GEOGRAFIA DO PARANÁ Localização Geográfica O Paraná situa-se na região Sul do País, porém é o estado mais setentrional da região; É cortado ao norte pelo Trópico de Capricórnio; Essa localização determina como uma área de contatos e transições em termos físicos e naturais, apresentando diversas ocorrências de clima, solo e cobertura vegetal; Apresenta também uma diferenciada formação geológica e configuração geomorfológica. 1. 2. 3. 4. Pontos extremos O Paraná apresenta no: Ponto extremo norte a cachoeira de Saran Grande, no rio Paranapanema, no município de Jardim Olinda; Ponto extremo sul é a cabeceira do rio Jangada, na serra do Taquaral Verde, no município de General Carneiro; Ponto extremo leste é a foz do rio Ararapira, no município de Guaraqueçaba; Ponto extremo oeste é o Porto Palacim na confluência do rio Iguaçu com o Paraná, no município de Foz do Iguaçu Limites O Paraná possui 2.414km de fronteiras terrestres (nacionais e internacionais) e 98km de fronteiras marítimas: Ao norte e nordeste faz limite com o Estado de São Paulo; A noroeste com o Estado de Mato Grosso do Sul; Ao oeste com o Paraguai; A sudoeste com a Argentina; Ao sul e sudeste com o Estado de Santa Catarina; Ao leste com o Oceano Atlântico. Todos essas fronteiras são delimitadas por fronteiras naturais e artificiais ESTRUTURA GEOLÓGICA E RELEVO O Relevo Paranaense O Paraná apresenta um relevo de altitudes modestas divididas em três unidades topográficas: 1. Região de Planície 2. Região de Escarpas 3. Região de Planalto Planície Costeira ou Litorânea Paranaense 1. 2. Estende-se desde a linha marítima até as escarpas da Serra do Mar; Apresenta terrenos da era Cenozóica – Terciária e Quaternária; Distinguem-se duas subdivisões: Zona montanhosa litorânea – surge no interior da planície, em forma de morros isolados ou em cadeias de morros cristalinos, apresentando forma de “meias laranjas” – Ex: Canavieira, da Prata, Tabaquara, Taquari, Serra Negra, Araraquara; Planície litorânea – localiza-se nas áreas mais próximas do mar, constituída de terraços arenosos, intercalados com cordões de aluviões (Depósito de cascalho, areia e argila que se forma junto às margens ou à foz dos rios, proveniente do trabalho de erosão) Regiões de Escarpas a. Serra do Mar: constitui a borda do 1º Planalto Paranaense; é formado por terrenos antigos onde predominam granitos, gnaisses e quartzitos; Constitui o Complexo Cristalino Brasileiro; É formado por blocos de várias altitudes: Pico do Paraná ponto culminante do estado (1922m), Pico Caratuba (1898m), Agulha de Cotia (1503m), Pico Marumbi (1547m), Serra da Graciosa. b. 1. 2. Serra Geral: Assim como a Serra do Mar, pertence a Cadeia Marítima ou Atlântica. É subdividida em dois grupos, que ocorrem paralelos a Serra do Mar – Oriental – apresenta-se bastante talhado pela erosão eólica, tendo como exemplo a Vila Velha, situado no interior de Ponta Grossa. Vila Velha é famosa pelos seus blocos de arenito devoniano corroído por agentes externos. Não apresenta elevações superiores a 1000m. Recebem várias denominações: Serrinha, São Luiz, Purunã, Almas, Santa Ana, Furnas, etc. Ocidental – apresenta-se com elevações superiores a 1000m e se ramifica para sudoeste e noroeste, formando outras serras que constituem divisores d’água do 3º Planalto Paranaense. Recebe em todo o seu traçado os seguintes nomes: Serra da Esperença, do Cadeado, Macacos, Bufadeira, Apucarana, Figueira, Laranjinha, etc. Planaltos 1º Planalto ou Planalto Cristalino Atlântico Paranaense; 2º Planalto ou Planalto dos Campos Gerais; 3º Planalto ou Planalto de Guarapuava. 1º Planalto 1. 2. 3. Divide-se em três sub-zonas: Planalto de Curitiba – apresenta um relevo suavemente ondulado, onde se localiza Curitiba. É separada pela zona montanhosa pelos divisores de água das bacias do Iguaçu e do Ribeira; Zona Montanhosa – apresenta uma paisagem recente de elevações, orientadas por sucessões de espigões alongados e vales em forma de “V” profundos; Planalto do Maracanã – estende-se a oeste da escarpa devoniana entre Piraí do Sul e Castro, com morros abaulados, sendo atrevessado pelo rio Iapó. 2º Planalto Situa-se entre as escarpas da Serra da Esperança e a escara devoniana (Serrinha). É constituído por sedimentos da era Paleozóica dos seus três períodos, destacando-se cordões carboníferos e xisto betuminoso, com afloramentos de rochas vulcânicas, fator esse que torna a mais rica região do Paraná em recursos minerais. 3º Planalto Estende-se da Serra da Esperança e vai até a margem esquerda do rio Paraná; É esculpida em rochas eruptivas básicas, tendo sido a noroeste capeada com sedimentos mesozóicos, denominado Arenito Caiuá; Apresenta-se inclinado de leste para oeste; O seu releve é composto de uma série de patamares em decorrência dos derrames basálticos, da erosão diferenciada e do desnível de blocos falhados; É subdividida em cinco regiões geográficas naturais, devido ao fato de ser seccionada pelos rios Tibagi, Ivai, Piquiri e Iguaçu: Planalto de Cambará – entre os rios Tibagi e Itararé; Planalto de Apucarana – estende-se a oeste do rio Tibagi, entre os rios Paranapanema e Ivaí até o rio Paraná; Planalto de Campo Mourão – estende-se entre os rios Ivaí e Piquiri; Planalto de Guarapuava – estende-se entre os rios Piquiri e Iguaçu e Paraná; Planalto de Palmas – estende-se ao sul do Rio Iguaçu LITORAL O litoral paranaense compreende: • à linha que vai da foz do rio Saí, em • até a foz do rio Ararapira, em Guaraqueçaba. Guaratuba • Tem 98 km de extensão • Apresenta-se em sua quase totalidade baixa, arenosa, alagadiça com manguezais, sambaquis. BAÍA DE PARANAGUÁ Segunda maior baía em extensão do Brasil com 667 Km2; É rodeada de matas; Subdivide-se em três outras menores: Antonina, Pinheiros e Laranjeiras; Em Paranaguá situa-se o Porto de D.Pedro II, o mais importante no setor econômico ocupando o terceiro lugar entre os demais portos brasileiros pelo seu intenso movimento. Por lá se faz a exportação do café, de ervamate, de soja, laranjas, farinha de mandioca, e também a importação de equipamentos industriais ILHAS As ilhas do litoral paranaense pertencem ao grupo das continentais, possuindo um solo arenoso com brejos e manguezais; As duas mais importantes são as ilhas do Mel – que possui um farol de sinalização e uma base de fortificação do litoral; e das Peças – a maior de todas em superfície. Elas dividem a entrada da baía de Paranaguá em três canais. CLIMA No Paraná verifica-se a influência da latitude e da altitude nas médias de temperaturas, como observa-se no quadro abaixo LOCALIDADES LATITUDES TEMP. MÉDIAS Paranavaí 23º06’ 22ºC Campo Mourão 24º02’ 21ºC Laranjeiras do Sul 25º24’ 14ºC Clevelândia 26º24’ 13ºC LOCALIDADES ALTITUDES TEMP. MÉDIAS Paranaguá 5m 22ºC Irati 812 m 17.6ºC Curitiba 908 m 16.4ºC Guarapuava 1.120 m 10.2ºC Sob a influência do relevo da região a umidade do ar atmosférico, que por sua vez é influenciado pela corrente marítima quente do Brasil e pela massa de ar Atlântica, provoca chuvas orográficas no estado. Na região da Serra do Mar os índices pluviométricos atingem 4.000 mm anuais, enquanto que a média no estado varia em torno de 1.350 e 2.000 mm; Não há uma estação seca bem definida, mas um período de diminuição das quedas de chuvas, que registram-se nos meses de julho a setembro. É possível identificar quatro tipos de regiões climáticas: 1. 2. 3. Subtropical Úmida Marítima – abrange a zona litorânea. Quente, média anual entre 18ºC e 22ºC. Chuvas abundante, média pluviométrica de 2.000 mm, devido a proximidade com a Serra do Mar; Subtropical Úmida Continental – abrange a zona do Vale do Ribeira e uma faixa Oeste do Norte do estado. Média anual entre 18ºC e 22ºC. Média pluviométrica de 1.900 mm, com chuvas concentradas no verão; Temperada Úmida de altitudes médias – abrange uma pequena faixa do Planalto de Guarapuava, no sentido de norte para sul, a oeste do ramo ocidental da Serra Geral, estendendo até Foz do Iguaçu. Caracteriza-se por verões quentes e abafados e por invernos secos e frescos, média anual entre 18ºC e 22ºC e pluviométrica de 1.478 mm. Nessa área destaca-se a cidade e Foz do Iguaçu, com média anual de 35ºC, amenizadas pelas precipitações. 4. Temperada semi-úmida de altitude – abrange a cidade de Curitiba, considerada a capital mais fria do país. As temperaturas médias variam entre 16ºC e 17ºC, com inverno muito acentuado. Essas temperaturas são determinadas pelas freqüentes geadas, entre o fim do outono e o início da primavera.Nessa zona climática encontra-se a cidade de Palmas, que tem a temperatura média anual mais baixa do Paraná, 15.2ºC. As precipitações são distribuídas regularmentes, com média pluviométrica anual de 1.350 mm. VEGETAÇÃO 1. 2. No Paraná, a vegetação distingue-se por duas grandes regiões botânicas: Matas: Litorânea Tropical subtropical Campos: Limpos Cerrados Mata Litorânea – cobre a planície costeira, de clima subtropical úmido marítimo, relevo em lento trabalho de emersão e levantamento. Apresenta árvores que raramente atingem 30 metros. Nessa região encontra-se zonas de mangues e praias. Mata Tropical – estende-se pelas encostas da Serra do Mar, Geral, pelo Vale do Ribeira e pelo Noroeste do estado. Apresenta árvores que atingem entre 15 e 30 metros de altitude, destacando-se o cedro, a peroba e a figueira. Mata Subtropical – conhecida também como Mata de Araucária, estende-se no sentido norte-sul sobre o planalto de Curitiba, dos Campos Gerais e Guarapuava. Nessa área encontra-se o pinheiro do Paraná, a imbuía, estrato arbóreo que forma o sub-bosque sendo constituído por árvores, arbustos e cipós, com destaque para a erva-mate, o cedro. O destaque para essa mata fica por conta do pinheiro: atinge até 50 metros, fornecendo madeira, nó de pinho de ótima combustão, pinhão (de alto teor nutritivo), a celulose e a terenbitina – substância utilizada na preparação de tintas e vernizes. Como se vê é de grande valor comercial. Campos Limpos – revestimento vegetal predominantemente de cobertura herbácea, com grupos arbóreos nas margens dos rios. Surgem em áreas de clima temperado semi-úmido de altitude. Paisagem natural de Guarapuava, Palmas, Lapa, Ponta Grossa, Castro – sendo aproveitado para o desenvolvimento pastoril. Campos Cerrados – paisagem intermediária entre a mata tropical e o campo. Caracteriza-se com árvores e arbustos com troncos e galhos tortos. Surge em regiões de solos férteis, surgindo em pequenas proporções nas regiões de Castro, São Jerônimo da Serra e em Campo Mourão – é aproveitado para o desenvolvimento agrícola. O QUADRO HUMANO O Paraná é o sexto estado mais populoso do país com 9.558.126 hab., segundo o censo 2000; A população encontra-se dividida, de acordo com a sua composição etária, da seguinte forma: 0 a 15 anos – 31,62% 16 a 64 anos – 63,01% Acima de 64 anos – 5,37% De acordo com o censo 2000, 18,52% da população paranaense estava concentrada no campo, enquanto que 81,48% estava concentrada na zona urbana. PRINCIPAIS CENTROS URBANOS Nos últimos dez anos, as cidades paranaenses, com mais de 200 mil hab., passaram a ser centros de atrações devido ao surto industrial motivado pela transformação das matérias primas pelo processo de urbanização e pela expansão da energia elétrica. A capital Curitiba é a principal cidade do estado. O processo de urbanização provocou um processo de conurbação, formando um denso conjunto de municípios que deu origem a metrópole Curitiba, abrigando um população de aprox. 2.718.288 hab. (Censo 2000). Ponta Grossa, Londrina, Maringá, Umuarama, Cascavel, Foz do Iguaçu, Guarapuava, União da Vitória e Paranaguá constituem outros importantes centros geoeconômicos do Paraná. GRUPOS ÉTNICOS Indígena – atualmente os indígena existentes somam 7.261. Vivem em comunidades que estão sob os cuidados do Serviço Nacional de Proteção ao Índio. Principalmente: São Jerônimo da Serra, Apucarana, Guarapuava, Mangueirinha, Laranjeiras do Sul, etc; Negro – Sua presença foi facilitada por dois fatores: 1- atividades da mineração; 2 – atividades agropecuárias. Atualmente os negros estão em fase de desaparecimento devido à miscigenação com outras etnias, dando origem a mestiços; Europeus – abrangem portugueses, espanhóis, italianos, franceses, ingleses, alemães, russos, austríacos, turcos-árabes, poloneses ( Curitiba, Araucária, São José dos Pinhais, Castro, Irati, União da Vitória), ucranianos (Prudentópolis, Ponta Grossa, União da Vitória, Apucarana, Campo Mourão e Curitba); Japoneses, Chineses e Coreanos – estabeleceram-se prinicpalmente em Assaí, Uraí, Paranavaí. Dedicam-se ao cultivo do arroz, algodão, café, soja, fruticultura, hortaliças, ao pequeno comércio e avicultura; Sírio-Libaneses – Provenientes da Ásia Ocidental, aparecendo no centro das cidades paranaenses. Dedicam-se ao comércio de armarinhos e confecções Tipos de solos Solos compactos – Férteis: abrangem solos de massapé, solo de cor preta ou cinza escuro, rico em materiais orgânicos. Surgem nas localidades de Campo Largo e Araucária, sendo utilizado para a produção de cereais. Os solos pantanosos (depressão da planície litorânea e dos planaltos) ricos em matérias orgânicas e oferecem boas condições para o plantio do arroz. Solos meio compactos – Terra roxa – apresentam a cor roxa sendo adequado para a produção cafeeira (Norte e parte do noroeste do Paraná); Solos Soltos – Fertéis – de cor escura, rico em humus e matérias orgânicas, constituem ótimos terrenos para a cultura de cereais (Faxinal, Cândido de Abreu, Prudentópolis, União da Vitória, etc) AGRICULTURA PARANAENSE As diversidades físicas do estado (clima, solo e relevo) permitem grandes possibilidades para as atividades agrícolas do estado: Sul – Centro-Oeste: clima ameno,propício para culturas temperadas como o trigo, o centeio e outros cereais; Leste e Norte: climas mais quentes e úmidos, com condições excelentes para o plantio dos produtos tropicais como o café, cana-de-açúcar, algodão, arroz, etc.; Se as condições físicas são favoráveis às atividades agrícolas, sua produção ficou comprometida devido a falta da introdução de novas tecnologias e culturas. Recentemente o estado passou por um processo de modernização tornando-se um dos maiores produtores agropecuários do país. Os problemas das atividades agropecuárias Falta de mão de obra; Falta de técnica para aumentar a produtividade; Precariedade na estocagem e conservação do excedente da produção; Meios de comunicação e transporte insuficientes para ligar os vários centros produtores com os consumidores. • O café (norte do Paraná), o algodão, o feijão (Francisco Beltrão e Ivaiporã), a soja (Cascavel, Ponta Grossa e Maringá), o trigo (microregiões de Ponta Grossa, Londrina, Maringá, Jacarezinho, Campo Mourão, Guarapuava e Sudoeste do Paraná), batata inglesa (microregiões de Curitiba, Irati, Ponta Grossa, Lapa, Noroeste Paranaense, Guarapuava e Palmas), o milho, amendoim, arroz, cana-de-açúcar, mandioca, as diversos tipos de frutas (abacate, banana, abacaxi, laranja, limão, maçã, manga, uva, melancia, melão, pêssego, ameixa, kiwi, etc.) constituem as principais riquezas agrícolas do estado. •BIBLIOGRAFIA CONSULTADA CAMARGO, João Borba de Camargo. Geografia Física, Humana e Econômica do Paraná. Maringá, Pr. 2001