o que aprendi de geografia na escola?

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O QUE APRENDI DE GEOGRAFIA NA ESCOLA?
O CONHECIMENTO GEOGRÁFICO DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DAS
ESCOLAS DE IRATI – PR.
Wanda Terezinha Pacheco dos Santos (UNICENTRO – CAMPUS
UNIVERSITÁRIO DE IRATI)
e-mail: [email protected]
RESUMO
As respostas para a questão: de todo conhecimento de Geografia que você teve
durante sua vida escolar, o que pode dizer que realmente aprendeu confirmam a
visão de uma Geografia apenas memorística e voltada aos aspectos físicos, como
por exemplo, rochas, formação da terra, relevos, climas, localização, países,
cidades, entre outras. Algumas questões permanecem: O que é necessário para que
o professor mude a sua postura em sala de aula, diante do ensinar e aprender
geografia? Até que ponto a Universidade – em especial os cursos de licenciatura –
está desempenhando seu papel na formação dos futuros professores, no nosso
caso, de Geografia?
Palavras-chaves: ensino de geografia, prática pedagógica, ensino médio.
INTRODUÇÃO
A partir de pesquisa realizada em 2003 em escolas do ensino fundamental (5ª
à 8ª séries) de Guarapuava, Prudentópolis, Pinhão, Laranjeiras do Sul, Goioxim,
Virmond e Reserva do Iguaçu sobre o conceito de Geografia que alunos e
professores têm e a importância de se estudar conteúdos geográficos e dos
resultados obtidos, buscamos conhecer a realidade do ensino da Geografia nas
escolas do ensino médio de Irati-Pr.
Para tanto nos propusemos a responder ao seguinte questionamento: Qual é
o conhecimento geográfico que os alunos do ensino médio das escolas no
Município de Irati-Pr, construíram ao longo de todo ensino fundamental e
médio?
Definimos dessa forma, os seguintes objetivos: Averiguar com professores e
alunos o conceito de Geografia que têm e a importância de se estudar conteúdos
geográficos no ensino médio; estabelecer relação entre a metodologia utilizada
pelos professores e a aprendizagem dos conteúdos de geografia pelos alunos e
discutir com professores em exercício – bem como em formação inicial – as
questões conceituais e metodológicas do processo ensino-aprendizagem de
Geografia.
MATERIAIS E MÉTODOS
Realizamos pesquisa qualitativa que segundo André (1986, p. 18) “se desenvolve
em uma situação natural, é rica em dados descritivos, tem um plano aberto e flexível
e focaliza a realidade de forma complexa e contextualizada”. Sendo assim, além das
observações nas salas de aulas, análise de documentos – planejamentos dos
professores, projeto pedagógico das escolas - realizamos entrevistas com alunos e
professores das escolas selecionadas1. Tudo isso registrado em diário de campo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados coletados através de análise documental (plano de ensino do
professor, livro didático utilizado), observações de aulas de Geografia, entrevistas
com professores e alunos da 1ª, 2ª e 3ª séries das escolas já mencionadas
anteriormente, permitiram-nos refletir sobre o ensino de Geografia que está sendo
desenvolvido. Nossa preocupação diz respeito ao conhecimento geográfico que os
alunos do ensino médio construíram ao longo de sua vida estudantil, ou seja, o que
eles realmente aprenderam de Geografia na escola, considerando que “os
conhecimentos geográficos têm como objetivo principal contribuir para o
entendimento do mundo atual, da apropriação dos lugares realizada pelos homens,
pois é através da organização do espaço que eles dão sentido aos arranjos
econômicos e aos valores sociais e culturais construídos historicamente.” (PCN’s
Ensino Médio, 2002, p. 311).
Entretanto, a partir das análises realizadas, a Geografia ensinada na maioria
das escolas, apresenta-se descritiva, enfatizando os estudos da geografia física.
Esse conhecimento apresenta-se vinculado a uma Geografia “tradicional” que
prioriza os aspectos físicos e que tem exclusivamente o papel de transmitir
informações sem contextualizá-las, questioná-las.
CONCLUSÕES
Consideramos ter alcançado os objetivos propostos, pois com a análise dos
dados coletados em diferentes escolas do ensino médio de Irati-Pr foi possível
refletirmos sobre o processo ensino-aprendizagem de Geografia que se desenvolve
nelas. Os alunos revelaram que entendem a Geografia como matéria descritiva,
voltada para os aspectos físicos. E tudo que se recordam de ter estudado diz
respeito às rochas, formação da terra, relevos, climas, localização, países, cidades,
etc. Por outro lado, os professores entrevistados a conceituam na relação
homem/natureza, enfatizando o ensino crítico. Fica uma questão: por que razão os
professores se posicionam desta forma? Com relação à metodologia o que
pudemos observar é que a grande maioria dos professores apresenta o conteúdo de
forma oral, utilizando-se do livro didático e do quadro de giz e, após isso, solicitam
aos alunos que respondam um questionário. No entanto, os alunos dizem que as
aulas poderiam ser diferentes, sugeriram mais trabalhos de campo, mais pesquisas
e atividades práticas, a utilização de recursos didáticos como mapas e vídeos e que
as aulas sejam mais dinâmicas, participativas. Já os professores entrevistados
dizem que quase não utilizam recursos didáticos porque eles não existem nas
escolas. Vale um outro questionamento: não existem mesmo recursos didáticos
nas escolas, como mapas, tv, vídeo ou os professores é que não se
programam para utilizá-los?
REFERÊNCIAIS
1
Colégio Estadual Antonio Xavier da Silveira, Colégio Estadual Trajano Grácia, Colégio Estadual João XXIII, Colégio Estadual
João de Mattos Pessoa, Colégio Estadual São Vicente de Paulo e Centro de Estudos de Educação Básica de Jovens e Adultos
– CEEBJA.
ALMEIDA, Rosângela Doin de. A propósito da questão teórico-metodológica sobre o
ensino da geografia. In: CORDEIRO, Helena K. et al. Prática de ensino em
geografia. São Paulo: Marco Zero, 1991, p.83-90.
BRASIL. Ministério da Educação, Secretaria da Educação Média e Tecnológica.
Parâmetros Curriculares Nacionais. Ensino Médio: Brasília: MEC, SEMETEC,
2002.
CAVALCANTI, Lana de Souza. A formação didático-pedagógica do professor e o e
ensino de geografia. Inter-Ação. Revista da Faculdade de Educação da UFG. n.
16, 1992, p.35-46.
MOYSÉS, Lúcia. O desafio de saber ensinar. Campinas, SP: Papirus, 1995.
PONTUSCHKA, Nídia Nacib. O perfil do professor e o ensino-aprendizagem da
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RESENDE, Márcia Syper. Geografia do aluno trabalhador – caminhos para uma
prática de ensino. São Paulo: Loyola, 1989.
SANTOS, Wanda Terezinha Pacheco dos. Licenciaturas: diferentes olhares na
construção de trajetos de formação. Campinas, São Paulo, 2003. Tese de
doutorado.
WENDRECHOSKI, Luis Antonio. Da geografia que se ensina à geografia que se
aprende: um estudo de caso com alunos da 3ª série do ensino médio de Irati-Pr.
Universidade Estadual do Centro-Oeste. Monografia de Conclusão de Curso, 2006.
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