JOSIA LUDTKE

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA
CAMPUS DE ROLIM DE MOURA
DEPARTAMENTO DE AGRONOMIA
Relatório final de voluntário PIBIC
PROJETO: Competição de cultivares de soja com plantas daninhas
VOLUNTÁRIO: JOSIA LUDTKE
ORIENTADOR: ADRIANO JAKELAITIS
PERÍODO: 08/2008 A 07/2009
LOCAL DE EXECUÇÃO: ROLIM DE MOURA
Rolim de Moura, RO
24 de julho 2009
SUMÁRIO
Introdução..................................................................................................... 01
Metodologia ................................................................................................. 02
Resultados e discussão................................................................................ 04
Conclusões.................................................................................................. 18
Referências...................................................................................................19
INTRODUÇÃO
A soja apresenta alto potencial para o rendimento de grãos, mas parte deste
potencial é perdido em razão da interação do ambiente sobre suas estruturas reprodutivas
e da competição entre órgãos por assimilados durante seu desenvolvimento, o qual pode
ser modificado por fatores bióticos e abióticos (NAVARRO JUNIOR e COSTA, 2001).
Entre estes fatores, a presença de plantas daninhas em lavouras de soja afeta
negativamente o desenvolvimento da cultura, geralmente causando redução na
produtividade de grãos. Geralmente, as perdas de produtividade decorrentes da
competição de plantas daninhas tendem a ser mais elevadas quanto mais semelhantes
forem os indivíduos, pois plantas vizinhas disputarão recursos ao ocuparem o mesmo
nicho ecológico (SILVA e SILVA, 2007).
Em competição as culturas podem responder de duas formas às plantas
daninhas: tolerância, que consiste na habilidade delas em manter a produtividade em
situação de competição, ou supressão, que se refere à capacidade da cultura em reduzir o
crescimento de plantas daninhas por efeito de interferência. Na soja, plantas daninhas
que cresceram abaixo do dossel da cultura foram suprimidas, porém a cultura não tolerou
a competição de Xanthium strumarium, respondendo com redução no crescimento e na
produtividade de grãos (REGNIER e STOLLER, 1989).
Características morfofisiológicas das plantas influenciam as relações de
competição entre cultura e plantas daninhas. O porte de planta e o ciclo de
desenvolvimento são características que têm sido associadas positivamente com
habilidade competitiva em soja; cultivares com maior duração de ciclo e estatura mais
elevada reduzem a produção e o tamanho das sementes de plantas daninhas, devido ao
incremento na competitividade da cultura (BENNETT e SHAW, 2000). Outras
características que contribuem para o sucesso da competição de soja com as plantas
daninhas são a velocidade de emergência, o acúmulo de biomassa, a arquitetura do
dossel e o arranjo espacial da cultura, pois a luz é um dos recursos pelo qual as plantas
daninhas competem com as culturas (SHAW et al., 1997).
A utilização em conjunto de diversas práticas no controle de plantas daninhas
permite uma complementação entre elas e resulta no aumento da eficiência de controle
(MEROTTO JR. et al., 2001). A racionalização do uso do ambiente tem sido alcançada
por meio do estabelecimento de metas de menor impacto ao meio, em que os
fundamentos do manejo integrado são usados como estratégias para o controle de plantas
daninhas. Em particular, o controle cultural de plantas daninhas visa racionalizar o
ambiente de cultivo incrementando a capacidade competitiva das culturas em relação as
plantas daninhas. Prática importante a considerar na adoção do manejo cultural de
plantas daninhas é a escolha de cultivares que apresentem elevada habilidade
competitiva com as espécies infestantes.
O crescimento inicial mais vigoroso de cultivares precoces de soja pode ser
decisivo na resposta de sua competitividade com as plantas daninhas predominantes. De
acordo com Voll et al. (2002) isso assume grande importância quando a maturação das
principais espécies daninhas ocorre antes da colheita de cultivares precoces de soja. Por
outro lado, torna-se viável selecionar cultivares tardios de soja que apresentem rápido
crescimento na fase inicial de desenvolvimento, sem que haja prejuízo em seu
crescimento nos estádios mais avançados. Sabendo que o cultivo da soja constitui em
atividade agrícola importante da economia de Rondônia, e que potencialmente contribui
para o aumento das receitas do Estado, justifica-se a importância dessa pesquisa.
Objetivo
Avaliar o potencial competitivo de cultivares de soja com plantas daninhas nas
condições edafoclimáticas de Rolim de Moura, RO.
MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa foi conduzida na Fazenda Experimental da Universidade Federal de
Rondônia, UNIR, campus de Agronomia localizada em Rolim de Moura, RO. A área
utilizada para a instalação do experimento era cultivada há três anos com Brachiaria
brizantha sendo a mesma dessecada com herbicida sistêmico glyphosate na dose de 5 L
ha-1, sendo em seguida procedida a coleta do solo a 0,20m de profundidade para
caracterização físico-química. O solo em questão apresentou pH em água de 5,2; Al de
0,2 cmolc dm-3; Ca+Mg de 4,4 cmolc dm-3; K de 0,12 cmolc dm-3; e P de 4,8 mg dm-3 e
argila, silte, areia fina, areia grossa e matéria orgânica de 40, 12, 18, 30 e 21,5 dag kg-1,
respectivamente.
Para um melhor preparo do solo, no sistema convencional, 14 dias após a
dessecação da vegetação foi feita uma roçada, visto que o volume de matéria seca
existente na área era muito grande, e 8 dias após a roçada, procedeu-se a subsolagem e 2
gradagens. Foi adotado o delineamento experimental em blocos casualizados, com
quatro repetições, arranjado em parcelas subdivididas no esquema 13x2. O primeiro fator
sendo constituído de treze cultivares de soja (Conquista, Araçu, Caiapônia, Goiânia,
Valiosa, Jiripoca, Lusiânia, Gralha, Princesa, Uirapuru, TMG 133, TMG103, e
TMG113) descritas abaixo na (tabela 5) . O segundo fator está constituído de dois tipos
de manejo de plantas daninhas: área capinada manualmente (sem infestação de plantas
daninhas por todo o ciclo dos cultivares) e área não-capinada (com infestação de plantas
daninhas por todo o ciclo dos cultivares). As capinas foram realizadas sempre que
necessário, até o completo fechamento da soja.
As parcelas experimentais foram constituídas por seis linhas de semeadura da
soja, espaçadas de 0,50 metros, com seis metros de comprimento, resultando numa área
de 18 m2. Como área útil para amostragens e avaliações serão consideradas as quatro
linhas centrais, descartando-se 0,50 metro de cada extremidade.
Após o preparo do solo, a semeadura manual da soja foi realizada em linhas,
utilizando-se 16 sementes por metro linear a profundidade de 4cm. A adubação de
plantio foi de 350 kg ha-1 de 4-30-16 (N-P2O5-K2O) precedida do tratamento das
sementes com Carboxim + tiram e da inoculação com Bradyrhizobium japonicum. Em
cobertura, sobre a linha da soja, foram aplicado 30 kg de k2O ha-1 na forma de cloreto de
potássio (KCL) aos 30 dias após a emergência (DAE), 80 kg ha-1 de N aplicados aos 31
DAE, utilizando uréia como fonte nitrogenada, devido a baixa eficiência da inoculação
expressada em sintomas de deficiência de N (amarelecimento da planta, acentuado nas
folhas mais velhas), e aos 34 DAE foi aplicado por via foliar, 300 g de molibdênio ha-1
na forma de molibdato de amônio. Como manejo fitossanitário foi aplicado o inseticida
metamidofós na dose de 800 ml ha-1 aos 50 DAE visando o controle de vaquinhas
Cerotoma sp e do percevejo-verde-pequeno Piezodorus guildinii, e o fungicida
Tebuconazole dosado em 500 ml ha-1 aplicado aos 55 DAE de forma preventiva contra
Phakopsora pachyrhizi, agente causal da ferrugem asiática.
Para a caracterização da comunidade infestante nos tratamentos em que a
cultura conviveu com as plantas invasoras foi realizado o primeiro levantamento de
plantas daninhas aos 50 DAE da soja e o segundo por ocasião da colheita. Para tanto
foram lançados ao acaso dois quadrados amostrais de 0,25 m2 por parcela, e, logo após,
coletadas as partes aéreas das plantas daninhas, separadas por espécie e determinados os
valores de densidade e massa seca. As plantas daninhas foram identificadas com base em
literatura específica (Lorenzi, 2006). A massa seca foi obtida pela secagem em estufa
com ventilação forçada de ar, a 65 ºC, até atingir massa constante. Os dados foram
submetidos à análise descritiva.
Por ocasião da colheita da soja foram avaliados o número de plantas e o
rendimento de grãos na área útil de cada parcela. Das plantas da área útil foram
escolhidas dez plantas representativas, as quais foram medidas as alturas das plantas e da
inserção da primeira vagem e o número total de vagens por planta. Destas plantas foram
selecionadas 200 vagens coletadas aleatoriamente e foi determinado o número de grãos
por vagem e a massa de cem grãos. Os valores do rendimento de grãos e da massa de
cem grãos foram expressos a 13% de umidade.
Os resultados da comunidade infestante foram submetidos à análise descritiva.
Os dados referentes à soja foram submetidos à análise de variância pelo teste F, sendo as
médias comparadas pelo teste de Scott Knott, a 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Analizando-se a densidade de plantas aos 50 DAE verifica-se um total de 24
espécies, destacando-se, não identificada, Spermacoce latifola, Acanthosppermum
hispidum e Phyllanthus tenellus com 3,2; 3,1; 2,2 e 1,5 indivíduos/m², seguidas das
demais conforme tabela 1. Todas com menos de um indivíduo/m² na média entre as
cultivares. Nas cultivares verificou-se que esta varia de 12 plantas/m² na cultivar Gralha
a 23 plantas/m² na cultivar Uirapuru, registrando-se baixa competitividade dessa última
cultivar para com as plantas daninhas até aos 50 dias após a emergência da cultivar. No
entanto para a avaliação da densidade de plantas daninhas por cultivar por ocasião da
colheita, verificou-se que não houve variação, o que significa que todas as cultivares
apresentam baixa competitividade por recursos com as plantas daninhas. Nesta 2ª
amostragem ocorreu uma alta densidade da espécie não identificada com 08 plantas/m²
(tabela 4). Vale destacar que essa espécie apresentou capacidade de desenvolvimento
mesmo sombreada pela cultura da soja, mas por ser uma planta de pequeno porte
acumulou pouca massa seca (tabela 3).
Já por ocasião da colheita, verificou-se redução no número de espécies por área
(20), embora tenha ocorrido aumento da densidade de plantas daninhas destacando-se as
mesmas espécies. Foi observada ainda a presença de 2 novas espécies na 2ª avaliação
(Commelina benghalensis e Alternanttera tenella).
Com relação a matéria seca observou-se maior crescimento vegetativo da
espécie Brachiária brizantha (303 g/m²) seguida de Acanthospermum hispidum (29 g/m²)
e Spermacoce latifola (25,5 g/m²), em todas as cultivares de soja cultivadas (tabela 5).
Verifica-se ainda que a matéria seca da parte aérea das plantas daninhas foi superior nas
cultivares Gralha (1384,3 g/m²), Jiripoca (1268,3 g/m²) e Conquista (1175,0 g/m²)
enquanto que os menores valores foram obserevados nas cultivares Princesa (122,9
g/m²), Luziania (151,5 g/m²) e Valiosa RR (158,3 g/m²), demonstrando alto grau de
crescimento vegetativo para aquelas, traduzindo em maiores perdas de produtividade
pela cultura.
Tabela 1. Densidade de plantas daninhas/m² coletadas aos 50 DAE da soja em Rolim de
Moura, RO. 2009.
Cultivares
Princesa
TMG
103
RR
TMG
113
RR
TMG
133
RR
Uirapuru
Valiosa
RR
Espécies
Araçu
Caiaponia
Conquista
Goiânia
Gralha
Jiripoc
a
01
03
06
01
02
01
00
02
05
02
02
02
01
00
00
00
00
00
00
01
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
01
01
00
00
00
00
00
00
01
00
00
00
01
00
01
00
00
02
01
00
01
00
01
01
00
00
01
00
00
01
00
01
00
00
00
00
00
01
00
00
00
00
00
00
00
01
00
01
00
00
00
01
01
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
01
00
01
00
00
00
00
01
Cyperus iria
Digitaria
horizontalis
Hiptis
suaveolens
01
00
00
00
00
00
01
01
00
01
01
01
00
01
01
01
01
01
01
00
01
01
00
00
00
01
00
00
01
00
00
00
00
00
00
00
01
00
00
Ipomoea nil
Ipomoea
quamoclit
Marsypianthes
chamaedrys
Não
identificada
Panicum
maximum
Phisalis
angulata
Phyllanthus
tenellus
Richardia
brasiliensis
00
00
00
00
01
00
00
00
00
00
01
00
00
00
00
00
01
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
01
01
01
00
01
00
01
01
01
00
01
03
02
03
02
02
01
04
00
05
03
08
08
00
00
00
00
00
00
00
01
00
01
00
01
01
00
01
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
03
01
02
01
00
03
02
01
01
00
01
04
01
01
02
00
02
00
01
02
00
01
00
00
01
01
Sida cordifolia
Spermacoce
latifola
Spigelia
anthelmia
Talinum
paniculatum
Triunfetta
bartramia
01
00
00
00
00
00
00
01
00
01
00
00
00
03
01
04
07
02
04
04
02
05
03
00
02
04
00
00
00
00
01
00
00
00
00
00
00
00
00
01
00
01
01
01
00
01
00
01
00
00
01
00
00
01
00
00
00
00
00
01
00
00
01
01
00
Total
15
14
18
19
12
17
14
16
15
16
13
23
19
Acanthospermum
hispidum
Aeschynomene
dendiculata
Amaranthus
viridis
Brachiaria
brizantha
Brachiaria
plantaginea
Cenchus
echinatus
Crotalaria
incana
Croton
glandulosus
Luziâni
a
Tabela 2. Massa seca (gramas m-2) de plantas daninhas coletadas aos 50 DAE da soja em Rolim
de Moura, RO. 2009.
Cultivares
Princesa
TMG
103
RR
TMG
113
RR
TMG
133
RR
Uirapuru
Valiosa
RR
Espécies
Acanthospermum
hispidum
Aeschynomene
dendiculata
Amaranthus
viridis
Brachiaria
brizantha
Brachiaria
plantaginea
Cenchus
echinatus
Crotalaria
incana
Croton
glandulosus
Cyperus iria
Digitaria
horizontalis
Hiptis
suaveolens
Ipomoea nil
Ipomoea
quamoclit
Marsypianthes
chamaedrys
Não
identificada
Panicum
maximum
Phisalis
angulata
Phyllanthus
tenellus
Richardia
brasiliensis
Sida cordifolia
Spermacoce
latifola
Spigelia
anthelmia
Talinum
paniculatum
Triunfetta
bartramia
Total
Araçu
Caiaponia
Conquista
Goiania
Gralha
Jiripoc
a
Luziâni
a
21.81
47.39
25.115
2.6
100.5
23.99
00
37.63
81.38
11.68
2.1
25.8
5.76
00
00
00
00
00
00
0.95
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
1.61
0.03
00
00
00
00
00
00
3.62
25.415
0.94
00
45.75
00
1.75
00
00
53.06
0.77
00
0.51
00
00
00
00
00
8.14
00
00
0.5
00
4.35
00
00
00
00
00
0.99
00
00
00
00
00
00
00
6.45
00
0.03
00
00
00
0.22
2.42
00
00
00
00
00
00
00
00
2.01
00
00
00
0.45
00
7.67
00
00
8.51
00
0.6
0.12
00
00
00
00
00
0.05
0.05
00
0.19
0.07
0.03
0.075
8.87
1.525
25.465
0.14
0.48
0.21
00
0.39
0.84
00
00
00
13.17
00
00
15.515
00
00
00
00
00
00
00
1.2
00
00
00
00
00
00
24.36
00
00
00
00
00
24.68
00
00
00
00
15.62
15.62
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
11.28
3.77
4.65
00
7.17
00
8.55
5.57
6.01
00
0.12
0.265
0.28
0.35
0.22
0.35
0.62
0.25
00
0.37
0.8
0.05
1.15
00
00
00
00
00
00
00
24.22
00
36.15
00
31.46
33.05
00
2.015
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
1.175
1.01
1.69
1.49
00
0.5
0.44
0.15
0.1
00
1.83
4.58
5.79
0.025
27.52
00
20.3
00
12.87
21.04
00
8.1
00
00
4.94
16.13
9.64
00
00
00
00
00
00
5.59
00
0.69
00
00
00
4.995
9.18
26.93
29.14
4.99
7.08
8.78
9.78
11.4
20.74
2.88
0.14
18.62
00
00
00
00
1.5
00
00
00
00
00
00
00
00
0.03
00
3.565
0.41
0.26
00
0.37
00
0.31
00
00
0.14
00
00
50.435
26.165
142.495
00
115.12
00
82.33
00
182.05
00
62.27
00
34
7.35
100.25
00
102.6
00
131.4
22.26
75.02
14.55
94.15
00
94.85
Tabela 3. Densidade de plantas daninhas/m² coletadas por ocasião da colheita da soja em
Rolim de Moura, RO, 2009.
Cultivares
Princesa
TMG
103
RR
TMG
113
RR
TMG
133
RR
Uirapuru
Valiosa
RR
3
0
3
2
1
3
1
Espécies
Acanthospermu
m hispidum
Commelina
benghalensis
Amaranthus
viridis
Brachiaria
brizantha
Brachiaria
plantaginea
Croton
glandulosus
Gralha
Jiripoc
a
Luziâni
a
1
Araçu
Caiaponia
Conquista
Goiania
1
4
4
0
0
0
1
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
3
1
1
1
2
2
0
1
1
1
0
2
1
1
1
1
1
1
0
1
1
0
0
1
1
1
2
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
Cyperus iria
Digitaria
horizontalis
Hiptis
suaveolens
1
4
1
2
1
2
5
0
1
5
1
7
6
0
0
1
0
0
0
5
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
1
1
1
1
0
Ipomoea nil
Ipomoea
quamoclit
Marsypianthes
chamaedrys
Não
identificada
Phyllanthus
tenellus
Richardia
brasiliensis
0
1
0
0
1
0
0
0
0
1
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
1
0
1
1
0
0
0
0
1
0
1
1
1
1
1
0
22
4
4
9
10
10
8
1
2
9
4
7
15
5
3
2
1
4
1
2
1
3
2
1
0
4
1
0
0
0
1
0
1
1
1
Sida cordifolia
Spermacoce
latifola
Alternanttera
tenella
Talinum
paniculatum
Triunfetta
bartramia
1
1
0
1
0
0
0
0
1
1
0
1
1
1
1
8
4
3
3
3
3
3
2
3
1
1
3
6
1
1
0
0
0
0
0
0
0
0
2
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
1
1
0
0
0
0
00
1
0
1
00
1
0
0
0
0
0
0
Total
44
24
20
21
26
20
32
09
17
26
14
28
36
Tabela 4. Massa seca (gramas m-2) da parte aérea das plantas daninhas coletadas por ocasião da
colheita da soja em Rolim de Moura, RO. 2009.
Cultivares
Princesa
TMG
103
RR
TMG
113
RR
TMG
133
RR
14,5
00
76
1,4
1,6
Espécies
Acanthospermu
m hispidum
Commelina
benghalensis
Amaranthus
viridis
Brachiaria
brizantha
Brachiaria
plantaginea
Croton
glandulosus
Cyperus iria
Digitaria
horizontalis
Hiptis
suaveolens
Ipomoea nil
Ipomoea
quamoclit
Marsypianthes
chamaedrys
Não
identificada
Phyllanthus
tenellus
Richardia
brasiliensis
Sida cordifolia
Spermacoce
latifola
Alternanthera
tenella
Talinum
paniculatum
Triunfetta
bartramia
Total
Jiripoc
a
Luziâni
a
Caiaponia
Conquista
Goiania
Gralha
0,15
40
40
00
36
00
00
10
00
00
00
26
00
00
00
00
00
00
4,6
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
33
93
770
273
980
1223
00
100
0,1
156
00
377
32
4,7
36
28
0,08
0,6
00
0,1
0,7
00
00
38
0,15
0,2
9,5
Uirapuru
Valiosa
RR
Araçu
55
58
00
00
00
00
00
00
21
00
00
00
00
00
00
0,05
0,8
0,35
0,28
0,1
1,7
0,5
00
0,02
1,7
0,5
1
0,43
00
00
30
00
00
00
0,42
00
00
00
00
00
00
00
00
19
00
00
00
00
00
19,4
104
21,3
30,7
00
00
0,1
00
00
0,01
00
00
00
00
35
3,1
00
00
00
00
00
00
00
00
00
2
00
10,7
11,8
40
00
0
00
00
13,2
00
11,6
10,8
00
85
28
30,5
00
9,2
0,6
4,7
4
6,1
5,4
2,7
0,4
1,5
6
3,3
4
11,1
4,6
1,77
0,6
0,8
2,3
0,83
1
0,26
3,4
3
3,7
00
11,3
00
00
00
1,2
00
23
0,7
0,1
37
7
1,8
00
29
4,7
00
1,7
00
00
00
00
00
44,5
63
10
0,3
90
0,04
8,3
5
00
00
00
00
00
00
55
184
00
65
2,3
41
21
1,8
32
8,6
42
103
00
00
00
00
00
00
163
00
00
1,5
00
00
00
00
0,15
0,2
00
00
270
00
325
00
41
00
00
00
00
00
00
324,3
345
1175
323,6
1384,3
1268.3
151,5
122,86
342,6
537
169,5
530,25
158,33
DURAÇÃO DO CICLO
Entre as cultivares testadas algumas expressaram ciclos diferentes da região de
origem, algumas expressaram um adiantamento do seu ciclo enquanto outras tiveram um
retardamento além do normal para a cultivar no seu local de origem (tabela 5). Sabe-se
que os fatores climáticos que condicionam o ambiente são determinantes no grau de
adaptação dos indivíduos. Medeiros et al. (1991) relatam que as causas dos baixos níveis
de rendimentos de grãos podem ser atribuídas ao fator de aptidão climática e edáfica da
região e nível de tecnologia aplicada. De acordo com Câmara (1998), durante o seu
ciclo, a planta permanece exposta a muitos fatores externos que podem favorecer ou
prejudicar a produção final.
Existe grande variabilidade entre os cultivares com relação à sensibilidade à
época de semeadura e à mudanças na região de cultivo. Por isso, são importantes os
ensaios regionais de avaliação de cultivares de soja, realizados em diferentes épocas em
uma mesma região (PEIXOTO et al., 2000).
Tabela 5: ciclo das cultivares testadas: local de origem e ciclo expressado em Rolim de
Moura. RO. 2009.
N°
Cultivar
Ciclo de origem (dias)
Ciclo expressado
(dias)
1 BRSGO Araçu
Precoce < 115
94
2 BRSGOCaiapônia
Precoce < 115
122
3 MG/BR46Conquista
precoce < 115
110
4 BRSGO 204Goiânia
Semi-precoce 116-125
104
5 BRS Valiosa RR
Semi-precoce 116-125
104
6 BRS Jiripoca
Médio 126-137
122
7 BRSGO Lusiânia
Médio 126-137
110
8 BRS Gralha
Médio 126-137
118
9 BRSGO Princesa
Tardio > 137
145
10 BRS/MT Uirapuru
Tardio > 137
118
11 TMG 133 RR
Médio 126-137
145
12 TMG 103 RR
Médio 126-137
118
13 TMG 113 RR
Precoce < 115
122
RENDIMENTO DE GRÃOS
Analisando o rendimento de grãos (tabela 3), verifica-se que todas as cultivares
reduziram a produção de grãos quando submetidas a competição com as plantas
daninhas, com exceção da cultivar BRS Caiaponia que se mostrou indiferente ao sistema
de cultivo. Observou-se ainda, que as perdas na produção de soja variaram de 26% a
56,8%, demonstrando dessa forma que a competição com as plantas daninhas representa
um grande impacto no potencial produtivo da cultura, necessitando, portanto de medidas
de controle urgente. Esse resultados concordam com Pires et. al. (2005) que testando o
potencial competitivo de cultivares de soja em relação as plantas daninhas constataram
que todos os cultivares de soja, seja de ciclo precoce ou médio, apresentaram quedas no
rendimento de grãos com o não-controle das plantas daninhas.
Dentre as cultivares testadas a BRS Gralha foi a mais afetada pela competição
com as plantas daninhas com redução da produção de grãos de 56,8%, seguida palas
cultivares TMG 133 RR, TMG 113 RR e Uirapuru, com reduções de 49,5%, 49,1% e
42,2% respectivamente. Já as cultivares Princesa, Luziania, Conquista e Caiaponia foram
as que menos sofreram com a interferência das plantas daninhas, com perdas de
produtividade da ordem de 26,0%, 29,8%, 30,3% e 31,5% respectivamente. Esta redução
está diretamente relacionada a espécie de planta daninha infestante, uma vez que mesmo
sob a mais alta densidade , a cultivar Araçu, bem como a cultivar Valiosa RR cujas
densidades de 44 e 36 indivíduos/m² apresentaram médias reduções em suas produções.
Este resultado pode estar ligado ao fato de que sob altas densidades de plantas
concorrentes, o impacto da presença de cada indivíduo na produtividade da cultura é
relativamente menor do que quando há baixa densidade. Sendo assim, sob baixa
densidade, o efeito da competição sobre a perda da produtividade da cultura é aditivo até
um limite onde passa a ocorrer, além da competição entre as plantas daninhas e a cultura,
também a competição das plantas daninhas entre si, a partir do qual a redução na
produtividade da cultura tende a estabilizar-se (STOLLER et al., 1987).
Avaliando-se o comportamento de cada cultivar dentro dos sistemas de cultivo
observa-se que a cultivar BRS 204-Goiânia, BRS Gralha e BRS/MT Uirapuru
apresentaram as mais altas produtividades (3226 kg/há, 3065 kg/há e 2961 kg/há)
quando mantidas sob condição de parcela capinada, expressando produtividades acima
da média nacional para a safra de 2008/2009 que foi de 2.769 kg/há, segundo dados da
CONAB. Enquanto que a cultivar BRSGO Caiaponia apresenta o menor rendimento de
grãos (1224 kg/há).
Quando em condições de parcelas não capinadas a cultivar BRS 204-Goiania
apresentou maior habilidade competitiva com as plantas daninhas apresentando a menor
interferência na produção de grãos. Já as cultivares BRSGO Caiaponia, TMG 113 RR,
BRSGO Araçu, TMG 133 RR, e BRS Gralha foram as que mais sofreram com a
competição das plantas daninhas.
A cultivar Caiaponia foi a que apresentou maior altura de planta (tabela 8),
porém, foi a que apresentou menor produção, resultado semelhante foi encontrado por
Rezende & Carvalho (2007) que avaliando cultivares de soja para o sul de Minas Gerais
constataram que o menor rendimento de grãos foi observado na cultivar Monsoy 8866,
apesar de ter apresentado boa altura de planta. Esse fato pode estar relacionado à sua má
adaptação à região. Ocorreu considerável crescimento vegetativo, explicitado pela altura
de planta, e indução floral tardia, poucas flores e conseqüentemente baixa produtividade.
Tabela 6 Produtividade de diferentes cultivares de soja submetidos a duas condições de
cultivo. Rolim de Moura, RO. 2009.
Rendimento de grãos (kg/há)
Cultivar de soja
Capinado
Não capinado
BRSGO Araçu
1924 Bb
1172 Aa
BRSGO Caiaponia
1224 Aa
839 Aa
MG/BR-46 Conquita
2584 Bd
1800 Ab
BRS 204 – Goiânia
3226 Be
2189 Ac
BRS Valiosa RR
2500 Bd
1596 Ab
BRS Jiripoca
2433 Bd
1557 Ab
BRSGO Luziania
2393 Bd
1681 Ab
BRS Gralha
3065 Be
1325 Aa
BRSGO Princesa
2187 Bc
1619 Ab
BRS/MT Uirapuru
2961 Be
1710 Ab
TMG 133 RR
2491 Bd
1257 Aa
TMG 103 RR
2494 Bd
1511 Ab
TMG 113 RR
2076 Bc
1057 Aa
Médias seguidas de mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem pelo teste de
Scott Knott a 5% de probabilidade.
NÚMERO DE PLANTAS
Com relação ao estande da cultura, a convivência com as plantas daninhas
causou redução nas cultivares Gralha, Uirapuru e TMG 103 RR.
As cultivares com os menores estandes não são aquelas que sofreram com as
maiores densidades de plantas daninhas e de massa seca da parte aérea das plantas
daninhas, visto que entre os genótipos cultivados com capina ocorreram variações nos
seus respectivos estandes. Isso pode estar associado a fatores inerentes a semente e ao
ambiente de cultivo.
Tabela 7: Número de plantas de diferentes cultivares de soja submetidas a duas
condições de cultivo em Rolim de Moura, RO. 2009.
Cultivar de soja
BRSGO Araçu
BRSGO Caiaponia
MG/BR-46 Conquita
BRS 204 – Goiânia
BRS Valiosa RR
BRS Jiripoca
BRSGO Luziania
BRS Gralha
BRSGO Princesa
BRS/MT Uirapuru
TMG 133 RR
TMG 103 RR
TMG 113 RR
Numero de plantas/há
Capinado
Não capinado
268125 Ac
250625 Ac
205000 Aa
196875 Aa
230125 Ab
243750 Ab
260625 Ac
266250 Ac
266875 Ac
280625 Ac
235625 Ab
237500 Ab
212500 Aa
220000 Aa
273125 Ac
233750 Ab
231875 Ab
244375 Ab
234375 Ab
222500 Ba
240625 Ab
238750 Ab
261250 Bc
242500 Ab
219375 Aa
235000 Bb
Médias seguidas de mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem pelo teste de
Scott Knott a 5% de probabilidade.
.
ALTURA DE PLANTAS
As plantas de soja apresentaram alturas variando de 41,5 até 63,25 cm, sendo
que a maioria das cultivares permaneceram entre 37,5 e 51,75 apenas a cultivar
Caiaponia apresentou a altura média de 61,5 cm (tabela 8).
Para a altura de plantas, a competição com as invasoras foi danosa para as
cultivares Uirapuru, TMG 103 RR e Gralha. Analisando entre as cultivares, os valores
médios mais baixos foram expressos pelas cultivares Caiaponia (200937 plantas/há) e
Luziania (216650 plantas/há), do outro lado temos a cultivar Valiosa RR com 273650
plantas/há.
Como pode ser observado na tabela 8, o porte baixo das plantas não está
relacionado a competição com plantas daninhas. A altura de planta é característica
fundamental na determinação da cultivar a ser introduzida em uma região, podendo
variar consideravelmente, de acordo com a época de semeadura, espaçamento de plantas
entre e dentro das fileiras, suprimento de umidade, temperatura, fertilidade do solo e
outras condições gerais do meio ambiente (CARTTER & HARTWIG, 1962).
Dependendo da resposta fotoperiódica da cultivar, a planta pode ter altura reduzida e
formação de legumes bem próximos ao solo.
Tabela 8: Altura de plantas de diferentes cultivares de soja submetidas a duas condições
de cultivo em Rolim de Moura, RO. 2009.
Altura de plantas (cm)
Cultivar de soja
Capinado
Não capinado
BRSGO Araçu
41,5 Aa
42,75 Aa
BRSGO Caiaponia
63,25 Ac
59,75 Ac
MG/BR-46 Conquita
45,25 Aa
43,75 Aa
BRS 204 – Goiânia
47,5 Ab
48,5 Ab
BRS Valiosa RR
46,5 Ab
47
Ab
BRS Jiripoca
44,5 Aa
43,75 Aa
BRSGO Luziania
47
Ab
46,25 Ab
BRS Gralha
45,5 Aa
45
Aa
BRSGO Princesa
43,5 Aa
43,5 Aa
BRS/MT Uirapuru
47,5 Bb
37,75 Aa
TMG 133 RR
51,75 Ab
51,5 Ab
TMG 103 RR
41,5 Aa
43
Aa
TMG 113 RR
44,5 Aa
45
Aa
Médias seguidas de mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem pelo teste de
Scott Knott a 5% de probabilidade.
INSERÇÃO DA PRIMEIRA VAGEM
Todos os genótipos testados expressaram resultados satisfatórios para o
componente de produção altura de inserção da primeira vagem, apresentando os
extremos de 13,25 e 19 cm de altura. Para Marcos Filho (1986), a variedade escolhida
para cultivo numa determinada localidade deve apresentar uma altura de inserção do
primeiro legume de pelo menos 10 a 12 cm. Entretanto, segundo o autor, para a maioria
das condições das lavouras de soja, a altura mais satisfatória está em torno de 15 cm,
embora colhedoras mais modernas possam efetuar boa colheita com plantas
apresentando inserção de legume a 10 cm. Os fatores ambientais ou de práticas culturais
que afetam a altura de planta podem influenciar também a altura da inserção da primeira
vagem (SEDIYAMA et al., 1972).
Em convivência com as plantas daninhas a única cultivar que apresentou
redução na altura da 1ª vagem foi Goiânia (tabela 9). Para as demais esse componente
não foi afetado. As diferenças de altura de inserção do primeiro legume podem ser
explicadas por fatores inerentes a cada cultivar e de sua interação com o ambiente em
questão.
Tabela 9: Altura de inserção da 1ªvagem de diferentes cultivares de soja submetidas a
duas condições de cultivo em Rolim de Moura, RO. 2009.
Inserção da 1ª vagem
Cultivar de soja
Capinado
Não capinado
BRSGO Araçu
13,5 Aa
13,25 Aa
BRSGO Caiaponia
14,75 Aa
14,25 Aa
MG/BR-46 Conquita
17
Ab
16,5 Ab
BRS 204 – Goiânia
16
Bb
15,25 Aa
BRS Valiosa RR
18,75 Ac
18,75 Ac
BRS Jiripoca
15,25 Aa
16,25 Bb
BRSGO Luziania
16,5 Ab
16,25 Ab
BRS Gralha
13,25 Aa
14,5 Aa
BRSGO Princesa
14,75 Aa
16,5 Bb
BRS/MT Uirapuru
14,5 Aa
14,5 Aa
TMG 133 RR
18
Ac
18,25 Ac
TMG 103 RR
14,75 Aa
16,75 Bb
TMG 113 RR
17
Ab
19
Bc
Médias seguidas de mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem pelo teste de
Scott Knott a 5% de probabilidade.
NUMERO DE VAGENS POR PLANTA
Este componente de produção foi significativo entre o tratamento com capina e
sem capina nas cultivares Goiânia, Lusiânia, Gralha, Uirapuru e TMG 103 RR. Nas
demais cultivares ocorreu uma redução considerável no número de vagens por planta
entre os tratamentos capinados e não capinados, conforme observado na tabela 10, mas
não sendo significativo pelo teste de Scott Knott a 5% de probabilidade. Esses dados são
semelhantes aos encontrados por Silva et. al.(2008) que testando densidades de plantas
daninhas e épocas de controle sobre os componentes de produção da soja, constataram
que o número de vagens por planta foi o componente mais severamente afetado pela
comunidade infestante; mesmo em condições de baixa infestação, já nos primeiros dias
de convivência houve redução do número de vagens. Nas áreas de baixa, média e alta
infestação, no final do ciclo da soja verificou-se redução de até 58, 71 e 78%,
respectivamente, no número de vagens por planta.
Essa redução no número de vagens por planta explica as perdas de produção de
todas as cultivares. Os efeitos decorrentes da interferência de plantas daninhas sobre
características de plantas cultivadas podem comprometer o desenvolvimento de
estruturas reprodutivas e afetar os componentes da produtividade de grãos (Lamego et.
al. 2004). Segundo Board et al. (1995), em soja, o número de vagens é a característica
mais responsiva às alterações causadas pelo estresse da competição de espécies
concorrentes.
As variações que ocorreram entre as cultivares podem estar associadas a fatores
inerentes as características das cultivares e de sua interação com o meio de cultivo.
Tabela 10: Número de vagens por planta de diferentes cultivares de soja submetidas a
duas condições de cultivo em Rolim de Moura, RO. 2009.
Numero de vagens/planta
Cultivar de soja
Capinado
Não capinado
BRSGO Araçu
32,5 Aa
22,3 Aa
BRSGO Caiaponia
33,5 Aa
23,45 Aa
MG/BR-46 Conquita
35
Aa
24,5 Aa
BRS 204 - Goiania
40,25 Bb
30
Aa
BRS Valiosa RR
30,5 Aa
22,5 Aa
BRS Jiripoca
34,25 Aa
23,5 Aa
BRSGO Luziania
47
Bc
37
Ab
BRS Gralha
42
Bb
23
Aa
BRSGO Princesa
34
Aa
23,8 Aa
BRS/MT Uirapuru
47,75 Bc
30
Aa
TMG 133 RR
31,75 Aa
22,2 Aa
TMG 103 RR
38
Bb
25
Aa
TMG 113 RR
34
Aa
23,5 Aa
Médias seguidas de mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem pelo teste de
Scott Knott a 5% de probabilidade.
NÚMERO DE GRÃOS POR VAGEM
O úmero de grãos por vagem foi pouco afetado pela convivência com as plantas
concorrentes, apenas em três cultivares houve redução significativa (tabela 11), sendo
Lusiânia, Gralha e Princesa. A cultivar gralha apresentou o maior valor de massa seca da
parte aérea das invasoras, 1384 g/m² (tabela 4), porém as outras duas foram afetadas por
valores de matéria seca bem mais baixos, não estando dessa forma, a redução no número
de grãos por vagem relacionada aos maiores valores de massa secada parte aérea das
plantas concorrentes. Segundo Board et. al. (1995) o número de grãos por vagem e
pouco afetado pela competição com as plantas daninhas, possuem maior controle
individual, mostrando pequena amplitude de variação devido ao ambiente.
Tabela 11: Número de grãos por vagem de diferentes cultivares de soja submetidas a
duas condições de cultivo em Rolim de Moura, RO. 2009.
Manejo de plantas daninhas
Cultivar de soja
Capinado
Não capinado
BRSGO Araçu
1,75 Ab
1,63 Ab
BRSGO Caiaponia
1,26 Aa
1,14 Aa
MG/BR-46 Conquita
1,85 Ab
1,98 Ab
BRS 204 – Goiânia
1,7 Ab
1,8 Ab
BRS Valiosa RR
1,78 Ab
1,8 Ab
BRS Jiripoca
1,73 Ab
1,93 Ab
BRSGO Luziania
1,7 Bb
1,5 Aa
BRS Gralha
1,6 Bb
1,4 Aa
BRSGO Princesa
1,78 Bb
1,45 Aa
BRS/MT Uirapuru
1,63 Ab
1,8 Ab
TMG 133 RR
1,68 Ab
1,63 Ab
TMG 103 RR
1,58 Ab
1,85 Ab
TMG 113 RR
1,78 Ab
1,65 Ab
Médias seguidas de mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem pelo teste de
Scott Knott a 5% de probabilidade.
MASSA DE CEM GRÃOS
Os genótipos testados apresentaram valores de massa de cem grãos variando
entre 11,95 e 18,4 gramas. Houve diferença estatística para a soja cultivada na presença
de plantas daninhas nas cultivares Goiânia, Jiripoca, Uirapuru, TMG 133 RR e TMG
113 RR (tabela 12). A redução na massa de cem grãos observada nessas cultivares não
esta associada as maiores valores de densidades e de massa seca da parte aérea das
plantas invasoras/m².
Entre as cultivares testadas as que apresentaram os menores valores foram a
TMG 103 RR e Caiaponia, com 12,1 e 13,3 gramas, respectivamente. Essas duas
cultivares tiveram produtividade abaixo de 2500 kg/há e esses valores de massa de cem
grãos influenciaram no rendimento de grãos.
Os demais genótipos não sofreram alteração devido à competição com as
invasoras ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Scott Knott.
Tabela 12: Massa de cem grãos de diferentes cultivares de soja submetidas a duas
condições de cultivo em Rolim de Moura, RO. 2009.
Manejo de plantas daninhas
Cultivar de soja
Capinado
Não capinado
BRSGO Araçu
12,98 Aa
14,25 Aa
BRSGO Caiaponia
14
Aa
12,68 Aa
MG/BR-46 Conquita
18,3 Ac
18,4 Ac
BRS 204 - Goiania
17,63 Bc
15,35 Ab
BRS Valiosa RR
16,13 Ab
15,18 Ab
BRS Jiripoca
17,68 Bc
16,4 Ab
BRSGO Luziania
16,2 Ab
15,28 Ab
BRS Gralha
16,43 Ab
15,13 Ab
BRSGO Princesa
17,98 Ac
17,33 Ac
BRS/MT Uirapuru
15,23 Bb
13,78 Aa
TMG 133 RR
16,88 Bc
16,33 Ab
TMG 103 RR
11,95 Aa
12,25 Aa
TMG 113 RR
15,93 Bb
13,9 Aa
Médias seguidas de mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem pelo teste de
Scott Knott a 5% de probabilidade.
CONCLUSÕES
1.
Foram encontradas 24 espécies de plantas daninhas na área de cultivo.
2.
O cultivo da soja sob infestações de planta daninha reduziu o rendimento
de grãos de todas as cultivares com exceção de Caiaponia.
3.
A maior redução na produção de soja foi da ordem de 56,8% para a
cultivar Gralha.
4.
As cultivares que se mostraram mais promissoras as condições de cultivo
de Rolim de Moura foram: Goiânia, Gralha e Uirapuru.
5.
A cultivar que se saiu melhor na competição com as plantas daninhas foi a
BRSGO 204 Goiânia.
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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