Slide 1 - Turma3

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ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
Definição de AVC:
“Sintomas e/ou sinais de perda de função cerebral
focal, por vezes global, instalando-se rapidamente,
com duração superior a 24 horas ou levando à morte,
e sem outra causa aparente que a de origem vascular”
Aho K et al. Bull World Health Organ 1980;58:113-130
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
Territórios vasculares cerebrais
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
Territórios vasculares cerebrais
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
Territórios vasculares cerebrais
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
Territórios vasculares cerebrais
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
Classificação
A doença cerebrovascular pode ser causada por vários
processos fisiopatológicos:
1. Processo intrínseco ao vaso (aterosclerose, lipohialinose,
inflamação, deposição de amiloide, dissecção arterial,
malformação, dilatação aneurismática ou trombose venosa)
2. Processo com origem remota (embolo do coração ou
circulação extracraneana)
3. Fluxo sanguíneo cerebral inadequado
4. Rotura de um vaso no espaço subaracnoideu ou tecido
cerebral
Primeiros 3 processos  isquémia transitória ou enfarte permanente
4º processo  hemorragia subaracnoideia ou intracerebral
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
Classificação patológica dos AVCs:
Enfarte cerebral  80% dos casos
Hemorragia cerebral intraparenquimatosa  20% dos casos
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Classificações do AVC isquémico:
 Clínica
 Etiológica
 Imagiológica
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Classificação clínica do “Oxfordshire Community Stroke Project”:
Subtipos de enfarte cerebral:

Enfarte lacunar (LACI)

Enfarte total da circulação anterior (TACI)

Enfarte parcial da circulação anterior (PACI)

Enfarte da circulação posterior (POCI)
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Classificação clínica do “Oxfordshire Community Stroke Project”:
Enfarte lacunar (LACI)
Défice hemi-sensitivo ou motor (envolvendo pelo menos 2 de 3,
entre face, braço e perna) com ou sem sinais cerebelosos
ipsilaterais
Sindromas lacunares




AVC motor puro
AVC sensitivo puro
Hemiparésia atáxica
Avc sensorimotor
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Classificação clínica do “Oxfordshire Community Stroke Project”:
Enfarte lacunar (LACI)
Qualquer dos seguintes sinais exclui enfarte lacunar:
 Afasia de novo
 Perturbação visuo-espacial de novo
 Défice sensitivo predominantemente proprioceptivo
 Manifestações que localizam a lesão na distribuição vertebro-basilar
 Alteração do nível de consciência
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Enfarte lacunar (LACI)
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Classificação clínica do “Oxfordshire Community Stroke Project”:
Enfarte total da circulação anterior (TACI)
Combinação de todas as seguintes manifestações:
 Disfunção cerebral superior de novo (afasia ou problema visuoespacial)
 Defeito de campo visual homónimo
 Défice motor e/ou sensitivo ipsilateral, envolvendo pelo menos 2 de 3
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Enfarte total da circulação anterior (TACI)
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Classificação clínica do “Oxfordshire Community Stroke Project”:
Enfarte parcial da circulação anterior (PACI)
Doentes com uma das seguintes manifestações:
 Dois dos três componentes do sindroma TACI
 Disfunção cerebral superior de novo isolada
 Défice motor ou sensitivo mais restrito do que aqueles que são
classificados como LACI
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Enfarte parcial da circulação anterior (PACI)
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Classificação clínica do “Oxfordshire Community Stroke Project”:
Enfarte da circulação posterior (POCI)
Qualquer do seguinte:
 Paralisia de nervo craneano ipsilateral e défice motor e/ou sensitivo contralateral
 Défice motor e /ou sensitivo bilateral
 Perturbação do movimento conjugado dos olhos
 Disfunção cerebelosa sem défice de vias longas ipsilateral
 Defeito de campo visual homónimo isolado
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Enfarte da circulação posterior (POCI)
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Classificação etiológica TOAST
 Aterosclerose de grandes artérias
 Cardioembolismo
 Oclusão de pequenas artérias
 Outra etiologia determinada
 Etiologia indeterminada
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
AVC aterotrombótico de grandes artérias
AVC em que o processo patológico (placa de ateroma) que dá
origem à formação de um trombo numa artéria produz um AVC
ou por fluxo sanguíneo inadequado distalmente à artéria
obstruída ou por um fragmento embólico que se destaca e vai
alojar-se num vaso mais distante (embolismo artéria-a-artéria)
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Cardioembolismo
Fontes de alto risco:











Prótese valvular mecânica
Estenose mitral com fibrilhação auricular
Fibrilhação auricular (outra que não isolada)
Trombo auricular ou no apêndice auricular esquerdo
Doença do nó sinusal
Enfarte do miocárdio recente (< 4 semanas)
Trombo ventricular esquerdo
Cardiomiopatia dilatada
Segmento ventricular esquerdo acinético
Mixoma auricular
Endocardite infecciosa
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Cardioembolismo
Fontes de médio risco:













Prolapso da válvula mitral
Calcificação do anel mitral
Estenose mitral sem fibrilhação auricular
“Estase” auricular esquerda
Aneurisma do septo inter-auricular
Foramen oval patente
Flutter auricular
Fibrilhação auricular isolada
Prótese valvular cardíaca biológica
Endocardite trombótica não bacteriana
Insuficiência cardíaca congestiva
Segmento ventricular esquerdo hipocinético
Enfarte do miocárdio (>4 semanas e < 6 meses)
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Oclusão de pequenas artérias
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Oclusão de pequenas artérias
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Oclusão de pequenas artérias
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Avaliação
A avaliação de doentes com sintomas neurológicos que podem ser
consistentes com AVC inclui:
I.
Uma avaliação rápida inicial para estabilizar sinais vitais,
verificar se há hemorragia intracraneana, e, em doentes com
AVC isquémico, decidir se se justifica terapêutica trombolítica
II.
Chegar a uma hipótese sobre a etiologia do AVC com base na
história, no exame objectivo e no estudo imagiológico inicial
(TAC sem contraste)
III. Confirmar o processo patofisiológico de uma forma mais
rigorosa, com testes de diagnóstico mais dirigidos
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Avaliação
I. Avaliação geral inicial
A avaliação inicial deve ser ampla e rápida
Assegurar estabilidade médica
Objectivos
Reverter rapidamente quaisquer condições que
estejam a contribuir para o problema do doente
Iniciar o processo de descobrir a base
fisiopatológica dos sintomas neurológicos do
doente
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Avaliação
I. Avaliação geral inicial
Antes de mandar o doente para o TC é necessário avaliar e assegurar
as funções fisiológicas vitais (PA, respiração e temperatura)
A PA é, em regra, elevada em doentes com AVC agudo:
HTA crónica
Resposta apropriada para manter a perfusão cerebral
D. com hipertensão intracraneana (HIC, isquémia VB, ou isquémia
bihemisférica) podem ter hipoventilação por impulso respiratório
diminuído  pode ser necessário entubar
A febre pode agravar isquémia cerebral  deve ser mantida normotermia
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Avaliação
I. Avaliação geral inicial
Isquémia versus hemorragia
TC é o primeiro estudo de diagnóstico em doentes com suspeita
de AVC
É altamente sensível para o diagnóstico de hemorragia no quadro
agudo
Pequenas HSAs podem escapar quer por TC quer por RM
(necessário PL)
RM é mais sensível que a TC para o diagnóstico precoce de
enfarte cerebral
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Avaliação
I. Avaliação geral inicial
História e exame objectivo
Importantes para distinguir isquémia cerebral de outras desordens:
Convulsões
Síncope
Enxaqueca
Hipoglicémia
Podem simular isquémia aguda
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Avaliação
I. Avaliação geral inicial
O doente é candidato para trombólise?
Uma vez estabelecido que o doente tem um AVC isquémico, deve ser
considerado o uso de trombólise
Terapêutica trombolítica com alteplase melhora os resultados em d.
com AVC isquémico agudo que preenchem uma lista extensa de
critérios de inclusão e exclusão
Complicação mais grave da trombólise  hemorragia intracraneana
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Avaliação
I. Avaliação geral inicial
O doente é candidato para trombólise (cont.)?
Antes do início de Alteplase, é necessário para todos os doentes:





Confirmação de que o início dos sintomas ocorreu até 3 h
antes do início do tratamento
Confirmação de um défice persistente e incapacitante
Confirmação de que os critérios de selecção são
preenchidos
Confirmação de que a TC sem contraste não tem
hemorragia ou sinais major de enfarte precoce
Confirmação dos parâmetros de PA
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Avaliação
II. Determinar um diagnóstico provável de subtipo de AVC
Depois de completada a avaliação inicial, o objectivo da avaliação
seguinte é determinar qual a fisiopatologia subjacente ao AVC para
guiar a terapêutica (já estão excluídos os d. com HIC e HSA)
Esta 2ª fase da avaliação tem por objectivo distinguir AVCs embólicos
de trombóticos, e, no caso destes últimos, distinguir entre AVCs de
grandes e pequenos vasos (as causas, resultados e tratamentos são
diferentes)
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Avaliação
II. Determinar um diagnóstico provável de subtipo de AVC
Um diagnóstico presumível de subtipo de AVC pode ser feito após:
História completa
Exame objectivo
Estudo de imagem (TAC ou RM)
A confirmação do diagnóstico requer testes adicionais
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Avaliação
II. Determinar um diagnóstico provável de subtipo de AVC
História
Aspectos que podem ser úteis para determinar o tipo de AVC:

Curso clínico

Factores de risco

AIT prévio

Actividade no início ou justamente antes do AVC

Sintomas associados
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Avaliação
II. Determinar um diagnóstico provável de subtipo de AVC
Exame objectivo
Chaves importantes no exame físico geral:




Ausência de um pulso carotídeo
Sopro carotídeo
Palpar as artérias temporais
Avaliação cardíaca (FA, sopros, cardiomegáliaemb. cardíaco)
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Avaliação
II. Determinar um diagnóstico provável de subtipo de AVC
Exame objectivo
Algumas constelações de sintomas e sinais sugerem um processo
específico:
Fraqueza da face, braço e perna de um lado do corpo, não
acompanhada por anormalidades visuais ou cognitivas (AVC
motor puro) sugere a presença de um AVC trombótico das
pequenas artérias perfurantes
Grandes défices neurológicos focais que começam abruptamente
ou progridem rapidamente são característicos de embolismo ou
HIC
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Avaliação
II. Determinar um diagnóstico provável de subtipo de AVC
Exame objectivo
Algumas constelações de sintomas e sinais sugerem um processo
específico (cont.):
Vertigem, desiquilíbrio, diplopia, surdez, sintomas cruzados,
sintomas motores e/ou sensitivos bilaterais, hemianopsia, sugerem
envolvimento da circulação posterior
Perturbação da linguagem sugere d. da circulação anterior
Afundamento da consciência súbito sem sinais neurológicos
focais sugere HSA
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Avaliação
II. Determinar um diagnóstico provável de subtipo de AVC
Estudos de imagem
A localização e tamanho de um enfarte cerebral no TAC ou RM pode
ajudar a distinguir entre subtipos etiológicos de AVC:
Enfartes subcorticais pequenos são em regra causados por
enfartes lacunares, correspondendo ao território de uma artéria
perfurante
Enfartes do tronco cerebral rostral, lobo occipital e enfartes
cerebelosos são mais frequentemente causados por embolismo
cerebral
Enfartes subcorticais grandes, enfartes corticais e enfartes
simultaneamente corticais e subcorticais são causados por
trombose ou embolismo
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Avaliação
III. Confirmar o diagnóstico
A avaliação prévia deve permitir chegar a um
diagnóstico provável da fisiopatologia subjacente do
AVC
A última fase de avaliação é a confirmação desta
hipótese com testes de diagnóstico
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Avaliação
III. Confirmar o diagnóstico
Embolismo é provável nas seguintes circunstâncias:







Início súbito com défice neurológico máximo desde o
início
O enfarte e défice são grandes
Há uma d. cardíaca ou uma lesão de uma grande artéria
conhecidas
O enfarte tornou-se hemorrágico na TC ou RM
Há enfartes corticais ou cortico-subcorticais múltiplos
em diferentes territórios vasculares
Os achados clínicos melhoram rapidamente
O enfarte é da circulação posterior
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Avaliação
III. Confirmar o diagnóstico
AVC aterotrombótico de grandes vasos:
É muitas vezes precedido por AITs estereotipados
O início pode ser ou não abrupto
O curso dos sintomas e sinais flutua ou é progressivo
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Avaliação
III. Confirmar o diagnóstico
Uma fonte cardíaca possível deve ser considerada em todos os
doentes com suspeita de AVC embólico, mesmo que não haja
evidência clínica de d. cardíaca
Avaliação cardíaca
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Avaliação
III. Confirmar o diagnóstico
Avaliação cardíaca
ECG e Holter  identificam d. com FA
Ecocardiograma transtorácico
Trombos no VE em d. com IC ou EAM
Ecocardiograma transesofágico
Permite examinar as aurículas, o septo interauricular
e a aorta
Pode ser feito se os testes anteriores não clarificam
a causa da isquémia cerebral
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Avaliação
III. Confirmar o diagnóstico
Avaliação cardíaca
Ecocardiograma transesofágico:
Melhor teste
ascendente
para
excluir
d.
ateromatosa
da
aorta
Melhor teste para procurar evidência de um foramen oval
patente ou um aneurisma do septo interauricular (causas de
AVC criptogénico)
Melhor meio de identificar coágulos no apêndice auricular
esquerdo
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Avaliação
III. Confirmar o diagnóstico
Estudos neurovasculares
Ecodoppler das artérias do pescoço
Doppler transcraneano
AngioTC
AngioRM
Angiografia convencional
ACIDENTEVASCULAR
VASCULARCEREBRAL
CEREBRAL
ACIDENTE
Avaliação
III. Confirmar o diagnóstico
Estudos neurovasculares
D. com estenoses carotídeas <50%  exames seriados
Estenose carotídea > 50%  AngioTC ou AngioRM ou angiografia
convencional
D. com estenose das artérias carótidas ≥70% e AVCs não
incapacitantes podem ser candidatos para endarterectomia ou
stenting
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