REBRACIM – Rede Brasileira de Centros e Serviços de Informações sobre Medicamentos CIM-RS – Centro de Informações Sobre Medicamentos Faculdade de Farmácia/UFRGS Conselho Regional de Farmácia do Rio Grande do Sul 14 anos CIM-RS: a informação a seu alcance Solicitação: Medicamentos diferentes que contêm o mesmo fármaco podem apresentar intensidades de efeito diferentes dependendo da formulação? Resposta: Nas fontes terciárias consultadas1,2,3,4,5,6,7, é descrito que, em razão da diferente composição de excipientes e dos diferentes processos de fabricação empregados pelas indústrias farmacêuticas ou farmácias magistrais, medicamentos que contêm a mesma dose do mesmo fármaco, na mesma forma farmacêutica podem produzir concentrações sanguíneas diferentes do fármaco, o que pode resultar em ausência de efeito terapêutico ou até mesmo, em casos extremos, intoxicações1,2. Dentre os fatores que afetam a absorção dos fármacos estão a formulação e os procedimentos farmacotécnicos1,2,3,6,7. A absorção dos fármacos em geral e, consequentemente sua biodisponibilidade, dependem das características de liberação do fármaco a partir da forma farmacêutica por meio da qual foi administrado2,4. Para que um medicamento administrado por via oral seja absorvido é necessário que seja liberado e dissolvido da forma farmacêutica2,5. Variações na atividade biológica de um fármaco podem ser ocasionadas por diferenças na velocidade na qual ele se torna disponível no organismo. Muitas vezes a velocidade de dissolução nos fluidos biológicos é a etapa limitante para a absorção, e consequentemente, pode afetar o início, a intensidade e a duração da resposta do fármaco6. Na produção de medicamentos, os fármacos são adicionados de adjuvantes, também chamados de excipientes, a fim de se obter a forma farmacêutica para a administração. Embora geralmente inertes, os adjuvantes são capazes de influenciar a velocidade e/ou extensão da absorção de um fármaco1,6,7. Diluentes, tensoativos, lubrificantes, desintegrantes e agentes espessantes são excipientes que podem influenciar e modificar a velocidade de dissolução e absorção dos fármacos no organismo7. As seguintes informações podem ser úteis: Certas propriedades físicas e químicas dos fármacos, como velocidade de dissolução, biodisponibilidade, solubilidade, uniformidade de conteúdo e estabilidade são afetadas pela distribuição do tamanho de partículas. Assim, o tamanho de partícula das formas farmacêuticas afeta diretamente a formulação e a eficácia terapêutica, especialmente no que diz respeito à absorção do fármaco no organismo6. A biodisponibilidade indica a velocidade e a extensão de absorção de um princípio ativo em uma forma de dosagem, a partir de sua curva concentração/tempo na circulação sistêmica ou sua excreção na urina. Bioequivalência consiste na demonstração de equivalência farmacêutica entre produtos apresentados sob a mesma forma farmacêutica, contendo idêntica composição qualitativa e quantitativa de princípio(s) ativo(s), e que tenham comparável biodisponibilidade, quando estudados sob um mesmo desenho experimental8. REFERÊNCIAS 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. DALLA COSTA, T.C.T. Farmacocinética e aPosologia dos Medicamentos. In: SCHENKEL, E. P.; MENGUE, S. S.; PETROVICK, P. R. Cuidados com os Medicamentos. 5. ed. ver. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2012. GOMES, M.S.V.M.; REIS, A.M.M. Ciências Farmacêuticas: uma abordagem em farmácia hospitalar. São Paulo: Atheneu, 2000. ALLEN, L.V. (Ed.). Remington: the science and practice of Pharmacy. 22. ed. Philadelphia: Pharmaceutical Press, 2013. JATO, J.L.V. Tecnología Farmacéutica Volumen I: Aspectos Fundamentales de lós sistemas farmacéuticos y operaciones básicas . Madrid, Espanha:Editorial Síntesis, S.A, 2001. THOMPSON, J. E; Davidow, L.W. A Prática Farmacêutica na Manipulação de Medicamentos. 3. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. ALLEN JR, L. V. et al. Formas farmacêuticas e sistemas de liberação de fármacos. 8 ed. Porto Alegre : Artmed, 2007. AULTON, M. E. Delineamento de Formas Farmacêuticas. 2 ed. London: Churchill Livingstone, 2005. Av. Ipiranga, 2752 – 2º Andar – Porto Alegre/RS – Fone/Fax: 0 XX 51 3308 52 81 e-mail: [email protected] blog: http://cimrs.blogspot.com Boletim Informativo: http://www.ufrgs.br/boletimcimrs/ 1 de 2 REBRACIM – Rede Brasileira de Centros e Serviços de Informações sobre Medicamentos CIM-RS – Centro de Informações Sobre Medicamentos Faculdade de Farmácia/UFRGS Conselho Regional de Farmácia do Rio Grande do Sul 14 anos CIM-RS: a informação a seu alcance 8. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Medicamentos/Assuntos de Interesse/Glossário. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br . Acesso em: 10 jan. 2014. Resposta elaborada por Farm. Clarissa Ruaro Xavier, em 12 de novembro de 2013. Resposta revisada por Farm. Clarissa Ruaro Xavier, em 10 de janeiro de 2014. Av. Ipiranga, 2752 – 2º Andar – Porto Alegre/RS – Fone/Fax: 0 XX 51 3308 52 81 e-mail: [email protected] blog: http://cimrs.blogspot.com Boletim Informativo: http://www.ufrgs.br/boletimcimrs/ 2 de 2