Slide 1 - Material de Catequese

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“Ele depois de ter pré-anunciado aos discípulos sua Paixão, levou consigo Pedro, Tiago e
João, seu irmão, e os conduziu à parte, sobre o monte. Ele se transfigurou diante deles: o seu
rosto brilhou como o sol e as suas vestes se tornaram brancas como a luz" (Mt 17,1-2).
Na Transfiguração toda a Santísssima Trindade se manifesta: o Pai, na voz; o Filho, no
homem; o Espírito, na nuvem clara. E Jesus mostra sua glória divina, confirmando, assim, a
confissão de Pedro. Mostra também que, para “entrar em sua glória” (Lc 24,26), deve passar
pela Cruz em Jerusalém.
Na Transfiguração, no monte Tabor, Jesus manifesta-se aos seus discípulos em todo o
esplendor da vida divina que está nele. Este esplendor é apenas uma antecipação daquele
que o envolverá na noite de Páscoa e que nos comunicará, tornando-nos filhos de Deus.
A nossa vida cristã é, desde então, um processo de lenta transformação em Cristo até a
transfiguração na imagem de Cristo glorioso.
A rica liturgia bizantina assim reza na festa da Transfiguração: “Vós vos transfigurastes na
montanha e, por quanto eram capazes, os vossos discípulos contemplaram a vossa Glória,
Cristo Deus, para que, quando vos vissem cruxificado, compreendessem que avossa Paixão
era voluntária e anunciassem ao mundo que vós sois verdadeiramente a irradiação do Pai.”
Segundo os sentidos, a luz do sol é a mais intensa que se conheça na natureza, mas segundo o
espírito, os discípulos viram, por um breve tempo, um esplendor ainda mais intenso, aquele da
glória divina de Jesus, que ilumina toda a história da salvação. São Maximo, o confessor, afirma
que as vestes que se tornaram brancas traziam o símbolo das palavras da Sagrada Escritura, que
tornam-se claras, transparentes e luminosas. (Ambiguum 10: PG 91, 1128 B)
Diz o Evangelho, que ao lado de Jesus transfigurado “apareceram Moisés e Elias que
conversavam com ele” (Mt 17,3). “Senhor é bom para nós estar aqui! Se quiserdes, farei aqui três
tendas, uma para Ti, uma para Moisés e uma para Elias (Mt 17,4). Mas, Santo Agostinho comenta
dizendo que nós temos uma só morada: Cristo. Ele é a “Palavra de Deus na Lei, Palavra de Deus
nos Profetas” (Sermo De Verbis Ev. 78,3: PL 38, 491).
De facto, o próprio Pai proclama: “Este é meu filho amado: nele coloco minha afeição. “Escutemno” (Mt 17,5). A Transfiguração não é uma mudança de Jesus, mas é a revelação da sua
divindade, a íntima compenetração do seu ser com Deus, que se torna pura luz. “No seu ser que é
uno com o Pai, Jesus mesmo é Luz da Luz” (Jesús di Nazaré, Milão 2007, 357).
Pedro, Tiago e João que contemplam a divindade do Senhor, são preparados para enfrentar o
escândalo da cruz, como é cantado em um antigo hino: “Sobre o monte te transfigurastes e os teus
discípulos contemplaram a tua glória, a fim de que vendo-te crucificado, compreendessem que a
sua Paixão era voluntária e anunciassem ao mundo que és verdadeiramente o esplendor do Pai”.
Caros amigos, participem também desta visão e deste dom sobrenatural, dando espaço à oração e
a escuta da Palavra de Deus. Invoquemos a Virgem Maria, a fim de que ela nos ajude a escutar e
a seguir sempre o Senhor Jesus, até a Paixão e a Cruz, para participar também da sua glória.
“O Espírito Santo apareceu na nuvem luminosa e a voz do Pai se fez ouvir:
Este é o meu Filho amado, nele depositei todo o meu amor. Escutai-o” (Mt 17,5)
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