ENCONTRO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA ORAL E

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IV CONGRESSO DE EDUCAÇÃO MÉDICA DA REGIONAL ABEM RJ/ES
VALORIZANDO A NARRATIVA DE PROFISSIONAIS NO
ENSINO DA RELAÇÃO MÉDICO- PACIENTE: UM EXERCÍCIO
PEDAGÓGICO COM ALUNOS DO 3º ANO DE MEDICINA
Lina Rosa Nunes Morais1, Aline Fernandes de Albuquerque2,
Ana Luiza Moura Ceia2, Alexandre da Fonseca Colão2,
Jessica de Bem Marques da Silva2 e Alicia Navarro de Souza3
1Professora
Colaboradora - Disciplina de Psicologia Medica
2Alunos do 30 ano de Graduacao de Medicina
3Professora Associada – Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal
Disciplina de Psicologia Medica
Alicia Navarro de Souza
Introdução
A disciplina Psicologia Médica tem como objetivo desenvolver a
competência para o exercício da relação médico-paciente (RMP). Reconhecendo
desafios, propomos uma estratégia pedagógica para promover o reconhecimento
inegável e a reflexão da dimensão psicológica e sociocultural na pratica clinica.
Objetivo
Descrição e análise do aprendizado das dimensões subjetiva e
socioculturais através da realização de tarefa sobre diferentes modelos de RMP modelo PATERNALISTA, modelo INFORMATIVO e modelo de DECISÃO
COMPARTILHADA - a partir da entrevista com médicos mais experientes e da
literatura
médica.
Alicia Navarro de Souza
Material
e
Métodos
Vinte alunos compuseram, coletivamente, perguntas sobre a prática
dos modelos de RMP - paternalista, informativo, decisão-compartilhada - que
cada aluno investigaria entrevistando um médico do hospital universitário.
Professores indicaram uma bibliografia básica e a busca ativa foi incentivada.
1. Qual o modelo de RMP você (profissional entrevistado) prefere? Qual modelo
de
RMP
você
adota
mais
frequentemente?
2. Você (profissional entrevistado) considera o paciente capaz de participar e
influenciar
as
decisões
do
tratamento?
3. Há alguma caracteristica em você (profissional entrevistado) que determina
sua
preferência
por
determinado
modelo
da
RMP?
4. Que aspectos do paciente e/ou do caso clínico podem determinar a sua
escolha
por
um
determinado
modelo
de
RMP?
5. Como a gravidade do diagnóstico e do prognóstico podem influenciar a sua
escolha
do
modelo
de
RMP?
6. Qual a influencia da família na sua escolha do modelo de RMP?
Alicia Navarro de Souza
Material
e
Métodos
7. Como ter feedback da família e do paciente da satisfação com a condução /
com
o
modelo
de
RMP
escolhido
pelo
médico?
8. Já houve alguma dificuldade ou você já percebeu que teria feito a escolha
errada
numa
dada
situação
clínica?
9. Com a sua experiencia clínica, ao longo do tempo, o seu modelo de RMP se
modificou?
10. Há diferença de predominancia do modelo de RMP entre instituições públicas
e
privadas?
11. Já houve algum conflito entre o seu julgamento clinico e algum aspecto
preconizado pela Cartilha de Direitos do Paciente do HUCFF?
Cada aluno produziu trabalho individual com trechos da entrevista por
ele realizada, suas observações, referências a literatura médica e conclusões
sobre as vicissitudes dos modelos de RMP. Em sala de aula, após receberem seu
trabalho comentado pelo professor, formaram pequenos grupos para a discussão
de dois trabalhos de outros colegas: um excelente/muito bom e outro
sofrível/razoável. Por fim, na plenária, os relatores de cada grupo expuseram seus
comentários
sobre
os
trabalhos
dos
colegas.
Alicia Navarro de Souza
Resultados
Os alunos se disseram surpreendidos com o aprendizado e a
possibilidade de avaliação “objetiva” do aprendizado da dimensão subjetiva na
RMP. Perceberam que a escolha do modelo de RMP implicam aspectos subjetivos
do paciente e seu médico, o significado da doença, e o contexto sociocultural
onde se exerce a prática clinica. Reconhecendo a importância de valores,
perceberam que a incerteza pode se fazer presente, e nem sempre algoritmos
são encontráveis, nem esgotam, o processo de tomada de decisão, onde a
subjetividade opera no exercício da prática clinica sempre contextualizada.
Alicia Navarro de Souza
Conclusão
Essa experiencia foi relevante pois proporcionou a correlacao teoricopratica sobre os modelos de RMP, cuja metodologia foi reconhecida pelos alunos
como sendo efetiva. A partir desta aprendizagem significativa, os alunos puderam
estabelecer relacoes, de imediato, com suas vivencias no cuidado de seus
pacientes,
desde
o
inicio
de
sua
pratica
clinica.
Desta forma, a disciplina de Psicologia Medica cumpre seu papel
exclusivo na formacao medica, qual seja, a transmissao da dimensao subjetiva no
exercicio da pratica clinica. O cotidiano medico inclui dificeis decisoes, que nao
sao apenas baseadas no imprescindivel conhecimento tecnico. Os alunos
reconheceram que duvidas produtivas e alguma incerteza sempre os
acompanharao
no
cuidado
clinico
de
seus
pacientes.
O estudante do 3º ano inicia seus passos no estranho território do
encontro humano, e o desafio é formá-lo respeitando sua complexidade.
Alicia Navarro de Souza
Alicia Navarro de Souza
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