População e Ambiente – o Brasil

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POPULAÇÃO E AMBIENTE
Crescimento populacional e
transição demográfica
O caso do Brasil
Prof. Marcia Godoy dos Santos
Demografia
Estudo estatístico
das populações
humanas
Crescimento ou
diminuição,
composição,
migrações etc.
e de suas
condições vitais
Nascimentos e
mortes
e sociais
Educação, saúde e
alimentação,
moradia e
emprego etc.
População Mundial
Fonte: Poodwalddle.com (2015)
Brasil: 3% da população mundial
Fonte: IBGE (2015)
Distrito Federal: 1% da população
brasileira
Fonte: IBGE (2015)
Distrito Federal
Fonte: IBGE (2015)
Fatos indissociáveis da espécie humana
Nascer
Crescer
Reproduzir-se
Morrer
Indicadores
Fecundidade
Natalidade
Mortalidade
Migração
Influência sobre os indicadores
Economia
Variações climáticas
Saúde pública e saneamento básico
Educação
Moradia e emprego
Mudanças culturais
Outros
Debates sobre a população
(MENDONÇA, 2005)
Depois de um longo período de crescimento lento entre a Idade Média e meados do século XVIII, a
população começou a aumentar num ritmo surpreendente e, para muitos, alarmante.
Da segunda metade do Século XVIII até metade do Século XIX, os meios de produção passaram de
manufaturados (artesanais) a industrializados, num período de transição da história humana
conhecido como Revolução Industrial.
Nesse período, houve um grande crescimento populacional, que, para muitos, era uma realização
promissora da humanidade, pois representava uma conquista do homem que, ao se adaptar melhor à
vida no planeta, conseguia viver cada vez mais. Para outros, contudo, o crescimento populacional era
motivo de preocupação e deveria ser combatido, pois anunciava grandes problemas futuros.
Considerando-se todo o tempo da presença do homem na Terra, calcula-se que somente por volta de
1830 o planeta alcançou o seu primeiro bilhão de habitantes .
Teoria de Malthus
Em 1798, o economista e demógrafo inglês Thomas
Robert Malthus publicou o "Ensaio sobre a população".
Segundo ele, o crescimento populacional era uma das
principais limitações ao progresso da sociedade, uma
vez que o crescimento ilimitado da população não se
ajustava à capacidade limitada dos recursos naturais
existentes no planeta.
Teoria de Malthus
“A população, quando não controlada, cresce
numa progressão geométrica. Os meios de
subsistência crescem apenas numa progressão
aritmética. Um pequeno conhecimento de
números demonstrará a enormidade do primeiro
poder em comparação com o segundo. (...) Isso
implica um obstáculo que atua de modo firme e
constante sobre a população, a partir da
dificuldade de subsistência".
População X Recursos em Malthus
População
Recursos de subsistência
• P.G.: an = a1 X qn-1
• Sabe-se que o 1º termo de
uma PG (a1) equivale a 2 e a
razão (q) equivale a 2. O valor
do 5º termo (an) dessa
sequência é:
• a5 = 2 X 25-1
• a5 = 2 X 24
• a5 = 2 X 16
• a5 = 32
• P.A.: an = a1+(n-1) X r
• Sabe-se que o 1º termo de
uma PA (a1) é igual a 2 e que
a razão (r) equivale a 2. O
valor do 5º termo (an) dessa
sequência é:
• a5 = 2+(5-1) X 2
• a5 = 2+4 X 2
• a5 = 2+ 8
• a5 = 10
Teoria de Malthus
Consequências
• Fome
• Subnutrição
• Epidemias
• Guerras
• Falta de moralidade
Solução
• Políticas públicas de controle populacional
• medidas do poder público para controlar o crescimento da
população.
Teoria de Malthus
Malthus era contrário à Lei dos Pobres (Poor Law), da Inglaterra e do
país de Gales, que obrigava o Estado a prover as necessidades dos
menos favorecidos.
A Lei do Pobre era um sistema de proteção ao “pobre impotente” que
vigorou em duas versões (Poor Law e New Poor Law) da Idade Média
até o pós-guerra, quando foi substituída pelo Welfare State (Estado
do bem-estar social).
Para Malthus, a Leis do Pobre estimulava o crescimento populacional
descontrolado, por amparar justamente aqueles que mais procriavam
e menos tinham condições de sustentar os filhos que geravam.
Welfare State
Surgiu na Europa à época da Grande Depressão
Supõe que o Estado é o regulador da vida e da saúde social, em conjunto
com outros atores da sociedade, como as empresas e os sindicatos, a fim de
garantir proteção e bem-estar à sociedade.
Opõe-se ao modelo de livre-mercado
Independe dos regimes políticos e/ou econômicos em vigor.
Transição Demográfica
Introduzido por Frank Notestein, em 1929
É a contestação factual da lógica malthusiana, tendo sido elaborada a
partir da interpretação das transformações demográficas sofridas
pelos países que participaram da Revolução Industrial nos séculos 18
e 19, até os dias atuais.
A partir da análise destas mudanças demográficas foi estabelecido um
padrão que, segundo alguns demógrafos, pode ser aplicado aos
demais países do mundo, embora em momentos históricos e
contextos econômicos diferentes.
Transição Demográfica
Mudanças das taxas demográficas no
transcorrer do tempo.
As sociedades sofrem, continuamente e em
diferentes ritmos, processos de transição
demográfica.
Transição Demográfica
Durante uma longa fase da história, a natalidade e a mortalidade
mantiveram-se elevadas e próximas, caracterizando um crescimento
lento.
Guerras, epidemias e fome dizimavam comunidades inteiras.
A partir da Revolução Industrial teve início a primeira fase, das três que
caracterizam o modelo de transição demográfica.
Mendonça (2005)
Mendonça, (2005)
FASES DA TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA
1ª fase - transição da mortalidade
A Revolução Industrial, o processo de urbanização e de modernização da sociedade foram
responsáveis, num primeiro momento, por um crescimento populacional acelerado nos
países europeus e posteriormente nos Estados Unidos, Japão, Austrália e outros.
Apesar das péssimas condições de moradia e saúde das cidades industriais, até pelo
menos o final do século XIX, a elevação da produtividade e da oferta de bens de
subsistência propiciaram progressiva melhora no padrão de vida da população.
Conquistas sanitárias e médicas, associadas a esta fase de desenvolvimento científico e
tecnológico, tiveram impactos diretos na saúde pública e, conseqüentemente, na queda
das taxas de mortalidade.
Portanto, a primeira fase de transição demográfica é marcada pelo rápido crescimento da
população, favorecido pela queda da mortalidade já que as taxas de natalidade, ainda,
permaneceram algum tempo elevadas .
2ª fase - transição da fecundidade
A segunda fase caracteriza-se pela diminuição das taxas de fecundidade (ou seja, o
número médio de filhos por mulher em idade de procriar, entre 15 a 49 anos),
provocando queda da taxa de natalidade mais acentuada que a de mortalidade e
desacelerando o ritmo de crescimento da população.
Aos poucos foram sendo rompidos os padrões culturais e históricos que se caracterizavam
pela formação de famílias numerosas. Mas estas transformações culturais foram mais
lentas.
A mortalidade infantil elevada induzia as famílias a terem muitos filhos, contando com o
fato de que nem todos eles sobreviveriam. Os efeitos sociais das conquistas sanitárias na
qualidade de vida permitiram que a mortalidade infantil também diminuísse e as famílias
pudessem planejar o que consideravam o número ideal de filhos, numa sociedade que se
modernizava.
3ª fase - a estabilização demográfica
Na terceira fase da transição demográfica as taxas de crescimento ficam
próximas de 0%.
É o resultado da tendência iniciada na segunda fase: o declínio da
fecundidade e a ampliação da expectativa média de vida que acentuou o
envelhecimento da população.
As taxas de natalidade e de mortalidade se aproximaram a tal ponto que uma
praticamente anula o efeito da outra.
Esta é a situação encontrada há pouco mais de uma década em diversos
países europeus e é denominada de fase de estabilização demográfica.
O CASO DO BRASIL
Movimentos Migratórios no Brasil
São o descolamento populacional de uma região para outra.
Migração Pendular - movimento da população da periferia ao centro de
uma cidade, por exemplo.
Transumância - movimento migratório em determinadas épocas do ano.
Alguns movimentos migratórios devem-se a motivos econômicos ou
naturais.
Além da população residente em determinada região, o crescimento ou
diminuição populacional deve levar em conta os movimentos migratórios.
Êxodo rural
Processo definido pela grande migração com origem do Norte
e Nordeste para a região Sudeste, em busca de melhores
oportunidades de emprego e melhores condições de vida.
O êxodo rural teve seu ápice nas décadas de 1960 e 1970,
com a intensa industrialização de cidades como Rio de Janeiro
e São Paulo, que ofereciam empregos em novas indústrias.
Durante a construção de Brasília, os candangos deram origem
às cidades-satélites ao povoar as áreas em volta da Capital
Federal.
Impactos ambientais
Aumento da demanda de recursos naturais
Assoreamento dos corpos hídricos
Destruição de áreas de preservação
Ameaça à geobiodiversidade
Poluição e contaminação
Mobilidade urbana
Impactos resultantes das reformas de infra-estrutura
Ocupação irregular do solo
Crescimento da indústria da construção civil
Impactos sociais, econômicos e culturais
da migração interna
Crescimento desordenado das cidades
• Conurbação
Conflitos administrativos entre Municípios e/ou Estados
Problemas de infraestrutura
• Saneamento básico; saúde pública; transporte; habitação; educação; etc.
Emprego e renda
Perda da identidade cultural
Estabelecimento de novos referenciais sócio-culturais
Mudança de hábitos sociais
Sobre as conurbações
São necessariamente intermunicipais.
Podem formar regiões metropolitanas, como a região metropolitana de Brasília.
Em alguns casos, formam megalópoles, como a região da Grande São Paulo.
Algumas conurbações são interestaduais, como Juazeiro (BA) e Petrolina (PE).
Outras encontram-se em áreas de fronteira, como Ponta Porã (MS) e Pedro Juan
Caballero, no Paraguai.
A Área Metropolitana de Brasília envolve o Distrito Federal e dez Municípios do
Estado de Goiás.
Área Metropolitana de Brasília
Área Metropolitana de Brasília
Fonte: IBGE (2010) apud ODM-DF (2011)
População e Sustentabilidade no Brasil
Historicamente, pode-se observar que, desde o
Descobrimento e o estabelecimento dos primeiros
colonizadores portugueses, a natureza é objeto de
exploração para fins econômicos, a exemplo do comércio
internacional do pau-brasil, usado como madeira ou para
a extração de seus pigmentos como corante. Desde
aquela fase aos dias atuais, ocorrem formas distintas e
fases de exploração dos recursos naturais, que propiciam
as bases para a legislação ambiental brasileira e sua
aplicação na gestão ambiental (CÂMARA, 2013, p. 126).
Referências
CÂMARA, João Batista Drummond. Governança Ambiental No Brasil: Ecos do Passado. In: Rev.
Sociol. Polít., Curitiba, v. 21, n. 46, p. 125-146, jun. 2013
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. População. Disponível em
<http://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/index.html>. Acesso em 11.05.2015
MENDONÇA, Cláudio. Demografia: Transição demográfica e crescimento populacional.
31/07/2005. Disponível em <http://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/demografiatransicao-demografica-e-crescimento-populacional.htm>. Acesso em 08.04.2014
OBSERVATÒRIO ODM-DF. Área Metropolitana de Brasília. 08.11.2012. Disponível em
<http://www.codeplan.df.gov.br/area-metropolitana.html>. Acesso em 23.04.2014.
Poodwaddle.com. WorldClock. Disponível em
<http://www.poodwaddle.com/clocks/worldclock/>. Acesso em 11.05.2015
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