III - CONDIÇÕES FÍSICAS NO INTERIOR ESTELAR »» Teoria da estrutura estelar === extremamente complexa: (exige Conhecimentos sobre:) Reações nucleares; Transformações químicas mudam estrutura do plasma Produção + Transporte de E (e tempos característicos) Aquecimento + Estado Termodinâmico do plasma estelar Noções de Equilíbrio Mecânico e Térmico. Exs. de benefícios advindos dessa teoria: impulso dado à física nuclear estágios finais da evolução estelar: ABs, s de no, BNs teoria da gravitação em altas densidades, equações de estado em condições extremas, materiais exóticos... »» Estrutura Estelar = f (P, T, L, ...) 1 »» Hipóteses simplificadoras: (i) simetria esférica (ii) ausência de rotação (iii) ausência de campos magnéticos (iv) equilíbrio hidrostático (v) leis físicas deduzidas na ⊕ são universais 3.1: A Equacão de Continuidade da Massa »» Seja uma esférica onde r é a coordenada radial central. Sendo M (r) a massa contida na esfera de raio r, e (r) a densidade em r, pode-se escrever (figura 2.1): 2 Figura 2.1 M (r) = massa contida na esfera de raio r, e (r) a densidade em r, pode-se escrever (figura 2.1) dM(r) = 4 r2 (r) dr, (3.1) isto é, dM(r)/dr = 4 r2 (r) , (3.2) que exprimem a continuidade da massa, ou seja, a diferença entre as massas das esferas de raios r e r + dr = à massa contida na casca de espessura dr. »» Essa equação é frequentemente chamada de Equação da Continuidade. 3 »» A eq. 3.1 mostra que há que se conhecer (r) para M : (3.2) Nota: em princípio, funções como M(r) são também f(t), e mais rigorosamente, (3.1) e (3.2) devem ser escritas em termos de derivadas parciais. 3.1.1: Formalismos Euleriano e Lagrangiano »» a eq. (3.2) retrata a conservação da massa em sua forma euleriana ( r como variável independente): 4 Ou seja, descreve-se o comportamento de M(r) em cada ponto r. «« Outra opção: utilizar como variável independente a própria M . Exprime-se então a conservação da massa sob a forma lagrangiana: (3.3) 3.2: A Equação de Equilíbrio Hidrostático (EH) »» Se um elemento de volume está em equilíbrio sob a ação das forças de P e g, diz-se que a está em EQUILÍBRIO HIDROSTÁTICO (figura 2.2): 5 Fig. 2.2 elemento de volume de altura dr, seção transversal de área dA, e massa dm; Nessas condições, pode-se escrever: onde é a aceleração da gravidade devida à matéria interior a r. Como e 6 (3.4) . » numa estrela esférica, e obtém-se (3.5) »» Como M(r) , (r) e r são >0, e (3.6) <0, isto é, a pressão decresce `a medida em que r aumenta. ISSO É COERENTE DO PONTO DE VISTA FÍSICO ?? 7 »» A pressão P na equação de equilíbrio hidrostático é a pressão total, incluindo no caso mais geral a pressão do gás Pg (íons, elétrons etc.) e a pressão da radiação Pr: »» Caso limite da eq. de equilíbrio hidrostático: em condições de alta densidade (p. Ex., s de no ) correções devidas à Relatividade Geral Equação de Tolman-Oppenheimer-Volkoff (TOV). Para campos gravitacionais não muito intensos, pode-se mostrar que essa equação toma a forma da aproximação pós-newtoniana: 8 (eq. TOV) (3.7) . 3.2.1: Desvios do Equilíbrio Hidrostático Estrelas na SP (como o Sol atualmente) não mostram variações por longos períodos, evidenciando que suas propriedades internas permanecem inalteradas, em equilíbrio hidrostático. »» Conseqüências de eventuais desvios do eq. hidrostático? Pode-se examinar isso a partir da situação de equilíbrio. Seja um elemento na posição r que sofre uma aceleração (para dentro ou para fora da estrela); No primeiro caso, a sofrerá uma contração, e o eq. hidrostático pode ser escrito: 9 (3.8) , e a aceleração para o interior da , (3.9) [ “f “ ] » a) admitindo que essa aceleração seja constante durante o tempo t ; b) nesse tempo, a matéria move-se de um comprimento R o raio da , e c) pode-se escrever que: , sendo ; (PORQUE?) 10 (3.10) , e tomando-se valores médios, e , ou, (3.11) »» Avaliemos o “perigo” no caso do SOL: Seja um desvio de 1% do EH; eq. (3.8) f 0,01 e 11 » considerando , a escala de tempo do fenômeno será: (3.12) . para o ⊙, !! Ou seja, um desvio do EH de apenas 1% causaria uma alteração em uma fração considerável do raio solar (~ 10%) em um tempo muito curto, ~ 1,5 hora. Como há evidências de que o Sol tem se mantido estável por um tempo >> hora, os eventuais desvios existentes devem ser << 1%. 12 3.3: Perda de Massa nas Estrelas »» Algumas estrelas perdem massa de forma contínua para o meio interestelar, com V 10 − 103 km/s ≥ Vesc = (2GM/R)1/2 EH , pelo menos nas camadas externas dessas estrelas: FP > Fg Equação de Continuidade taxa de perda de massa: (3.2) (3.12) sendo a velocidade de expansão do gás. 13 »» Valores típicos: SOL: , s quentes: 3.4: Desvios da Simetria Esférica »» estrelas O-B giram a centenas de km/s CONSEQUÊNCIA? Achatamento nos polos. » importância desse efeito? seja um elemento de massa m próximo à superfície da estrela, na região equatorial, onde r = R. ► forças em presença atuando sobre m : Fg , FP + ?? 14 força centrífuga, Fc = rotação em r = R . , sendo a velocidade angular de Para que a simetria esférica não seja afetada, essa força deve ser pequena, ou seja, o que dá: (3.13) »» Exemplos: Caso do SOL: Prot ~ 27d , e (3.13) é verificada, SIMETRIA ESFÉRICA 15 estrela O5V: , e 0,04, o que significa algo muito próximo da simetria. Prot tr = 2/ e eq. (3.13) isto é, (3.14) A simetria é tanto mais ameaçada quanto Vrot Vbreak: Vbreak = (GM/R)1/2 16 esse é certamente o caso de Alpha Eridani Achernar Trata-se de estrela Be , que foi observada c/ interferometria IV por A. Domiciano de Souza Jr. et al. , no Very Large Telescope Iinterferometer (VLTI, ESO): (http://www.eso.org/outreach/press-rel/pr-2003/pr-14-03.html) Para essa estrela, Prot é da ordem de tr, e não muito maior ; estamos portanto longe da simetria esférica. condição de simetria: 17 Veqsini = 225 km/s; i ~ 30º ; Veq 480 km/s (Vbreak 540 km/s) eixo maior/ eixo menor ~ 1,5 18 TEMAS PARA SEMINÁRIOS 1) Massas e raios estelares 2) Composição química das estrelas 3) Pulsações estelares 3a) Asterossismologia 4) Formação de estrelas 5) Estrelas de nêutrons e pulsares 6) Binárias de raios X 7) Fontes de raios gama 8) Perda de massa nas estrelas 9) Produção de energia nas estrelas 10) Anãs brancas 11) Estrelas variáveis (sem novas e supernovas) 12) Estrelas binárias 13) Evolução de uma estrela de baixa massa (~ M) 14) Evolução de uma estrela massiva 15) Estágios avançados da evolução estelar 16) Populações estelares e aglomerados 17) Supernovas 19