A generosidade - Letícia Thompson

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Quanto mais caminho,
mais percebo o quanto o
mundo anda sedento. As
pessoas correm, sofrem,
se desesperam e
continuam buscando a
felicidade como se essa
fosse apenas uma
miragem nesse imenso
deserto que a vida se
transformou.
Há muita gente no mundo,
milhares e milhares.
Portanto, a solidão
continua assolando vidas,
maltratando corações que,
no fim do dia e das contas
acabam desacreditando
nas portas que se abrem
a elas.
Cada qual pensa no
próprio eu e todo mundo
se isola.
Enquanto isso, a vida
continua, cresce a
indiferença, cresce o
desamor, multiplicam-se
as depressões e
incompreensões. As
pessoas sentem-se vazias
e reagem como pessoas
vazias. Vazias, pelo
menos, de amor e
caridade, mas cheias de
tristezas e desilusões.
Há, portanto, dentro de
cada um de nós um poço
de possibilidades e
compartilhar de si é
deixar-se um pouquinho
em cada um. Só não tem
nada para oferecer quem
possui um coração vazio,
não as mãos. E acabar com
a solidão de alguém é
contribuir para o fim da
própria solidão. Oferecer a
esperança é dar-se a si
uma nova chance, é
reabrir portas, é descobrir
o novo e entregar-se a ele.
Há melhor presente no
mundo que o dom de si?
Há coisa mais bonita que
saciar o coração de
alguém? Devolver a
esperança, por menor que
seja ela, é dar às pessoas
a oportunidade de
descobrir o outro lado da
vida, aquele que, embora
um pouco esquecido,
ainda existe.
O dia tem 24 horas e
parece muitas vezes que
são insuficientes para
fazermos tudo o que temos
que fazer. Lamentamos a
falta de tempo para isso ou
aquilo e pensamos que um
dia, quem sabe, se
atingirmos a bênção da
velhice tranqüila,
poderemos dar um pouco
mais de nós aos outros.
Quanto engano!!!
Podemos dar de nós a cada
dia e a cada hora, agindo
com o coração e tendo uma
atitude que nos torna
diferentes em qualquer
lugar. Pode-se resistir ao
ódio por muito tempo, mas
quem resiste à ternura, ao
afeto, ao amor e
à boa-vontade?
Quando as pessoas
agirem com menos
egoísmo e ao invés de
ruminarem a própria
infelicidade começarem a
agir para o bem do
próximo, as doenças da
alma começarão a
encontrar a cura e o
amanhecer terá para
cada um de nós um outro
rosto, mais sereno, mais
amigo e mais esperado.
Créditos:
Texto: Letícia Thompson
www.leticiathompson.net
Imagens: Internet
Música: Ernesto Cortazar - The language of love
Formatação: Beth Norling
E-mail: [email protected]
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