UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ESCOLA DE MINAS DEPARTAMENTO DE ENGENHRARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO INSTRUMENTAÇÃO Relatório: Caracterização de um LVDT como sensor de posição linear Aluna: Ana Cláudia de Oliveira Ben-Hur Rodrigues Edson Gomes Jr. Warley Henrique Ouro Preto 2009 Caracterização de um LVDT como sensor de posição linear: Os LVDT’s (Linear Variable Differential Transformer) são sensores para medição de deslocamento linear. O funcionamento de deste sensor é baseado em três bobinas e um núcleo cilíndrico de material ferromagnético de alta permeabilidade. Ele dá como saída um sinal linear, proporcional ao deslocamento do núcleo, que está fixado ou em contato com o que se deseja medir. A bobina central é chamada de primária e as demais são chamadas de secundárias. O núcleo é preso no objeto cujo deslocamento deseja-se medir e a movimentação dele em relação às bobinas é o que permite esta medição. Para esta medição, uma corrente alternada é aplicada na bobina primária, fazendo com que uma tensão seja induzida em cada bobina secundária proporcionalmente à indutância mútua com a bobina primária. A freqüência da corrente alternada está geralmente entre 1 e 10 kHz. De acordo com a movimentação do núcleo, esta indutância mútua muda, fazendo com que as tensões nas bobinas secundárias mudem também. As bobinas são conectadas em série reversa, com isso a tensão de saída é a diferença entre as duas tensões secundárias. Quando o núcleo está na posição central, eqüidistante em relação às duas bobinas secundárias, tensões de mesma amplitude, porém opostas são induzidas nestas duas bobinas, assim, a tensão de saída é zero. Quando o núcleo é movimentado em uma direção a tensão em uma das bobinas secundárias aumenta enquanto a outra diminui, fazendo com que a tensão aumente de zero para um máximo. Esta tensão está em fase com a tensão primária. Quando o núcleo se move em outra direção, a tensão de saída também aumenta de zero para um máximo, mas sua fase é oposta à fase primária. A amplitude da tensão de saída é proporcional a distância movida pelo núcleo (até o seu limite de curso), sendo por isso a denominação "linear" para o sensor. Assim, a fase da tensão indica a direção do deslocamento. Como o núcleo não entra em contato com o interior do tubo, ele pode mover-se livremente, quase sem atrito, fazendo do LVDT um dispositivo de alta confiabilidade. Além disso, a ausência de contatos deslizantes ou girantes permite que o LVDT esteja completamente selado das condições do ambiente. Podemos citar como aplicações do LVDT o seu uso para posicionamento das articulações em robótica, uso como sensores de nível dos reservatórios, como sensor nos tanques de combustível dos automóveis, uso em aparelhos de ultra-sonografia e como medidores de vazão. Como algumas das vantagens do LVDT, podemos citar: Utilização para medida de deslocamentos em ensaios estáticos ou quase estáticos; Utilização em ensaios dinâmicos, acoplados aos sistemas de aquisição de dados; Por não terem sistemas mecânicos de amplificação, tais como alavancas ou engrenagens, não introduzem esforços secundários nos corpos-de-prova. Dessa forma são os mais recomendados para a investigação de modelos reduzidos (diferentes dos transdutores mecânicos que utilizam molas, engrenagens e alavancas). Como desvantagens, podemos citar: Necessitam de aferição antes da montagem; Não têm indicação direta do deslocamento, utilizam-se de recursos de amplificação eletrônica e conversão de dados como placas analógica digital (A/D). Objetivos: Calibrar o sensor LVDT para medição de posição linear, verificar a sua sensibilidade, simetria, linearidade e exatidão. Materiais Utilizados: Base para montagem do LVDT, bobinas em suporte, haste com núcleo, parafuso com suporte a paquímetro ou micrômetro; Multímetro e fios de ligação. Parte Prática: Na montagem, foi colocada a haste com o núcleo no interior do LVDT e fixado o suporte do parafuso, colocando-o numa posição em que este pudesse ser avançado até que a haste tocasse o fundo da cavidade. Um multímetro foi conectado ao LVDT para a leitura de tensões. Inicialmente, foi medido o passo da rosca do parafuso. Para isso, mediu-se o tamanho do parafuso e dividiu pelo número de voltas para encontrar o passo. Dessa forma, a cada volta, foi possível saber a distância de avanço do parafuso. A cada volta que o parafuso dava, anotava-se o número da volta, a posição (em mm) e a corresponde tensão de saída (em mV) lida no multímetro. A partir dos dados de posição e tensão, foi traçada a curva tensão x posição e a equação da posição (2ª coluna) em função da tensão (3ª coluna). Através dos valores de tensões medidos, foram determinadas as posições calculadas pela equação de ajuste, e colocadas na tabela (4ª coluna). Ao subtrair os valores da 4ª coluna com os valores da 2ª coluna, foram calculados os desvios de linearidade (5ª coluna). Finalmente, foi traçado a curva desvio de lineridade (posição x desvio linear). Dados obtidos: volta posição(mm) tensão (mV) posição nova (mm) desvio de linearidade (mm) 0 0 87 7.12 7.12 1 1.104 86.9 7.14 6.04 2 2.208 85.67 7.44 5.23 3 3.312 82.8 8.13 4.82 4 4.416 78.43 9.18 4.76 5 5.52 72.67 10.56 5.04 6 6.624 65.88 12.19 5.57 7 7.728 58.51 13.96 6.23 8 8.832 51.68 15.60 6.77 9 9.936 46.03 16.95 7.02 10 11.04 41.72 17.99 6.95 11 12.144 39.27 18.58 6.43 12 13.248 38.74 18.70 5.46 13 14.352 39.87 18.43 4.08 14 15.456 42.4 17.82 2.37 15 16.56 45.84 17.00 0.44 16 17.664 50 16.00 -1.67 17 18.768 54.62 14.90 -3.88 18 19.872 59.16 13.80 -6.07 19 20.976 62.81 12.93 -8.05 20 22.08 64.81 12.45 -9.63 21 23.184 64.43 12.54 -10.65 22 24.288 61.2 13.31 -10.98 23 25.392 54.8 14.85 -10.54 24 26.496 45.03 17.19 -9.30 25 27.6 31.75 20.38 -7.22 26 28.704 16.83 23.96 -4.74 27 29.808 1.75 27.58 -2.23 28 30.912 -11.78 30.83 -0.09 29 32.016 -23.28 33.59 1.57 30 33.12 -31.65 35.60 2.48 31 34.224 -36.1 36.66 2.44 32 35.328 -36.5 36.76 1.43 33 36.432 -36.73 36.82 0.38 Gráfico: curva tensão x posição Gráfico: curva de desvio de linearidade