UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO POLITÉCNICO Graduação em Engenharia Mecânica Disciplinas: Mecânica dos Materiais 2 – 6º Período E Dinâmica e Projeto de Máquinas 2-10º Período Professor: Dr. Damiano da Silva Militão. Tema de aula 8: Fadiga OBJETIVO: Apresentar os principais modelos de falha devido a carregamentos dinâmicos cíclicos. (Fadiga) Estimar as tensões resistidas em peças sujeitas à Fadiga. SEQUÊNCIA DE ABORDAGENS: 8.1-Estágios e modelos de fadiga 8.2- Resistência à fadiga; para um certo nº de ciclos N (SN) e o limite para uma vida infinita (Sf) 8.3-Fadiga sob tensão repetida ou flutuante 8.4-Fadiga sob tensão combinada 8.5-Fadiga de contato superficial 8.6-Previsão de fadiga por variação randômica de cargas. 8.1-Estágios e modelos de Fadiga Mecanismo inicia com trinca invisível que progride até a ruptura brusca após N ciclos de carga, com def. plástica e sob tensão as vezes abaixo de Srup . Utilizaremos σ ou S p/ tensão neste capítulo. Quinas, roscas, rasgos, corrosão, entalhes ou furos acumulam tensão e propagam as fissuras. Estágios de fadiga; 1º Início de trinca: 3ºFratura: Em dúcteis; vazios sob tração causam regiões de concentração de tensão (entalhes), com os ciclos escoa em bandas e deslizamento. Em frágeis; ñ há escoamento, pode passar direto à propagação da trinca. 2º Propagação: Se ‘a’ aumenta até que Trinca cresce (aumenta ‘a’). atinja Kc (Tenacidade à fratura onde FSFM=Kc/K) ocorre fratura por fadiga (com marcas de praia). (amplitudes altas ou corrosão aumentam a taxa de crescimento por ciclo) <-Eixo com chaveta sob flexão rotativa. Eixo de manivela de motor sob torção e flexão-> Vejamos alguns padrões de falha: (Quando é σnom que aumenta, geralmente falha é estática). Regimes de fadiga: FBC: “Fadiga de baixo ciclo” (falha com N<103 com def. plásticas). FAC: “Fadiga de alto ciclo” (falha com N>103 ou pode ter vida infinita com def. elásticas apenas) . Modelos de fadiga; 1º Tensão - nº de ciclos(S-N); • Mais usado p/ FAC; • Baseado na amplitude de tensão conhecida, visa obter a resistência à fadiga; para um certo nº de ciclos N (SN) e o limite para uma vida infinita (Sf) . • A teoria propõe manter tensão baixa em entalhes p/ ñ iniciar escoamento em trincas. 2º Deformação – nº de ciclos; • Mais usado p/ FBC; • Baseado na deformação, prevê computacionalmente o início de trinca (estágio 1) em projetos de vida finita (sob tensões altas que causem escoamento); 3º Abordagem Mecânica da Fratura Linear Elástica (MFLE); • Usado em FBC; • Baseia-se em predizer a vida finita restante para a propagação de trinca pré-existentes (estágio 2) (sob tensões cíclicas elevadas) • Utiliza (estima ‘a’ e ‘β’ iniciais para iterações computacionais). • Usado em ensaios ñ destrutivos (END) aeronáuticos. Trabalharemos o 1º modelo; 8.2- Resistência à fadiga; para um certo nº de ciclos N (SN) e limite para uma vida infinita (Sf) Usando o 1º modelo (S-N), submetemos corpos de prova à ensaios de fadiga por tração, flexão ou torção (alternadas) ; Exs: - Máquina flexo-rotativa de Moore; - Máquina de fadiga por tração-compressão; http://www.youtube.com/watch?v=XKJtS27DMtY&feature=fvwrel Analisemos o diagramas (S-N), para corpos de prova sob flexão; Log SN (lim. de Fadiga por nº de ciclos do CP) Ex: P/ Aço na região FAC, “sob flexão, a literatura recomenda aprox. de 0.9 e aprox 0.504 p/ aços de Srup até 1400MPa, (estimado experimentalmente)“ Obs:1-P/ demais materiais ver Norton pg316 onde; - Srup é o lim. de ruptura sob tração. Sf ’ = -Sf’ é lim. de fadiga para vida infinita do CP. Log N A eq. da reta (p/ pts entre 0.9Srup e 0.5 Srup) è; onde e ( Teo. da fadiga cumulativa de Fatores modificativos: Kb; Fator de tamanho da peça; Minner). ; Sf ; Lim. de resist. à fadiga vida infinita da peça; Sf' ; “ do corpo de prova; (torção ou flexão) Ka ; Fator de acabamento superficial; (a e b em tabela ou gráfico) ex: Kb=1 (tração, ou d<2.79) (p/ d>254mm usar 0.6 à 0.7) (p/ seções ñ circulares usar (A95 =área da peça à 95% da carga máxima(Norton pg319)) Ex: retângular; Kc =fator do tipo de carga; Kd =fator de temperatura; Tabelados. Ex: aços rup Kd=1 Kd=1-0.0058(T-450) Kd=1-0.0032(T-840) Ke = Fatores diversos, como concentração de tensões , ambiental, corrosão, tensão residual... Considerando apenas concentração de tensões-> (q=sensibilidade ao entalhe); (Kt=fator de concentração de tensão), obtido experimentalmente fazendo Kt=σmax/σnom, ou pelas tabelas; Exs: (Kf=fator efetivo); (r=raio do entalhe) ( 𝑎=cte Neuber)ex: rup rup Exemplo: Uma barra de aço está sob flexão pura alternada, a)construa o diagrama S-N da peça e defina suas equações. B) Quantos ciclos de vida podem ser esperados para falhar numa tensão alternada de 100MPa? Dados: Ke=0.753 (fator diverso de confiabilidade), Srup=600MPa, seção quadrada de 150mm lado, laminada à quente. Tmáxde operação=500ºC. (em 106 ciclos) Sol: a) A região FAC de (S-N) varia linear entre e 0.9Srup =540MPa (em 103 ciclos); Para aço: Sf ’=0.5Srup = 0.5(600)=300MPa. (tabela acab. superficial) =121.2mm (fator tamanho “retângulo”) Kb=0.859-0.000837.121.2≅0.747. Kd (tabela fator temp.) Kc=1 (carga flexão) Ke=0.753 (dado) Logo: Sf=0.584(0.747)(1)(0.7)(0.753)(300)=70MPa Esboçamos o gráfico (S-N)(região FAC e FBC): As equações serão: ou Onde: Portanto escrevemos a equação: b) Substituindo a tensão alternada 100MPa na eq. obtemos N para a falha: 8.3-Fadiga sob tensão repetida ou flutuante Considerando tensões flutuantes ou repetidas além das tensões alternadas temos tb tensões médias; Razão de amplitude: A=σa/σm, Diagramas; Goodman (mais usado na engenharia) pressupõe que atuando apenas σm, falha na Srup, e atuando apenas σa falha na resistência à fadiga Sf , e une estes pts pela eq. de reta abaixo, (onde n=F.S); Gerber (idem, aproximando pela parábola abaixo); Soderberg mais conservadora usa tensão de escoamto (Sy (ou E)) na abcissa e tb aproxima por reta; Para quais destas o pt A éstá seguro? Rescrevendo incorporando o F.S teríamos; Exemplo: A peça de aço é submetida a uma carga fletora F. A mola flutua entre 9,3 kN a 10,67kN. Possui ruptura Srup=1400Mpa e escoamento Se=950 Mpa. Considerando acabamento de forjamento para a peça, calcule o fator de segurança (n); a) contra a fadiga e b)contra o escoamento. Sol: a) Vamos obter n através de Goodman: No DCL temos: , logo M no centro será: Como F flutua: A tensão normal de flexão será: Portanto temos: assim estimamos as tensões alternada e média; Resta obter o limite de fadiga Sf da peça; Para aços (fatores diversos; concentração de tensão) rup (q=sensibilidade ao entalhe); (Kf=fator efetivo); (Kt=fator de concentração de tensão)obtido no gráfico: Logo e (r=raio do entalhe) ( 𝑎=cte Neuber tabela)onde; Srup=1400Mpa(/6.89)=203ksi,-> logo ( 𝑎=0.018) e r=5mm(/25.4)=0.196in q=1/(1+(0.018/ 0.196))≅ 𝟎. 𝟗𝟓 Finalmente: rup é o limite de fadiga da peça buscado, Voltando em Goodmam ; (F.S) b)Pelo escoamento basta fazer: rup 8.4-Fadiga sob tensão combinada Somamos p/ obter tensão única, (alternada σa ou média σm) nas direções 1 e 2 principais (ou 3D); Ex: ou ou m 2 ou ou m 2 ou ou m 2 ou ou m 2 E escrevemos as tensões equivalentes de Von Mises σ’ ; ou nos eixos x-y: Posteriormente aplicamos Goodman. . 8.5-Fadiga de contato superficial Se deve à contato direto entre superfícies. Ex:dentes de engrenagens, rolamento,etc... Fazemos onde: Ex: Def: Ssf lim. de resist. à fadiga superficial da peça. Ssf ’ lim. de resist. à fadiga superficial do CP. (tabelados) Ex: Ssf ’=0,4HB-10 kpsi (para aço de 108 ciclos de vida útil) p/ 104<N<108. (Ex: CH=1 para superfícies de durezas iguais). (Ex: CT=1 para lubrificantes a menos de 120º) tema considerado. . Depende do sisEx: P/ engrenagens; Obtida Ssf , relacionamos com a tensão aplicada na peça e o coef. de segurança. 8.6-Previsão de fadiga por variação randômica de cargas. -> ni é a qtdd de ciclos sofridos ao nível de tensão que falharia com Ni ciclos no diagrama (S-N). Equacionando prevemos os n ciclos admissíveis ao nível N no digrama (S-N). Fim. – Bibliografia: – Robert L. Norton – Projeto de máquinas, uma abordagem integrada. – Smith Neto - Fundamentos para o projeto de máquinas. MUITO OBRIGADO PELA ATENÇÃO!