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Ciências da Natureza e suas
Tecnologias – Física
TELESCÓPIO
TELESCÓPIO
O grande impulso para a Astronomia veio com a invenção do telescópio. Antes dele a
ciência se limitava a observações feitas a olho nu e, consequentemente, muito
restritas.
No princípio do século XVII, uma associação de duas lentes, feita por um fabricante de
óculos na Holanda, possibilitou que a observação de objetos distantes ficasse
facilitada.
Todos os telescópios são constituídos de duas partes essenciais: a objetiva, que pode
ser uma lente ou apenas um espelho curvo, e a ocular, geralmente composta por um
conjunto de lentes. Ao atingirem a objetiva, os raios luminosos provenientes do objeto
em observação são desviados de modo a se concentrarem num ponto (o foco da
objetiva) no interior do telescópio. Nesse ponto forma-se a imagem do objeto, que
pode então ser vista através da ocular; esta funciona como uma lente de aumento,
dando a ampliação característica do telescópio. O aumento de um telescópio, ou seja,
seu poder de ampliação, é a razão entre o tamanho da imagem ampliada e o tamanho
aparente do objeto. Essa razão é equivalente à relação entre a distância focal
(distância entre uma lente e seu foco) da objetiva e a da ocular. Assim, um
instrumento pode fornecer aumentos diferentes, bastando para isso que se troque a
ocular.
Existem atualmente telescópios de refração e de reflexão, classificação essa que é feita
conforme o tipo de objetiva com que estão equipados.
Os grandes telescópios dos observatórios astronômicos são, preferencialmente, do
tipo refletor. Espelhos parabólicos captam a luz de uma estrela distante e a fazem
convergir em direção ao ponto de observação. Os telescópios refletores, de fato, são
os melhores instrumentos para a observação de corpos celestes longínquos. Mas na
observação de astros situados, por exemplo, no âmbito do sistema solar ou mesmo de
estrelas particularmente luminosas, os telescópios refletores perdem para os
refratores, feitos exclusivamente de lentes.
Telescópio refrator
Usado em uma primeira versão por Galileu, consiste basicamente em um tubo com
duas lentes convergentes: a objetiva e a ocular. A lente objetiva é uma lente de grande
diâmetro (abertura) com distância focal longa, que fornece uma imagem real e
invertida do objeto observado. A imagem formada será então aumentada por meio da
lente ocular e observada nesta.
Os telescópios refratores possuem alguns defeitos, como o fato de produzirem
aberrações cromáticas que prejudicam uma observação mais acurada e limpa.
Telescópio refletor
Newton inventou um tipo de telescópio onde a objetiva comum era substituída por
um espelho esférico (ou parabólico). Esse formato curvo, associado ao próprio fato de
ser um espelho, evitava as aberrações cromáticas e diminuía os problemas de
esfericidade.
Existem vários tipos de telescópios refletores, entre os quais, o Newtoniano e o
Cassegrain. No primeiro tipo, um pequeno espelho plano é montado a 45º e antes do
ponto de foco, com a ocular postada na lateral do tubo. No tipo Cassegrain, um
pequeno espelho também é montado para auxiliar, mas agora é um espelho convexo,
que reflete o ponto focal por um furo existente no espelho principal. A ocular, neste
caso, fica montada em paralelo com o espelho principal.
Nela, um dos eixos, sobre os quais o telescópio movimenta-se, é paralelo ao eixo de
rotação da Terra. Isso é feito para permitir o rastreamento de corpos celestes com
facilidade, sendo que muitas vezes se acoplam dispositivos eletromecânicos de
movimento para facilitar a localização e o acompanhamento automático do corpo
observado no céu.
Telescópio espacial Hubble
Os telescópios instalados na Terra contam com um sério inconveniente: a barreira
constituída pela atmosfera. Devido ao ar, diversos tipos de radiações provenientes dos
corpos celestes são impedidos de chegar aos observatórios. Além do mais, a cintilação
provocada pela movimentação das camadas de ar dificulta a observação, sobretudo
das estrelas.
No dia 26 de abril de 1990, foi posto em órbita pela nave Discovery o sofisticado
telescópio espacial Hubble . O telescópio com massa de 11 toneladas, mede 13,3 m de
comprimento. O corpo principal tem diâmetro de 4,26 m. Quando os painéis solares
estão dobrados, o conjunto atinge 12 m de largura. Seu sistema óptico compreende
um espelho primário côncavo de 2,4 m de diâmetro e um espelho secundário de 30
cm de diâmetro. Os raios luminosos provenientes dos astros, uma vez refletidos na
superfície do espelho primário, são dirigidos ao espelho secundário, que, por sua vez,
os envia para outros instrumentos que convertem a luz captada em informações
eletrônicas.
O Hubble já fez imagens, até então inéditas, de estrelas e galáxias extremamente
afastadas.
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