TÍTULO: EMERGÊNCIAS DERMATOLÓGICAS PEDIÁTRICAS

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TÍTULO:
EMERGÊNCIAS DERMATOLÓGICAS PEDIÁTRICAS
IMPORTÂNCIA:
As emergências dermatológicas em crianças requerem atenção imediata dos profissionais de
saúde, pelo seu elevado risco de letalidade (em torno de 5 a 30%) exigindo diagnóstico preciso e
tratamento adequado e rápido com cuidados de Medicina Intensiva.
OBJETIVO:
Descrever através de revisão bibliográfica, o diagnóstico e tratamento das principais
emergências dermatológicas em crianças, com o intuito de contribuir para a redução de seqüelas e
até de óbitos desencadeados por esses agravos.
METODOLOGIA:
Trabalho qualitativo descritivo baseado em dados pesquisados em: LILACS, SCIELO e
MEDLINE no período de 21 anos (de 1989 a 2010).
CONCLUSÃO:
Entendemos que a divulgação de informações sobre um tema de alta morbi-mortalidade
como esse, possa colaborar para a melhora de seu prognóstico através do diagnóstico mais rápido e
da procura precoce pelo tratamento mais indicado.
RESUMO:
Emergências dermatológicas pediátricas são patologias em crianças que exigem atenção
imediata dos profissionais de saúde e representam entre 15 % a 20% dos casos de comprometimento
cutâneo-mucoso (Petri, 2007).
Este trabalho é uma revisão bibliográfica do tipo descritivo que analisa publicações na
Biblioteca Virtual de Saúde, no LILACS, SCIELO e MEDLINE de 1989 a 2010 relativos ao
assunto: Emergências dermatológicas pediátricas com o objetivo de chamar a atenção para a
gravidade do tema na tentativa de salvar vidas através do diagnóstico preciso, precoce e tratamento
rápido desses agravos, uma vez que é elevado o seu risco de letalidade em torno de 5 a 30 %
(Bulisani, 2006).
Segundo Ben Chlapek através de seu artigo de revisão para condutas do serviço de
emergência publicado no livro Current of Emergency Medicine em 2008, estão entre essas
emergências:
 Síndrome de Stevens-Johnson (SSJ),
 Necrólise Epidérmica Tóxica (NET) ou Doença de Lyell,
 Síndrome da Pele Escaldada (SSSS) ou Doença de Ritter,
 Reações anafiláticas, Angioedema e
 Eritrodermias.
Acrescentamos as queimaduras às acima citadas por serem freqüentes em crianças, tentando
assim minimizar sua morbi-mortalidade e incentivar sua prevenção.
PALAVRAS-CHAVE:
Emergências dermatológicas
Pele
Crianças
METODOLOGIA:
Esse trabalho é descritivo e teve como base uma pesquisa bibliográfica de artigos científicos
publicados no LILACS, SCIELO e MEDLINE no período de 1989 a 2010, consultados através do
site da Biblioteca Virtual de Saúde e da BIREME, tendo como objetivo descrever as principais
emergências dermatológicas pediátricas.
Após a seleção dos artigos, foram feitas a leitura e a interpretação dos materiais obtidos e
foram escolhidas as patologias mais graves com elevado risco de letalidade e necessidade de
cuidados de Medicina Intensiva:
 Síndrome de Stevens-Johnson (SSJ),
 Necrólise Epidérmica Tóxica (NET) ou Doença de Lyell,
 Síndrome da Pele Escaldada (SSSS) ou Doença de Ritter,
 Reações anafiláticas, Angioedema,
 Eritrodermias e
 Queimaduras.
Dando ênfase ao diagnóstico e tratamento desses agravos, para contribuir no seu
reconhecimento e realização imediata dos cuidados necessários.
INTRODUÇÃO:
Emergências dermatológicas pediátricas são agravos em crianças que requerem atenção
imediata dos profissionais de saúde pelo seu elevado risco de letalidade em torno de 5 a 30%
(Bulisani, 2006) e representam entre 15 a 20% dos casos de comprometimento cutâneo-mucoso
(Petri, 2007).
A pele, a mucosa e os anexos constituem o maior sistema orgânico do corpo humano e
exercem diversas funções essenciais à vida como homeostase, imunorregulação, atividade hormonal
e proteção, essa última através da barreira mecânica que evita infecções.
Os agentes geralmente implicados nas infecções são os Staphylococcus aureus e os
Streptococcus epidermidis, além dos bacilos Gram-negativos que maximizam sua ação agressiva e
sua resistência pelo uso inadequado de antibióticos e corticoterapia. As infecções levam à
inflamação do tegumento e conseqüente liberação de mediadores como interleucinas e o
hipercatabolismo, agravando as perdas protéicas.
Segundo Meireles (2007, p.74), a pele infantil é mais sensível do que a dos adultos por
possuir um ph neutro que reduz a defesa contra a colonização de agentes infecciosos, além da
função de barreira ser prejudicada pela menor espessura das camadas que constituem a pele.
Principalmente nos recém-nascidos a pele é mais fina do que a dos adultos, sendo muito mais frágil,
mais facilmente irritável, e permeável a agentes exógenos, dificultando também manter a
homeostasia.
De acordo com Kliemann (2005, p.439), mais limitada ainda é a função de proteção da pele
dos recém-nascidos pré-termos, pela imaturidade da camada córnea levando a uma maior
vulnerabilidade às infecções, além de uma maior instabilidade térmica.
Para Mussi-Pinhata (2005, p.7), há vários fatores que facilitam a sepse neonatal dos recémnascidos prematuros extremos como a barreira mecânica imatura, neutrófilos com funções restritas,
reduzidas concentrações plasmáticas de anticorpos específicos e proteínas do sistema complemento,
favorecendo a proliferação bacteriana.
Nas crianças a sua fragilidade dérmica e a conseqüente dificuldade de proteção contra
traumas e invasão sistêmica de microorganismos, além da dificuldade para evitar a perda de água e
eletrólitos corporais e a sua instabilidade para manter a termorregulação, exigem da equipe
multidisciplinar de saúde os cuidados rápidos e eficazes que podem contribuir na evolução clínica
desses pequenos pacientes.
Devido a essas diferenças entre a idade adulta e a infantil, devemos dar maior atenção à pele
das crianças, principalmente quando acometida por patologias emergenciais e potencialmente letais
como:
 Síndrome de Stevens-Johnson,
 Necrólise Epidérmica Tóxica ou Doença de Lyell,
 Síndrome da Pele Escaldada ou Doença de Ritter,
 Reações anafiláticas, Angioedema,
 Eritrodermias e
 Queimaduras.
1. SÍNDROME DE STEVENS-JOHNSON (SSJ) E NECRÓLISE
EPIDÉRMICA TÓXICA (NET) OU DOENÇA DE LYELL
A SSJ foi descrita por Stevens e Johnson em 1922, inicialmente em duas crianças com febre,
estomatite, conjuntivite e erupção cutânea disseminada. É afecção inflamatória aguda e autolimitada
com duração de duas a quatro semanas que afeta pele e mucosas.
A NET é uma síndrome bolhosa rara e grave, descrita por Alan Lyell em 1956 no British
Journal of Dermatology. É caracterizada por necrose em grandes áreas da epiderme dando ao
paciente o aspecto de grande queimado.
As duas patologias estão ligadas às reações a drogas (80 a 95%) e são consideradas variantes
severas de uma mesma doença, diferentemente dos eritemas minor e major que se relacionam mais
freqüentemente com infecções (especialmente herpesvírus). As reações cutâneas adversas a
fármacos se apresentam quase sempre como dermatoses (até 95%), sendo que o comprometimento
sistêmico ocorre em pelo menos 30% dos casos, 5% desses como reações severas (SSJ e NET),
tendo como principais responsáveis os antibióticos e anti-convulsivantes (Petri, 2007).
São urgências dermatológicas com reações sistêmicas agudas e graves acometendo intensamente
mucosas e pele. Podem acontecer em pacientes de todas as raças, gêneros e idades, embora sejam
mais comuns nos extremos etários, antes dos 5 ou após os 64 anos de idade e no sexo feminino
(Cabral, 2004). As diferenças entre a SSJ e a TEN são limitadas e, por vezes, a distinção não pode
ser feita entre as duas, uma vez que têm as mesmas causas e apresentam vasculite cutânea difusa de
pequenos vasos (Rezende, 2006). Tentamos encontrar algumas diferenças entre as duas patologias:
Quanto à patogênese suspeita
A patogênese básica da SSJ é a reação de hipersensibilidade tardia com imunocomplexos
(Bulisani, 2006), desencadeados por fármacos principalmente por sulfonamidas e penicilinas
(26 %), anticonvulsivantes ou antiinflamatórios não hormonais, vírus mais comumente por
herpes simples (19,7%), bactérias, fungos, protozoários ou neoplasias (linfomas ou
carcinomas).
Já na NET as drogas são os principais agentes causais agindo por um
mecanismo mediado por células (tipo IV). Sendo a fisiopatogenia da SSJ mais estudada que
a da NET (Rezende, 2006).
Quanto ao quadro clínico
O quadro clínico inicia com eritema que evolui para pápula, vesícula e bolha com centro
vesicular, purpúrico ou necrótico, tendo como lesão patognomônica a aparência em alvo
(Petri, 2007). O sinal de Nikolsky pode ser positivo, ou seja, haver o desprendimento da pele
com leve fricção, tornando-a desnuda e suscetível às infecções.
Na NET a erupção cutânea é precedida de fase prodrômica, de duração variável,
caracterizada por mal-estar geral, febre, anorexia e máculas eritematosas coalescentes ou
não, acompanhadas de inflamação superficial da conjuntiva, pálpebras, orofaringe e
genitália, às vezes associadas a sintomas gastrointestinais. Na fase inicial a febre mantém-se
alta, mesmo na ausência de infecções, provavelmente pela liberação de agentes pirogênicos
pelo tecido epidérmico necrosado, particularmente a interleucina -1 (IL-1). Vários órgãos
podem ser acometidos, sendo a sepse e a insuficiência renal as principais causas de morte da
NET.
Na SSJ o acometimento mucoso ocorre em torno de 90% dos casos, é mais intenso, doloroso
e em dois sítios distintos, podendo preceder ou suceder o envolvimento cutâneo (Rezende,
2006). O eritema evolui para necrose com bolhas flácidas, sero-hemorrágicas com
desprendimento da epiderme. Embora as lesões possam ocorrer em qualquer lugar, a face, o
pescoço e o tórax são mais afetados na SSJ e são disseminadas na NET (Bulisani, 2006). O
sinal de Nikolsky ocorre exclusivamente na pele afetada nas duas entidades, diferentemente
da Síndrome da pele escaldada onde esse sinal pode acometer também áreas de pele sã.
Quanto à incidência
SSJ 1 a 6 casos por milhão de pessoas/ano e NET 0,4 a 1,2 casos por milhão de pessoas/ano,
sendo a taxa de maior incidência em mulheres (0,7) do que em homens (0,5) ( Levine, 2002).
Quanto à taxa de mortalidade
SSJ de 5% e NET de 30 a 40 %, até 70% em adultos com comorbidades (Cabral, 2004).
A mortalidade global é em torno de 14%.
Quanto à superfície corporal ou proporção de tegumento atingido
SSJ mais ou menos 10 %, formas transicionais entre 10 a 30% e NET mais de 30 %
(Criado, 2004).
Quanto à causa da doença
SSJ 1/3 dos casos produzidos por medicação, só 15% devido à infecção e 25 a 50%
idiopática.
NET 80 % casos produzidos por medicação e menos de 5% não provocados por medicação.
Quanto ao local de acometimento e gravidade
SSJ com lesões mais comuns em face, pescoço e colo e às vezes acometendo mucosas, sem
pródromos e na maioria das vezes benigna (Petri, 2007).
NET leva a lesões disseminadas comprometendo mucosas conjuntivais (39 a 61%),
orodigestivas e de trato respiratório com febre, hipotensão postural, taquicardia e alteração
do nível de consciência, podendo levar ao coma e às complicações como úlceras de córnea,
uveítes, balanites, vulvovaginites, estenoses, além de ulcerações de pele com re-infecções e
cicatrizes.
Quanto à histopatologia
SSJ há necrose da epiderme e raros infiltrados inflamatórios na derme.
NET com menor infiltrado inflamatório dérmico e maior destruição epidérmica através de
necrose dos queratinócitos e clivagem subepidérmica.
Nos dois quadros os padrões imunohistoquímicos das lesões iniciais sugerem uma reação
citotóxica mediada por células contra as células epidérmicas levando a apoptose.
Quanto à etiologia
Fármacos e neoplasias estão mais relacionados aos adultos.
Infecções, principalmente do trato respiratório superior, estão mais relacionadas às crianças,
assim como as enteroviroses.
Os fatores de risco nas duas doenças que funcionam como critérios de gravidade são os
maiores de 40 anos, a associação com neoplasias, a freqüência cardíaca maior que 120 batimentos
por minuto, o comprometimento epidérmico maior que 10%, a uréia maior que 28, a glicemia maior
que 252 e o bicarbonato maior que 20 (Bulisani, 2006).
Têm como diagnóstico diferencial as doenças com descamação e eritema na pele como
psoríase, doença enxerto versus hospedeiro, vasculite, dermatite do linfoma, exantema viral, sífilis
secundária, gengivoestomatite herpética e síndrome da pele escaldada estafilocócica.
É essencial no tratamento a retirada da medicação suspeita de produzir a doença e
encaminhar o paciente a uma unidade de terapia intensiva ou centro para grandes queimados, onde
deverá receber suporte hidro-eletrolítico e nutricional endovenosos, na medida do possível tentando
a nutrição oral precoce para diminuir o risco de úlcera de estresse e translocação bacteriana,
manutenção de vias aéreas pérveas e da temperatura corporal, cuidados de manipulação estéril,
acesso venoso longe das áreas comprometidas, anticoagulação contra risco de trombose venosa
profunda e tromboembolismo pulmonar, proteção contra sangramentos gastrointestinais,
debridamento de tecidos necrosados, diminuição da dor e ansiedade, curativos diários seguindo
orientação de especialistas como dermatologista e oftalmologista, enxertia pela cirurgia plástica
quando necessário e possível.
O edema subcutâneo é maior nos queimados, provavelmente pela lesão mais intensa nos
vasos sanguíneos, por isso devem recebem mais fluidos que os pacientes com NET ou SSJ, mas
esses têm progressão das lesões por vários dias após a admissão hospitalar, diferente das
queimaduras que progridem por um período muito curto e não espalham depois disso. A necrose
cutânea geralmente é maior nas queimaduras, por isso sua regeneração epidérmica é mais lenta que
na NET e SSJ que necessita cerca de uma a três semanas para a reepitalização da pele e um período
maior para as mucosas (Cabral, 2004).
A antibioticoterapia profilática não está indicada, sendo ideal o tratamento específico das
lesões infectadas após cultura e antibiograma da pele, mucosa, escara, urina e hemocultura, já
sabendo que os Staphylococcus aureus representam a principal bactéria nos primeiros dias e os
gram negativos mais tardiamente, como as Pseudomonas aeruginosas e posteriormente nos
pacientes tratados com antibióticos de largo espectro ou corticosteróides, pode haver a invasão
fúngica como a da Candida albicans. Deve-se lembrar da profilaxia antitetânica, uma vez que as
lesões cutâneas podem ser consideradas portas de entrada.
Ainda é controverso o uso de corticoterapia, alguns estudos mostram que os corticóides não
encurtam o tempo da doença e podem aumentar o risco de complicações como infecções, mas há
outros que indicam os esteróides em pulso (doses altas por curto tempo) para alguns pacientes na
fase precoce da doença com o intuito de interromper o curso da mesma (Ghislain, 2002).
Também não há comprovação de sucesso com relação ao uso de imunoglobulinas,
ciclofosfamida, ciclosporina, pentoxifilina e talidomida endovenosas. Dessas as imunoglobulinas
são as mais usadas, porém ainda sem resultados suficientes para aplicação rotineira no tratamento
de NET e SSJ, assim como a plasmaférese não alterou o tempo de hospitalização e não diminuiu a
mortalidade em pacientes estudados (Ghislain, 2002). Há várias abordagens terapêuticas em estudo
com o fim de reduzir a morbidade e a mortalidade dessas doenças, entre elas, o uso de altas doses de
N-acetilcisteína, imunossupressão, plasmaférese, oxigênio hiperbárico... (Cabral, 2004). Em suma,
ainda há um campo vasto para estudos relacionados ao tratamento dessas patologias, principalmente
em crianças, no intuito de diminuir sua morbi-mortalidade.
As lesões geralmente não deixam cicatrizes, mas pode haver complicações de mucosas como
sangramentos e estreitamentos. Há relato de que na NET, 40% dos sobreviventes desenvolvem
seqüela ocular severa (Wolkenstein e Revuz, 1999). A sepse é responsável por mais de 50% dos
casos fatais, pois a perda da barreira cutânea facilita a invasão microbiana e tem a coagulação
intravascular disseminada como a sua principal complicação.
Deve-se sempre evitar exposição futura à medicação envolvida na causa da doença.
Enfim SSJ e NET são emergências dermatológicas e seu manuseio deve fazer parte da rotina
dos serviços de emergências e UTIS.
2.
SÍNDROME DA PELE ESCALDADA (SSSS)
A Síndrome da pele escaldada é uma doença pouco comum, primariamente de crianças de 5
anos a menos e se refere a várias dermatoses bolhosas induzidas por toxinas esfoliativas A e B da
bactéria Stafilococcus aureus, grupo II, fagotipo 71 e 55 (Petri, 2007), cujo mecanismo de ação
ainda permanece indefinido ( Pellenz, 2004). O processo pode resultar da quebra da barreira de
proteção da pele, facilitando a infecção pelo Stafilococcus aureus. O sítio inicial de colonização da
bactéria pode ser as narinas, a nasofaringe, conjuntiva, trato urinário ou gastrointestinal, umbigo
(principalmente em neonatos) e/ou o sangue, além da pele. A infecção focal leva à produção de uma
toxina estafilocócica, a exfoliatina. Esta se liga à zona granulosa da epiderme, causando uma
clivagem superficial intra-epidérmica.
A doença tem o aspecto de pele escaldada, com eritema difuso e exfoliação de grandes fitas
epidérmicas superficiais, deixando extensas áreas desnudas. Anteriormente à descamação, a pele
encontra-se eritematosa e dolorosa à palpação. Na forma clássica é conhecida como Doença de
Ritter, generalizada com pródromos de mal estar geral, irritação, febre e eritema cutâneo que evolui
de 24 a 48 horas para bolhas flácidas por toda pele e na forma mais leve e localizada é conhecida
como impetigo bolhoso (Pellenz, 2004). As bolhas têm predileção por áreas de fricção como tronco
e extremidades e as erosões podem ocorrer em sítios extensos resultando em lesões abertas e
dolorosas que poder servir de portas de entrada para outros agentes invasores.
O diagnóstico é baseado no quadro clínico. O sinal de Nikolsky está presente e diferente da
SSJ e NET pode ocorrer também em pele sã. As membranas mucosas são poupadas na SSSS, sendo
esse o principal fator de distinção entre elas (Chlapek, 2008), uma vez que clinicamente são
indistinguíveis. Pode ser realizada a biópsia de pele para diferenciá-las, uma vez que na SSSS o
histopatológico aparece com clivagem alta da bolha, ao nível da camada granulosa intra-epidérmica
e na NET e SSJ a clivagem ocorre mais baixa, ao nível da camada subepidérmica.
Também pode ser realizada a cultura da lesão para detecção do agente etiológico da SSSS.
Incluem- se as doenças bolhosas como diagnóstico diferencial da doença.
A taxa de mortalidade em crianças é baixa e pode variar de 2 a 3 %, o que não se verifica em
adultos com comorbidades e doenças preexistentes, onde pode chegar a 60 % (Chlapek, 2008). Essa
doença tem sido observada em adultos com Insuficiência Renal Crônica ou outras
imunodeficiências, o que pode supor que ela ocorra devido à deficiência na depuração renal da
toxina bacteriana (Castro, 1989).
A Síndrome da pele escaldada pode curar espontaneamente em um espaço de tempo de 2 a 3
semanas (autolimitada), a depender da concentração e atuação da toxina no sangue e da reação do
hospedeiro(Castro, 1989). O prognóstico em crianças é excelente, mesmo sem terapia, porém em
adultos é muito comum a sepses estafilocócica, devendo ser instituída imediatamente a terapêutica
antibiótica endovenosa agressiva, para evitar que a doença tenha evolução fatal (Randall, 2010).
O tratamento precoce com antibióticos erradica a doença que é de origem infecciosa, assim
como evita a progressão da exfoliação. Em casos de erupções localizadas, podem ser usados
antibióticos orais, mas na forma generalizada, faz-se necessária internação em UTI para
monitorazação, reidratação através da infusão de fluidos e eletrólitos, controle da termorregulação,
adequado controle da dor e febre, cuidados tópicos das feridas, além da antibioticoterapia
endovenosa com drogas que cubram S. aureus penicilino-resistentes. Para adultos pode ser usada a
oxacilina 2 gramas EV e para crianças a mesma droga 100 a 200mg/kg/dia EV de 4 em 4 ou de 6
em 6 horas por 7 dias mais ou menos. Também pode ser usada vancomicina quando sem resposta às
terapias anteriores e em superinfecções ou em pacientes alérgicos à penicilina, pode ser necessário
usar um aminoglicosídeo (Chlapek, 2008). Deve- se evitar os esteróides e antiinflamatórios não
hormonais, por piorarem respectivamente a função imune e renal. Devido à clivagem da epiderme
ser superficial, as lesões evoluem com pouca ou nenhuma cicatriz.
É de imensa importância a utilização de estratégias de controle de infecção em Unidades de
Terapias Intensivas, principalmente nas Neonatais, em berçários e salas de partos, devido à
crescente incidência dessa síndrome, através do uso adequado de antissépticos, higiene correta e
constante das mãos, tratamento apropriado de atendentes infectados e erradicação de carreadores ou
portadores assintomáticos com antibióticos tópicos como mupirocina ou ácido fusídico (Pellenz,
2004).
As complicações mais comuns dessa síndrome são desidratação, choque, hipotermia,
infecções secundárias, sepses, invalidez e até a morte (Randall, 2010). Avanços em pesquisas com
anticorpos específicos contra as toxinas bacterianas prometem auxiliar no manejo terapêutico dessa
emergência dermatológica de origem infecciosa.
3. REAÇÕES ANAFILÁTICAS E ANGIOEDEMA
O choque anafilático representa um quadro agudo, grave e emergencial, quase sempre
acompanhado de hipotensão, sudorese, hipotermia, edema de glote e das vias respiratórias, o que
leva ao comprometimento da circulação e da ventilação do paciente, podendo também haver
urticária e angioedema associados.
São respostas imediatas dependentes de imunoglobulina E ( IgE ). Tais anticorpos
rapidamente associam-se aos receptores de alta afinidade em basófilos e mastócitos. Durante
reexposição, os antígenos induzem a degranulação dessas células liberando mediadores como a
histamina (Wolkenstein e Revuz, 1999) que produzem vasodilatação e aumento da permeabilidade
vascular, levando ao edema do tecido subcutâneo e das submucosas, o que dá a característica clínica
da doença com placas tensas, assimétricas papulo-eritemato-edematosas, não pruriginosas,
diferentemente da urticária que além de ser muito pruriginosa, não determina risco de vida ao
paciente. O angioedema hereditário geralmente não se apresenta com urticária, enquanto que o
adquirido apresenta-se com lesões de urticária na maioria das vezes (Castro, 1989).
Outro mecanismo é a ativação da cascata de complemento, resultando na formação de
anafilotoxinas por imunocomplexos, além de um mecanismo ainda indefinido independente de IgE
ou complemento através da estimulação direta de liberação de mediadores por soluções
hiperosmolares como manitol e radio contrastes (Wolkenstein e Revuz, 1999).
O angioedema pode acometer qualquer região do corpo, porém com preferência pelas
regiões periorbitária, perioral, língua, lábios, genitália, trato gastrointestinal, (dor abdominal,
disfagia, vômito, diarréia) e ocasionalmente pelo trato respiratório superior, (dispnéia), colocando
em perigo a vida do paciente (Petri, 2007).
De acordo com Criado em 1999 há vários fatores desencadeantes como:








alimentos (pescados, mariscos, nozes, milho, leite, ovos),
aditivos ( tartrazinas),
drogas ( aspirinas, penicilinas, antiinflamatórios não hormonais),
inalantes (polens),
fatores físicos ( frio, pressão, solar, exercícios ),
malignidades (leucemias, linfomas, mieloma múltiplo, neoplasia maligna hepática),
doenças endócrinas (diabetes mellitus, hiper ou hipotireoidismo),
contatos com plantas (dermatite venenata) ou cosméticos,
 infecções, doenças do colágeno, picadas de insetos, síndromes hereditárias,
contrastes radiográficos ou transfusões sanguíneas.
Pode-se classificar o angioedema de acordo com Loreni
Hereditário
Tipo 1: Deficiência do inibidor de C 1 esterase
Tipo 2: Anormalidade funcional do inibidor de C 1 esterase
Adquirida
Idiopática (mais comum)
IgE mediada (comumente associado à urticária)
• Drogas
• Alimentos
• Picada
• Infecção (viral – Epstein Barr Vírus; Hepatite A; helmíntica
Não mediada por IgE
• Inibidor da cicloxigenase
AAS, antiinflamatórios não esteróides
• Inibidor da enzima conversora da angiotensina
• Doenças sistêmicas
Lupus eritematoso sistêmico
Hipereosinofilia
Linfoma:
Anticorpos
anormais
ativam
complemento
Causas
Frio
Físicas
Colinérgica
Solar
Vibratória
Outras
Algumas reações por contato
Auto-anticorpos contra o inibidor de C 1 esterase
Doenças malignas
Doenças do tecido conectivo
Ativação descontrolada do sistema do complemento
o
sistema
do
A taxa de reações anafiláticas sérias é de 1 para 5000 exposições e menos de 10 % dessas
são fatais, sendo as drogas mais comuns envolvidas nessas reações no trabalho de Wolkenstein e
Revuz de 1999, as penicilinas, os contrastes radiográficos e os inibidores de angiotensina, sendo
essa última droga a que representou maior causa de hospitalização, com taxa de 2 a 10 para 10000
novas exposições. Dependendo da sensibilidade do paciente, da quantidade e do meio de
administração do antígeno, as reações podem ocorrer em minutos a horas, sendo a maioria após 1
hora de exposição.
Diversas condições devem ser consideradas no diagnóstico diferencial de anafilaxia: arritmia
cardíaca, infarto agudo do miocárdio, aspiração alimentar, doença convulsiva, reação à insulina,
embolia pulmonar, síndromes causadoras de flushing como, por exemplo, a presença de tumor
carcinóide ou reação entre álcool e clorpropamida), comportamento histérico, reações vasovagais e
reações alérgicas fictícias. As reações vasovagais são as mais freqüentemente confundidas com a
anafilaxia. Em geral aparecem em conseqüência de procedimentos como injeções e manifestam-se
com quadro clínico constituído de palidez facial, náusea, sudorese profusa e síncope, porém esses
sintomas melhoram sem tratamento em 20 a 30 minutos. A ausência de prurido na presença de um
pulso lento e pressão arterial normal distinguem a reação vasovagal da anafilaxia (Criado, 2004).
São sinais de anafilaxia com risco de vida a presença de estridor, edema da glote, dispnéia
intensa, sibilos, hipotensão, arritmia cardíaca, choque, convulsões e perda da consciência. Nos
pacientes em uso de betabloqueadores, a anafilaxia é freqüentemente grave e pode ser refratária ao
tratamento convencional (Criado, 2004).
Enfim, casos de angioedema e reações anafiláticas representam emergências dermatológicas
importantes para reconhecimento imediato e tratamento adequado e rápido, evitando assim a morte
dos pacientes envolvidos, além de um acompanhamento posterior com o intuito de afastar possíveis
antígenos desencadeantes.
O manejo terapêutico dessa emergência dermatológica deve ser conhecido por todos os
profissionais de saúde e está descrito pelo diagrama abaixo retirado do protocolo clínico de alergia
em emergência produzido por Criado e colaboradores em 2001:
URTICÁRIA E ANGIOEDEMA NA EMERGÊNCIA
História Clínica e Exame Clínico Inicial – Permebeabilidade Vias
Aéreas, Sibilância, Pressão Arterial, Perfusão Periférica
Alterados
Não Alterados
ANGIOEDEMA
TRATAMENTO
CASOS LEVES
- Anti-histaminicos não sedantes:
Fexofenadina: 180 mg, 60 mg/dia ( adulto)
Criança: 6 a 12 anos – 30 mg, 12/12 h
Desloratadina; comp. 5 mg e xarope - a
partir de 6 meses de idade, 1 x dia.
Loratadina: solução – 1mg/ml. Em crianças
de 2 a 12 anos , < 30 kg, 5mg/dia e >30kg,
10mg/dia. Adulto: 10mg/dia.
Cetirizina:gotas – 10mg/ml ( 2 a 6 anos),
0.25mg/kg/dia solução – 1mg/ml ( 2.5mg,
12/12h) comprimido -10 mg – adultos,
1xdia Levocetirizina 5 mg, em maiores de
12 anos, 1x dia
Usar 2 vezes ao dia ou de 12/12h
CASOS MODERADOS
Dexclorfeniramina-0.15 mg/kg/dia
(3 a 4 vezes ao dia ) em crianças
de 2 a 6 anos
Hidroxizine 25 – 50 mg,6/6h.
Crianças: 1-2mg/dia mg/kg/dia
CASOS SEVEROS
Prednisona/Prednisolona 40-80 mg
no adulto e criança 40mg x 3
vezes/dia + Prometazina ( > 2
anos, 0.5mg) ou Benadril - 50mg
de 6/6h
SIM
NÃO
Anti-histaminico
Corticosteroides EV
Observar em PS
Melhora
ALTA COM:
Anti-histaminico VO
Corticosteroídes VO
Acompanhamento
ambulatorial
EMERGÊNCIA
Epinefrina 1:1000
0.3 ml, SC ou IM, até 3 vezes
Benadril 50 mg, EV,ou Prometazina - 0.5mgkg, até 25mg
a 75mg/dia,no adulto, EV
Traqueostomia para edema de laringe
Anti-histaminico
Observação
Sem resposta
Piora
Internação
Especialista
Melhora
ALTA COM:
Anti-histamínico VO
Acompanhamento
ambulatorial
4. ERITRODERMIAS
É representada por um quadro clínico de eritema generalizado e descamação da pele, que é
característica morfológica de várias doenças cutâneas (Criado, 2004), por isso é uma síndrome grave de
difícil estabelecimento causal que pode surgir rapidamente e progredir de modo subagudo ou crônico,
com febre, calafrios, linfadenopatias, eritema e descamação generalizados com variável intensidade de
prurido, geralmente intenso (Petri, 2007).
Essa síndrome pode ser devida ao agravamento de doenças subjacentes como:
 Eczemas (atópico, seborréico, de contato),
 Psoríase (eritrodermia psoriática),
 Farmacodermia,
 Ictiose congênita,
 Linfoma cutâneo,
 Líquen plano,
 Pitiríase rubra pilar, entre outras,
 Em mais de 20 % são idiopáticas (González).
Segundo González os critérios de gravidade das eritrodermias são:
 Grau e extensão das lesões,
 Agravamento do estado geral,
 Idade,
 Patologia de base,
 Leucopenia e
 Complicações.
A eritrodermia psoriática pode apresentar-se como manifestação inicial da psoríase ou como
evolução gradual ou súbita da psoríase crônica para uma fase exfoliativa generalizada que é a fase
instável da psoríase e se relaciona com fatores infecciosos, hipocalcemia, corticóides tópicos e
sistêmicos que produzem febre, mal estar geral, prurido severo, eritema e descamação generalizados,
hipotermia, perda de proteínas e líquidos, podendo levar a desidratação e falência de múltiplos órgãos
(Castro, 1989).
As farmacodermias são freqüentes e de acordo com o trabalho de Silvares de 2008, os
antibióticos representam as drogas que mais desencadeiam reações cutâneas, seguidos de
antiinflamatórios, anticonvulsivantes e antipiréticos ou analgésicos e obteve 7 % de óbito por reação
cutânea a drogas, desses 1caso por eritrodermia complicada. O diagnóstico dessas reações a drogas é
difícil, uma vez que a maioria dos pacientes usa vários medicamentos concomitantemente, assim o teste
definitivo seria repetir o uso da droga com a finalidade de observar a recorrência do efeito colateral, o
que se torna demasiado perigoso, pois pode resultar em anafilaxia ou eritrodermia incontrolável e letal.
A ictiose lamelar (eritrodermia ictiosiforme congênita não bolhosa) é desordem grave e rara
presente ao nascimento que pode representar mais que uma anormalidade metabólica. É herdada como
característica recessiva e se apresenta com eritrodermia e descamação fina generalizada. O eritema tende
a diminuir tardiamente na vida e pode desaparecer na meia idade, porém a descamação persiste e pode
mesmo piorar com a idade. Baixa estatura, retardo mental, efeitos oculares e outras anormalidades de
desenvolvimento estão ocasionalmente associados.
Sua incidência de 1: 300.000 é devida a gene autossômico recessivo de expressividade variável e
que histologicamente mostra hiperqueratose de moderada a intensa, camada granulosa espessada,
estando o trânsito celular epidérmico reduzido a 4 dias.Clinicamente o recém-nascido apresenta eritema
generalizado e está envolto por revestimento de extrato córneo espesso que se assemelha ao colódio,
causando eversão das pálpebras e, às vezes dos lábios; as áreas flexoras são acometidas, ocorrendo
espessamento e descamação de palmas de mãos e plantas de pés. As escamas são grandes,
quadrangulares, de cor amarelada ou castanha, aderentes no centro e com bordas soltas que destacam-se
logo após o nascimento, deixando a pele eritematosa.
A eritrodermia por eczema atópico é a representação generalizada e piorada de uma doença
inflamatória crônica da pele, geneticamente determinada, marcada por aumento da habilidade em formar
imunoglobulina (IgE), com aumento da susceptibilidade a rinite alérgica e asma, e distribuição
hereditária para baixo limiar para prurido. É manifestada por liquenificação, escoriação pelo prurido
intenso, e crostas envolvendo principalmente a face, pescoço e superfícies articulares do cotovelo e
joelho, podendo complicar com infecção secundária. O quadro clínico varia muito dependendo da idade
do paciente, curso e duração da doença. O eczema atópico pode ser diferenciado de outros tipos de
dermatite devido a seu curso típico e estigmas associados.
As eritrodermias podem atingir toda a superfície cutânea, aumentando a perfusão cutânea que
provoca hipotermia, hipercatabolismo com perda protéica e hipermetabolismo compensatório.
Existe risco de complicações letais como alterações hidroeletrolíticas e septicemia, sendo
essencial a hospitalização do paciente para suporte clínico e investigação da causa do processo (Petri,
2007). Criado e colaboradores em estudo publicado em 2004 determinaram um quadro de complicações
das eritrodermias:
Complicações da Eritrodermia (dados dos autores)
Dermatite Esfoliativa



Perdas transepidérmicas 

Alterações termorregulatórias
Aumento da taxa metabólica
basal
Vasodilatação
Perda protéica e hidroeletrolítica
Tnfecções
Hipotermia / Febre
ICC alto débito
Hipoalbuminemia
Hipovolemia
Taquicardia
Edema
Hemodiluição
Síndrome do desconforto respiratório
do adulto
Quebra da barreira
epidérmica
Sepse
Óbito
Deve-se sempre pensar na hipótese de reação adversa a fármaco ou múltiplos medicamentos e
somente afastar essa suspeita com evidência consistente para outra etiologia.
No tratamento podem ser empregados anti-histamínicos, antibióticos, de amplo espectro,
corticóides sistêmicos, além do suporte hidrossalino, controle de temperatura, de diurése e do nível de
consciência, dieta hipercalórica e hiperprotéica, proteção gástrica, cuidados tópicos através de hidratação
intensa, evitar acessos centrais e sondagens. O acompanhamento ambulatorial deve ser constante para
esses pacientes (Petri, 2007 e González).
5. QUEIMADURAS
Queimaduras são emergências dermatológicas freqüentes em crianças e sua gravidade está
relacionada à extensão, à profundidade e ao local da lesão, sendo muito importante o primeiro
atendimento multidisciplinar ao queimado, evitando a hipovolemia pelo aumento da permeabilidade
vascular, influenciando na evolução das lesões e no comprometimento funcional e estético.
Dados da Organização Mundial de Saúde mostram uma mortalidade de 1,3 por 100 mil habitantes
na América do Norte e 5,5 na África, demonstrando que 95% dos casos de morte por queimaduras
ocorrem em países de média e baixa renda.
Entre os acidentes com crianças, as queimaduras representam o de maior morbidade com
tratamento dolorido e demorado, podendo deixar seqüelas permanentes. Segundo o Ministério da Saúde
no Brasil em 2008, 313 crianças de até 14 anos morreram e 15007 foram hospitalizadas vítimas de
queimaduras (Criança segura).
A primeira importante ação é afastar o paciente do agente agressor, no caso do fogo, as chamas
devem ser extintas com cobertor, água ou soro.
O primeiro cuidado com a lesão é neutralizar precocemente a fonte de calor ou agente causador,
para reduzir a progressão em profundidade e em extensão da queimadura e diminuir a dor, devendo-se
fazer a lavagem abundante do local afetado com água ou soro, tendo cuidado com a hipotermia e
evitando-se usar o gelo por agravar a lesão.
Nas queimaduras químicas por pó ou agente insolúvel em água, deve-se remover a roupa
contaminada e inicialmente deve-se limpar a pele com compressas secas para depois irrigá-la com
grandes quantidades de água ou soro. De modo geral, a neutralização química, ou seja, usar um ácido
para neutralizar uma base ou vice-versa, produz reação com calor e por isso deve ser evitada. Deve-se
sempre diluir o químico e nas queimaduras elétricas deve-se lembrar sempre de desligar a corrente
elétrica antes de observar o paciente e chamar pessoal especializado quando essa corrente elétrica for de
alta tensão pelo risco de existir uma progressão da eletricidade pela atmosfera, podendo atingir as
pessoas ao redor do paciente (Mini manual TAS).
Depois avalia-se a emergência seguindo protocolo ABCDE, com cuidado para imobilização da
coluna cervical e ao mesmo tempo inicia-se a hidratação com cristalóides, podendo ser calculada pela
Fórmula de Parkland ( peso x % superfície corporal queimada x 3 a 5 ml ) levando em consideração a
Regra dos Nove para avaliação da superfície queimada ( Lopes, 2001 ).
Publicada por Mini Manual de TAS
O protocolo ABCDE é um método universalmente consagrado para atendimento do traumatizado
em geral, através da avaliação constante e simultânea aos procedimentos de reanimação respiratória e
cardiocirculatória, onde as letras representam:
A- Airway with cervical-spine control (Proteção das vias aéreas contra obstrução e
imobilização cervical)
B- Breathing (Respiração ou Ventilação. Avaliação da expansibilidade pulmonar)
C- Circulation (Circulação. Avaliação e controle de perdas sanguíneas)
D- Disability or neurologic status (Deficiências neurológicas. Avaliação de lesões de
tecido nervoso através da Escala de Glasgow dada na tabela abaixo)
E- Exposure (undress) with temperature control (Exposição para avaliar outras lesões
com controle de temperatura para evitar hipotermia).
Publicada pela conversasobremedicina.blogspot.com
Essas avaliações devem ser frequentemente repetidas com intuito de identificar mudanças na
evolução do paciente, o que possibilita surpreender alguma piora (ATLS-ADVANCED TRAUMA LIFE
SUPPORT).
Além da hidratação endovenosa, são necessários: analgesia, vacinação anti-tetânica e curativos com
agentes tópicos, usando sempre material esterilizado a fim de evitar infecções secundárias, uma vez que
a pele lesionada perde sua função de barreira protetora contras os microorganismos. Posteriormente
debridamento de tecido necrosado, enxertia ou retalho podem também ser importantes na recuperação.
O tratamento sistêmico é imprescindível nas queimaduras com inalação de fumaça, por eletricidade e
por substâncias químicas. A inalação por gases quentes provoca edema das vias aéreas superiores
podendo evoluir para obstrução e consequentemente necessidade de realizar manobras de suporte básico
de vida. Tosse com eliminação de carvão e sangue, rouquidão e perda de consciência por má oxigenação
cerebral, representam sinais de gravidade, além de todos os cuidados anteriores, nesses casos deve-se
fornecer O2 inalatório a 15 litros por minuto na tentativa de reverter a intoxicação por gases.
O calor excessivo provoca lesão imediata com desnaturação de proteínas e dano celular,
apresentando conseqüências locais e sistêmicas em casos de lesões com acometimento de mais de 20%
da superfície corporal. Como alterações locais a lesão tende a aumentar devido a alterações
microvasculares, ativação de leucócitos e plaquetas com desenvolvimento de edema e como resposta
sistêmica por edema intersticial em órgãos distantes, secundário à liberação de mediadores e à
hipoproteinemia.
As queimaduras podem ser classificadas em:
Quanto à profundidade
Primeiro grau: atinge só a epiderme, com eritema, dor e calor localizados, sem bolhas e com
evolução em poucos dias para descamação, regredindo sem cicatriz e sem alterações sistêmicas.
Segundo grau: atinge toda epiderme e parcialmente a derme, com eritema, dor, edema, bolha,
erosão ou ulceração, com reepitelização a partir dos anexos cutâneos em 2 a 4 semanas, podendo deixar
discromias quando mais superficiais ou cicatrizes quando mais profundas.
Terceiro grau: destrói todas as camadas da pele até tecido subcutâneo, podendo comprometer
tendões, ligamentos, músculos e ossos. Causa lesão indolor, dura, seca, inelástica e leva a necessidade de
enxertia, podendo cicatrizar com retração de bordas.
Quanto à gravidade
As queimaduras das vias aéreas são sempre mais perigosas pois podem significar destruição do
aparelho respiratório ou parte dele, por isso requerem maiores cuidados as queimaduras de face,
principalmente ao redor de boca e nariz. O quadro clínico pode iniciar com tosse expelindo partículas de
carvão e sangue com evolução para dispnéia devido ao edema de laringe.
Assim com as queimaduras de face, as de mãos e pés ou ao nível de articulações também são
graves uma vez que podem resultar em seqüelas com perdas dos movimentos nas regiões afetadas. Se
houver fraturas, a situação ainda é de pior prognóstico.
As queimaduras em genitálias são importantes e geralmente graves, requerendo maior atenção
por dificultarem a micção pelo edema localizado, além da possibilidade de infecções.
A idade do paciente também influi na gravidade da queimadura. Quanto mais jovem a criança,
maior deve ser a atenção dispensada, assim como aos idosos.
Quanto à extensão
Pode-se usar a Regra dos Nove ou Método de Wallace já vista acima ou tendo por base a
percentagem da superfície corporal afetada podem ser:
Leves ou pequeno queimado- queimaduras de primeiro e segundo graus com até 10 % da área
corporal atingida
Médias ou médio queimado- queimaduras de primeiro e segundo graus com área corporal
atingida entre 10 e 25 %, ou de terceiro grau com até 10 % da área corporal atingida, ou ainda
queimadura de pé ou mão
Graves ou grande queimado- queimaduras de primeiro e segundo graus com área corporal
atingida maior do que 26 %, ou de terceiro grau com mais de 10 % da área corporal atingida, ou ainda
queimadura de períneo (Bombeiros/Emergência, 2007).
Por causa da gravidade e da morbi-mortalidade das queimaduras, mais importante do que sua
classificação e seu tratamento é reforçar a sua prevenção, principalmente ligada à redução dos acidentes
domésticos em crianças, o que pode reduzir significantemente todo sofrimento causado pelas
queimaduras. Seguindo as orientações do site criancasegura.org.br :
Como proteger a criança de uma queimadura
o Mantenha a criança longe da cozinha e do fogão, principalmente durante o preparo das
refeições;
o Cozinhe nas bocas de trás do fogão e sempre com os cabos das panelas virados para trás,
para evitar que as crianças entornem os conteúdos sobre elas. O uso de protetores de
fogão é um cuidado a mais para evitar que a criança tenha acesso às panelas;
o Evite carregar as crianças no colo enquanto mexe em panelas no fogão ou manipula
líquidos quentes. Até um simples cafezinho pode provocar graves queimaduras na pele de
um bebê;
o Quando estiver tomando ou segurando líquidos quentes, fique longe das crianças;
o Não utilize toalhas de mesa compridas ou jogos americanos. As mãozinhas curiosas
podem puxar estes tecidos, causando escaldadura ou queimadura de contato;
o Durante o banho do bebê: coloque primeiro a água fria e verifique a temperatura da
banheira com o cotovelo ou dorso da mão;
o Não deixe as crianças brincarem por perto quando você estiver passando roupa nem
largue o ferro elétrico ligado sem vigilância. Cuidado com os fios dos outros
eletrodomésticos. Se possível, mantenha-os no alto;
o Fogos de artifício devem ser manipulados por profissionais e NUNCA por crianças.
o Nas festas juninas não permita brincadeiras com balões ou de saltar fogueira.
Eletricidade
o Verifique sempre o estado das instalações elétricas. Fios desencapados podem ser muito
perigosos;
o Evite ligar vários aparelhos eletrônicos em uma mesma tomada;
o Substitua as fiações antigas e desencapadas. Os fios devem ficar isolados em locais
adequados como canaletas e conduítes;
o As tomadas devem estar protegidas por tampas apropriadas, esparadrapo, fita isolante ou
mesmo cobertas por móveis;
o Fios elétricos devem estar isolados e longe do alcance das crianças;
o Evite usar benjamins ou extensões. Muitos aparelhos ligados na mesma tomada podem
causar sobrecarga e curto circuito na fiação;
o Só permita que as crianças empinem pipas em campos abertos, com boa visibilidade, sem
a presença de fios e postes de eletricidade. Oriente-as quanto aos riscos do uso do cerol e
de retirar a pipa caso enrosque na rede;
o Oriente sobre os perigos de entrar nas áreas das estações de distribuição ou nas de torres
de transmissão;
o Cuidados com eletrodomésticos em mau estado de conservação como ventiladores e
geladeiras, que podem causar choque e curto-circuito. Se possível, faça revisões ou a
troca desses produtos e mantenha o hábito de usar chinelo de borracha;
o Antes de consertos e reformas, desligue a chave geral. Prefira os serviços de um
eletricista;
o Desligue o chuveiro antes de mudar a chave verão/inverno;
o Não coloque objetos metálicos (facas, garfos, etc.) dentro de equipamentos elétricos;
o Considere a instalação de um dispositivo de proteção residual (DR), no quadro de
distribuição de energia elétrica, que tem a função de cortar a vazão de corrente elétrica
que causa choques.
Inflamáveis
o Não deixe fósforos, isqueiros e outras fontes de energia ao alcance das crianças;
o Guarde todos os líquidos inflamáveis em locais altos e trancados, longe do alcance das
crianças;
o Muito cuidado com o álcool. Ele é responsável por um grande número de queimaduras
graves em crianças. Guarde o produto longe do alcance delas. Não deixe que ele faça
parte da brincadeira, principalmente quando já houver alguma fogueira ou chama por
perto. O mais seguro é substituir qualquer versão de álcool por outros produtos de
limpeza doméstica, como água e sabão;
o Nunca jogue álcool engarrafado sobre chamas ou brasas, nem utilize este produto para
cozinhar. O álcool poderá explodir, provocando queimaduras graves ou até fatais;
o Velas ou candeeiros acesos em móveis de madeira, perto de cortina, mosquiteiro ou
colchões podem causar incêndio em poucos minutos;
o Só acenda velas em recipientes fundos (como jarros de vidro) ou num prato fundo com
água;
o Apague velas e candeeiros quando sair de casa, mesmo que seja uma ida a casa da
vizinha;
o Deixe itens inflamáveis como roupas, móveis, jornais e revistas longe da lareira, do
aquecedor e do radiador;
o Tire todos os aquecedores portáteis do alcance das crianças;
o Cheque os perigos de incêndio. Procure por fios desencapados ou materiais inflamáveis
próximos à fonte de calor, como aquecedores de ambiente.
Escapando de um Incêndio
o Um pequeno incêndio pode tornar-se fatal em questão de minutos. Para ajudar a evitar
uma tragédia, inspecione minuciosamente sua casa e elimine os riscos em potencial.
o Prepare sua casa para uma emergência e ensine a sua família os perigos de um incêndio e
como escapar dele.
o Designe uma estratégia de saída de emergência e um ponto de encontro fora da casa, desta
forma todos os membros da família podem ser encontrados rapidamente;
o O ideal é instalar detectores de fumaça em todos os pavimentos de sua casa e em toda área
de dormir. Os equipamentos devem ser testados mensalmente para comprovar seu bom
funcionamento.
Ensine a criança
o Arrastar-se embaixo da fumaça durante o incêndio para evitar intoxicação. Muitas mortes
são causadas pela inalação de fumaça e gases tóxicos;
o Tocar nas portas antes de abri-las. Se a porta estiver quente, a criança deve usar uma saída
alternativa;
o Nunca voltar a um prédio em chamas. As crianças devem ser orientadas a não parar e nem
voltar por nenhuma razão, como um brinquedo, por exemplo, ou mesmo para ligar para o
número de emergência. A ligação para a emergência deve ser feita depois de deixar o
edifício ou a casa;
o "Pare, caia e role". Se pegar fogo nas roupas da criança pare, faça-a cair no chão e rolar de
um lado para o outro rapidamente para extinguir as chamas;
o Caso a casa tenha detectores de fumaça, as crianças devem conhecer o som do aparelho e
saber como agir ao soar o sinal.
FOTOS
Queimaduras
Queimadura de
primeiro grau ou
superficial
atingindo a
epiderme
Queimadura de
segundo grau ou de
espessura parcial
atingindo a derme
Queimadura de Segundo Grau
Queimadura de Segundo e Terceiros Graus
Queimadura de
terceiro grau ou de
espessura total
estendendo-se além
da derme
Queimadura de Segundo Grau
Queimadura de Segundo e Terceiros Graus
Fonte: http://www.defesacivil.pr.gov.br/arquivos/File/primeiros_socorros_2/cap_21_queimaduras.pdf
Eritrodermias por Ictiose Congênita
http://www.pediatriasaopaulo.usp.br/upload/pdf/164.pdf
http://zope.dermis.net/e04info/e05copyright/
Eritrodermia psoriásica
http://zope.dermis.net/e04info/e05copyright/
Eritrodermias por eczema atópico
http://zope.dermis.net/e04info/e05copyright/
Eritrodermias por eczema atópico
http://zope.dermis.net/e04info/e05copyright/
http://zope.dermis.net/e04info/e05copyright/
Síndrome de Lyell
http://zope.dermis.net/e04info/e05copyright/
Síndrome de Stevens-Johnson
http://zope.dermis.net/e04info/e05copyright/
Síndrome estafilocócica
http://zope.dermis.net/e04info/e05copyright/
Angioedema
http://www.lookfordiagnosis.com/images.php?term=Edema+Angioneur%C3%B3tico&l
ang=3&from3=0
CONCLUSÃO:
As enfermidades consideradas pela literatura como emergências dermatológicas
são:
 Síndrome de Stevens-Johnson (SSJ),
 Necrólise Epidérmica Tóxica (NET) ou Doença de Lyell,
 Síndrome da Pele Escaldada (SSSS) ou Doença de Ritter,
 Reações anafiláticas e Angioedema,
 Eritrodermias e
 Queimaduras.
Foram estudadas dando ênfase em diagnóstico e tratamento, além da prevenção,
com o intuito de tentar contribuir, através da divulgação de informações, para um
melhor prognóstico e evitando assim as seqüelas dessas graves emergências em nossas
crianças.
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SUMARRY:
 Pediatric dermatological emergencies in children are pathologies that
require immediate attention of health professionals and represent
between 15% to 20% of cases of cutaneous-mucous (Petri, 2007).
This paper is a literature review that examines descriptive publications in
Virtual Health Library in the LILACS, MEDLINE and SCIELO from
1989 to 2010 on the subject: Emergency pediatric dermatology in order
to draw attention to the seriousness of the issue in an attempt to save
lives through accurate diagnosis, early and prompt treatment of these
diseases, since it is their high risk of mortality around 50-30% (Bulisani,
2006).
According to Ben Chlapek through their review article to conduct
emergency service book published in Current of Emergency Medicine in
2008, are among such emergencies:
 Stevens-Johnson syndrome (SJS),
 Toxic Epidermal Necrolysis (TEN) or Lyell's disease,
 Scalded Skin Syndrome (SSSS) or Ritter's disease,
 Anaphylactic reactions and angioedema,
 Erythrodermas,
 Plus Burns.
KEYWORDS:
Dermatologic Emergencies
Skin
Children
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