Por uma Nova História Urbana. Bernard Lepetit. Cap. 7 Arquitetura, Geografia, História: Usos da Escala Texto apresentado por: Josiane de Souza Moreira – N. USP: 6840395 Lara Carolina Chacon Costa – N. USP: 6474553 Arquitetura, Geografia, História: Usos da Escala - Ideia Central: a questão da teoria e do método adotado pela história (mais especificamente a micro história). Assim, teoria, método e escala são as palavras centrais no texto elaborado pelo autor. - Micro história está na moda. - “Mas os métodos da micro historia são diversos, suas implicações teóricas são analisadas por seus promotores de maneira mais prolixa do que exata, e a referência que a ela se faz (quantos livros, quantos artigos efetivamente citados?) é às vezes mais encantatória que efetiva” (p. 192). - Micro história descomprometimento com a epistemologia, uma vez que “o estudo de caso” pode ocupar “uma posição simétrica à da estatística descritiva numa história serial tradicional: como os quadros e gráficos, a apresentação dos dados locais é reduzida a um uso simbólico, a uma espécie de convecção cuja função é proclamar a validade da pesquisa” (p. 194). Arquitetura, Geografia, História: Usos da Escala - A generalização das escalas de estudo. Passagem do Particular para o Geral para a filosofia isso é definido em 3 maneiras. “Passagem do objeto singular ao conceito”. - A generalização, ou seja, a passagem do particular para o geral transformando-o “na operação pela quase se estende a toda uma classe, o que foi observado num número limitado de indivíduos ou de casos pertencentes a essa classe” (p. 194). - Aproximação da generalização da analogia, o que significa dizer: “com base em semelhanças entre classes, estende-se a uma o que foi reconhecido como verdadeiro a outra” (p. 194). - Generalização é um processo de simplificação de uma dada realidade que se busca explicitar. “A generalização é procedimento abstrato e processo de abstração: seu resultado inscreve-se inteiramente na ordem das representações” (p. 194). O Ideal da Totalização - Social – adjetivo de muitos significados. Para o autor não existe história social e econômica. “A história é inteiramente social por definição” (p. 195). - A tentativa da história de estabelecer os princípios gerais do funcionamento social. - O método influencia diretamente a interpretação pois, neste caso, “(...) se o método fornece os meios para uma decomposição da complexidade do momento histórico, ele também impede que se pense na reconstituição da globalização de outra forma que não seja a do empilhamento” (p. 199). - O problema é: “uma vez que não existe adequação entre a problemática, de uma lado, e os pressupostos epistemológicos e o método, de outro, o programa de pesquisa não pode dar certo” (p. 200). Os Sistemas dos Contextos - “As primeiras justificativas epistemológicas da microstoria atestam a pregnância do modelo macroanálitico” (p.201). Paradigma quantitativo compondo a microstoria. - Segundo o autor, “na antropologia anglo-saxã é que a microstoria iria encontrar os procedimentos interpretativos diferentes que lhe permitiriam escapar ao fascínio do paradigma quantitativo” (p.202). - “A falta de autonomia dos atores sociais e a saturação interpretativa dos esquemas analíticos são as duas características que resultam desse postulado e que justificam a rejeição do modelo pela microstoria” (p. 203). - Qual foi a contribuição da microstoria? “Os microhistoriadores contribuíram então para fazer emergir a figura, inédita em história, da oposição entre dois modelos conceituais alternativos do social, com objetos e esquemas interpretativos divergentes” (p. 208). - O método e a escala são essenciais para interpretação. A escala e a construção do objeto - Escala: Correlação entre a realidade e sua imagem. Relação de proporção entre as partes. - Aplicação mecânica do conceito levou a um descrédito (p.209) - Escolher uma escala implica em selecionar um nível de informação adequado ao objeto de estudo. - Duas hierarquias paralelas: escala cartográfica e os níveis dos fenômenos e organizações espaciais (p.209) - Principais dificuldades 1 - Como conciliar a continuidade cartográfica com sistemas de relações que nem sempre são contínuos? 2 – Como assegurar-se da existência de uma realidade geográfica sem fazer previamente a escolha da escala que fornecerá sua imagem? 3 - Como conciliar a escala cartográfica com a escala dos fenômenos espaciais? Passagem da noção de território à terreno (p.210). A escala e a construção do objeto - Escala arquitetônica / Escala da finalidade / Escala de referência : Proporção = relações entre o todo e suas partes. Designa também interação, e não apenas relação. (p.211). - Modelo reduzido: Não é um homologo passivo do objeto, mas o resultado de uma experimentação. - Desenhar um projeto é construir um modelo reduzido da realidade depois de haver selecionado uma dimensão dela, e haver renunciado a outras (p.213). - Escala como uma forma de redução da realidade. - Adoção de uma escala implica a escolha de um ponto de vista do conhecimento. - Dificuldade principal: perda de detalhes (p.214). Escala e Causalidade - O mapa não é o território. Duas escalas diferentes não permitem que se leia da mesma maneira a organização do espaço (p.215). - Geomorfologia e as escalas espaciais e cronológicas. Princípios igualmente validos em escalas diferentes (p.217). - A natureza dos fenômenos, as relações de causalidade e os métodos de observação variam segundo a dimensão temporal e espacial dos objetos considerados (p.218). - “Em cada escala, é a capacidade explicativa da disciplina que se encontra engajada. A questão não é saber como articular formas parciais de explicação, mas como fornecer uma explicação total da forma parcial considerada (p.219).” De longe, uma cidade, uma campina - O passado não se conserva mas constitui o objeto de uma reconstrução sempre recomeçada (p.223). - Todo modelo é uma redução, que retém apenas certas dimensões do objeto (p.223). - A escolha de uma escala particular tem por efeito modificar a conformação e organização dos objetos. Nenhuma escala goza de privilegio particular (p.223). - A questão da generalização deve ser colocada menos em termos de representatividade do que de campo de validade (p.224). - É preciso estabelecer as consequências que as variações de escala provocam nas grades explicativas (p.224). - As conclusões obtidas numa analise de uma escala particular não podem ser opostas a conclusões obtidas numa outra escala (p.225).