Plano de estudo do aluno do 1º Ensino Médio - 2014 Filosofia – Profº José Luiz Há uma questão que muita gente formula de imediato quando ouve falar de filosofia: qual a utilidade da filosofia? Não há certamente expectativa alguma de que ela contribua para a produção de riqueza material. Contudo, a menos que suponhamos que a riqueza material seja a única coisa de valor, a incapacidade da filosofia de promover esse tipo de riqueza não implica que não haja sentido prático em filosofar. Não valorizamos a riqueza material por si própria - aquela pilha de papel que chamamos de dinheiro não é boa por si mesma -, mas por contribuir para nossa felicidade. Não resta dúvida de que uma das mais importantes fontes de felicidade, ao menos para os que podem apreciá-la, consiste na busca da verdade e na contemplação da realidade; eis aí o objetivo do filósofo. Ademais, aqueles que, em nome de um ideal, não classificaram todos os prazeres como idênticos em seu valor, tendo chegado a experimentar o prazer de filosofar, consideraram essa experiência como superior em qualidade a qualquer outra. Visto que a maior parte dos bens que a indústria produz, excetuando os que suprem nossas necessidades básicas, valem apenas como fontes de prazer, torna-se a filosofia perfeitamente apta, no que se refere à utilidade, para competir com a maioria dos produtos industriais, quando poucos são os que podem dedicar-se, em tempo integral à tarefa de filosofar. Mesmo que entendêssemos a filosofia como fonte de um inocente prazer particularmente válido por si próprio (obviamente, não apenas para os filósofos, mas também para todos aqueles a quem eles ensinam e influenciam), não haveria razão para invejar tão pequeno desperdício da força humana dedicada ao filosofar. Assim, este componente curricular articulará seus conteúdos de modo a associar as exigências do Ensino Médio com a missão educativa do Colégio ATENEU, atentando-se para os eixos cognitivos e as habilidades e competências do ENEM – Dominar Linguagens, Compreender Fenômenos, Enfrentar Situações, Construir Argumentação e Elaborar Propostas, na perspectiva de problematizar o nosso cotidiano estimulando o desdobramento de respostas críticas para as questões mais emblemáticas. Para que o curso de Filosofia possa atingir os objetivos propostos, torna-se necessário que o(a) aluno(a): Participe dos debates e discussões propostos em sala de aula e exponha seu ponto de vista. Participe ativamente das aulas, não expressando indiferença aos temas ou aulas Realize as atividades propostas em sala de aula e/ou tarefas agendadas para casa. Anote toda e qualquer observação e solicite ajuda do professor em caso de dúvida. Compreenda que necessitamos de um ambiente de estudo que propicie os debates de ideias. Para isso, todos têm algo interessante a dizer, vamos ouvi-lo. Atenda às solicitações do professor em caso de desordem (disciplina, comportamento) que atrapalham as discussões. Para as aulas de Filosofia 1) Para as aulas de Filosofia você necessitará de: um caderno de 100 folhas ou parte do seu caderno utilizado e um bloco pautado com folhas destacáveis em tamanho A4 para as atividades a serem entregues durante os trimestres. 2) As atividades propostas deverão ser entregues na aula posterior ou na data agendada. O atraso na entrega acarretará a perda de nota (1,0 por dia de atraso). 3) Os trabalhos, quando solicitados, deverão conter capa com as informações segundo o blog: filo-socioateneu.webnode.com/trabalhos-capa/ Os Trabalhos de pesquisa deverão conter as referências bibliográficas. 4) Atividades e/ou trabalhos sem nome ou sem identificação não serão considerados. Verifique se colocou nome antes da entrega. É sua obrigação e seu interesse. 5) As atividades e trabalhos propostos deverão estar no idioma “Português Brasileiro”. Não serão aceitas pesquisas em outro idioma ou originados em site de Portugal, salvo se o aluno efetuar a tradução. 6) Para incentivar o aluno na escrita correta da Língua Portuguesa, será descontado 0,1 na nota por cada erro ortográfico. 7) Ficará de Recuperação, o aluno que obtiver menos que 6,0 na média do trimestre. 8) Para datas de provas oficiais e de recuperação veja o Calendário Escolar. 9) A média do trimestre será composta da seguinte maneira: 7,0 pontos provenientes da média aritmética das provas oficiais. 3,0 pontos provenientes da media aritmética das demais notas obtidas pelo aluno (trabalhos, atividades, tarefas e participação), totalizando 10,0 pontos. Observações: 1. Como todo planejamento este plano poderá sofrer alterações que serão informadas aos alunos. 2. O professor está à disposição de todos para sanar quaisquer dúvidas referentes a sua matéria durante as aulas normais. 3. Não é permitido o uso de boné e touca no Colégio ATENEU (Normas de Convivência) e não é permitida a utilização de celular (Lei 12730/07 | Lei Nº 12.730, de 11 de outubro de 2007 de São Paulo). Conteúdo a ser trabalhado durante o ano 1- A FILOSOFIA . Atitude filosófica – “Conhece-te a ti mesmo”; . O Mito da caverna de Platão; . Nossas crenças (mito) costumeiros. 2- O QUE É A FILOSOFIA . A atitude crítica; . A filosofia por trás da Ciência; . A reflexão filosófica; . A filosofia como fundamentação teórica e crítica. 3- A ORIGEM DA FILOSOFIA . O que perguntavam os primeiros filósofos; . O nascimento da filosofia; . Mito e filosofia; . Cosmogonia e teogonia; . Condições históricas para o surgimento da filosofia; . O legado da filosofia grega para o Ocidente europeu. 4- PERÍODOS E CAMPOS DE INVESTIGAÇÃO DA FILOSOFIA GREGA . Os períodos da filosofia grega; . Período pré-socrático ou cosmológico; . Sócrates contra os sofistas; . As idéias de Sócrates; . Período sistemático; . Período helenístico; . A herança aristotélica. 5- PRINCIPAIS PERÍODOS DA HISTÓRIA DA FILOSOFIA . Os principais períodos da filosofia. Um profícuo ano letivo para nós! Prof. José Luiz Janeiro de 2014 Filosofia – Prof. José Luiz de Souza Para que serve a Filosofia “O filósofo se desapega de seus preconceitos para compreender a realidade” Você conhece algum filósofo? Ou entende por que uma pessoa escolhe por livre e espontânea vontade ser filósofo? Você sabe qual é o trabalho desse profissional? Onde trabalha? Ou simplesmente a que se propõe? Para quem não tem a menor ideia dessas respostas e lembra vagamente do filósofo como aquele ser mitológico amante do conhecimento, é bom tomar cuidado. Filósofos modernos existem sim, mas eles andam se escondendo (talvez no fundo de uma caverna de Platão) dentro das universidades, atrás de métodos, teorias, histórias e outros assuntos afins. Raramente eles dão as caras para analisar o mundo real, a fonte e a inspiração de seu conhecimento. “Ocorreu uma profissionalização da filosofia para além daquilo que seria necessário, uma especificação muito grande, com uma perda do todo, do real”, explica o professor Paulo Ghiraldelli, livre-docente em filosofia pela UNESP (Universidade Estadual Paulista). Mesmo que você não perceba, está a todo momento pisando em filosofia, seja nos filmes a que assiste, nos livros e jornais que lê e até na televisão. As análises diretas e indiretas de tudo são na verdade um exercício de filosofia, nas quais o conhecimento filosófico ajuda muito. “Não éà toa que a sociedade está buscando esse conhecimento fora da universidade, em cursos livres, debates e livros”, acrescenta Ghiraldelli. Pensamento livre A filosofia é como uma ferramenta para o pensamento de base. “O filósofo é um livre-pensador que se desapega de seus preconceitos para compreender a realidade na sua diversidade e multiplicidade”, explica Ricardo Monteagudo, coordenador do curso de filosofia da UNESP. Se ainda assim é difícil entender para que serve essa tal filosofia, vale lembrar o quanto da nossa realidade nasceu de estudos filosóficos, por meio de questionamentos de ontologia (da ordem do que existe e por que existe), de ética (nosso senso de justiça, de moral, de responsabilidade), de lógica (para a organização do discurso, da matemática, do pensamento), sobre o conhecimento (o processo cognitivo e de aprendizado) e sobre a estética (não só do que apreendemos como belo e por que o fazemos, mas também aquilo que entendemos como arte). A filosofia está à nossa volta. (Para que serve a filosofia. Galileu: Editora Globo, n. 169, p. 70, ago. 2005).