1 A Palavra Honesta Estudos sobre o Sermão do Monte Escola Dominical – IPJG 20/4/2008 Iberê Arco e Flexa 2 Mt 5.33-37 • 33 Também ouvistes que foi dito aos antigos: Não jurarás falso, mas cumprirás rigorosamente para com o Senhor os teus juramentos. 34 Eu, porém, vos digo: de modo algum jureis; nem pelo céu, por ser o trono de Deus; 35 nem pela terra, por ser estrado de seus pés; nem por Jerusalém, por ser cidade do grande Rei; 36 nem jures pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto. 37 Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar vem do maligno. 3 Contexto: • Quando desejava testificar que sua palavra era verdadeira, o povo jurava por qualquer coisa, menos por Deus. • Se quebrassem o juramento, pelo menos não estariam infamando o nome de Deus. • Afinal, os rabinos decidiam quais eram os juramentos que realmente vinculavam as pessoas. 4 Se os rabinos decidiam... • Havia juramentos e “juramentos”; • Havia pecadinhos e pecadões; • Havia mentirinhas e mentironas. O rabino decidia o grau de acordo com a letra da lei! 5 Contexto: • A lei mosaica introduziu o juramento sob certas condições muito bem definidas e isso para proteção contra a desonestidade do coração humano. – Ex 20.7; Lv 19.12; Nm 30.2 6 Dispositivos da Lei • Ex 20.7 Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão, porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão. • Lv 19.12 nem jurareis falso pelo meu nome, pois profanaríeis o nome do vosso Deus. Eu sou o Senhor. • Nm 30.2 Quando um homem fizer voto ao Senhor ou juramento para obrigar-se a alguma abstinência, não violará a sua palavra; segundo tudo o que prometeu, fará. 7 Intenção da Lei Mosaica • O ser humano natural é inclinado a mentir! A Lei procura refrear essa tendência. • Os juramentos não devem ser levianos: Devem ser restringidos a coisas sérias, graves, importantes. 8 Deus instituiu o juramento justamente por causa da malícia do ser humano! - Jo 8.44 Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira. A quem Jesus se referia nesta tremenda acusação? 9 A quem Jesus se referia nesta tremenda acusação? • 39 Então, lhe responderam: Nosso pai é Abraão. Disse-lhes Jesus: Se sois filhos de Abraão, praticai as obras de Abraão. 40 Mas agora procurais matar-me, a mim que vos tenho falado a verdade que ouvi de Deus; assim não procedeu Abraão. 41 Vós fazeis as obras de vosso pai. Disseram-lhe eles: Nós não somos bastardos; temos um pai, que é Deus. 42 Replicou-lhes Jesus: Se Deus fosse, de fato, vosso pai, certamente, me havíeis de amar; porque eu vim de Deus e aqui estou; pois não vim de mim mesmo, mas ele me enviou. 43 Qual a razão por que não compreendeis a minha linguagem? É porque sois incapazes de ouvir a minha palavra. 44 Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira. 10 O ataque era direto a escribas e fariseus, doutores da lei • 23 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas! 24 Guias cegos, que coais o mosquito e engolis o camelo! 11 Ensino de Jesus: • O apego à letra da lei tem feito o homem se afastar o “espírito da lei”. • O legalismo, as perversões farisaicas da Lei de Deus devem ser banidos. • Escribas e fariseus traçavam uma linha de distinção entre diversos tipos de juramento: alguns vinculam, outros não. 12 34 Eu, porém, vos digo: de modo algum jureis; • Trata-se de uma proibição contra qualquer juramento. A Lei instituiu os juramentos contra a malícia do coração humano mas o Senhor veio transformar o coração humano, de sorte que o juramento não mais é necessário. (Basil Atkinson, Novo Comentário da Bíblia, Ed. Vida Nova, 2005, pg.954) • Jesus de fato revogou a Lei, no que diz respeito aos juramentos? 13 Jesus de fato revogou a Lei, no que diz respeito aos juramentos? • Deus estabeleceu preceitos que estipulam quando e como devemos fazer juramentos. – LEITURA: Martyn Lloyd-Jones, Estudos no Sermão do Monte, Ed. Fiel, 1989, p.248-9 • Os apóstolos juravam. – Rm 9.1; 2 Co 1.23 14 Base bíblica: • Com base na Bíblia, a prática dos juramentos precisa ser restringida a certos casos especiais. Há ocasiões vitais e solenes em que prestar juramento não é errado, mas legítimo, e empresta solenidade e autoridade ao que dizemos. 15 Hebreus 6.13-18 • 13 Pois, quando Deus fez a promessa a Abraão, visto que não tinha ninguém superior por quem jurar, jurou por si mesmo, 14dizendo: Certamente, te abençoarei e te multiplicarei. 15 E assim, depois de esperar com paciência, obteve Abraão a promessa. 16 Pois os homens juram pelo que lhes é superior, e o juramento, servindo de garantia, para eles, é o fim de toda contenda. 17 Por isso, Deus, quando quis mostrar mais firmemente aos herdeiros da promessa a imutabilidade do seu propósito, se interpôs com juramento, 18 para que, mediante duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, forte alento tenhamos nós que já corremos para o refúgio, a fim de lançar mão da esperança proposta; 16 Em Mt 5.33-37, Jesus : 1. Proíbe o uso indiscriminado do nome sagrado de Deus; 2. Proíbe que façamos juramentos por qualquer criatura ou coisa criada, porquanto tudo pertence a Deus. Juramento somente perante o nome de Deus! 3. Proíbe todo e qualquer juramento na conversação comum. 17 Mas... A acusação de Jesus se dirige apenas aos escribas, fariseus e doutores da lei? 18 Lição suprema ao crente: – Precisamos entender que estão em pauta uma lei e um princípio universais que percorrem a Escritura do princípio ao fim, cobrindo todos os aspectos da existência humana. E isso se aplica a nós, os crentes, igualmente, pois essa mensagem foi endereçada diretamente a cada um de nós. Não devemos mentir. Mas todos estamos praticando a mentira. Que coisa terrível é o perjúrio! Jamais sonharíamos em cometer o perjúrio. No entanto, certamente dizer uma mentira é algo tão ruim quanto cometer perjúrio, pois, na qualidade de crentes, sempre deveríamos falar como quem vive na presença mesma de Deus. 19 Lição suprema ao crente: – Somos o povo do Senhor, e uma mentira que contemos a alguém, bem pode servir de obstáculo entre e alma dessa pessoa e sua salvação em Cristo Jesus. Tudo quanto fazemos, pois, reveste-se de capital importância. A mentira dá a quem a ouve uma falsa impressão. Ora, todos esses fatores estão aqui envolvidos. Uma vez mais “examine-se o homem a si mesmo” (1 Co 11.28). Que Deus tenha misericórdia de nós, se chegarmos a nos parecer com os escribas e fariseus, os quais procurava distinguir entre peados grandes e pecados pequenos, entre mentiras e mentirinhas. Nós vivemos sempre na presença de Deus. • Martyn Lloyd-Jones, Estudos no Sermão do Monte, Ed. Fiel, 1989, p.251 20 A palavra honesta • À luz do NT, tudo o que o crente faz é importantíssimo, pelo que ele é e pelo efeito que exerce sobre seus semelhantes. • O comportamento do crente é observado pelos outros e isso causa um efeito poderoso sobre a sociedade humana. • A nossa palavra tem que ser a palavra de quem vive na presença de Deus! 21 • Não entristeçais o Espírito de Deus (Ef .30). Ele vê e ouve tudo, cada exagero, cada mentira. Ele ouve tudo e fica ofendido e triste, porque Ele é o Espírito da Verdade. • Tudo o que acontece nas nossas vidas, acontece na presença de Deus.