As alterações económicas e sociais de finais do século XIX e início do século XX, bem como as vivência e o sofrimento causados pela 1ª Guerra Mundial, originaram novas formas de expressão artística e provocaram uma autêntica revolução no mundo das artes. Ao desenvolver-se a fotografia, a pintura perdeu o monopólio da reprodução da natureza e foi forçada a encontrar novas soluções. Muitos artistas romperam com as regras e as convenções tradicionais (noção de perspectiva, e o naturalismo) e abandonaram progressivamente, a arte figurativa (reprodução da realidade observável) abrindo caminho à pintura contemporânea. A Arte Nova, surgida ainda nos finais do séc. XIX, nomeadamente em França e na Bélgica, em plena «Belle Époque», produziu obras de grande beleza e requinte, utilizando materiais diversos como: Tecidos, vidro, pedras e madeiras preciosas. Alphonse Mucha Abrangeu os mais variados sectores artísticos: A pintura, a arquitectura, o mobiliário, a decoração de interiores e a ourivesaria. Inspirou-se na natureza e valorizou exótico, a Linha curva e a contra curva que sugeria a ideia de movimento e sentia repulsa pela civilização Industrial. Alphonse Mucha EDIFÍCIO NA AVENIDA FONTES PEREIRA DE MELO, N.º 28 Galardoado com o prémio Valmor em 1914, trata-se de um projecto de autoria do Arq. Norte Júnior. No edifício de dois pisos é de realçar, na fachada, a exuberante decoração de motivos vegetalistas e o trabalho de cantaria das janelas superiores. CASA DE MALHOA Local: Avenida 5 de Outubro, 6 Esta casa foi construída com a finalidade de servir de habitação e atelier de trabalho ao pintor José Malhoa. Esta maravilhosa edificação foi agraciada com o Prémio Valmor em 1905, devido à sua beleza arquitectural. É uma casa constituída na sua fachada por três corpos bem distintos, mas que se integram de uma forma harmoniosa no seu conjunto. O movimento Arte Nova, iniciado ainda nos finais do séc. XIX, caracterizado por edifícios com decorações curvilíneas e naturalista, teve maior representatividade na arquitectura ao gosto burguês e na cobertura de pequenos espaços. Livraria Lelo – Porto Este movimento artístico desenvolveu-se, sobretudo na Alemanha e nos países nórdicos entre 1905 e 1930. Os expressionistas pretendiam revelar os seus sentimentos através da violência das cores, das pinceladas largas e das imagens deformadas. É um tipo de pintura intenso, apaixonado e muito pessoal. Um dos pintores que mais influenciou este movimento artístico foi Van Gogh, ao distorcer as cores e as linhas expressando, assim, uma grande intensidade dramática. Starry Night by Vincent van Gogh Vincent Van Gogh - "Girassóis" Vincent Van Gogh Holanda The Night Cafe in the Place Lamartine in Arles Edward Munch Golgotha Edvard Munch: The Scream O movimento FAUVE caracteriza-se essencialmente pela utilização de cores vivas e contrastes. Estes artistas utilizam largas manchas de cor violentas, procurando, assim, nas suas obras a forma como observam o mundo. A intensidade da cor prevalecia sobre as formas que se tornam pouco definidas. As cores fortes utilizadas por estes artistas foram ridicularizadas por um crítico de arte que que chamou aos seus autores fauves (feras) . - Henri Matisse - Edvard Munch - Paul Gauguin foram principais representantes deste movimento. The Red Room, Henri Matisse Henri Matisse Paul Gauguin Surgiu em Paris em 1907; O pintor observa o objecto de ângulos diferentes e a pintura pretende simbolizar o caos da vida moderna; A cor modela o volume das figuras; Redução de todas as formas a figuras geométricas (cilindro, cubo, esfera) para expressar as ideias principais; Existe uma sobreposição de planos, combinando várias perspectivas. Principais representantes: Pablo Picasso – Pintor espanhol. Obras: “As Meninas de Avinhão” (1907) “Guernica” (1937) Georges Braque (1882-1963) – Pintor francês. Obras:“Casas em Estaque” (1908) Guernica. 1937. by Pablo Picasso Les Demoiselles d’Avignon, Picasso Surgiu em Itália em 1909 com o manifesto literário do poeta Marinetti. Recusa da herança cultural do passado e criação de uma nova arte baseada na velocidade, nas tecnologias modernas e no futuro. Estes princípios foram adaptados ao manifesto dos pintores futuristas. A pintura futurista pretendia enaltecer o dinamismo que simbolizava o progresso; captar o movimento e a velocidade através da representação de diversas imagens em simultâneo do mesmo objecto Usa cores berrantes: verde, amarelos, laranjas. Figura de Destaque: Delauny (1887-1968) Pintor francês. Obra: “Transição de Virgem a Mulher” Corpus Christi Violino Surgiu na Alemanha em 1910; Os artistas procuravam basear-se nos contrastes das cores e das formas geométricas; É uma corrente não figurativa, deixando de reproduzir figuras ou objectos concretos; Exprime-se através de linhas, de cores, de formas puras que se abstraem da realidade e nada exprimem, produzindo apenas uma emoção ou um estado de espírito dos autores. Principais representantes: Kandinsky – “Composição VII” (1923). Piet Mondriam (1872-1944) – Pintor holandês. “Composição com vermelho, amarelo e azul” (1939). Kandisnky Surgiu na década de trinta; Utilizava a linguagem do inconsciente, do irracional, como meio de libertação do espírito; Explora o sonho, as alucinações, o subconsciente; Utiliza as colagens. Principais representantes: René Magritte (1898-1967) – Pintor belga. “O jogador secreto” (1926-1927). Salvador Dali (1904-1989) Pintor espanhol. “A Persistência da Memória”. René Magritte Embora influenciados por determinados movimentos, alguns artistas não se cingiram a nenhum em especial, seguindo caminhos próprios. Foram os casos de : Miró, Chagall e Picasso Chagall Chagall Aniversário – Marc Chagall As novas correntes literárias surgiram, também, como reacção ao conservadorismo tradicional, constituindo resposta à instabilidade social que antecedeu e sucedeu à 1ª guerra mundial. Com a instauração da República surgem em Portugal, uma nova geração de escritores, preocupados com a situação do país. Entrou-se num período de desencanto, de crise de valores e de ideias desfeitos. No Porto, fundou-se em 1912 «A Renascença Portuguesa» que contou com o apoio de Teixeira de pascoais. A literatura deste período, foi caracterizada por uma visão mais pessimista do mundo, mais receosa e subjectiva. De que são testemunho, Albert Camus e Marcel Proust, franceses e James Joycee, irlandês. Alguns autores denunciaram as injustiças sociais e defenderam os mais desfavorecidos: John Steinbeck autor de as “Vinhas da Ira” O modernismo literário reflectiu-se, principalmente nas obras de Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro e Almada Negreiros que iniciaram em 1915, a publicação da «Revista Orpheu» da qual foram publicados apenas 2 números. A «Geração do Orpheu» escandalizou os meios intelectuais da época pela sua criatividade e espírito crítico. Almada Negreiros Manifesto anti-dantas O séc. XX continuou a renovação na arquitectura que já se iniciara em meados do séc. anterior, com a construção e cobertura de grandes espaços e a utilização do vidro e do ferro. Nos Estados Unidos e na Europa, duas novas escolas foram responsáveis pelo Modernismo Arquitectónico caracterizado pelas formas geométricas, pelas superfícies rectilíneas e pela quase ausência de decoração. Utiliza novas técnicas e novos materiais – Aço e betão; Novas exigências da industrialização – fábricas, hospitais, escolas, aeroportos Influência artística do cubismo e abstraccionismo. Estados Unidos – A escola de Chicago desenvolve a arquitectura Funcional, centrando-se na funcionalidade do edifício, ou seja, na obediência da construção à função a que se destina; Frank Lloyd Wright, arquitecto da escola funcional, criou um novo tipo de edifícios em que os espaços interiores e exteriores se harmonizam entre si e a paisagem, sobretudo a arquitectura ao meio geográfico e à vegetação envolvente, integrando a arquitectura com a Natureza – Arquitectura Orgânica. Na Europa as primeira experiências do modernismo arquitectónico devem-se à escola de artes plástica Bauhaus fundada em 1919 por Walter Groupius, a convite do governo alemão, com o objectivo de construir edifícios modernos, muitos deles para abrigar os milhões de pessoas que haviam perdido a sua casa durante a 1ª Guerra Mundial. Prof. Joel Valente | 2009