Fonética e Fonologia 24.900: Introdução à Linguagem anotações das aulas: semana de 04 de Março de 2002 • Conjunto de Problemas # 4: Para Segunda-feira, 11/03/02 • Apostila sobre o principal para a identificação das partes do trato vocal 1 Em revisão : • • • Suas representações mentais/neurológicas/lingüísticas do sons da fala envolvem categorias sonoras discretas Você ouve os sons da fala principalmente em termos do modo que você pode produzilos. Suas representações dos sons da fala decompõem-se exaustivamente em partes fonológicas (“distintivas”) A. A Lingüística pode fornecer uma explicação especial das três propriedades dos sons da fala observadas acima: • Representações fonológicas – a forma pela qual você armazena seu conhecimento da estrutura sonora das unidades – consistem de estruturas de “traços (fonológicos) distintivos” • Regras fonológicas (princípios, restrições) da gramática operam de acordo com esses traços. B. Os sons da fala são percebidos em termos desses traços. Assim, a percepção da fala está em termos das categorias sonoras discretas, de acordo com a percepção dessas categorias • Esses traços distinguem amplamente os sons da fala pela maneira com que na são produzidos. • As representações dos constituintes sonoros, tais como os “fonemas”, são construídas a partir desses traços. 1 A distinção entre “fonética” e “fonologia” não é feita de modo consistente na lingüística e envolve algumas disputas realmente científicas sobre o papel da física (para o movimento dos articuladores da fala) e sobre percepção auditiva de baixo nível na da gramática mental. Eu tentarei utilizar “fonética” consistentemente quando estiver falando sobre a acústica da fala (“fonética acústica”) ou sobre os movimentos dos articuladores da fala (“fonética articulatória”). Eu usarei a “fonologia” consistentemente quando estiver falando sobre operações gramaticais sobre representações dos sons (“regras fonológicas”) ou sobre a forma pela qual você armazena as informação sonora sobre morfemas (“representações fonológicas”). 1 Nota: Os fonemas não são primitivos no sistema. Eles são construídos. Inicie com o último ponto… • lip-s • rib-z • cat-s • pad-z • back-s • bag-z • cliff-s • cave-z • bath-s • lathe-z • Bach-s • chanteur-z Generalização? • Plural /s/ vem depois de sons [-vozeado]; plural /z/ vem depois de sons [+vozeado]. Na verdade, /s/ é [-vozeado] e /z/ é [+vozeado], então este é um exemplo de “assimilação”, na qual os sons compartilham um traço. • Adicionalmente: 1. day-z, ball-z, fur-z, cow-z… Dois argumentos para os traços como componente dos sons, ao contrário de serem meras propriedades dos sons: • A primeira: Declaração formal sobre o que você sabe sobre o plural. Se /s/ e /z/ não se decompuseram em traços, com os dois sons compartilhando os mesmos traços, com exceção de [+/-vozeado], então seria difícil explicar por que você simplesmente alterna entre /s/ e /z/, com /s/ no ambiente [-vozeado] e /z/ no ambiente [+vozeado]. Qual noção de “similaridade” entre os sons supostamente explicaria esta alteração? – Resposta Correta: identidade • Isto é, /s/ e /z/ são idênticos, exceto para [vozeado]; eles literalmente se decompõem nos mesmos traços, exceto para o valor de [vozeado] • Você obtém /s/ de /z/ pela substituição de [+vozeado] por [-vozeado] Segundo argumento para a decomposição: • Classes naturais e a ação de processos fonológicos – Traços definem classes – todos os segmentos que compartilham um traço constituem uma “classe natural” – Elemento fonológico manifesta-se de acordo com as classes naturais • por exemplo, /z/ depois da classe [+vozeado], /s/ depois da classe [-vozeado] • Se os traços fossem meras propriedades de fonemas, ao invés de constituintes, – seria tão natural quanto dizer /z/ depois de /d/, como seria dizer /z/ depois de [+vozeado] • Como os traços são elementos dos fonemas, e fonemas meramente constroem-se 2 1. É muito mais difícil representar a generalização /z/ depois de /d/ do que representar /z/ depois de [+vozeado] Observe a diferença em complexidade: • /z/ depois de [+vozeado] [+anterior] [-contínuo] [+coronal] … • /z/ depois [+vozeado] Além disso… • As crianças generalizam automaticamente com base em traços – elas não aprendem primeiro de uma base “fonema por fonema” • Nós generalizamos com base em traços dos sons da fala que não são parte da nossa língua os quais possivelmente não tenhamos ouvido antes. (observe também, Bach-s, chanteur-z) Diferenciação de categorias fonéticas • Percepção de Categorias – você ouve sons como se fossem pertencentes a uma categoria distinta – você tem dificuldade em discriminar sons dentro de uma categoria distinta • Diferenciação do processamento fonológico 2. nem a probabilidade de associações de categorias, nem “fusões” entre categorias desempenharão uma função na gramática. 3 1. Fonética Pontos principais para hoje: • Articuladores • Local de articulação • Modo de articulação • Correlatos acústicos de articulação a. Articuladores • Cordas vocais (glote) • Palato (cavidade nasal aberta/fechada) • Raiz da língua (dorso) • Ponta da língua (sons da coroa/coronais) • Lábios i. Cordas Vocais/glote • [+/-vozeado] (+/- glote aberta e +/- glote fechada) [+vozeado] = -dilatada, -fechada • aspiração: t x th +glote aberta • oclusiva glotal +glote fechada • Vogais regulares = - glote aberta • Vogais sussurradas = +glote aberta • [h] = vogal sussurrada ii. Palato • Levanta-se o Palato = [-nasal] • Abaixa-se o palato = [+nasal] • Nota: as vogais, assim como as consoantes oclusivas, podem ser nasais. • Em inglês, as vogais que antecedem as consoantes nasais são nasalizadas. • Em Francês, as vogais nasais e não nasais contrastam iii. Dorso • Pode fazer contato com a úvula (não há sons assim em inglês) ou com o palato sons velares g, k, ? • [+/-alto] [+/-baixo] para as vogais refere-se à posição do palato • g, k, ? são [+alto] [-baixo] 4 iv. Coronal/ lâmina da língua * Os sons coronais podem ser [+/- anterior], lateral, sibilante (s,z,š, ž) v. Lábios/ sons labiais • Os sons labiais podem ser [+/-arredondado] • Oclusivas/fricativas labiais em inglês são geralmente [- arredondado]: b, p, m, f, v. • Mas, diga “muu” e observe/sinta seus lábios • Vogais [+posterior] [-baixo] em inglês são [+arredondado] • Em francês, [+/-arredondado] é contrastivo para vogais [-baixo] [posterior] 2. Lugar de articulação (perto de /contra que você coloca seus articuladores?) • Velar (sons dorsais) - contraste: velar X uvular • Palatal (-anterior aos sons coronais) • Alveolar (+anterior aos sons coronais) - contraste: palatal X alveolar • Interdental (+anterior aos sons coronais) ?, ? • Lábio-dental (labial, -sons arredondados) f, v • Labial b, p, m 3. Modo de articulação a. • Oclusivas Consonantais (versus vocálicas) (nasais e não-nasais), fricativas, glides • + Sonorante possível ressonância no trato vocal = vogais, glides, oclusivas nasais, vogais, líquidas. • -sonorantes (obstruintes) oclusivas não-nasais e fricativas b. +/- contínuo + contínuo vogais, glides, laterais, fricativas, - contínuas oclusivas c. • “africadas” oclusiva seguida de ação fricativa como um único segmento: tš (c), dž (j) d. Correlatos acústicos de articulação • Vibração glotal (ou, se glote aberta, barulho) das cordas vocais direcionam a acústica do trato vocal. 5 • A freqüência fundamental da vibração glotal corresponde à entoação da voz. • O trato vocal age como um filtro sobre as harmonias da freqüência fundamental. • A língua separa a trilha vocal em duas principais câmaras ressonantes conectadas. • A altura da língua muda principalmente o volume da câmara posterior– vogais baixas têm uma câmara posterior menor e, com isso, uma freqüência de ressonância mais alta para esta câmara, a qual corresponde ao primeiro “formante” ou banda de freqüência aprimorada do espectro da fala. • A posição na anterior ou posterior da língua [+/-posterior] modifica principalmente o tamanho da câmara de ressonância superior do trato vocal. A posição posterior aumenta o tamanho desta câmara e diminui a freqüência do segundo formante ou banda de freqüência no espectro da fala. • O sistema perceptivo é particularmente direcionado para a freqüência dos formantes, i.e., o padrão de aprimoramento harmônico da entoação da voz. • A percepção dos formantes é a percepção da mudança da forma do aparato vocal e de como ele articula a fala, • Isto é, o sistema perceptivo está ouvindo os movimentos dos articuladores e classificando os sons da fala de acordo com esses movimentos. 6 6. Diferenças fonéticas interlingüísticas : Estas diferenças incluem aqueles traços (articuladores, modos e locais de articulação) que linguagem escolhe e o modo como essa língua combina esses traços em sons da língua. Alguns exemplos: 1. O francês, mas não o inglês, utiliza a nasalidade nas vogais de maneira contrastante. 2. O francês, mas não o inglês, usa arredondamento nas vogais [-baixo] [-posterior] de maneira contrastante, 3. Em chinês, assim como em outras línguas, as diferenças na entoação das das vogais (na freqüência fundamental das vogais) são contrastantes. 4. O tom lingüístico não envolve absolutamente a entoação—se assim fosse, as crianças não poderiam falar as mesmas palavras que os adultos. 5. Preferencialmente, o tom é determinado com relação à média da entoação do som que cada pessoa utiliza a fala. 6. E as mudanças entoação são lingüisticamente relevantes em chinês, mas não em inglês (ou pelo menos não da mesma forma que em inglês). 7. Fonotáticas (para toque sonoro): combinações possíveis de sons em um idioma. Mais precisamente, as fonotáticas referem-se as generalizações sobre a distribuição dos traços fonéticas em uma língua. Essas generalizações incluem quais traços uma língua usa do conjunto universalmente disponível, quais traços co-ocorrem para criar os fonemas e quais co-ocorrem através das marcas de duração (através dos fonemas) a. Por exemplo, ditongos (combinações de vogal e glide) [aw] ocorrem em ambientes limitados. b. [aw] é permitido antes dos sons coronais e no final da palavra: out (fora), loud (alto), town (cidade), house (casa), rouse (alvorada), fowl (galinha), hour (hora). c. [aw] não ocorre antes de sons labiais, palatais ou velares seguidos por limite de palavra: *oub, *oum, *oup, *ouk, *oug, *oung, *oush (veja também Bausch, nome estrangeiro). d. Considere a aspiração de oclusivas desvozeadas em inglês: Top stop Pat spat Cat scat Photograph Photography Qual é a generalização fonotática? ? Ch no início das sílabas tônicas Em qualquer outro lugar, não pronunciada com som aspirado. -cont é [+glote fechada] / [? ____ -vozeado [+tônica] Distribuição Complementar • Oclusivas desvozeadas aspiradas e não aspiradas, em inglês, nunca ocorrem no mesmo ambiente. • Assim, a aspiração não é contrastiva para oclusivas desvozeadas em inglês • Oclusivas desvozeadas aspiradas e não aspiradas em inglês estão em uma distribuição complementar: oclusivas aspiradas no início das sílabas tônicas; oclusivas desvozeadas sem aspiração em qualquer outro lugar. 8