análise de tweed

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ANÁLISE CEFALOMÉTRICA DE
TWEED
Prof: José Márcio Lenzi
INTRODUÇÃO:
• A cefalometria é um meio importante para
auxiliar no diagnóstico, no plano de tratamento
das maloclusões, no prognóstico, na avaliação
do tratamento ortodôntico em execução.
INTRODUÇÃO
• As análises cefalométricas avaliam linear ou
angularmente a posição relativa de dentes,
ossos da face e do crânio, fornecendo um
“mapa” do indivíduo.
• Charles Tweed e Cecil Steiner estudaram
métodos cefalométricos para a definição do
que seria o posicionamento ideal do incisivo
inferior e suas análises continuam sendo
aplicadas.
• Tweed considerava fundamental: estética
facial, aparelho mastigatório funcional,
periodonto saudável, estabilidade dentária
pós-tratamento.
ANÁLISE DE TWEED:
• PLANO DE TRATAMENTO:
• Baseava-se principalmente em:
- Cuidadoso exame clínico;
- No diagnóstico do TRIÂNGULO FACIAL.
TRIÂNGULO FACIAL:
• 1. FMIA: ângulo formado pela intersecção do
longo eixo do incisivo inferior com o Plano
Horizontal de Frankfurt.
• 2. FMA: ângulo formado pela intersecção do
plano mandibular com o Plano Horizontal de
Frankfurt.
• 3. IMPA: ângulo formado pela intersecção do
longo eixo do incisivo central inferior com o
plano mandibular.
• O posicionamento ideal dos incisivos
inferiores frente ao conjunto, independente
da idade ou tipo de má oclusão do paciente, é
importante para o ortodontista.
• Este fornecerá o limite vestibular do arco
dental mandibular permitindo que, no sentido
antero-posterior, os dentes harmonizem-se
com a estética facial e com a função
mastigatória e estabilizem-se nesta posição.
• Meta cefalométrica – o exato ponto onde o
incisivo inferior deve situar-se quando
avaliado em um cefalograma lateral, e
discrepância cefalométrica (DC), a diferença
entre a posição ideal do incisivo inferior e a
que o paciente apresenta.
I- ANÁLISE DE TWEED
• A Escola de Angle defendia que o equilíbrio e
harmonia funcional, bem como a estética
facial, apenas seriam alcançados com todos os
dentes, cada um ocupando sua posição
normal no arco.
• Tweed desenvolveu sofisticadas e refinadas
técnicas terapêuticas e buscou documentar
todos os casos, desde o início até o término do
tratamento.
• Este extenso material, composto de modelos de
gesso e fotografias da face (a radiografia
cefalométrica ainda era pouco usada), serve de
base para suas primeiras publicações e também
para comparações e avaliações científicas.
Tweed dividiu seus casos finalizados
em 2 grupos:
• 1- os que apresentaram bons resultados, com
equilíbrio, harmonia e beleza, tanto dos dentes
como da face;
• 2- aqueles nos quais os resultados foram pobres.
• No 1º grupo os incisivos inferiores estão
verticalizados sobre o osso basal (entre 85° e 95°
com relação à base da mandíbula, este ângulo se
tornou um dos alicerces da análise de Tweed,
sendo posteriormente chamado “Incisor
Mandibular Plane Angle” (IMPA).)
• Essas descobertas foram relatadas à Angle
Society em 1936, juntamente com sugestões
para que, nos casos vestibuloversão dos
incisivos, procedam-se extrações dentais para
a perfeita harmonização da oclusão.
• Tweed considerava objetivos básicos de um
tratamento ortodôntico a obtenção da melhor
estética facial, uma eficiente função do
aparelho mastigador, sanidade dos tecidos
periodontais e a estabilização dos dentes em
suas posições finais de tratamento. Buscando
tais metas, retratou muitos de seus casos
antigos, usando extrações dentais.
• Em 1946, ainda baseando-se só em fotografias
faciais de frente e de perfil, e em modelos de
gesso, Tweed sugere o “Frankfurt-Mandibular
Plane Angle” (FMA) como auxiliar no
diagnóstico, planejamento e prognóstico do
tratamento.
• Este ângulo, composto pelo PLANO DE
FRANKFURT e PLANO MANDIBULAR, evidencia
a direção do crescimento facial do paciente e
indica o prognóstico do caso:
• FMA entre 16° e 28° – Prognóstico excelente
• FMA entre 28° e 32° – Prognóstico bom
• FMA entre 32° e 35° – Prognóstico regular
• FMA acima de 35° – Prognóstico desfavorável
• Em um artigo publicado no American Journal
of Orthodontic em 1953, Tweed cita pela 1ª
vez o ângulo FMIA (“Frankfurt Mandibular
Incisor Angle”), que juntamente com FMA e
IMPA vem a formar o TRIÂNGULO DE TWEED.
• Tweed já adotava o TRAÇADO DO TRIÂNGULO
sobre radiografias cefalométricas, para
determinar a posição ideal dos incisivos
inferiores no esqueleto craniofacial e, justificar
seus métodos terapêuticos que incluíam as
extrações dentais.
• Valores que Tweed considerava normais para
FMA, FMIA e IMPA, baseados na avaliação de
traçados cefalométricos de indivíduos
portadores de bom perfil e harmonia facial.
• ÂNGULO
VALOR NORMAL
FMA
25°
FMIA
68°
IMPA
87°
• Tweed verificou que, dos 95 casos analisados
por ele, 37 apresentavam valores FMA
distantes dos valores ideais (25° ± 4°) e apesar
disso tinham equilíbrio facial.
• Nestes casos, FMA era ≥ a 30° ou então ≤ a
20°, a posição dos incisivos inferiores
compensava a anormalidade do padrão facial.
• Assim, em faces mais alongadas , com FMA ≥ a
30°, os incisivos estavam mais lingualizados, e
nos pacientes cuja face era mais curta , com
FMA ≤ a 20°, os incisivos projetavam-se para
vestibular.
• Guiado pelo FMA, (ângulo que sofria menor
influência no tratamento ortodôntico), Tweed
criou esta norma de conduta terapêutica:
• - Pacientes FMA próximo do valor ideal (25° ±
4°), o incisivo inferior deve ser posicionado de
forma que o FMIA alcance 68°.
• - FMA aumentado (≥ a 30°), o FMIA deve ser
65°.
• - FMA ≤ a 20°, o IMPA poderá ser aumentado
até 92°.
• Esta norma é mostrada abaixo, relacionando o
FMA do paciente ao FMIA ou IMPA ideal para
o caso:
• FMA = 25° ± 4° ...................... FMIA = 68°
• FMA ≥ 30° ............................ FMIA = 65°
• FMA ≤ 20° ............................. IMPA = 92°
• Com estes dados é fácil estabelecer a
discrepância cefalométrica conforme a análise de
Tweed, a partir do traçado cefalométrico padrão
USP. Os passos são os seguintes:
• 1)Estabelecer os valores angulares de FMA, FMIA
e IMPA a partir do cefalograma padrão USP.
• 2) Dependendo do valor do FMA , determinar
qual será o valor angular ideal para o FMIA ou
para o IMPA.
• 3) Caso o FMA seja = a 25° ± 4° ou tenha valor
maior ou igual a 30°, estabeleceremos a
discrepância cefalométrica, em graus,
diminuindo-se do FMIA do paciente, o FMIA
ideal.
• DC (em graus) = FMIA do paciente – FMIA ideal
• 4) Quando o paciente apresenta o FMA ≤ a 20°,
determina-se a discrepância cefalométrica em
graus, através da diferença entre o IMPA ideal e
o IMPA do paciente.
DC (em graus) = IMPA ideal – IMPA do paciente
• 5) Para obtermos a discrepância cefalométrica
em milímetros, o que indica quantos
milímetros os incisivos deverão ser movidos
para vestibular ou para lingual para que
alcancem a meta cefalométrica, deve-se ÷ a
DC (em graus) por 2,5. Isto porque cada 2,5
graus de projeção ou retração representam
1mm de movimento na borda incisal.
• Como a diminuição ou o aumento de espaço
resultante da movimentação incisal acontece
em ambos os lados do arco inferior, o valor
será multiplicado por 2.
•
DC = DC (em graus) × 2
•
2,5
•
ou
•
DC = DC (EM GRAUS) × 0,8
• 6) A discrepância cefalométrica (DC) é somada
à discrepância de modelo (DM) visando à
obtenção do total de déficit ou excesso de
espaço no arco inferior do paciente. A soma é
chamada de discrepância total (DT).
DT = DM + DC
• Discrepância Cefalométrica de Tweed: é a
diferença entre o FMIA inicial do paciente e o
FMIA ideal de Tweed.
• A discrepância total (DT) orienta o
planejamento clínico do caso ortodôntico.
• Conforme Tweed, nos pacientes cuja DT
apresenta valor +, isto é, nos casos em que há
sobra de espaço no arco inferior para a
normalização da posição dos incisivos, o
tratamento deverá ser feito sem extrações
dentais.
• Procedimento idêntico será indicado para
casos em que a DT é nula, e portanto a
mecanoterapia é suficiente para a correção
ortodôntica.
• A existência de uma DT negativa mostra a falta
de espaço para o posicionamento do incisivo
inferior na meta cefalométrica , e o
ortodontista deverá ter cautela no estudo do
caso.
• De forma geral, o diagnóstico é conservador
na ocorrência de discrepâncias totais de
pequena magnitude e um bom resultado pode
ser atingido por meio da recuperação de
espaço ou desgastes interproximais.
• DT elevado a níveis em que os desgastes ou as
distalizações não são suficientes para a
obtenção do espaço, freqüentemente
recorrem-se às extrações dentais.
• A escolha pela extração ou não de premolares
ocorrerá em razão de diversos fatores, tais
como: padrão facial, tipo e quantidade
restante de crescimento, condição oclusal,
aspecto do perfil mole, etc.
• Entretanto, na maioria das vezes pacientes
com valores de discrepância total superiores a
10mm são sérios candidatos às extrações.
• Quando se optar por extrações dentais,
somaremos a dimensão mesiodistal dos
dentes a serem extraídos (em geral 2
premolares) ao valor negativo da discrepância
total (DT). O saldo resultante é chamado
espaço final (EF).
•
•
EF = DT + EXO
• Na escola Tweediana, o controle mecânico dos
tratamentos com extrações dentais, no que se
refere à estabilidade dos dentes posteriores, é
realizado pelo preparo de ancoragem
intrabucal, e terá intensidade maior nos casos
cuja DT é elevada.
PLANEJAMENTO TERAPÊUTICO
BASEADO NA ANÁLISE DE TWEED:
• EXEMPLO:
• Paciente portador de crescimento vertical,
dentes superiores e inferiores vestibularizados
e protuídos, lábios projetados e entreabertos,
com suave apinhamento dos incisivos
inferiores (discrepância de modelo de – 3mm).
Cefalograma padrão USP
Passos para a determinação da DT
conforme a Análise de TWEED
• 1) Determina-se os valores de FMA, FMIA e
IMPA.
• Os ângulos mediram: FMA = 29°, FMIA = 50°
e IMPA = 101°
• 2) Como FMA = 29°, o FMIA deve ser 68°
• 3) A discrepância cefalométrica em graus será:
• DC (em graus) = FMIA do paciente – FMIA
ideal
• DC (em graus) = 50° – 68°
• DC (em graus) = - 18°
• 4) A discrepância cefalométrica em milímetros
será obtida pela expressão:
• DC = DC (em graus) x 0,8
• DC = 18° x 0,8
• DC = 14,4mm
• 5) A discrepância total (DT) é o resultado da
soma de DC e DM, portanto:
• DT = DC + DM
• DT = 14,4 + (-3)
• DT = 17,4mm
• Conclusão do exemplo:
• Em virtude da elevada discrepância total
( - 17,4mm) serão necessárias extrações dentais
para que os incisivos inferiores posicionem-se
corretamente.
• Supondo que cada primeiro premolar inferior
tenha 7mm em sua dimensão mesiodistal,
poderemos ter um ganho de espaço de 14mm
pela extração de 2 premolares. Teremos:
• EF = DT + EXO
• EF = 17,4 + 14
• EF = - 3,4mm
• Verifica-se que mesmo com a extração de 2
primeiros premolares inferiores (juntamente
com a extração de 2 primeiros premolares
superiores), faltarão 3,4mm para a
verticalização incisal.
• Assim, o profissional deve empregar
ancoragem máxima e mesmo assim não
alcançará a meta cefalométrica.
CONCLUSÕES:
• A Análise Cefalométrica de Tweed baseia-se nos
ângulos FMA(Frankfurt- mandibular plane angle),
FMIA (Frankfurt – mandibular incisor angle) e, IMPA
(lower incisor – mandibular plane angle), que juntos
formam o TRIÂNGULO DE DIAGNÓSTICO FACIAL, que
têm como principal função a avaliação da correta
inclinação dos incisivos inferiores em relação ao
bordo mandibular.
• TWEED determinou postulados para o uso do
Triângulo Facial, tomando como referência o ângulo
fixo FMA (VILELLA, 2001).
CONCLUSÕES:
• A integração do homem ao seu meio ambiente
depende, dentre outros fatores, da estética
facial, sendo fundamental que as terapêuticas
aplicadas respeitem a harmonia facial do
indivíduo (VALENTE; OLIVEIRA, 2003).
• A obtenção de harmonia e proporção craniofacial
estética é um dos resultados desejáveis no
tratamento ortodôntico e, alguns auxiliares de
diagnóstico proporcionam ajuda ao clínico na
busca desse objetivo, incluindo a cefalometria
radiográfica (EVANKO; FREEMAN; CISNEROS,
1997).
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