Slide 1 - Direito Unicsul

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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL
CURSO DE DIREITO
FILOSOFIA GERAL
1º. semestre
A FILOSOFIA ANTIGA: O
COMEÇO E A CONSOLIDAÇÃO
Professora Selma Ap. Cesarin
2011
FILOSOFIA GERAL
• A busca por uma definição de Filosofia
Não existe uma única definição de Filosofia, mas é possível
chegar , numa primeira aproximação, a pelo menos
quatro definições gerais do que ela seria:
- visão de mundo;
- sabedoria de vida;
- esforço racional para conceber o Universo como uma
totalidade ordenada e dotada de sentido;
- fundamentação teórica e crítica dos conhecimentos e
práticas.
E o que seriam estas definições?
FILOSOFIA GERAL
• Visão de mundo
De modo geral, Filosofia corresponde ao conjunto de
ideias, valores e práticas pelos quais uma sociedade
aprende e compreende o mundo e a si mesma (tempo e
espaço; sagrado e profano; bom e mau; justo e injusto;
belo e feio; verdadeiro e falso; possível e impossível;
eventual e necessário).
Crítica: é geral demais e não permite distinguir entre
Filosofia e Arte, Filosofia e Ciência etc. Além de se
aproximar muito da definição de cultura. Assim, não
define a especificidade do trabalho filosófico e não se
pode aceitá-la.
FILOSOFIA GERAL
• Sabedoria da vida
Sob esta visão, a Filosofia é identificada com a ação de
algumas pessoas que pensam sobre a vida moral e se
dedicam à contemplação do mundo para aprender com
ele a controlar suas vidas de modo ético, exercitando o
domínio de si mesmas sobre as paixões, desejos e
impulsos.
Crítica: esta definição diz, de modo vago, o que se espera
da Filosofia (a sabedoria interior), mas não o que a
Filosofia é e o que ela faz.
Assim, também não se pode aceitá-la.
FILOSOFIA GERAL
• Esforço racional para conceber o Universo como uma
totalidade ordenada de sentido
Neste caso, distingue-se Filosofia e Religião, até mesmo
contrapondo uma a outra, pois ambas possuem o
mesmo objeto (compreender o Universo), embora a
Filosofia o faça de modo racional e a Religião por
confiança em uma revelação divina.
Assim, por este prisma, exige-se da Filosofia a tarefa de
oferecer uma explicação e uma compreensão totais do
Universo, elaborando um sistema universal ou um
sistema do mundo, o que já se sabe não ser possível.
FILOSOFIA GERAL
Crítica: a primeira limitação desta definição reside no
fato de a explicação sobre a realidade também ser
oferecida pelas ciências e pelas artes, cada uma em
seus campos de estudo, não sendo possível uma única
disciplina que abrangesse a totalidade dos
conhecimentos.
A segunda delimitação reside no fato de que a própria
Filosofia não admite que seja possível um sistema de
pensamento único que ofereça uma explicação para o
todo da realidade.
Por isso, essa definição também não pode ser aceita.
FILOSOFIA GERAL
• Fundamentação teórica e crítica dos conhecimentos e
das práticas
A Filosofia se ocupa cada vez mais com as condições e
princípios do conhecimento que pretenda ser racional
e verdadeiro: a origem, a forma e o conteúdo dos
valores éticos, políticos, artísticos e culturais; com a
compreensão das causas e das formas da ilusão e do
preconceito no plano individual e coletivo; com as
transformações históricas dos conceitos, das ideias e
dos valores.
FILOSOFIA GERAL
E também se volta para o estudo da consciência em suas
várias modalidades: percepção, imaginação, memória,
linguagem, inteligência, experiência, reflexão,
comportamento, vontade, desejo e paixões,
procurando descrever as relações e os conteúdos dessas
modalidades de relação entre o ser humano e o mundo,
entre o ser humano e si mesmo e entre o ser humano e
os outros seres humanos que o rodeiam.
Finalmente, a Filosofia visa ao estudo e à interpretação
de ideias ou significações gerais como: realidade,
mundo, natureza, cultura, subjetividade,
objetividade, diferença, semelhança, conflito,
contradição, mudança etc.
FILOSOFIA GERAL
Assim, essa definição capta a Filosofia como análise
(das condições da ciência, da religião, da arte, da
moral), como reflexão (volta da consciência para si
mesma enquanto capacidade para o conhecimento) e
como crítica (das ilusões e dos preconceitos
individuais e coletivos, das práticas e teorias
científicas, políticas e artísticas)
Além de análise, reflexão e crítica, a Filosofia é a busca
do fundamento e do sentido da realidade, em suas
múltiplas formas.
FILOSOFIA GERAL
Assim, a Filosofia não é ciência: é uma reflexão crítica
sobre os procedimentos e conceitos científicos. Não é
religião: é uma reflexão crítica sobre as crenças
religiosas. Não é arte: é uma interpretação crítica dos
conteúdos, formas, significações das obras de arte e
trabalhos artísticos. Não é sociologia nem psicologia:
é a avaliação crítica dos conceitos e métodos da
sociologia e da psicologia. Não é política: é a reflexão
das origens, natureza e formas do poder. Não é
história, mas interpretações dos sentidos dos
acontecimentos.
Filosofia é Filosofia.
FILOSOFIA GERAL
• A “invenção” da palavra Filosofia é atribuída ao
grego Pitágoras (que viveu no século V antes de
Cristo).
Para ele, o filósofo não é movido por interesses
comerciais – não coloca o saber como propriedade sua,
capaz de ser negociado, vendido ou comprado;
também não é movido pelo desejo de competir, mas é
movido pelo desejo de contemplar, observar, refletir,
julgar e avaliar as coisas, as ações, a vida, em resumo,
pelo desejo de saber.
FILOSOFIA GERAL
• O nascimento da Filosofia
Os historiadores dizem que a Filosofia nasceu no final
do século VII e início do século VI a. C. (alguns até
datam como século VIII a.C.), nas colônias gregas da
Ásia Menor, na cidade de Mileto, sendo Tales de
Mileto o primeiro filósofo.
Além disso, ao nascer, a filosofia é uma cosmologia. Isto
é, cosmos: mundo ordenado e organizado, e logia (da
palavra logos), que significa pensamento racional,
sabedoria, conhecimento.
Desta forma, a Filosofia nasce como conhecimento
racional da ordem do mundo ou da Natureza (e, por
isso, cosmologia).
FILOSOFIA GERAL
• Condições históricas para o surgimento da Filosofia
As principais condições para o surgimento da Filosofia
foram:
- as viagens marítimas: permitiram que os filósofos
descobrissem que os locais que os mitos diziam ser
habitados por deuses, titãs e heróis eram, na
realidade, habitados por outros seres humanos;
- a invenção dos calendários: trouxe a percepção do
tempo como algo natural e não mais como um poder
divino incompreensível;
FILOSOFIA GERAL
- a invenção da moeda: permitiu uma forma de troca
que não se realiza por meio de troca de coisas
concretas e semelhantes, mas troca abstrata, feito pelo
cálculo do valor, trazendo uma nova capacidade de
abstração e de generalização;
- surgimento da vida urbana: surgimento do comércio e
do artesanato, diminuição do prestígio das famílias
da aristocracia proprietária de terras e surgimento de
comerciantes ricos que precisavam de prestígio
diferente da propriedade de terras e do sangue das
famílias. O prestígio começou a ser então medido por
patrocínio e estímulo às artes, à busca do
conhecimento etc.;
FILOSOFIA GERAL
- invenção da escrita alfabética: assim como a invenção
do calendário e da moeda, revela o crescimento da
capacidade de abstração e de generalização, diferente
dos hieróglifos dos egípcios e dos ideogramas dos
chineses;
- invenção da política: que traz três aspectos decisivos
para o nascimento da Filosofia:
1. a ideia da lei como expressão da vontade de uma
coletividade humana que decide por si mesma o que é
melhor para si. O aspecto legislativo e regulado da
cidade – da polis – servirá de modelo para a Filosofia
propor o aspecto ordenado do mundo racional;
FILOSOFIA GERAL
2. surgimento de um espaço público diferente: faz
aparecer um novo tipo de palavra, diferente do mito.
Agora, com a polis, isto é, a cidade política, surge a
palavra como direito de cada cidadão emitir em
púbico sua opinião, discuti-la com os outros,
persuadi-los a tomar a decisão proposta por ele.
Assim, surge o discurso político como diálogo e
decisão compartilhada. Valorizando o humano, o
pensamento, a discussão, a persuasão e a decisão
racional, a política valorizou o pensamento racional e
criou condições para que surgisse o discurso ou a
palavra filosófica;
FILOSOFIA GERAL
3. a política estimula um pensamento e um discurso
que não procuram ser formulados por seitas secretas
dos iniciados em mistérios sagrados, mas que
procuram, ao contrário, ser públicos, ensinados,
transmitidos, comunicados e discutidos. A ideia de um
pensamento que todos podem comunicar e transmitir é
fundamental para a Filosofia.
FILOSOFIA GERAL
Referências
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BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco.
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CHAUI, Marilena. Convite a Filosofia. 13.ed. São Paulo: Ática, 2005.
COIMBRA, J. A. Fronteiras da Ética. São Paulo: Senac, 2002.
DIMENSTEIN, G. Aprendiz do futuro: cidadania hoje e amanhã. 9.ed. São
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JAPIASSÚ, Hilton; Marcondes, Danilo . Dicionário Básico de Filosofia.
3.ed. rev. ampl. Versão eletrônica digitalizado por TupyKurumi
MARCONDES, D. Iniciação à Filosofia. 6. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
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REALE, Giovani. História da Filosofia Antiga. São Paulo: Loyola, 1994.
REALE, Miguel. Introdução à Filosofia. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
SÁ, Ana Cristina de. Morte do Mito. s.ed. Apresentação power point. s.d.
Obrigada!
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