Introdução aos conceitos – início

Apontamentos de tecnologia farmacêutica
Conceito de Farmácia Galénica - este conceito foi introduzido no
século XVI e o seu nome deve-se a Galeno que foi um médicofarmacêutico; começou por preparar os produtos finais para aplicação
aos doentes; assim fez os primeiros medicamentos.
Esta área trata do estudo das matérias-primas (substâncias
activas) envolvidas na produção de medicamentos e todo o processo
envolvido.
É por demais óbvio que nas farmácias não se vendem placebos
usualmente; estes medicamentos são apenas preparados se houver
uma razão forte pois não contêm substância activa e o seu efeito é
psíquico.
Um fármaco comercial deve obedecer a três regras: qualidade,
segurança, eficácia, ou seja, a sigla QSE.
Por exemplo, a aspirina
não tem apenas substâncias activas, tem também substâncias inertes
(excipientes e adjuvantes). As substâncias activas são aquelas que
como já sabíamos interferem no funcionamento do organismo; por
sua vez as substâncias inertes não alteram funções orgânicas (água,
lactose, amido) assim como os adjuvantes.
A acção farmacológica da substância activa é que produz o efeito
terapêutico típico dos medicamentos; podemos assim concluir que
toda a substância com acção farmacológica e conseqüente efeito
terapêutico se designa de substância activa ou princípio activo. A sua
origem pode ser biológica (vegetal, animal, microbiana) ou mineral.
Pode ser também de origem sintética (não implica toxicidade) ou de
origem semi-sintética.
Hoje
em
dia a Biotecnologia
permite
rentabilizar a produção de substâncias activas de origem microbiana
quer por métodos directos, quer por semi-síntese. Daqui surge um
problema: o preconceito de que o natural é melhor que o sintético!
Isto não é verdade uma vez que os mesmos produtos quer obtidos
naturalmente quer obtidos por síntese se tratam da mesma entidade
química, portanto com um mesmo efeito e mesma toxicidade.
O processo semi-sintético é que ele que permite alterar os produtos
de origem natural; por exemplo, no grupo dos antibióticos existem as
penicilinas
semi-sintéticas
obtidas
deste
modo.
O
uso
de
microorganismos para obtenção de medicamentos está cada vez mais
em voga pois permite a produção de vacinas (por exemplo) em altos
rendimentos e em estado significativamente puro.
Mas porque é que se torna necessária a produção de medicamentos?
Existem vários motivos a para sua produção:

A quantidades de fármaco a administrar pode ser muito
pequena e portanto torna-se difícil a sua administração; assim
um medicamento permite através de um comprimido, por
exemplo, administrar a dose requerida de uma forma fácil;

Torna
mais
exacta
a
dose
que
se
aplica
pois
esta
é
rigorosamente doseada;

Permite assegurar a perfeita eficácia terapêutica uma vez que
“aquela” substância “naquelas” quantidades é eficaz;

A incorporação da substância activa em medicamentos permite
aumentar a sua estabilidade química e assim garantir a sua
conservação.
Assim, a todas as formas finais dos medicamentos que resultam de
operações farmacêuticas de transformação das substâncias activas
chamamos
de
Formas
Farmacêuticas/
Galénicas/
Medicamentosas; por exemplo, um comprimido é obtido por
compressão.
Se tivermos agora em conta que a Técnica Farmacêutica abrange as
operações farmacêuticas e que a Farmácia Galénica abrange estudo
das formas em si, dos produtos, podemos estabelecer o âmbito de
estudo
da
Tecnologia
Farmacêutica.
Assim,
por
cada
produto
estudado são estudadas as operações que levaram à sua obtenção.