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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL
CURSO DE DIREITO
FILOSOFIA GERAL
1º. semestre
FILOSOFIA ANTROPOCÊNTRICA
SÓCRATES
Professora Selma Ap. Cesarin
2011
FILOSOFIA GERAL
Sócrates (470 a.C. -399 a.C.)
Socrates by W.Horvath. Oil on canvas.
FILOSOFIA GERAL
Sócrates
Nasceu em Atenas em 470/469 a.C. e morreu na mesma cidade em 399
a.C. Era filho de um escultor chamado Sofronisco, e de uma parteira
chamada Fenarete.
Recebeu educação tradicional: aprendizagem da leitura e da escrita a
partir da obra de Homero.
Conhecia as doutrinas filosóficas anteriores e as contemporâneas a ele
(Parmênides, Zenão, Heráclito), participou do movimento de
renovação da cultura empreendido pelos sofistas, mas se revelou um
inimigo destes.
Sua vida digna e sua morte corajosa, assim como seu pensamento, fizeram
dele uma das personalidades mais admiradas da História. Acreditava
que a natureza humana levava as pessoas a agir corretamente e de
acordo com o conhecimento. Sócrates achava que as ações más e
erradas originavam-se da ignorância.
FILOSOFIA GERAL
Sócrates
Foi condenado após ter sido acusado de ateísmo e de corromper
os jovens com a sua filosofia, mas na realidade estas
acusações encobriam ressentimentos profundos contra
Sócrates por parte dos poderosos da época.
Desde a juventude, tinha o hábito de debater e dialogar com as
pessoas de sua cidade.
Ao contrário de seus predecessores, Sócrates não fundou uma
escola e preferia realizar seu trabalho em locais públicos
(principalmente em praças públicas e ginásios), dialogando
com todas as pessoas, o que fascinava jovens, mulheres e
políticos da época.
FILOSOFIA GERAL
Sócrates
Sócrates era considerado pelos seus contemporâneos um dos
homens mais sábios e inteligentes.
Seu método de transmissão de conhecimentos e sabedoria era o
diálogo e por meio da palavra o filósofo tentava levar
conhecimento sobre as coisas do mundo e sobre o ser
humano.
A vida de Sócrates é contada por Xenofonte (em suas
Memorabilia) e por Platão, que faz dele o personagem
central de seus diálogos, sobretudo Apologia de Sócrates e
Fédon. Na realidade, considera-se Platão o grande biógrafo
de Sócrates.
Ele mesmo, nada deixou escrito.
FILOSOFIA GERAL
Sócrates
Ao se questionar sobre o que é o homem, a resposta a que
Sócrates chegou é a de que o homem é a sua alma - psyché,
pois a alma do homem é que o distingue de qualquer outra
coisa, dando-lhe personalidade única.
Por psyché , Sócrates entendia a sede racional, inteligente e
eticamente operante, ou ainda, a consciência e a
personalidade intelectual e moral do homem.
Assim, a principal tarefa a ser desempenhada por ele, Sócrates,
e por todos os filósofos autênticos deveria ser ensinar o
homem a cuidar de sua própria alma.
FILOSOFIA GERAL
Sócrates
Sócrates acreditava vivamente ter recebido essa tarefa (de
ensinar o homem) de Deus, como se pode ler na Apologia de
Sócrates, de Platão: "(...) é a ordem de Deus. E estou
persuadido de que não há para vós maior bem na cidade que
esta minha obediência a Deus. Na verdade, não é outra coisa
o que faço nestas minhas andanças a não ser persuadir a vós,
jovens e velhos, de que não deveis cuidar só do corpo, nem
exclusivamente das riquezas, e nem de qualquer outra coisa
antes e mais fortemente que da alma, de modo que ela se
aperfeiçoe sempre, pois não é do acúmulo de riquezas que
nasce a virtude, mas do aperfeiçoamento da alma é que
nascem as riquezas e tudo o que mais importa ao homem e ao
Estado."
FILOSOFIA GERAL
Sócrates
Segundo Reale & Antiseri (1990), um dos raciocínios
fundamentais feitos por Sócrates para provar essa tese é o
seguinte: uma coisa é o instrumento que se usa e a outra é o
sujeito que usa o instrumento.
Ora, o homem usa o seu corpo como instrumento, o que significa
que a essência humana utiliza o instrumento, que é o corpo,
não sendo, pois, o próprio corpo.
Assim, à pergunta "o que é o homem?" , não seria lógico responder
que é o seu corpo, mas sim que é "aquilo que se serve do corpo",
que é a psyché, a alma.
Esta mesma alma seria imortal e fadada a reencarnar tantas
vezes quantas fossem necessárias até se aperfeiçoar de tal
forma que não precisasse mais voltar a este Planeta.
FILOSOFIA GERAL
Sócrates
"Conhece-te a ti mesmo"
Este lema defendido por Sócrates resume toda a sua
vida de sábio.
Para ele, o perfeito conhecimento do homem é o objetivo
de todas as suas especulações e a moral o centro para
o qual convergem todas as partes da filosofia.
FILOSOFIA GERAL
Sócrates
A Moral
O interesse filosófico de Sócrates volta-se para o mundo
humano, espiritual, com finalidades práticas, morais .
Sócrates é considerado o fundador da ciência moral,
mediante a doutrina de que eticidade significa
racionalidade, ação racional.
Virtude é inteligência, razão, ciência, e não sentimento,
rotina, costume, tradição, lei positiva, opinião
comum. Tudo isto tem que ser criticado e superado,
subindo até à razão.
FILOSOFIA GERAL
Sócrates
Método socrático de disciplinar seus apetites
Xenofonte descreve o método socrático de disciplinar seus apetites.
Sócrates havia educado seu corpo e sua alma, seguindo um sistema que lhe daria uma vida de
confiança e de segurança, tornando fácil cobrir suas despesas. Ele era tão frugal que
dificilmente se poderia imaginar um homem que trabalhasse tão pouco que não pudesse
ganhar o bastante para satisfazer suas necessidades. Comia apenas o suficiente para
fazer do ato de comer um prazer e estava sempre tão bem disposto para o alimento, que o
apetite era para ele o melhor tempero e qualquer tipo de bebida o agradava, porque ele só
bebia quando tinha sede.
Cícero conta uma anedota que contesta a suposição de que a excepcional temperança de
Sócrates era uma decorrência natural de sua constituição. Um fisionomista chamado
Zópiro, capaz de discernir o caráter de um homem a partir de sua aparência física,
enumerou diversos vícios para os quais Sócrates teria uma inclinação. Seus companheiros
ridicularizaram as afirmações, pois jamais haviam visto qualquer traço de vício em
Sócrates. Porém, Sócrates confirmou a interpretação de Zópiro, dizendo que tinha, de
fato, uma tendência natural para cair nos vícios enumerados, mas que os tinha afastado
de si com a ajuda da razão. (Cícero, Tusculanoe Disputationes)
Sócrates era um exemplo notável de autocontrole e temperamento moderado em seus hábitos
pessoais. Ele parecia nunca perder o equilíbrio e sua maneira polida.
Diógenes Laércio menciona diversas anedotas que ilustram como Sócrates ficava
imperturbável diante de provocações, evitando sempre brigas sérias através de seu senso
de humor. Quando vinham lhe dizer que determinada pessoa havia falado mal dele,
replicava: "Sim, pois não aprendeu a falar bem."
FILOSOFIA GERAL
Sócrates
Autocontrole e temperamento moderado.
Sócrates era um exemplo notável de autocontrole e temperamento moderado em seus
hábitos pessoais. Ele parecia nunca perder o equilíbrio e sua maneira polida.
Diógenes Laércio menciona diversas anedotas que ilustram como Sócrates ficava
imperturbável diante de provocações, evitando sempre brigas sérias através de seu
senso de humor. Quando vinham lhe dizer que determinada pessoa havia falado mal
dele, replicava: "Sim, pois não aprendeu a falar bem.“
Sobre o relacionamento de Sócrates com sua mulher, Xantipa existem alguns
testemunhos. Seu discípulo Alcibíades considerava o temperamento de Xantipa
insuportável. "Mas acostumei-me a ele", dizia Sócrates,"como se acostuma ao rangido
de uma velha bica. Você não liga para o grasnar dos gansos."
"Não", replicou Alcibíades, "mas os gansos me fornecem ovos e procriam."
"E Xantipa", disse Sócrates, "é a mãe de meus filhos."
Quando ela lhe rasgava a túnica nas costas, no mercado, e seus companheiros incitavamno a reagir contra ela, ele dizia: "Pois sim, por Zeus! Ficamos nós aqui nos batendo e
vocês torcendo: ‘Muito bem, Sócrates!’ Sai fora, Xantipa!’"
Sócrates dizia que vivia com uma mulher desse feitio da mesma forma que os cavaleiros
gostam de cavalos fogosos e "do mesmo jeito que, quando conseguem domá-los, podem
facilmente dominar o resto, também eu, na companhia de Xantipa, hei de aprender a
adaptar-me ao resto da humanidade." (Diógenes Laércio)
FILOSOFIA GERAL
Sócrates
Casamento
Quando lhe perguntavam se achava que uma pessoa era agressiva,
respondia: "Não, pois dois não brigam quando um não quer." Tampouco
as sátiras dos poetas cômicos o aborreciam, uma vez que costumava
dizer: "Se eles nos mostram nossos erros, estão nos fazendo um bem; se
não mostram, não nos atingem."
Diógenes cita Demétrio de Bizâncio pela informação de que,
freqüentemente, devido ao vigor de seus argumentos, os homens
atacavam Sócrates com socos ou arrancavam-lhe os cabelos, e que na
maior parte do tempo zombavam dele ou desprezavam-no e, ainda
assim, ele suportava todas essas coisas pacientemente. Até quando lhe
deram um pontapé e alguém se surpreendeu ao ver como ele encarou
isso calmamente, Sócrates respondeu: "Se um asno tivesse me dado um
coice, eu deveria levá-lo ao tribunal?" (Diógenes Laércio).
FILOSOFIA GERAL
Sócrates
Amor altruístico
Para Sócrates, esforçar-se para se tornar uma pessoa melhor e ajudar outros a
fazerem o mesmo era não apenas a melhor maneira de se viver mas, também a
mais feliz.
Ao saber que o oráculo de Delfos o tinha apontado como o mais sábio dos
homens, Sócrates pôs essa afirmação em teste buscando encontrar, em todos
que conhecia, alguém que fosse mais sábio que ele.
Dessa forma, Sócrates pode examinar muitos homens e mostrou a muitos deles
que não eram tão sábios quanto diziam ser.
Com esse procedimento, desagradou poetas, autores de tragédias, artesãos e
políticos. Várias vezes seus amigos o advertiram sobre o perigo de falar tão
abertamente como falava. Como membro do Conselho de Prítanes, não
hesitou em pôr sua vida em risco, por duas vezes. Ele mesmo afirmou, mais
tarde, em seu julgamento: "À morte não dou mais importância que a um figo
podre, mas dou o máximo valor a não cometer nenhuma injustiça ou
impiedade."
Este foi o comentário de Cícero sobre sua obra, séculos mais tarde: "Sócrates
transportou para a terra a filosofia do Céu, fazendo-a penetrar nas casas e
nas cidades".
FILOSOFIA GERAL
Sócrates
M
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Sócrates
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Sócrates
A morte de Sócrates
Sócrates não foi muito bem aceito por parte da aristocracia grega, pois
defendia algumas ideias contrárias ao funcionamento da sociedade da
época. Criticou muitos aspectos da cultura grega, afirmando que
muitas tradições, crenças religiosas e costumes não ajudavam no
desenvolvimento intelectual dos cidadãos gregos.
Em função de suas ideias inovadoras para a sociedade, começou a atrair a
atenção de muitos jovens atenienses. Suas qualidades de orador e sua
inteligência também colaboraram para o aumento de sua popularidade.
Temendo algum tipo de mudança na sociedade, a elite mais
conservadora de Atenas começou a encarar Sócrates como um inimigo
público e um agitador em potencial.
Foi preso, acusado de pretender subverter a ordem social, corromper a
juventude e provocar mudanças na religião grega. Em sua cela, foi
condenado a suicidar-se tomando um veneno chamado cicuta.
FILOSOFIA GERAL
Sócrates
Em Fédon, Platão mostra Sócrates como um homem imbuído de profunda
fé e religiosidade, de raro equilíbrio e dignidade e que não se desesperou
diante da morte.
Aceitou-a com liberdade e resignação. Nada podia abalar sua paz interior,
fruto de uma vida vivida segundo a própria consciência e razão.
Sócrates, o homem reconciliado com a própria história, conseqüência de
uma vida virtuosa e reta, aproveitou seus últimos momentos neste
mundo para dar aos seus discípulos uma aula sobre a imortalidade da
alma. Reconfortou-os e os preparou para o futuro. Diante dos prantos
e lamentações dos amigos, exclamou: “Que gente incompreensível! Se
mandei as mulheres embora, foi sobretudo para evitar semelhante cena,
pois, segundo me ensinaram, é com belas palavras que se deve morrer.
Acalmai-vos, vamos! Dominai-vos!”
Referências
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires.Temas de
Filosofia. São Paulo: Moderna, 1992.
BITTAR, E. C. B.; ALMEIDA, G. A. Curso de Filosofia do Direito. 6. ed. São Paulo:
Atlas, 2008.
BORNHEIM, G. A. Os filósofos pré-socráticos. São Paulo: Cultrix, 2001.
BURNET, J; O despertar da Filosofia Grega. São Paulo: Siciliano, 1994.
CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. 13.ed. São Paulo: Ática, 2005.
------------. Convite à Filosofia. 4.ed. São Paulo: Ática, 1995.
CORBISIER, R; Enciclopédia Filosófica. Petrópolis: Vozes, 1974.
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia – Ser, Saber e Fazer. São Paulo::
Saraiva, 1997.
JAPIASSÚ, Hilton; Marcondes, Danilo . Dicionário Básico de Filosofia. 3.ed. rev.
ampl. Versão eletrônica digitalizado por TupyKurumi
MARCONDES, D. Iniciação à Filosofia. 6. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
PLATÃO. Apologia de Sócrates. São Paulo: Martim Claret, 2009.
REALE, Giovani. História da Filosofia Antiga. São Paulo: Loyola, 1994.
REALE, Giovann; ANTISERI, Dario. História da Filosofia. São Paulo: Paulus, v. I,
1990.
REALE, Miguel. Introdução à Filosofia. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
Obrigada!
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