estruturas linguísticas do texto,
analise a afirmativa abaixo.
Um dos motivos principais pelos quais a temática das identidades é tão freqüentemente
focalizada tanto na mídia assim como na universidade são as mudanças culturais, sociais,
econômicas, políticas e tecnológicas que estão atravessando o mundo e que são
experienciadas, em maior ou menor escala, em comunidades locais específicas. Como
indica Fridman (2000, p. 11), “se a modernidade alterou a face do mundo com suas
conquistas materiais, tecnológicas, científicas e culturais, algo de abrangência semelhante
ocorreu nas últimas décadas, fazendo surgir novos estilos, costumes de vida e formas de
organização social”. Há nas práticas sociais cotidianas que vivemos um questionamento
constante de modos de viver a vida social que têm afetado a compreensão da classe social,
do gênero, da sexualidade, da idade, da raça, da nacionalidade etc., em resumo, de quem
somos na vida social contemporânea. É inegável que a possibilidade de vermos a
multiplicidade da vida humana em um mundo globalizado, que as telas do computador e de
outros meios de comunicação possibilitam, tem colaborado em tal questionamento
ao vermos de perto como vivemos em um mundo multicultural e que essa
multiculturalidade, para qual muitas vezes torcíamos/torcemos os narizes, está em nossa
própria vida local, atravessando os limites nacionais: os grupos gays, feministas, de
rastafaris, de hip-hop, de trabalhadores rurais sem-terra etc.
(Cristina Nabuco, “Para desacelerar” Cláudia, junho 2007, p. 227.)
I. A dupla possibilidade verbal que o texto oferece, “torcíamos/torcemos” envolve
variação no tempo e modo verbais, mas preserva a pessoa gramatical.
8. (ESAF-2008/CGU) Abaixo estão recomendações para evitar o estresse. Assinale a
opção na qual os verbos estão conjugados, corretamente, na terceira pessoa do
singular.
a) Saboreie a vida, dai mais valor a suas experiências.
b) Aprende a dizer não. Peça ajuda sempre que necessário.
c) Para e medite. Põe uma uva passa na boca. Note textura, cheiro e sabor.
d) Fique atenta à respiração. Inspira e expira lentamente.
e) Invista em prazeres: ouça música, leia, dê-se o direito de não fazer nada.
9. (ESAF-2006/SUSEP-Adaptada) Analise as opções a respeito do emprego dos
verbos no texto.
O homem mais humilde, desprovido de ambição do acúmulo de riqueza, vivendo numa
sociedade razoavelmente organizada, já não mais consegue cumprir apenas a sua
atividade laborativa. As leis e diretrizes sociais obrigam-no a compromissos que o
excedente da sua atividade laborativa não atenderá. A sua alimentação, que ele mesmo
produz por meio de uma agricultura primitiva, talvez não consiga atingir um valor no
mercado, de tal forma que o excedente, sendo vendido, não será suficiente para que ele
pague as taxas e impostos da “sua propriedade”. Até mesmo a água que ele bebe, seja de
um poço ou de um sistema de captação e distribuição, sofre um controle tecnológico. Ele
pode até ser obrigado a se mudar do lugar que escolhera para viver, se os controladores do
meio ambiente concluírem que o ar por ele respirado tem uma concentração muito alta de
dióxido de carbono. No seu isolamento, sequer uma atitude estóica, de convívio com a dor
lhe é permitida. A dor, reflexo de uma enfermidade de causa desconhecida, implicará uma
investigação profunda, para que se afaste o perigo de eclosão de uma epidemia.
(Adaptado de José Liberato Ferreira Caboclo, Ética e tecnologia)
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I. O emprego do modo subjuntivo em “consiga” confere ao texto uma ideia de
hipótese ou probabilidade; sua substituição pelo indicativo, consegue, preserva a
correção gramatical, mas tira do texto tal ideia.
II. A forma nominal de gerúndio em “vivendo” corresponde, numa forma flexionada, a
vivia.
10. (ESAF-2006/SUSEP-Adaptada) Analise a opção a respeito do emprego dos verbos
no texto.
O homem mais humilde, desprovido de ambição do acúmulo de riqueza, vivendo numa
sociedade razoavelmente organizada, já não mais consegue cumprir apenas a sua
atividade laborativa. As leis e diretrizes sociais obrigam-no a compromissos que o
excedente da sua atividade laborativa não atenderá. A sua alimentação, que ele mesmo
produz por meio de uma agricultura primitiva, talvez não consiga atingir um valor no
mercado, de tal forma que o excedente, sendo vendido, não será suficiente para que ele
pague as taxas e impostos da “sua propriedade”. Até mesmo a água que ele bebe, seja de
um poço ou de um sistema de captação e distribuição, sofre um controle tecnológico. Ele
pode até ser obrigado a se mudar do lugar que escolhera para viver, se os controladores do
meio ambiente concluírem que o ar por ele respirado tem uma concentração muito alta de
dióxido de carbono. No seu isolamento, sequer uma atitude estóica, de convívio com a dor
lhe é permitida. A dor, reflexo de uma enfermidade de causa desconhecida, implicará uma
investigação profunda, para que se afaste o perigo de eclosão de uma epidemia.
(Adaptado de José Liberato Ferreira Caboclo, Ética e tecnologia)
I. O tempo em que está flexionado “escolhera” (linha 9) indica que a ação de escolher
acontece antes de outra também mencionada no período; corresponde, por isso, a tivera
escolhido.
11. (ESAF-2010/MPOG-Adaptada) Com base no texto abaixo, analise a afirmação a
seguir.
O desenvolvimento é um processo complexo, que deriva de uma gama de fatores – entre os
quais se realça a educação – e precisa de tempo para enraizar-se. É obra construída pela
contribuição sistemática de vários governos. Depende da produtividade, que se nutre da
ciência, das inovações e, assim, dos avanços da tecnologia. Na verdade, a humanidade
somente começou seu desenvolvimento depois da Revolução Industrial, iniciada no século
XVIII, na Inglaterra. A estagnação da renda per capita havia sido a característica da história.
A Revolução desarmou a Armadilha Malthusiana e deu início à Grande Divergência. A
Armadilha deve seu nome ao demógrafo Thomas Malthus, para quem o potencial de
crescimento era limitado pela oferta de alimentos. A evolução da renda per capita dependia
das taxas de natalidade e mortalidade. A renda per capita da Inglaterra começou a crescer
descolada da demografia, graças ao aumento da produtividade na agricultura e da
exploração do potencial agrícola da América.
(Adaptado de Maílson da Nóbrega, Lula e o mistério do desenvolvimento . VEJA, 26 de agosto, 2009, p.74)
I. Provoca-se erro gramatical ou incoerência na argumentação do texto ao substituir
“havia sido” (linha 6) por “fora”.
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12. (ESAF-2010/SUSEP-Adaptada) Com base no texto abaixo, analise a afirmação a
seguir.
Nos países em geral, economistas, políticos e o noticiário gostam é de índices sobre
macroeconomia, números abstratos que indicam a situação geral da economia, mas não
revelam o que se passa em seu interior. A internet, por exemplo, apareceu em grande
escala em 1992, e o mundo se deu conta da revolução que ela fizera nos negócios, na
cultura e na vida das pessoas 10 anos depois.
(Antônio Machado, Mundo invisível. Correio Braziliense, 14 de fevereiro de 2010, com adaptações)
I. No texto acima, provoca-se erro gramatical ou incoerência na argumentação do
texto ao substituir “fizera” por havia feito.
13. (ESAF-2012/CGU) Assinale a opção em que o preenchimento das lacunas do
fragmento abaixo preserva a correção gramatical e a coerência entre os argumentos
do texto.
O principal componente dos juros é a taxa Selic. É referência de custo de captação:
______(1)_______ em títulos públicos, o depositante não aceitará do banco
remuneração muito inferior à Selic. Para o banco, a Selic sinaliza o custo de
oportunidade: ________(2)_______ ao Tesouro à taxa Selic, só emprestará a terceiros
a juros maior, pois maior é o risco.
(Adaptado de Joca Levy, Juros, demagogia e bravatas. O Estado de São Paulo, 21 de abril de 2012)
(1)
a) enquanto possa aplicar
b) se pudesse aplicar
c) caso aplicasse
d) se pode aplicar
e) quando pudesse aplicar
/
/
/
/
/
(2)
se pudesse emprestar
quando pudesse emprestar
caso emprestasse
se pode emprestar
enquanto possa emprestar
14. (ESAF-2009/Ministério da Fazenda-Adaptada) Analise a proposição a seguir
quanto aos elementos linguísticos e semânticos do texto.
Feliz aniversário, Darwin!
Charles Darwin completaria hoje 200 anos, não fosse pela seleção natural. Ela, afinal, é a
maior responsável pelo barroco processo de desenvolvimento que leva os organismos
complexos inexoravelmente à morte – conceito que não se aplica muito a bactérias e
Arqueobactérias, seres que se reproduzem gerando clones de si próprios, partilham
identidades com a transferência horizontal de genes e podem ficar milênios em vida
suspensa (no gelo, por exemplo). A contribuição de Darwin para a ciência e para a história,
porém, continua viva, e muito viva, exatamente com a ideia de seleção natural. Só por isso
ele já merece os parabéns. Feliz aniversário, Darwin.
(Marcelo Leite, em: http://cienciaemdia.folha.blog.uol.com.br/arch2009-02-08)
I. A forma verbal “completaria” (linha 1) se refere a uma ação que vai ocorrer no
futuro, a menos que acontecimentos no tempo presente o impeçam.
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15. (ESAF-2002/BACEN-Adaptada) Analise as opções a seguir a respeito das formas
verbais no texto.
Uma crise bancária pode ser comparada a um vendaval. Suas consequências são
imprevisíveis sobre a economia das famílias e das empresas. Os agentes econômicos
relacionam-se em suas operações de compra, venda e troca de mercadorias e serviços, de
modo que, a cada fato econômico, seja ele de simples circulação, de transformação ou de
consumo, corresponde, ao menos, uma operação de natureza monetária realizada junto a
um intermediário financeiro, em regra um banco comercial, que recebe um depósito, paga
um cheque, desconta um título ou antecipa a realização de um crédito futuro. A estabilidade
do sistema que intermedeia as operações monetárias, portanto, é fundamental para a
própria segurança e estabilidade das relações entre os agentes econômicos.
(www.bcb.gov.br)
I. A forma verbal “intermedeia” (linha 9) pode ser substituída por “intermedia” sem que haja
transgressão à norma culta formal.
16. (ESAF-2010/SUSEP) Os trechos a seguir constituem um texto adaptado do Correio
Braziliense, Editorial, 18/02/2010. Assinale a opção transcrita com erro gramatical.
a) Operação destinada a facilitar a vida do contribuinte coloca a Receita Federal na
vanguarda das iniciativas que, ao longo dos últimos anos, objetivam reduzir a ineficiência
operacional de agências públicas. É o que se materializa agora com as medidas que
desobrigam cerca de 10 milhões de brasileiros de prestar declaração de renda.
b) A inovação é aplicável aos rendimentos auferidos em 2010 (ano-base 2009) e aos que
serão obtidos em 2011 (ano-base 2010). Os principais beneficiários das novas regras são
sócios de empresas ou pessoas que tenham patrimônio inferior a R$ 300 mil. Basta que os
ganhos estejam dentro do limite de isenção (R$ 17.215,08, em 2009, e de R$ 22.487,25,
em 2010).
c) Há outras condicionantes que, previstas nas mudanças, não chegam a alterar os efeitos
práticos. Foram obrigadas a explicar-se ao fisco, por serem qualificadas como integrantes
de sociedades comerciais, em 2009, nada menos de 5 milhões de pessoas. Agora, estão
livres da obrigação, segundo o supervisor nacional do Programa do IR.
d) Os trabalhadores com remuneração anual abaixo do teto de isenção previsto para 2010
desde logo estão dispensados de entregar a declaração. Apenas deverão fazê-lo os que
tivessem IR retido na fonte e pleiteam restituição.
e) Outra mudança importante: este ano será o último em que a Receita aceitará formulários
de papel. Também é decisão compatível com a necessidade de elevar os padrões
operacionais do órgão. Hoje, apenas 127 mil pessoas físicas optam por semelhante forma
de declarar a renda.
17. (ESAF-2005/MPOG) Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de
grafia.
Diante da atual mediocridade da representação política, é necessária(1) a participação e a
organização da sociedade, operando uma profunda mudança em nossa cultura política.
Quanto maior(2) o individualismo, mais frágeis são os governos. As regras formais
constitucionais não são suficientes para freiar(3) os vícios exacerbados(4) pelo poder. As
organizações da sociedade devem ter o poder de vigiar e cobrar prestação de contas. Por
isso, em vez de desacreditar da política, devemos agir em co-responsabilidade, com
coragem, lucidez e discernimento(5) num grande mutirão para abrir caminho para um país
democrático, justo, desenvolvido e pacífico.
(Adaptado de Dom Geraldo Majella, cardeal Agnelo, Folha de S. Paulo, 21/6/2005)
a) 1
b) 2
c) 3
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d) 4
e) 5
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18. (ESAF-2002/Ministério das Relações Exteriores) Assinale a opção incorreta a
respeito do emprego das formas verbais no texto.
Segundo o noticiário, o Pentágono passou a propugnar o uso de minibombas atômicas. Ou
seja, armas nucleares para estourar depósitos subterrâneos onde estariam escondidas
armas (nucleares, químicas, bacteriológicas) de destruição maciça. A hipótese de
banalização das armas atômicas, inscrita na proposta do Pentágono, liquidaria os tratados
internacionais de não-proliferação nuclear e jogaria o Brasil no meio da tormenta,
relançando a corrida nuclear.
(Luiz Felipe de Alencastro, Veja, 10/04/2002, com adaptações)
a) O emprego da perífrase verbal “passou a propugnar” constitui um recurso para evitar o
uso do presente do indicativo de um verbo defectivo: propugnar.
b) A opção pelo emprego do futuro do pretérito em “estariam”, indica uma certa resistência
do autor para acreditar na veracidade da informação a respeito das armas escondidas.
c) A forma de particípio “inscrita” confunde-se com o adjetivo porque exprime mais um
estado do que uma relação temporal.
d) O emprego do futuro do pretérito em “liquidaria” e “jogaria” reforça a ideia de “hipótese”.
e) Para manter a coerência no emprego dos tempos verbais, a substituição do gerúndio
“relançando” por uma forma não-nominal deve ser: e relançaria.
19. (ESAF-2008/STN-Adaptada) Em relação ao texto abaixo, analise a proposição a
seguir.
Derrotada sistematicamente nos tribunais superiores, a Advocacia-Geral da União (AGU)
resolveu editar um pacote com oito súmulas, reconhecendo direitos dos servidores públicos
federais. O gesto põe fim a pendências jurídicas que se arrastavam havia décadas e serve
de alento para quem ainda busca reaver ou manter benefícios funcionais. Com as súmulas,
os advogados públicos ficam automaticamente desobrigados a contestar decisões
desfavoráveis. (...) Esclarece a AGU: “O servidor sabia que se entrasse na Justiça ganharia,
mas a União, por dever, mesmo sabendo que perderia, tinha de recorrer. As oito medidas
acabam com isso.” Entre as súmulas está a que reconhece o direito de pagamento do
auxílio-alimentação retroativo ao servidor em férias ou licença entre outubro de 1996 e
dezembro de 2001.
(Luciano Pires, Correio Braziliense, 20/09/2008, p. 23, com adaptações)
I. Reescreve-se, mantendo-se a correção gramatical e a coerência textual, o período
“para quem ainda busca reaver ou manter benefícios funcionais.” do seguinte modo:
para que se reavenham ou mantenham benefícios funcionais.
20. (ESAF-2002-Receita Federal-Adaptada) Analise se o trecho a seguir se apresenta
de forma coesa, coerente e gramaticalmente correta.
I. Pelo princípio da igualdade material o Estado tem obrigação de intervim e retificar a
ordem social, a fim de remover as mais profundas e perturbadoras injustiças sociais.
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21. (ESAF-2010/MTE-Adaptada) Verifique se o trecho a seguir está de acordo com as
prescrições gramaticais.
I. Constroe-se o espaço social de tal modo que os agentes ou grupos são aí
distribuídos em razão de sua posição nas distribuições estatísticas de acordo com os
dois princípios de diferenciação que, em sociedades mais desenvolvidas, são sem
dúvida, os mais eficientes: o capital econômico e o capital cultural.
22. (ESAF-2012/CGU-Adaptada) Analise as opções a respeito do uso das estruturas
linguísticas no texto.
CARTA CAPITAL: Como o senhor avalia a economia brasileira? Roberto Frenkel: A queda
do crescimento da economia teve a ver com três acontecimentos. A situação nos EUA está
mais positiva, há otimismo no mercado norte-americano, as ações subiram e estão no pico
pós-crise, mas ainda é uma recuperação modesta. Na zona do euro, serão dois trimestres
consecutivos em queda, o que, de acordo com a definição convencional, caracteriza
recessão. E a China está claramente em desaceleração. Essas realidades tiveram um efeito
negativo sobre o crescimento brasileiro ao longo do segundo semestre de 2011. Outro fator
foi a valorização cambial. No fim do ano passado, o real chegou a acumular a maior
valorização cambial desde o início da globalização financeira, ou seja, desde o fim dos anos
1960; e isso tem um efeito muito negativo sobre a indústria e a atividade de modo geral.
(Trecho adaptado da entrevista de Roberto Frenkel a Luiz Antonio Cintra, Intervir para ganhar. Carta Capital, 18
de abril de 2012, p.78)
I. Preservam-se a coerência e a correção gramatical do texto, conferindo-lhe mais
formalidade, ao substituir a expressão “teve a ver”(linha 2) por viu.
II. O uso do tempo e modo verbais em “serão” (linha 4) sugere hipótese, possibilidade
na declaração, incerteza de que isso venha a acontecer.
23. (ESAF-2006/MTE-Adaptada) Analise a proposição de acordo com as estruturas do
texto.
A relação conflituosa entre fazendeiros e colonos, aliada à crescente dificuldade de
importação de escravos negros da África a partir da década de 60, exige que se use a mão
de obra nativa, forçando-a ao trabalho na lavoura. Os fazendeiros também reclamavam uma
legislação que permitisse garantias dos investimentos na mão-de-obra, do cumprimento dos
contratos, da repressão às greves e, ainda, que lhes propiciasse adequada produtividade. A
promulgação da Lei do Ventre Livre, em 1871, sinalizando a abolição da escravidão, criou
as condições para uma legislação que, ao mesmo tempo em que fazia a regulação
minuciosa da contratação do trabalho livre, previa a obrigação de o homem livre contratar,
como mecanismo de combate à vadiagem.
(Sidnei Machado-http://calvados.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/direito/article/viewPDFInterstitial/1766/1463)
I. A substituição de “se use” (linha 2) por seja usada mantém a correção gramatical
do período.
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24. (ESAF-2006/ENAP-Adaptada) Em relação ao texto abaixo, analise opção a seguir.
Ninguém melhor do que Voltaire definiu a real essência da democracia quando escreveu:
“Posso não concordar com uma só palavra do que dizes, mas defenderei até à morte o teu
direito de dizê-las”. Ter ideias e comportamentos políticos ou sociais diversos de outros
indivíduos não significa, necessariamente, transformá-los em inimigos ferrenhos. Afinal, o
que se combate são as ideias do outro e não sua pessoa.
(Adaptado de Alfredo Ruy Barbosa, Jornal do Brasil, 11/03/2006)
I. A substituição de “se combate” (linha 5) por era combatido mantém a correção
gramatical e as informações originais do período.
25. (ESAF-2006/ANEEL-Adaptada) Em relação ao texto, analise o item a seguir.
Apesar das dificuldades, o Programa de Metas foi executado e seus resultados manifestamse na transformação da estrutura produtiva nacional. O governo JK, que soube mobilizar
com maestria a herança de Vargas e elevar a auto-estima do povo brasileiro, realizou-se em
condições democráticas, com liberdade de imprensa e tolerância política. A taxa de inflação,
que em 1956 foi de 12,5%, no final do governo JK, elevou-se para o patamar de 30,5%. A
Nação, por sua vez, obteve um crescimento econômico médio de 8,1% ao ano. Apesar das
pressões do Fundo Monetário Internacional (FMI), que já advogava o “equilíbrio fiscal” e o
Estado mínimo para o Brasil, e de setores conservadores da vida brasileira, JK conseguiu
elevar o PIB nacional em cerca de 143%. E tudo isto ocorreu em um contexto marcado por
um déficit de transações correntes que atingiu 20% das exportações em 1957 e 37% em
1960, o que ampliava a fragilidade externa e fazia declinar a condição de solvência da
economia brasileira. No entanto, foi graças ao controle do câmbio e ao regime de incentivos
criados que as importações de bens de consumo duráveis foram contidas.
(Rodrigo L. Medeiros, com adaptações)
I. Em “manifestam-se” (linhas 1 e 2) o “se” é índice de indeterminação do sujeito.
26. (ESAF-2009/Ministério da Fazenda-Adaptada) Em relação ao texto abaixo, analise
o item a seguir.
Os mercados financeiros entrara m em março assombrados pelo maior prejuízo trimestral
da história corporativa dos Estados Unidos – a perda de US$ 61,7 bilhões contabilizada
pela seguradora American International Group (AIG) no quarto trimestre de 2008. No ano, o
prejuízo chegou a US$ 99,3 bilhões. O Tesouro americano anunciou a disposição de injetar
mais US$ 30 bilhões na seguradora, já socorrida em setembro com dinheiro do contribuinte.
Na Europa, a notícia ruim para as bolsas foi a redução de 70% do lucro anual do Banco
HSBC, de US$ 19,1 bilhões para US$ 5,7 bilhões. Enquanto suas ações caíam 15%, o
banco informava o fechamento das operações de financiamento ao consumidor nos
Estados Unidos, com dispensa de 6.100 funcionários. Com demissões de milhares e perdas
de bilhões dominando o noticiário de negócios no dia a dia, os sinais de reativação da
economia mundial continuam fora do radar. E isso não é o pior. No fim do ano passado,
havia a esperança de se iniciar 2009 com a crise financeira contida. Se isso tivesse
acontecido, os governos poderiam concentrar-se no combate à retração econômica e ao
desemprego. Aquela esperança foi logo desfeita.
(O Estado de S. Paulo, 3/3/2009)
I. Em “concentrar-se” (linha 13), o “-se” indica sujeito indeterminado.
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08. E
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10. ERRADO
11. ERRADO
12. ERRADO
13. D
14. ERRADO
15. ERRADO
16. D
17. C
18. A
19. ERRADO
20. ERRADO
21. ERRADO
22. ERRADOS
23. CERTO
24. ERRADO
25. ERRADO
26. ERRADO
Amigos e amigas, nosso encontro de hoje se encerra aqui.
Bons estudos, até a próxima aula e rumo à CLASSIFICAÇÃO!
Grande abraço!
Prof. Fabiano Sales.
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