José Henrique Andrade Vila O paciente não é hipertenso, ele só faz picos!!! Quais os níveis tensionais que indicam hipertensão arterial? Tensão parietal = pressão x (raio x 2) da artéria espessura O que é hipertensão arterial? Lembrar que: Variaveis que não podem ser esquecidas. Idade Sexo Peso Hora do dia Síndrome do avental branco Etc. A maior burrice que a medicina cometeu nos últimos 50 anos foi tolerar níveis maiores de PA sistólica em idosos, com a justificativa de que esta elevação seria fisiológica. Raio X de tórax de mulher com 74 anos e hipertensão sistólica não tratada a pelo menos quatro anos. Dispnéia aos menores esforços, eco com função sistólica normal e acentuada disfunção diastólica. 58 anos, masc. branco, descompensação cardíaca progressiva há 6 meses. Paciente internado em UTI com drogas vasoativas PA 90X60. 26-11-1992 26-04-2001 Evolução com excelente resposta a medicação: Captopril 200mg dia, apresolina 200mg dia e mononitrato 40mg dia e furosemida 20mg dia com espironolactona 25mg dia. Raio –X de admissão 08-11-07 13-11-07 A importância do MAPA Extremamente útil em casos de hipertensão do avental branco e na definição mais acurada dos níveis tensionais nas 24 horas. Tome cuidado com as interpretações por “especialista”, em particular , com relatórios que consideram carga pressórica normal até 50% das medidas acima de 130 de sistólica. O exame deve ser interpretado pelo clinico do paciente que vai avaliar o efeito terapêutico, o descenso noturno e outras influencias nos níveis tensionais. Acidente vascular encefálico e Hipertensão arterial AVE isquêmico AVE hemorrágico AVE tromboembólico – FA e Aortopatia. AVE por dissecção da aorta e vasos da base. AVE por aneurisma ventricular isquemico. Hipertensão arterial e função cardíaca. Hipertrofia miocárdica compensada. Hipertrofia miocárdica descompensada Disfunção diastólica. Disfunção sistólica (precoce e tardia). Doença arterial coronariana. Fibrilação atrial. Arritmia ventricular Dissecção aguda da aorta Morte súbita. Hipertensão arterial como determinante de morte súbita. Arritmia grave Pela doença coronariana. Pela hipertrofia miocárdica. Pelo risco de dissecção de aorta e ruptura para o saco pericárdico e tamponamento fatal. Por acidente isquêmico ou hemorrágico de tronco cerebral com morte súbita. Por ruptura de aneurisma de aorta. Pelo edema pulmonar agudo. Hipertensão arterial. classificação Com etiologia definida. Sem etiologia definida. Hipertensão limítrofe. Leve – Moderada – Grave Maligna Com agressão de órgãos alvo Sem agressão de órgãos alvo Agressão de órgãos alvo. Coração. Rins, principalmente quando se acompanha de diabetes mellitus. Grandes vasos. Pequenos vasos (retina e rins). Encefalo. Quando presente etiologia definida e curável esta deve ser rapidamente buscada porque: Evita-se complicações. Com freqüência a hipertensão após vários anos pode tornar-se permanente mesmo corrigindo a causa inicial (feocromocitona, coarctação da aorta). O avanço cirúrgico permite maior segurança mesmo em procedimentos complexos em crianças. Tratamento da hipertensão arterial. Nas formas com etiologia definida buscar rápida correção com medicação complementar se necessário. Nas formas sem etiologia definida abordar: Ingestão de sal. Sedentarismo. Obesidade Estresse Diabetes mellitus Alcoolismo Fumo Dislipidemias Terapia medicamentosa Raramente conseguimos efetivo controle com mono terapia. Duas ou três drogas são freqüentemente necessarias. Drogas “combinadas” só devem ser empregadas quando as dosagens forem inteligentes e atualizadas. Cuidado com os modismos laboratoriais, baseados muitas vezes em trabalhos “montados” para um resultado que interessa ao financiador. Cuidado com drogas de curta vida média e formulação “retard” Hipertensão arterial tratamento. Diuréticos Diuréticos, como há 30 anos atrás, em doses baixas, continuam alternativa muito útil em particular em mulheres, idosos e negros. As doses de HCTZ e clortalidona não deve exceder 12,5mg e ser acompanhados de espironolactona 25mg em casos de hipocalemia ou disfunção miocárdica. Quase nunca utilizamos diuréticos de alça, somente em presença de ICC. Quando a disfunção diastólica é predominante, tome extremo cuidado com a administração de diurético, pela potencial piora da função renal. Hipertensão arterial tratamento. Antagonistas de cálcio. Muito uteis, principalmente em mulheres, negros e idosos. Preferimos drogas de longa duração (amlodipina) às de mais curta duração e evitamos preparações “retard”. Estas drogas também são úteis em casos de ICO crônica. O edema de membros inferiores, produzido por estas drogas não se constitui em ICC, porem se deve a diferença entre vasodilatação arterial mais intensa e venosa na periferia. Nunca utilizamos qualquer antagonista de cálcio em presença de disfunção ventricular sistólica. Hipertensão arterial tratamento. IECA e BRA Muito eficazes e bem tolerados, particularmente em presença de ICC, diabetes Mellitus, dislipidemia e síndromes plurimetabolicas. Combinam-se muito bem com os nitratos, em presença de ICC e ICO. Os BRA, tem a vantagem de menores efeitos colaterais, particularmente irritação da garganta e tosse. Em insuficiência renal o seu uso não é proibido, porem deve ser mais cuidadosos e não utilizamos em creatininas superiores 2,5mg%. Nunca associamos IECA eBRA, pelo risco de hipercalemia. Hipertensão arterial tratamento. Vasodilatadores Temos grande experiência com Apresolina que é medicação barata e muito segura em doses de até 200mg ao dia. Juntamente com nitratos pode ser também de valioso auxilio na terapêutica da ICC decorrente de hipertensão arterial, com IECA e betabloqueadores. Em casos de insuficiência renal, são drogas muito uteis combinada com antagonistas de cálcio. Não temos experiência pessoal com minoxidil e o prazosin não tem utilidade prática. Hipertensão arterial tratamento. Betabloqueadores Drogas muito uteis, porem alguns estudos recentes com atenolol, mostraram menor redução do AVE. Estes estudos em geral envolvem monoterapia, que é muito rara no mundo real. Tem grande utilidade pratica, principalmente em casos de pacientes também coronariopatas, em particular com IAM prévio. Em presença de disfunção ventricular são drogas obrigatórias e preferimos o carvedilol ou o bisoprolol, com IECA e vasodilatadores. Pacientes jovens e estressados também costumam apresentar resultado muito satisfatórios, as vezes até em monoterapia. Alfa-agonistas centrais Somente utilizamos a metildopa, muito raramente nos dias de hoje. Nunca utilizamos a clonidina pelo risco de “rebound” hipertensivo. A metildopa tem como vantagem inibir a hipertrofia miocárdica e preservar o fluxo plasmático renal. Tem sido, entretanto, abandonada pelos múltiplos efeitos colaterais. Hipertensão arterial terapêutica. Recomendações finais. Procure habituar-se com pequeno numero de sais de cada grupo medicamentoso, escolhendo-os criteriosamente. Nem sempre o ultimo lançamento cumpre todas as promessas. Procure conhecer a dose máxima e mínima, os efeitos colaterais, a excreção renal ou hepática de todos os medicamentos que utiliza. O bom médico deve conhecer o remédio que utiliza como o bom soldado conhece o seu fuzil