Formação dos Estados Modernos Absolutismo Monárquico Antecedentes Durante o feudalismo, a Europa dividia-se em diversos reinos, onde o poder político apresentava-se de forma descentralizada, pois era partilhado entre os grandes senhores feudais. Não havia, portanto, Estados* com poder centralizado, sob o comando de um rei. Nos séculos finais da Idade Média, entretanto, uma série de fatores, ligados a crise do feudalismo, concorreram para a formação das monarquias nacionais e o fortalecimento da autoridade do rei. * Entende-se por Estado um povo que vive num território e que tem um governo. Fatores que contribuíram para o fortalecimento dos reis Desaparecimento gradual da servidão; Revoltas camponesas; Renascimento comercial e urbano; Produção agrícola de mercado; Enfraquecimento da nobreza local (fracasso das Cruzadas). Grupos sociais que apoiaram a centralização política Nobreza – a nobreza feudal havia estava enfraquecida pelo fracasso das cruzadas. Muitos senhores perderam servos e os investimentos realizados e o retorno esperado (conquista de terras no Oriente) não aconteceu como o previsto. Portanto, havia setores da nobreza interessados no fortalecimento dos reis, para que esse pudesse: reprimir as revoltas camponesas, proteger a propriedade das terras e os privilégios da nobreza. Forma-se, assim, a nobreza cortesã. Grupos sociais que apoiaram a centralização política Burguesia – à burguesia muito interessava a centralização política, visto que um rei, com poderes fortalecidos, poderia realizar as reformas necessárias à ampliação do comércio como: melhorar as estradas e a segurança pública, uniformizar as moedas e padronizar pesos e medidas, criar leis e procedimentos jurídicos de abrangência nacional. Características do Estado Moderno I. II. III. IV. V. VI. VII. VIII. IX. X. Poder centralizado nas mãos do rei (executivo, legislativo, judiciário). Submissão da nobreza feudal que se torna nobreza cortesã. Aliança entre o rei e a Burguesia. Unificação de pesos e medidas. Moeda nacional. Exército Nacional. Burocracia Administrativa. Legislação Unificada. Sistema Tributário. Idioma Nacional. Absolutismo Monárquico Com a consolidação do Estado Moderno (séculos XVI a XVIII), os reis foram concentrando poderes em suas mãos. Passaram a comandar exércitos, decretar leis e arrecadar tributos. Essa concentração de poderes em torno do rei foi chamada de Absolutismo Monárquico. Filósofos Absolutistas Nicolau Maquiavel (14691527) – autor de O Príncipe, pregou a construção de um Estado forte, independente da Igreja e dirigido de modo absoluto por um príncipe dotado de inteligência e inflexibilidade na direção dos negócios públicos. Seus escritos romperam com a religiosidade medieval e separou a moral individual da moral pública. Segundo Maquiavel: os fins justificam os meios. Filósofos Absolutistas Thomas Hobbes (1588-1679) – autor de Leviatã. Segundo Hobbes, nas sociedades primitivas o homem era o lobo do próprio homem, vivendo em constantes guerras e matanças, cada qual procurando garantir sua própria sobrevivência. Hobbes é o autor da teoria do contrato social, segundo a qual os homens teriam aceitado entregar o poder a um só homem, o rei, que governaria eliminando a desordem e dando segurança a todos. Filósofos Absolutistas Jacques Bossuet – bispo francês Jean Bodin (1530-1596) – autor da teoria da origem divina do poder real. Defendia que o soberano era um representante de Deus e que seu poder deveria ser supremo. Jacques Bossuet (1627-1704) – reforçou a teoria de Bodin. Segundo Bossuet, o rei era um homem predestinado por Deus para assumir o trono e governar toda a sociedade. Por isso, não precisava justificar suas atitudes. Somente Deus poderia julgá-las. Bossuet criou uma frase que se tornaria o lema do Estado absolutista: Um rei, uma fé, uma lei. Estados Absolutistas - Portugal Tanto a monarquia portuguesa quanto a espanhola se formaram durante as lutas dos cristãos para expulsar os árabes mulçumanos da Península Ibérica no processo denominado como Reconquista. No século XI, o nobre Henrique de Borgonha ganhou do rei de Leão e Castela, como recompensa pela sua participação na luta contra os árabes, uma faixa de terra: o Condado Portucalense. Seu filho e herdeiro, Afonso Henriques, continuou a combater os árabes e, ao mesmo tempo, liderou a luta para conseguir a independência do condado. Em 1139 ele alcançou seu objetivo tornando-se, ele próprio, o primeiro rei de Portugal. Estados Absolutistas - Portugal Estados Absolutistas - Portugal Em 1383, com D. João, Mestre de Avis, teve início a dinastia de Avis. Isso se deu após o desfecho de uma luta político militar denominada Revolução de Avis, em que a sucessão do trono português foi disputada entre o rei de Castela e D. João. Com a dinastia de Avis, a nobreza agrária submeteu-se ao rei e este, apoiado pela burguesia, centralizou o poder e favoreceu a expansão marítimo-comercial portuguesa. Estados Absolutistas - Espanha Na região vizinha a Portugal, as lutas dos cristãos contra os árabes mulçumanos eram lideradas pelos reinos de Aragão e de Castela. Em 1469, os reis cristãos Fernando de Aragão e Isabel de Leão e Castela casaram-se e uniram suas terras e seus esforços no combate aos árabes. Em 1492, os exércitos de Fernando e Isabel ampliaram seu território reconquistando Granada, o último reduto árabe na Península Ibérica. Anos depois, com a conquista de Navarra, completou-se a formação do reino da Espanha. Estados Absolutistas - França O processo de centralização política na França teve inicio com alguns reis da dinastia dos Capetos (Felipe Augusto, Luís IX, Felipe IV). Esses reis tomaram medidas para a formação do Estado francês, tais como: substituição de obrigações feudais por tributos pagos à Coroa; restrição da autoridade do Papa sobre os sacerdotes; criação de um exército nacional subordinado ao rei; atribuição ao rei do poder de promover a justiça entre os súditos etc. A Guerra dos Cem Anos Um episódio que também contribuiu para o fortalecimento do poder real na França foi a Guerra dos Cem Anos (13371453): um conflito armado entre França e Inglaterra que, na verdade, durou 116 anos e foi interrompido diversas vezes. Os principais motivos dessa longa guerra foram a disputa pela rica região de Flandres e o interesse do rei da Inglaterra em se tornar, também, rei da França. A vitória coube ao franceses. Um destaque nessa guerra foi a atuação de uma jovem camponesa de nome Joana d`Arc. Estados Absolutistas - França Terminada a Guerra dos Cem Anos, os sucessivos monarcas franceses da dinastia de Valois fortaleceram ainda mais o poder real, criando órgãos que assessoravam o rei nas atividades administrativas do Estado. Já no século XVII, o processo de centralização atingiu seu ponto máximo com Luís XIV (1661-1715), rei da dinastia dos Bourbons. Conhecido como Rei Sol, Luís XIV tornou-se símbolo do absolutismo francês, atribuindo-se a ele a famosa frase: o Estado sou eu. Estados Absolutistas - Inglaterra O absolutismo inglês teve início com o rei Henrique VII (14851509), fundador da dinastia dos Tudor, que assumiu o trono ao final de uma longa guerra entre duas poderosas famílias da nobreza, os Lancaster e os York: a Guerra das Duas Rosas (14551485). Henrique VII, que tinha laços de parentesco com as duas famílias, recebeu apoio da burguesia, identificada com as atividades do comércio e das manufaturas, para conseguir a pacificação e a ordem no país. Estados Absolutistas - Inglaterra Os sucessores de Henrique VII ampliaram os poderes da monarquia inglesa. Henrique VIII rompeu com Roma e criou uma nova igreja: a anglicana. N reinado de sua filha, Elizabeth I, o absolutismo inglês fortaleceu-se ainda mais, passando a colaborar ativamente para o desenvolvimento capitalista. Após sua morte chega ao fim a dinastia Tudor. Não deixando descendentes diretos, o trono coube ao seu primo Jaime, rei da Escócia, que se tornou soberano dos dois países com o título de Jaime I. iniciava-se a dinastia dos Stuart, que implantou, juridicamente, o absolutismo na Inglaterra. Estados Absolutistas - Inglaterra Elizabeth I – Dinastia Tudor Henrique VII – Dinastia Tudor Jaime I – Dinastia Stuart