dengue clássico e dengue hemorrágico

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DENGUE
CLÁSSICO E
HEMORRÁGICO
José Wilson Zangirolami
Infectologista do GVE XXI (Presidente Prudente)
Professor de infectologia da faculdade de medicina da UNOESTE
DENGUE
etiologia
– RNA vírus, esférico, 40-50 nm
–
Proteínas estruturais e não estruturais
–
Família: Flaviviridae
–
Gênero: Flavivírus
–
Sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3, DEN-4 e DEN-5 (imunidade
permanente específica e imunidade cruzada em curto prazo)
– Todos os sorotipos podem causar doenças graves e fatais
– Variação genética dentro de cada sorotipo
– Algumas variantes genéticas dentro de cada sorotipo parecem ser mais
virulentas ou ter maior potencial epidêmico
DENGUE
transmissão
• Reservatório: homem
• vetor: Aedes aegypti
– hábitos urbanos
– pequeno raio de vôo
– criadouro em coleções
de água
DENGUE
transmissão
Mosquito pica /
Transmite vírus
Mosquito pica /
Adquire vírus
Período
de incubação
extrínseco
Período
de incubação
intrínseco
Viremia
Viremia
0
5
Doença
Ser humano 1
8
12
16
20
DIAS
Ser humano 2
24
Doença
28
DENGUE
situação epidemiológica
• Sazonalidade ( período das chuvas de dezembro a abril)
• Circulação do sorotipo varia de ano/ano
• Incidência variada nos últimos anos
• Forma hemorrágica ocorrem em meio as formas
clássicas
• Casos importados
– Litoral paulista, MS e MT
• Retorno das férias
• Viagens de carnaval
• Casos autóctones
DENGUE
situação epidemiológica
• Dengue no mundo
– Metade da população mundial sob risco
– Endêmica em mais de 100 paises
– 100 milhões de casos por ano
– 500.000 casos de febre hemorrágica por ano
– Letalidade variando de 1 a 20%
Apresentação clínica
Infecção pelo vírus DEN
10.000
Assintomática
Sintomática
9.000
Indiferenciada
500
1.000
Febre do
Dengue
Febre Hemorrágica do
Dengue
400
100
sem hemorragia
com hemorragia
sem choque
com choque
1-2
Dengue é uma doença só
SUBCLÍNICA
Febre
Dengue
clássico
FHD
DENGUE
Formas clínicas
• Oligossintomática
• inespecífica
• geralmente em crianças
• clássica
• com plaquetas normais
• com plaquetopenia e/ou sangramento
• hemorrágica ( DH/SCD)
• graus I, II, III e IV
• formas com complicação
• Cardite, Hepatite, Pancreatite, Encefalite, Neurite, Mielite
• Leucopenia grave ( < 1.000 leucócitos)
DENGUE
Formas clínicas
• Dengue sem gravidade
• Dengue com sinal de alerta
• Dengue grave
DENGUE
Suspeita clínica
• febre entre 2 e 7 dias e 2 sintomas abaixo
– artralgia, mialgia, dor retrocular, cefaléia, exantema,
náusea e vômitos, leucopenia, petéquias ou prova do
laço positiva, prostração.
• evidência epidemiológica
– Vive ou esteve nos últimos 14 dias área de tx ou
Aedes
• Criança com febre entre 2 e 7 dias com
evidência epidemiológica e sem foco infeccioso
aparente
DENGUE COM ALERTA
Suspeita de dengue e defervescência da febre
– Dor abdominal intensa e contínua, expontânea ou à
palapação
– Vômitos persistentes
– Acumulação de líquidos
• Ascite, derrame pleural ou pericárdico
–
–
–
–
–
–
Sangramento mucosas ou sem repercussão
Letargia ou irritabilidade
Hipotensão postural
Hepatomegalia > 2 cm
Aumento progressivo do hematócrito
Queda abrupta das plaquetas
DENGUE GRAVE
• Choque por extravasamento de plasma
– Taquicardia, extremidades frias, pulso débil,
enchimento capilar > 3”, diferencial PA < 20 mm Hg,
hipotensão arterial, edema de pulmão
• Sangramento grave
– Hematêmese, melena, metrorragia, SNC
• Comprometimento de orgãos
– Hepatite ( ALT > 1.000), miocardite, alteração da
consciência
DENGUE
Formas clínicas
• Suspeito
• Confirmado
– Laboratorial: ( nos casos iniciais e graves)
• ELISA IgM, NS1, teste rápido +, isolamento viral, PCR,
imunohistoquímica
– Clínico-epidemiológico
• Após se atingir a incidência de corte estabelecida para cada
município em uma epidemia
– Surtos
• Casos que mesmo não investigados possuam vínculo com
caso confirmado
DENGUE
Formas clínicas
• Óbitos
– Suspeitos ou confirmados que morreram
durante o curso da doença
– Co-mórbidos com morte durante o curso da
doença considerar dengue a causa principal
– Os óbitos por dengue devem ser investigados
exaustivamente e revisados por comissão
interdisciplinar
Dengue em criança
SÍNDROME
DENGUE
DO CHOQUE
SÍNDROME
SÍNDROME
SÍNDROME
FEBRIL
EXANTEMÁTICA
HEMORRÁGICA
•
IVAS
•
RUBÉOLA
•
MENINGOCOCCEMIA
•
ROTAVIROSE
•
SARAMPO
•
SEPTICEMIA
•
INFLUENZA
•
ESCARLATINA
•
•
LEPTOSPIROSE
•
MONONUCLEOSE
S. HENOCHSHONLEIN
•
MENINGITE
•
•
PTI
•
OUTRAS
AFECÇÕES
INFECCIOSAS
AGUDAS
EXANTEMA
SÚBITO
•
FEBRE AMARELA
•
ENTEROVIROSES
•
MALÁRIA GRAVE
•
ALERGIAS
•
LEPTOSPIROSE
•
MAYARO
•
HANTAVIROSE
Isolamento
Viral
Sorologia
Diagnóstico
de Dengue
Detecção
antígeno
Detecção
Genoma
Quadro
clínico
Dados
epidemiológicos
DENGUE
proposta da OMS, OPAS e MS de sistematização
do atendimento
• Objetivos primários
• Detecção precoce dos casos de dengue com
potencial de evolução grave
• Intervenção terapêutica dirigida para a redução da
mortalidade
• Determinação de critérios claros para a internação
hospitalar e em UTI
Suspeita de dengue? Avaliação clínica
Anamnese
Exame físico: Pesquisar SINAIS DE ALERTA
Ectoscopia (edema, hidratação, sangramento)
• Temperatura, peso, pressão arterial 2 posições, pulso, perfusão periférica, FR
•
Hepatomegalia, derrames cavitários
•
Alteração neurológica
•
Prova do laço
Diagnóstico diferencial
Hemograma completo com plaquetas
Marcar sorologia para o sexto dia
COMO FAZER A
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
• Aferir PA em duas posições
• Pesquisar sinais de alerta
• Procurar sangramentos, incluindo prova
do laço
• Solicitar hemograma
Somente quatro perguntas para classificar o
paciente:
QUATRO PERGUNTAS PARA CLASSIFICAR O DOENTE DURANTE A EPIDEMIA
Tem Dengue ?
GRUPO A
Caso suspeito
Prova do laço negativa
Ausência de manifestações hemorrágicas
Ausência de sinais de alerta
Conduta - GRUPO A
• Exame específico: isolamento viral ( 1º-3º d), sorologia ( > 6º d)
• Exame inespecífico: hemograma com resultado em 24 h
– Se possível em em todos os casos
• Hidratação oral 60-80 ml/Kg/dia, 1/3 com SRO, 2/3 líquidos
caseiros
• Sintomáticos (anti térmico, analgésico, antiemético, antihistamínico)
• Não usar: salicilatos, AINH
• Fornecer o cartão dengue
• Orientação:
seguimento ambulatorial (nas primeiras 48 horas)
retorno imediato ao identificar Sinais de alerta
informação e educação do paciente e seus familiares
QUATRO PERGUNTAS PARA CLASSIFICAR O DOENTE DURANTE A EPIDEMIA
Tem Dengue ?
Tem sangramento ?
Estadiamento
GRUPO B
Caso suspeito
Prova do laço positiva ou
Manifestações hemorrágicas sem repercussão hemodinâmica
ou
Situações especiais
Ausência de sinais de alerta
Prova do laço
Conduta - GRUPO B
•
Acrescentar situações especiais: comorbidades como cardiopatas, diabéticos,
DPOC, hipertensos, renais cr, falciformes, dispépticos, d. auto-imune e
Gestantes, Idosos e lactentes (<2 anos)
•
Hemograma obrigatório mesmo dia
• Sintomáticos (anti térmico, analgésico, antiemético, antihistamínico)
•
HMG normal:
– Hidratação oral conforme grupo A
– Reavaliação diária com hemograma e pesquisa dos sinais de alerta
•
Se Ht > 20% do basal

Vá para grupo c
GRUPO B – hemorragias induzidas ou espontâneas
sem repercussão hemodinâmica e sem sinais de alerta
• Leito de observação
• Aumento Ht < 20% do
basal ou, na ausência
destes, os seguintes
valores:
– criança: </= 42%
– mulher: </= 44%
– homem: </= 50%
• Hidratação parenteral e/ou oral
60-80 ml/kg/dia (1/3 solução
salina nas primeiras 4-6 horas) Supervisionada
• Sintomáticos
• Reavaliação clínica e de Ht após a
1a etapa hidratação
• Melhora ?
– Sim - Retornar a conduta
anterior (grupo A)
– Não - conduta do grupo C
QUATRO PERGUNTAS PARA CLASSIFICAR O DOENTE DURANTE A EPIDEMIA
Tem Dengue ?
Tem sangramento ?
Apresenta sinais de alerta ?
Estadiamento
GRUPO C
Caso suspeito
Presença de sinais de alerta ou gravidade
Manifestações hemorrágicas presentes ou ausentes
Ausência de sinais de choque
Sinais de Alerta ou Gravidade
• Dor abdominal
• Vômitos persistente
• Hipotensão postural
• Hepatomegalia dolorosa
• Sangramento de mucosas
• Agitação e/ou letargia
• Hematócrito
• Plaquetas
• Desconforto respiratório
(OMS/MS)
Conduta - GRUPO C
• Exames: hemograma, tipagem sangüínea, albumina, RX
tórax, outros
• Iniciar Hidratação parenteral independente do local de
atendimento
Expansão - 25ml/Kg em 4h solução fisiológica ou ringer (3X)
Manutenção – 25ml/Kg 8h e 12h
• Controle: PA 2h, Ht 4h, diurese/h, Plaq 12h
• providenciar transferência para internação ou leito de
observação por no mínimo 48 hs
QUATRO PERGUNTAS PARA CLASSIFICAR O DOENTE DURANTE A EPIDEMIA
Tem Dengue ?
Tem sangramento ?
Apresenta sinais de alerta ?
Está em choque ?
GRUPO D
hipotensão arterial OU
estreitamento de PA OU
sinais de choque OU
desconforto respiratório OU
disfunção grave de orgãos
Entre os sinais de choque:
mais precoce é o pinçamento da PA (< 20 mm Hg)
tem relação com a queda abrupta de temperatura
precede os outros sinais: extremidades frias, retardo do
enchimento capilar ou cianose
mais
hipotensão
tardia:
arterial,
taquicardia,
taquipnéia
SÍNDROME DE CHOQUE POR DENGUE -PRESSÃO ARTERIAL
160
140
120
PA
100
80
60
40
20
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10 11 12 13 14 15
Dias
Sistólica
Diastólica
Conduta - GRUPO D
• Exames: hemograma, tipagem sangüínea, albumina, RX tórax, outros
• Internação em serviço de referência com UTI
• Hidratação parenteral iniciada imediatamente enquanto aguarda a
transferência
Expansão - 20ml/Kg em 20 min a 1 h solução fisiológica (3X)
Manutenção – 25ml/Kg 8h e 12h
• Controle: reavaliação clínica 15 – 30 min, Ht 2h, diurese, Plaq 12h
• As soluções cristalóides são as de escolha no tratamento de choque por
DENGUE
• Transfusão de plaquetas, concentrado de hemácias e colóides em
circunstâncias especiais
Critérios de internação
• Sinais de alerta
• Sinais de choque
• Desconforto respiratório
• Recusa de ingesta hídrica
• Plaquetas < 20 mil, mesmo que sem sangramento
• Co-morbidade, em particular ICC e IRC
• Cianose, que sempre indica gravidade
• Pessoas que moram sozinhas
• Outras situações a critério médico
Critérios de alta
• Ausência de febre por 48 horas
• Estabilidade hemodinâmica
• Hematócrito estável há 24 horas
• Plaquetas em elevação e acima de 50.000/ mm3
• Regressão de derrames cavitários quando presentes
• Melhora visível do quadro clínico
SUSPEITA DE DENGUE
SINAL DE ALERTA OU DE CHOQUE
SIM
NÃO
Sangramento espontâneo,
prova do laço +, co-morbidades,
risco social
NÃO
Sinal de
alerta
Sinal de
choque
SIM
Iniciar hidratação de imediato, VO ou IV de acordo com a classificação
de risco, enquanto se aguarda os exames
Grupo A
Ambulatorial
não prioritário
Grupo B
Observação
até exames
Grupo C
Internação
por > 48 h
Grupo D
Leito de UTI
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