FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA CAMPUS DE ROLIM DE MOURA DEPARTAMENTO DE AGRONOMIA Relatório final de voluntário PIBIC PROJETO: Competição de cultivares de soja com plantas daninhas VOLUNTÁRIO: JOSIA LUDTKE ORIENTADOR: ADRIANO JAKELAITIS PERÍODO: 08/2008 A 07/2009 LOCAL DE EXECUÇÃO: ROLIM DE MOURA Rolim de Moura, RO 24 de julho 2009 SUMÁRIO Introdução..................................................................................................... 01 Metodologia ................................................................................................. 02 Resultados e discussão................................................................................ 04 Conclusões.................................................................................................. 18 Referências...................................................................................................19 INTRODUÇÃO A soja apresenta alto potencial para o rendimento de grãos, mas parte deste potencial é perdido em razão da interação do ambiente sobre suas estruturas reprodutivas e da competição entre órgãos por assimilados durante seu desenvolvimento, o qual pode ser modificado por fatores bióticos e abióticos (NAVARRO JUNIOR e COSTA, 2001). Entre estes fatores, a presença de plantas daninhas em lavouras de soja afeta negativamente o desenvolvimento da cultura, geralmente causando redução na produtividade de grãos. Geralmente, as perdas de produtividade decorrentes da competição de plantas daninhas tendem a ser mais elevadas quanto mais semelhantes forem os indivíduos, pois plantas vizinhas disputarão recursos ao ocuparem o mesmo nicho ecológico (SILVA e SILVA, 2007). Em competição as culturas podem responder de duas formas às plantas daninhas: tolerância, que consiste na habilidade delas em manter a produtividade em situação de competição, ou supressão, que se refere à capacidade da cultura em reduzir o crescimento de plantas daninhas por efeito de interferência. Na soja, plantas daninhas que cresceram abaixo do dossel da cultura foram suprimidas, porém a cultura não tolerou a competição de Xanthium strumarium, respondendo com redução no crescimento e na produtividade de grãos (REGNIER e STOLLER, 1989). Características morfofisiológicas das plantas influenciam as relações de competição entre cultura e plantas daninhas. O porte de planta e o ciclo de desenvolvimento são características que têm sido associadas positivamente com habilidade competitiva em soja; cultivares com maior duração de ciclo e estatura mais elevada reduzem a produção e o tamanho das sementes de plantas daninhas, devido ao incremento na competitividade da cultura (BENNETT e SHAW, 2000). Outras características que contribuem para o sucesso da competição de soja com as plantas daninhas são a velocidade de emergência, o acúmulo de biomassa, a arquitetura do dossel e o arranjo espacial da cultura, pois a luz é um dos recursos pelo qual as plantas daninhas competem com as culturas (SHAW et al., 1997). A utilização em conjunto de diversas práticas no controle de plantas daninhas permite uma complementação entre elas e resulta no aumento da eficiência de controle (MEROTTO JR. et al., 2001). A racionalização do uso do ambiente tem sido alcançada por meio do estabelecimento de metas de menor impacto ao meio, em que os fundamentos do manejo integrado são usados como estratégias para o controle de plantas daninhas. Em particular, o controle cultural de plantas daninhas visa racionalizar o ambiente de cultivo incrementando a capacidade competitiva das culturas em relação as plantas daninhas. Prática importante a considerar na adoção do manejo cultural de plantas daninhas é a escolha de cultivares que apresentem elevada habilidade competitiva com as espécies infestantes. O crescimento inicial mais vigoroso de cultivares precoces de soja pode ser decisivo na resposta de sua competitividade com as plantas daninhas predominantes. De acordo com Voll et al. (2002) isso assume grande importância quando a maturação das principais espécies daninhas ocorre antes da colheita de cultivares precoces de soja. Por outro lado, torna-se viável selecionar cultivares tardios de soja que apresentem rápido crescimento na fase inicial de desenvolvimento, sem que haja prejuízo em seu crescimento nos estádios mais avançados. Sabendo que o cultivo da soja constitui em atividade agrícola importante da economia de Rondônia, e que potencialmente contribui para o aumento das receitas do Estado, justifica-se a importância dessa pesquisa. Objetivo Avaliar o potencial competitivo de cultivares de soja com plantas daninhas nas condições edafoclimáticas de Rolim de Moura, RO. MATERIAL E MÉTODOS A pesquisa foi conduzida na Fazenda Experimental da Universidade Federal de Rondônia, UNIR, campus de Agronomia localizada em Rolim de Moura, RO. A área utilizada para a instalação do experimento era cultivada há três anos com Brachiaria brizantha sendo a mesma dessecada com herbicida sistêmico glyphosate na dose de 5 L ha-1, sendo em seguida procedida a coleta do solo a 0,20m de profundidade para caracterização físico-química. O solo em questão apresentou pH em água de 5,2; Al de 0,2 cmolc dm-3; Ca+Mg de 4,4 cmolc dm-3; K de 0,12 cmolc dm-3; e P de 4,8 mg dm-3 e argila, silte, areia fina, areia grossa e matéria orgânica de 40, 12, 18, 30 e 21,5 dag kg-1, respectivamente. Para um melhor preparo do solo, no sistema convencional, 14 dias após a dessecação da vegetação foi feita uma roçada, visto que o volume de matéria seca existente na área era muito grande, e 8 dias após a roçada, procedeu-se a subsolagem e 2 gradagens. Foi adotado o delineamento experimental em blocos casualizados, com quatro repetições, arranjado em parcelas subdivididas no esquema 13x2. O primeiro fator sendo constituído de treze cultivares de soja (Conquista, Araçu, Caiapônia, Goiânia, Valiosa, Jiripoca, Lusiânia, Gralha, Princesa, Uirapuru, TMG 133, TMG103, e TMG113) descritas abaixo na (tabela 5) . O segundo fator está constituído de dois tipos de manejo de plantas daninhas: área capinada manualmente (sem infestação de plantas daninhas por todo o ciclo dos cultivares) e área não-capinada (com infestação de plantas daninhas por todo o ciclo dos cultivares). As capinas foram realizadas sempre que necessário, até o completo fechamento da soja. As parcelas experimentais foram constituídas por seis linhas de semeadura da soja, espaçadas de 0,50 metros, com seis metros de comprimento, resultando numa área de 18 m2. Como área útil para amostragens e avaliações serão consideradas as quatro linhas centrais, descartando-se 0,50 metro de cada extremidade. Após o preparo do solo, a semeadura manual da soja foi realizada em linhas, utilizando-se 16 sementes por metro linear a profundidade de 4cm. A adubação de plantio foi de 350 kg ha-1 de 4-30-16 (N-P2O5-K2O) precedida do tratamento das sementes com Carboxim + tiram e da inoculação com Bradyrhizobium japonicum. Em cobertura, sobre a linha da soja, foram aplicado 30 kg de k2O ha-1 na forma de cloreto de potássio (KCL) aos 30 dias após a emergência (DAE), 80 kg ha-1 de N aplicados aos 31 DAE, utilizando uréia como fonte nitrogenada, devido a baixa eficiência da inoculação expressada em sintomas de deficiência de N (amarelecimento da planta, acentuado nas folhas mais velhas), e aos 34 DAE foi aplicado por via foliar, 300 g de molibdênio ha-1 na forma de molibdato de amônio. Como manejo fitossanitário foi aplicado o inseticida metamidofós na dose de 800 ml ha-1 aos 50 DAE visando o controle de vaquinhas Cerotoma sp e do percevejo-verde-pequeno Piezodorus guildinii, e o fungicida Tebuconazole dosado em 500 ml ha-1 aplicado aos 55 DAE de forma preventiva contra Phakopsora pachyrhizi, agente causal da ferrugem asiática. Para a caracterização da comunidade infestante nos tratamentos em que a cultura conviveu com as plantas invasoras foi realizado o primeiro levantamento de plantas daninhas aos 50 DAE da soja e o segundo por ocasião da colheita. Para tanto foram lançados ao acaso dois quadrados amostrais de 0,25 m2 por parcela, e, logo após, coletadas as partes aéreas das plantas daninhas, separadas por espécie e determinados os valores de densidade e massa seca. As plantas daninhas foram identificadas com base em literatura específica (Lorenzi, 2006). A massa seca foi obtida pela secagem em estufa com ventilação forçada de ar, a 65 ºC, até atingir massa constante. Os dados foram submetidos à análise descritiva. Por ocasião da colheita da soja foram avaliados o número de plantas e o rendimento de grãos na área útil de cada parcela. Das plantas da área útil foram escolhidas dez plantas representativas, as quais foram medidas as alturas das plantas e da inserção da primeira vagem e o número total de vagens por planta. Destas plantas foram selecionadas 200 vagens coletadas aleatoriamente e foi determinado o número de grãos por vagem e a massa de cem grãos. Os valores do rendimento de grãos e da massa de cem grãos foram expressos a 13% de umidade. Os resultados da comunidade infestante foram submetidos à análise descritiva. Os dados referentes à soja foram submetidos à análise de variância pelo teste F, sendo as médias comparadas pelo teste de Scott Knott, a 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO Analizando-se a densidade de plantas aos 50 DAE verifica-se um total de 24 espécies, destacando-se, não identificada, Spermacoce latifola, Acanthosppermum hispidum e Phyllanthus tenellus com 3,2; 3,1; 2,2 e 1,5 indivíduos/m², seguidas das demais conforme tabela 1. Todas com menos de um indivíduo/m² na média entre as cultivares. Nas cultivares verificou-se que esta varia de 12 plantas/m² na cultivar Gralha a 23 plantas/m² na cultivar Uirapuru, registrando-se baixa competitividade dessa última cultivar para com as plantas daninhas até aos 50 dias após a emergência da cultivar. No entanto para a avaliação da densidade de plantas daninhas por cultivar por ocasião da colheita, verificou-se que não houve variação, o que significa que todas as cultivares apresentam baixa competitividade por recursos com as plantas daninhas. Nesta 2ª amostragem ocorreu uma alta densidade da espécie não identificada com 08 plantas/m² (tabela 4). Vale destacar que essa espécie apresentou capacidade de desenvolvimento mesmo sombreada pela cultura da soja, mas por ser uma planta de pequeno porte acumulou pouca massa seca (tabela 3). Já por ocasião da colheita, verificou-se redução no número de espécies por área (20), embora tenha ocorrido aumento da densidade de plantas daninhas destacando-se as mesmas espécies. Foi observada ainda a presença de 2 novas espécies na 2ª avaliação (Commelina benghalensis e Alternanttera tenella). Com relação a matéria seca observou-se maior crescimento vegetativo da espécie Brachiária brizantha (303 g/m²) seguida de Acanthospermum hispidum (29 g/m²) e Spermacoce latifola (25,5 g/m²), em todas as cultivares de soja cultivadas (tabela 5). Verifica-se ainda que a matéria seca da parte aérea das plantas daninhas foi superior nas cultivares Gralha (1384,3 g/m²), Jiripoca (1268,3 g/m²) e Conquista (1175,0 g/m²) enquanto que os menores valores foram obserevados nas cultivares Princesa (122,9 g/m²), Luziania (151,5 g/m²) e Valiosa RR (158,3 g/m²), demonstrando alto grau de crescimento vegetativo para aquelas, traduzindo em maiores perdas de produtividade pela cultura. Tabela 1. Densidade de plantas daninhas/m² coletadas aos 50 DAE da soja em Rolim de Moura, RO. 2009. Cultivares Princesa TMG 103 RR TMG 113 RR TMG 133 RR Uirapuru Valiosa RR Espécies Araçu Caiaponia Conquista Goiânia Gralha Jiripoc a 01 03 06 01 02 01 00 02 05 02 02 02 01 00 00 00 00 00 00 01 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 01 01 00 00 00 00 00 00 01 00 00 00 01 00 01 00 00 02 01 00 01 00 01 01 00 00 01 00 00 01 00 01 00 00 00 00 00 01 00 00 00 00 00 00 00 01 00 01 00 00 00 01 01 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 01 00 01 00 00 00 00 01 Cyperus iria Digitaria horizontalis Hiptis suaveolens 01 00 00 00 00 00 01 01 00 01 01 01 00 01 01 01 01 01 01 00 01 01 00 00 00 01 00 00 01 00 00 00 00 00 00 00 01 00 00 Ipomoea nil Ipomoea quamoclit Marsypianthes chamaedrys Não identificada Panicum maximum Phisalis angulata Phyllanthus tenellus Richardia brasiliensis 00 00 00 00 01 00 00 00 00 00 01 00 00 00 00 00 01 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 01 01 01 00 01 00 01 01 01 00 01 03 02 03 02 02 01 04 00 05 03 08 08 00 00 00 00 00 00 00 01 00 01 00 01 01 00 01 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 03 01 02 01 00 03 02 01 01 00 01 04 01 01 02 00 02 00 01 02 00 01 00 00 01 01 Sida cordifolia Spermacoce latifola Spigelia anthelmia Talinum paniculatum Triunfetta bartramia 01 00 00 00 00 00 00 01 00 01 00 00 00 03 01 04 07 02 04 04 02 05 03 00 02 04 00 00 00 00 01 00 00 00 00 00 00 00 00 01 00 01 01 01 00 01 00 01 00 00 01 00 00 01 00 00 00 00 00 01 00 00 01 01 00 Total 15 14 18 19 12 17 14 16 15 16 13 23 19 Acanthospermum hispidum Aeschynomene dendiculata Amaranthus viridis Brachiaria brizantha Brachiaria plantaginea Cenchus echinatus Crotalaria incana Croton glandulosus Luziâni a Tabela 2. Massa seca (gramas m-2) de plantas daninhas coletadas aos 50 DAE da soja em Rolim de Moura, RO. 2009. Cultivares Princesa TMG 103 RR TMG 113 RR TMG 133 RR Uirapuru Valiosa RR Espécies Acanthospermum hispidum Aeschynomene dendiculata Amaranthus viridis Brachiaria brizantha Brachiaria plantaginea Cenchus echinatus Crotalaria incana Croton glandulosus Cyperus iria Digitaria horizontalis Hiptis suaveolens Ipomoea nil Ipomoea quamoclit Marsypianthes chamaedrys Não identificada Panicum maximum Phisalis angulata Phyllanthus tenellus Richardia brasiliensis Sida cordifolia Spermacoce latifola Spigelia anthelmia Talinum paniculatum Triunfetta bartramia Total Araçu Caiaponia Conquista Goiania Gralha Jiripoc a Luziâni a 21.81 47.39 25.115 2.6 100.5 23.99 00 37.63 81.38 11.68 2.1 25.8 5.76 00 00 00 00 00 00 0.95 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 1.61 0.03 00 00 00 00 00 00 3.62 25.415 0.94 00 45.75 00 1.75 00 00 53.06 0.77 00 0.51 00 00 00 00 00 8.14 00 00 0.5 00 4.35 00 00 00 00 00 0.99 00 00 00 00 00 00 00 6.45 00 0.03 00 00 00 0.22 2.42 00 00 00 00 00 00 00 00 2.01 00 00 00 0.45 00 7.67 00 00 8.51 00 0.6 0.12 00 00 00 00 00 0.05 0.05 00 0.19 0.07 0.03 0.075 8.87 1.525 25.465 0.14 0.48 0.21 00 0.39 0.84 00 00 00 13.17 00 00 15.515 00 00 00 00 00 00 00 1.2 00 00 00 00 00 00 24.36 00 00 00 00 00 24.68 00 00 00 00 15.62 15.62 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 11.28 3.77 4.65 00 7.17 00 8.55 5.57 6.01 00 0.12 0.265 0.28 0.35 0.22 0.35 0.62 0.25 00 0.37 0.8 0.05 1.15 00 00 00 00 00 00 00 24.22 00 36.15 00 31.46 33.05 00 2.015 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 1.175 1.01 1.69 1.49 00 0.5 0.44 0.15 0.1 00 1.83 4.58 5.79 0.025 27.52 00 20.3 00 12.87 21.04 00 8.1 00 00 4.94 16.13 9.64 00 00 00 00 00 00 5.59 00 0.69 00 00 00 4.995 9.18 26.93 29.14 4.99 7.08 8.78 9.78 11.4 20.74 2.88 0.14 18.62 00 00 00 00 1.5 00 00 00 00 00 00 00 00 0.03 00 3.565 0.41 0.26 00 0.37 00 0.31 00 00 0.14 00 00 50.435 26.165 142.495 00 115.12 00 82.33 00 182.05 00 62.27 00 34 7.35 100.25 00 102.6 00 131.4 22.26 75.02 14.55 94.15 00 94.85 Tabela 3. Densidade de plantas daninhas/m² coletadas por ocasião da colheita da soja em Rolim de Moura, RO, 2009. Cultivares Princesa TMG 103 RR TMG 113 RR TMG 133 RR Uirapuru Valiosa RR 3 0 3 2 1 3 1 Espécies Acanthospermu m hispidum Commelina benghalensis Amaranthus viridis Brachiaria brizantha Brachiaria plantaginea Croton glandulosus Gralha Jiripoc a Luziâni a 1 Araçu Caiaponia Conquista Goiania 1 4 4 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 1 1 1 2 2 0 1 1 1 0 2 1 1 1 1 1 1 0 1 1 0 0 1 1 1 2 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 Cyperus iria Digitaria horizontalis Hiptis suaveolens 1 4 1 2 1 2 5 0 1 5 1 7 6 0 0 1 0 0 0 5 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 1 1 1 0 Ipomoea nil Ipomoea quamoclit Marsypianthes chamaedrys Não identificada Phyllanthus tenellus Richardia brasiliensis 0 1 0 0 1 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 1 1 0 0 0 0 1 0 1 1 1 1 1 0 22 4 4 9 10 10 8 1 2 9 4 7 15 5 3 2 1 4 1 2 1 3 2 1 0 4 1 0 0 0 1 0 1 1 1 Sida cordifolia Spermacoce latifola Alternanttera tenella Talinum paniculatum Triunfetta bartramia 1 1 0 1 0 0 0 0 1 1 0 1 1 1 1 8 4 3 3 3 3 3 2 3 1 1 3 6 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 00 1 0 1 00 1 0 0 0 0 0 0 Total 44 24 20 21 26 20 32 09 17 26 14 28 36 Tabela 4. Massa seca (gramas m-2) da parte aérea das plantas daninhas coletadas por ocasião da colheita da soja em Rolim de Moura, RO. 2009. Cultivares Princesa TMG 103 RR TMG 113 RR TMG 133 RR 14,5 00 76 1,4 1,6 Espécies Acanthospermu m hispidum Commelina benghalensis Amaranthus viridis Brachiaria brizantha Brachiaria plantaginea Croton glandulosus Cyperus iria Digitaria horizontalis Hiptis suaveolens Ipomoea nil Ipomoea quamoclit Marsypianthes chamaedrys Não identificada Phyllanthus tenellus Richardia brasiliensis Sida cordifolia Spermacoce latifola Alternanthera tenella Talinum paniculatum Triunfetta bartramia Total Jiripoc a Luziâni a Caiaponia Conquista Goiania Gralha 0,15 40 40 00 36 00 00 10 00 00 00 26 00 00 00 00 00 00 4,6 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 33 93 770 273 980 1223 00 100 0,1 156 00 377 32 4,7 36 28 0,08 0,6 00 0,1 0,7 00 00 38 0,15 0,2 9,5 Uirapuru Valiosa RR Araçu 55 58 00 00 00 00 00 00 21 00 00 00 00 00 00 0,05 0,8 0,35 0,28 0,1 1,7 0,5 00 0,02 1,7 0,5 1 0,43 00 00 30 00 00 00 0,42 00 00 00 00 00 00 00 00 19 00 00 00 00 00 19,4 104 21,3 30,7 00 00 0,1 00 00 0,01 00 00 00 00 35 3,1 00 00 00 00 00 00 00 00 00 2 00 10,7 11,8 40 00 0 00 00 13,2 00 11,6 10,8 00 85 28 30,5 00 9,2 0,6 4,7 4 6,1 5,4 2,7 0,4 1,5 6 3,3 4 11,1 4,6 1,77 0,6 0,8 2,3 0,83 1 0,26 3,4 3 3,7 00 11,3 00 00 00 1,2 00 23 0,7 0,1 37 7 1,8 00 29 4,7 00 1,7 00 00 00 00 00 44,5 63 10 0,3 90 0,04 8,3 5 00 00 00 00 00 00 55 184 00 65 2,3 41 21 1,8 32 8,6 42 103 00 00 00 00 00 00 163 00 00 1,5 00 00 00 00 0,15 0,2 00 00 270 00 325 00 41 00 00 00 00 00 00 324,3 345 1175 323,6 1384,3 1268.3 151,5 122,86 342,6 537 169,5 530,25 158,33 DURAÇÃO DO CICLO Entre as cultivares testadas algumas expressaram ciclos diferentes da região de origem, algumas expressaram um adiantamento do seu ciclo enquanto outras tiveram um retardamento além do normal para a cultivar no seu local de origem (tabela 5). Sabe-se que os fatores climáticos que condicionam o ambiente são determinantes no grau de adaptação dos indivíduos. Medeiros et al. (1991) relatam que as causas dos baixos níveis de rendimentos de grãos podem ser atribuídas ao fator de aptidão climática e edáfica da região e nível de tecnologia aplicada. De acordo com Câmara (1998), durante o seu ciclo, a planta permanece exposta a muitos fatores externos que podem favorecer ou prejudicar a produção final. Existe grande variabilidade entre os cultivares com relação à sensibilidade à época de semeadura e à mudanças na região de cultivo. Por isso, são importantes os ensaios regionais de avaliação de cultivares de soja, realizados em diferentes épocas em uma mesma região (PEIXOTO et al., 2000). Tabela 5: ciclo das cultivares testadas: local de origem e ciclo expressado em Rolim de Moura. RO. 2009. N° Cultivar Ciclo de origem (dias) Ciclo expressado (dias) 1 BRSGO Araçu Precoce < 115 94 2 BRSGOCaiapônia Precoce < 115 122 3 MG/BR46Conquista precoce < 115 110 4 BRSGO 204Goiânia Semi-precoce 116-125 104 5 BRS Valiosa RR Semi-precoce 116-125 104 6 BRS Jiripoca Médio 126-137 122 7 BRSGO Lusiânia Médio 126-137 110 8 BRS Gralha Médio 126-137 118 9 BRSGO Princesa Tardio > 137 145 10 BRS/MT Uirapuru Tardio > 137 118 11 TMG 133 RR Médio 126-137 145 12 TMG 103 RR Médio 126-137 118 13 TMG 113 RR Precoce < 115 122 RENDIMENTO DE GRÃOS Analisando o rendimento de grãos (tabela 3), verifica-se que todas as cultivares reduziram a produção de grãos quando submetidas a competição com as plantas daninhas, com exceção da cultivar BRS Caiaponia que se mostrou indiferente ao sistema de cultivo. Observou-se ainda, que as perdas na produção de soja variaram de 26% a 56,8%, demonstrando dessa forma que a competição com as plantas daninhas representa um grande impacto no potencial produtivo da cultura, necessitando, portanto de medidas de controle urgente. Esse resultados concordam com Pires et. al. (2005) que testando o potencial competitivo de cultivares de soja em relação as plantas daninhas constataram que todos os cultivares de soja, seja de ciclo precoce ou médio, apresentaram quedas no rendimento de grãos com o não-controle das plantas daninhas. Dentre as cultivares testadas a BRS Gralha foi a mais afetada pela competição com as plantas daninhas com redução da produção de grãos de 56,8%, seguida palas cultivares TMG 133 RR, TMG 113 RR e Uirapuru, com reduções de 49,5%, 49,1% e 42,2% respectivamente. Já as cultivares Princesa, Luziania, Conquista e Caiaponia foram as que menos sofreram com a interferência das plantas daninhas, com perdas de produtividade da ordem de 26,0%, 29,8%, 30,3% e 31,5% respectivamente. Esta redução está diretamente relacionada a espécie de planta daninha infestante, uma vez que mesmo sob a mais alta densidade , a cultivar Araçu, bem como a cultivar Valiosa RR cujas densidades de 44 e 36 indivíduos/m² apresentaram médias reduções em suas produções. Este resultado pode estar ligado ao fato de que sob altas densidades de plantas concorrentes, o impacto da presença de cada indivíduo na produtividade da cultura é relativamente menor do que quando há baixa densidade. Sendo assim, sob baixa densidade, o efeito da competição sobre a perda da produtividade da cultura é aditivo até um limite onde passa a ocorrer, além da competição entre as plantas daninhas e a cultura, também a competição das plantas daninhas entre si, a partir do qual a redução na produtividade da cultura tende a estabilizar-se (STOLLER et al., 1987). Avaliando-se o comportamento de cada cultivar dentro dos sistemas de cultivo observa-se que a cultivar BRS 204-Goiânia, BRS Gralha e BRS/MT Uirapuru apresentaram as mais altas produtividades (3226 kg/há, 3065 kg/há e 2961 kg/há) quando mantidas sob condição de parcela capinada, expressando produtividades acima da média nacional para a safra de 2008/2009 que foi de 2.769 kg/há, segundo dados da CONAB. Enquanto que a cultivar BRSGO Caiaponia apresenta o menor rendimento de grãos (1224 kg/há). Quando em condições de parcelas não capinadas a cultivar BRS 204-Goiania apresentou maior habilidade competitiva com as plantas daninhas apresentando a menor interferência na produção de grãos. Já as cultivares BRSGO Caiaponia, TMG 113 RR, BRSGO Araçu, TMG 133 RR, e BRS Gralha foram as que mais sofreram com a competição das plantas daninhas. A cultivar Caiaponia foi a que apresentou maior altura de planta (tabela 8), porém, foi a que apresentou menor produção, resultado semelhante foi encontrado por Rezende & Carvalho (2007) que avaliando cultivares de soja para o sul de Minas Gerais constataram que o menor rendimento de grãos foi observado na cultivar Monsoy 8866, apesar de ter apresentado boa altura de planta. Esse fato pode estar relacionado à sua má adaptação à região. Ocorreu considerável crescimento vegetativo, explicitado pela altura de planta, e indução floral tardia, poucas flores e conseqüentemente baixa produtividade. Tabela 6 Produtividade de diferentes cultivares de soja submetidos a duas condições de cultivo. Rolim de Moura, RO. 2009. Rendimento de grãos (kg/há) Cultivar de soja Capinado Não capinado BRSGO Araçu 1924 Bb 1172 Aa BRSGO Caiaponia 1224 Aa 839 Aa MG/BR-46 Conquita 2584 Bd 1800 Ab BRS 204 – Goiânia 3226 Be 2189 Ac BRS Valiosa RR 2500 Bd 1596 Ab BRS Jiripoca 2433 Bd 1557 Ab BRSGO Luziania 2393 Bd 1681 Ab BRS Gralha 3065 Be 1325 Aa BRSGO Princesa 2187 Bc 1619 Ab BRS/MT Uirapuru 2961 Be 1710 Ab TMG 133 RR 2491 Bd 1257 Aa TMG 103 RR 2494 Bd 1511 Ab TMG 113 RR 2076 Bc 1057 Aa Médias seguidas de mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem pelo teste de Scott Knott a 5% de probabilidade. NÚMERO DE PLANTAS Com relação ao estande da cultura, a convivência com as plantas daninhas causou redução nas cultivares Gralha, Uirapuru e TMG 103 RR. As cultivares com os menores estandes não são aquelas que sofreram com as maiores densidades de plantas daninhas e de massa seca da parte aérea das plantas daninhas, visto que entre os genótipos cultivados com capina ocorreram variações nos seus respectivos estandes. Isso pode estar associado a fatores inerentes a semente e ao ambiente de cultivo. Tabela 7: Número de plantas de diferentes cultivares de soja submetidas a duas condições de cultivo em Rolim de Moura, RO. 2009. Cultivar de soja BRSGO Araçu BRSGO Caiaponia MG/BR-46 Conquita BRS 204 – Goiânia BRS Valiosa RR BRS Jiripoca BRSGO Luziania BRS Gralha BRSGO Princesa BRS/MT Uirapuru TMG 133 RR TMG 103 RR TMG 113 RR Numero de plantas/há Capinado Não capinado 268125 Ac 250625 Ac 205000 Aa 196875 Aa 230125 Ab 243750 Ab 260625 Ac 266250 Ac 266875 Ac 280625 Ac 235625 Ab 237500 Ab 212500 Aa 220000 Aa 273125 Ac 233750 Ab 231875 Ab 244375 Ab 234375 Ab 222500 Ba 240625 Ab 238750 Ab 261250 Bc 242500 Ab 219375 Aa 235000 Bb Médias seguidas de mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem pelo teste de Scott Knott a 5% de probabilidade. . ALTURA DE PLANTAS As plantas de soja apresentaram alturas variando de 41,5 até 63,25 cm, sendo que a maioria das cultivares permaneceram entre 37,5 e 51,75 apenas a cultivar Caiaponia apresentou a altura média de 61,5 cm (tabela 8). Para a altura de plantas, a competição com as invasoras foi danosa para as cultivares Uirapuru, TMG 103 RR e Gralha. Analisando entre as cultivares, os valores médios mais baixos foram expressos pelas cultivares Caiaponia (200937 plantas/há) e Luziania (216650 plantas/há), do outro lado temos a cultivar Valiosa RR com 273650 plantas/há. Como pode ser observado na tabela 8, o porte baixo das plantas não está relacionado a competição com plantas daninhas. A altura de planta é característica fundamental na determinação da cultivar a ser introduzida em uma região, podendo variar consideravelmente, de acordo com a época de semeadura, espaçamento de plantas entre e dentro das fileiras, suprimento de umidade, temperatura, fertilidade do solo e outras condições gerais do meio ambiente (CARTTER & HARTWIG, 1962). Dependendo da resposta fotoperiódica da cultivar, a planta pode ter altura reduzida e formação de legumes bem próximos ao solo. Tabela 8: Altura de plantas de diferentes cultivares de soja submetidas a duas condições de cultivo em Rolim de Moura, RO. 2009. Altura de plantas (cm) Cultivar de soja Capinado Não capinado BRSGO Araçu 41,5 Aa 42,75 Aa BRSGO Caiaponia 63,25 Ac 59,75 Ac MG/BR-46 Conquita 45,25 Aa 43,75 Aa BRS 204 – Goiânia 47,5 Ab 48,5 Ab BRS Valiosa RR 46,5 Ab 47 Ab BRS Jiripoca 44,5 Aa 43,75 Aa BRSGO Luziania 47 Ab 46,25 Ab BRS Gralha 45,5 Aa 45 Aa BRSGO Princesa 43,5 Aa 43,5 Aa BRS/MT Uirapuru 47,5 Bb 37,75 Aa TMG 133 RR 51,75 Ab 51,5 Ab TMG 103 RR 41,5 Aa 43 Aa TMG 113 RR 44,5 Aa 45 Aa Médias seguidas de mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem pelo teste de Scott Knott a 5% de probabilidade. INSERÇÃO DA PRIMEIRA VAGEM Todos os genótipos testados expressaram resultados satisfatórios para o componente de produção altura de inserção da primeira vagem, apresentando os extremos de 13,25 e 19 cm de altura. Para Marcos Filho (1986), a variedade escolhida para cultivo numa determinada localidade deve apresentar uma altura de inserção do primeiro legume de pelo menos 10 a 12 cm. Entretanto, segundo o autor, para a maioria das condições das lavouras de soja, a altura mais satisfatória está em torno de 15 cm, embora colhedoras mais modernas possam efetuar boa colheita com plantas apresentando inserção de legume a 10 cm. Os fatores ambientais ou de práticas culturais que afetam a altura de planta podem influenciar também a altura da inserção da primeira vagem (SEDIYAMA et al., 1972). Em convivência com as plantas daninhas a única cultivar que apresentou redução na altura da 1ª vagem foi Goiânia (tabela 9). Para as demais esse componente não foi afetado. As diferenças de altura de inserção do primeiro legume podem ser explicadas por fatores inerentes a cada cultivar e de sua interação com o ambiente em questão. Tabela 9: Altura de inserção da 1ªvagem de diferentes cultivares de soja submetidas a duas condições de cultivo em Rolim de Moura, RO. 2009. Inserção da 1ª vagem Cultivar de soja Capinado Não capinado BRSGO Araçu 13,5 Aa 13,25 Aa BRSGO Caiaponia 14,75 Aa 14,25 Aa MG/BR-46 Conquita 17 Ab 16,5 Ab BRS 204 – Goiânia 16 Bb 15,25 Aa BRS Valiosa RR 18,75 Ac 18,75 Ac BRS Jiripoca 15,25 Aa 16,25 Bb BRSGO Luziania 16,5 Ab 16,25 Ab BRS Gralha 13,25 Aa 14,5 Aa BRSGO Princesa 14,75 Aa 16,5 Bb BRS/MT Uirapuru 14,5 Aa 14,5 Aa TMG 133 RR 18 Ac 18,25 Ac TMG 103 RR 14,75 Aa 16,75 Bb TMG 113 RR 17 Ab 19 Bc Médias seguidas de mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem pelo teste de Scott Knott a 5% de probabilidade. NUMERO DE VAGENS POR PLANTA Este componente de produção foi significativo entre o tratamento com capina e sem capina nas cultivares Goiânia, Lusiânia, Gralha, Uirapuru e TMG 103 RR. Nas demais cultivares ocorreu uma redução considerável no número de vagens por planta entre os tratamentos capinados e não capinados, conforme observado na tabela 10, mas não sendo significativo pelo teste de Scott Knott a 5% de probabilidade. Esses dados são semelhantes aos encontrados por Silva et. al.(2008) que testando densidades de plantas daninhas e épocas de controle sobre os componentes de produção da soja, constataram que o número de vagens por planta foi o componente mais severamente afetado pela comunidade infestante; mesmo em condições de baixa infestação, já nos primeiros dias de convivência houve redução do número de vagens. Nas áreas de baixa, média e alta infestação, no final do ciclo da soja verificou-se redução de até 58, 71 e 78%, respectivamente, no número de vagens por planta. Essa redução no número de vagens por planta explica as perdas de produção de todas as cultivares. Os efeitos decorrentes da interferência de plantas daninhas sobre características de plantas cultivadas podem comprometer o desenvolvimento de estruturas reprodutivas e afetar os componentes da produtividade de grãos (Lamego et. al. 2004). Segundo Board et al. (1995), em soja, o número de vagens é a característica mais responsiva às alterações causadas pelo estresse da competição de espécies concorrentes. As variações que ocorreram entre as cultivares podem estar associadas a fatores inerentes as características das cultivares e de sua interação com o meio de cultivo. Tabela 10: Número de vagens por planta de diferentes cultivares de soja submetidas a duas condições de cultivo em Rolim de Moura, RO. 2009. Numero de vagens/planta Cultivar de soja Capinado Não capinado BRSGO Araçu 32,5 Aa 22,3 Aa BRSGO Caiaponia 33,5 Aa 23,45 Aa MG/BR-46 Conquita 35 Aa 24,5 Aa BRS 204 - Goiania 40,25 Bb 30 Aa BRS Valiosa RR 30,5 Aa 22,5 Aa BRS Jiripoca 34,25 Aa 23,5 Aa BRSGO Luziania 47 Bc 37 Ab BRS Gralha 42 Bb 23 Aa BRSGO Princesa 34 Aa 23,8 Aa BRS/MT Uirapuru 47,75 Bc 30 Aa TMG 133 RR 31,75 Aa 22,2 Aa TMG 103 RR 38 Bb 25 Aa TMG 113 RR 34 Aa 23,5 Aa Médias seguidas de mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem pelo teste de Scott Knott a 5% de probabilidade. NÚMERO DE GRÃOS POR VAGEM O úmero de grãos por vagem foi pouco afetado pela convivência com as plantas concorrentes, apenas em três cultivares houve redução significativa (tabela 11), sendo Lusiânia, Gralha e Princesa. A cultivar gralha apresentou o maior valor de massa seca da parte aérea das invasoras, 1384 g/m² (tabela 4), porém as outras duas foram afetadas por valores de matéria seca bem mais baixos, não estando dessa forma, a redução no número de grãos por vagem relacionada aos maiores valores de massa secada parte aérea das plantas concorrentes. Segundo Board et. al. (1995) o número de grãos por vagem e pouco afetado pela competição com as plantas daninhas, possuem maior controle individual, mostrando pequena amplitude de variação devido ao ambiente. Tabela 11: Número de grãos por vagem de diferentes cultivares de soja submetidas a duas condições de cultivo em Rolim de Moura, RO. 2009. Manejo de plantas daninhas Cultivar de soja Capinado Não capinado BRSGO Araçu 1,75 Ab 1,63 Ab BRSGO Caiaponia 1,26 Aa 1,14 Aa MG/BR-46 Conquita 1,85 Ab 1,98 Ab BRS 204 – Goiânia 1,7 Ab 1,8 Ab BRS Valiosa RR 1,78 Ab 1,8 Ab BRS Jiripoca 1,73 Ab 1,93 Ab BRSGO Luziania 1,7 Bb 1,5 Aa BRS Gralha 1,6 Bb 1,4 Aa BRSGO Princesa 1,78 Bb 1,45 Aa BRS/MT Uirapuru 1,63 Ab 1,8 Ab TMG 133 RR 1,68 Ab 1,63 Ab TMG 103 RR 1,58 Ab 1,85 Ab TMG 113 RR 1,78 Ab 1,65 Ab Médias seguidas de mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem pelo teste de Scott Knott a 5% de probabilidade. MASSA DE CEM GRÃOS Os genótipos testados apresentaram valores de massa de cem grãos variando entre 11,95 e 18,4 gramas. Houve diferença estatística para a soja cultivada na presença de plantas daninhas nas cultivares Goiânia, Jiripoca, Uirapuru, TMG 133 RR e TMG 113 RR (tabela 12). A redução na massa de cem grãos observada nessas cultivares não esta associada as maiores valores de densidades e de massa seca da parte aérea das plantas invasoras/m². Entre as cultivares testadas as que apresentaram os menores valores foram a TMG 103 RR e Caiaponia, com 12,1 e 13,3 gramas, respectivamente. Essas duas cultivares tiveram produtividade abaixo de 2500 kg/há e esses valores de massa de cem grãos influenciaram no rendimento de grãos. Os demais genótipos não sofreram alteração devido à competição com as invasoras ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Scott Knott. Tabela 12: Massa de cem grãos de diferentes cultivares de soja submetidas a duas condições de cultivo em Rolim de Moura, RO. 2009. Manejo de plantas daninhas Cultivar de soja Capinado Não capinado BRSGO Araçu 12,98 Aa 14,25 Aa BRSGO Caiaponia 14 Aa 12,68 Aa MG/BR-46 Conquita 18,3 Ac 18,4 Ac BRS 204 - Goiania 17,63 Bc 15,35 Ab BRS Valiosa RR 16,13 Ab 15,18 Ab BRS Jiripoca 17,68 Bc 16,4 Ab BRSGO Luziania 16,2 Ab 15,28 Ab BRS Gralha 16,43 Ab 15,13 Ab BRSGO Princesa 17,98 Ac 17,33 Ac BRS/MT Uirapuru 15,23 Bb 13,78 Aa TMG 133 RR 16,88 Bc 16,33 Ab TMG 103 RR 11,95 Aa 12,25 Aa TMG 113 RR 15,93 Bb 13,9 Aa Médias seguidas de mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem pelo teste de Scott Knott a 5% de probabilidade. CONCLUSÕES 1. Foram encontradas 24 espécies de plantas daninhas na área de cultivo. 2. O cultivo da soja sob infestações de planta daninha reduziu o rendimento de grãos de todas as cultivares com exceção de Caiaponia. 3. A maior redução na produção de soja foi da ordem de 56,8% para a cultivar Gralha. 4. As cultivares que se mostraram mais promissoras as condições de cultivo de Rolim de Moura foram: Goiânia, Gralha e Uirapuru. 5. A cultivar que se saiu melhor na competição com as plantas daninhas foi a BRSGO 204 Goiânia. 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BENNETT, A.C.; SHAW, D.R. Effect of Glycine max cultivars and weed control on weed seed characteristics. Weed Scienc, v.48, n.4, p.431-435, 2000. BOARD, J.E.; WIER, A.T.; BOETHEL, D.J. Source strength influence on soybean formation during early and late reproductive development. Crop. Scienc. v.35, n.4, p.1104-1110, 1995. CARTTER, J.L.; HARTWIG, E.E. The management of soybeans. In: NORMAN, A.G. (Ed.). The soybean. New York: Academic, 1962. CONAB, Companhia Nacional de Abastecimento. Disponível em: <http://www.conab.gov.br/conabweb/download/sureg/PR/Soja%20Dez%202008.pdf> Acesso em 15/07/2009. DUTRA, J.H. Comportamento de quinze genótipos de soja [Glycine Max(L.) 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