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Aula 02
Origem, outros Conceitos Fundamentais,
Problemas e Temas Relevantes da Economia
- Parte II JORGE, Fauzi T e MOREIRA, José Octávio de Campos.
Economia: notas introdutórias. 2ª. Edição. São Paulo: Atlas, 2009
Heilbroner, Robert L. A formação da sociedade econômica. 5ª. Edição. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 1987
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“Ninguém viu dois cães procederem a uma troca equitativa e
deliberada de ossos. Nunca se viu um animal tentando dizer
a outro, através de seus gestos e gritos naturais, que certa
coisa é ou não sua ou que pretende trocar uma coisa por
outra”, Adam Smith em “A riqueza das nações”
Smith escrevia acerca de “uma certa propensão da natureza
humana [...]; a propensão para negociar, barganhar e trocar uma
coisa por outra”. A troca – a compra e venda – está no âmago de
uma sociedade de mercado como a descrita por ele.
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O comércio existiu como importante acessório da sociedade
desde épocas remotas, mas o impulso fundamental no
sentido da produção, ou a alocação básica de recursos
entre diferentes usos, ou a distribuição de bens entre
classes sociais, estava largamente divorciado do processo
de comercialização. Ou seja, os mercados da Antiguidade
não eram o meio pelo qual essas sociedades resolviam seus
problemas econômicos básicos.
Entre a aparência ilusoriamente contemporânea de muitos
mercados, o passado distante e a realidade da nossa
economia de mercado contemporânea, há uma distância
imensa que a sociedade levaria muitos séculos a percorrer.
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É preciso entender como as sociedades do passado
resolveram, efetivamente, seus problemas econômicos, para
que se possa entender com clareza o que está envolvido na
evolução da sociedade de mercado que é o nosso próprio
ambiente.
Um primeiro aspecto: o fundamento agrícola das sociedades
antigas.
As sociedades econômicas da antiguidade tinham
numerosas características em comum, as quais contrastam
profundamente com as de modernas economias de
mercado. Dentre elas, se destacam:
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a) Tinham como base uma agricultura camponesa;
b) Suas cidades eram – do ponto de vista econômico –
centros parasitários de consumo, não centros ativos
de produção;
c) A escravatura era uma forma comum e muito importante
de trabalho;
d) Produziam excedentes muito consideráveis.
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Em consequência, nas sociedades econômicas da
antiguidade, verificamos que o aspecto econômico da vida
está subordinado ao aspecto político. O sacerdote, o
guerreiro e o estadista eram superiores ao mercador ou
negociante; a riqueza acompanhava o poder, não – como
nas sociedades de mercado que virão depois – o inverso.
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A vida econômica medieval emergiu da desorganização
catastrófica que se seguiu ao declínio da lei e da ordem
romanas. Caracterizou-se por uma forma única de organização
chamada sistema senhorial, na qual:
Os senhores locais
eram os centros do
poder político,
militar, econômico e
social.
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A maioria dos
camponeses estava
vinculada, como
servos, a
determinado senhor,
para quem era
obrigada a trabalhar
e a quem devia mão
de obra e impostos
ou tributos
A segurança física
em relação a
bandoleiros ou
outros senhores era
fornecida pelo
senhor a que o servo
estava vinculado,
assim como certa
segurança
econômica em
épocas de crise.
O sistema senhorial, sobretudo em seus primeiros tempos
(séculos IV a X), era um sistema econômico estático, no
qual os pagamentos monetários desempenhavam papel
apenas secundário. A auto-suficiência era o principal
objetivo e a mais notável característica do senhorio.
Lado a lado com o senhorio, havia a vida econômica das
cidades. Lá, as trocas monetárias sempre desempenharam
papel mais importante, assim como a organização de uma
vida econômica mais ativa na instituição de feiras.
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A corporação era a principal forma de organização da
produção nas vilas e cidades. As corporações eram muito
diferentes das empresas dos tempos modernos, na
medida em que desencorajavam a concorrência e a busca
do lucro, e procuravam impor regras gerais aos métodos de
produção, salários, práticas de comercialização etc.
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Durante toda a época medieval, a Igreja – a principal
organização social do período – suspeitou da atividade de
compra e venda. Em parte, isso refletia a aversão pelas
práticas de exploração da época e, em parte, era
consequência de um antigo desprezo pelo ganho de
dinheiro e, especialmente, pelo empréstimo de dinheiro
(usura). Os líderes religiosos da época preocupavam-se a
respeito dos preços “justos” e não admitiam que a compra e
a venda não-regulamentadas dessem origem a preços
justos.
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Três mudanças profundas e generalizadas seriam necessárias
para converter a sociedade medieval numa sociedade de
mercado:
Uma nova atitude
em relação ao
ganho de dinheiro
como atividade
legítima teria de
substituir a suspeita
medieval em relação
à busca de lucro.
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A teia de
monetarização teria
de se expandir para
além de seus
estreitos confins –
ou seja, a compra e
a venda teriam de
controlar a produção
de todas as
mercadorias e o
desempenho de
quase todas as
tarefas.
O fluxo de
“demanda” e “oferta”
teria de assumir a
direção da atividade
econômica,
retirando-a das
prescrições dos
senhores feudais e
dos usos e
costumes.
Questões para reflexão
1. A Bíblia tem numerosas referências hostis ao ganho de
dinheiro – “é mais fácil um camelo passar pelo fundo de
uma agulha do que rico entrar no reino de Deus”. Como se
explica essa antiga antipatia da Igreja pela riqueza? A
religião ainda desconfia hoje do ganho de dinheiro? Por
quê?
2. A ideia de um preço “justo” (ou de um salário “justo”) ainda
prevalece em nossa própria sociedade? Que se entende
usualmente por esses termos? Você considera essas
ideias incompatíveis com um sistema de mercado?
3. O sistema feudal persistiu por cerca de mil anos. Por que
acha que a mudança demorou tanto a chegar?
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