201601_unisa_biomedicina_micobacterias

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Micobactérias
Microbiologia Básica e Clínica II
Prof. Leonardo Sokolnik de Oliveira
@professor_leo
Introdução
“Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi
Tosse, tosse, tosse.” – Pneumotórax. Manuel Bandeira, 1966.
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Introdução
• Um terço da população mundial está
infectada com o bacilo
• Em 2010, 9 milhões de pessoas
desenvolveram a doença
• É a principal causa de morte em pacientes
com HIV
• Entre as doenças infecciosas é a quarta
causa de morte
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Introdução
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Taxa de mortalidade por tuberculose
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Taxa de incidência de TB, 1990 a 2010
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Tuberculose e HIV
ART = Terapia antiviral para HIV
TB = casos de tuberculose
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Introdução
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Micobactérias: Parede celular
1 – lipídeos de membrana
2- ácido micólico
3- polissacarídeo (arabinogalactana)
4- peptideoglicano
5 – membrana plasmática
6 – lipoarabinomanana (LAM)
7 – fosfatidilinositol
8 – parede celular
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Tuberculose pulmonar
Mycobacterium tuberculosis
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Granuloma
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Tuberculose extra-pulmonar
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Resistência à degradação
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Incidência de tuberculose por
100.000 habitantes - 2010
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Hanseníase
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Mycobacterium leprae
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Diagnóstico Laboratorial
Coleta de escarro por expectoração
Obtido após esforço de tosse, volume ideal é de 5 a 10 mL.
Amostras contendo apenas saliva não devem ser aceitas.
• Recipiente
Descartável, boca larga, estéril, transparente e identificado
com todos os dados do paciente. Identificação SEMPRE no
corpo do frasco e nunca somente na tampa.
• Coleta
Deve ser realizada pelo próprio paciente, de preferência em
local aberto ou sala bastante arejada. Coletar de
preferência pela manhã, ao despertar.
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Diagnóstico Laboratorial
Outras amostras: lavado gástrico, lavado bronco-alveolar,
expectoração induzida, urina, biópsias, sangue, medula
óssea.
Transporte e Conservação
Manter sob refrigeração, protegido do calor e luz solar.
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Baciloscopia
• Exame de execução rápida, fácil e de baixo custo.
• Identifica os indivíduos que estão eliminando os bacilos
e são portanto fontes de infecção.
• Serve para acompanhamento da eficácia do tratamento.
• Para o exame ser positivo estima-se que são
necessários entre 5.000 a 10.000 bacilos por mL de
escarro.
• Sensibilidade em torno de 65%
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Baciloscopia
• Confecção do esfregaço
• Fixação
• Coloração de Ziehl-Neelsen
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Baciloscopia – coloração de Ziehl Neelsen
1 – Cobrir a lâmina com Fucsina fenicada
2 – Aquecer suavemente com ajuda do bico de Bunsen até
começar a desprender vapor e então deixar esfriar. Nunca
deixar a solução de fucsina ferver. Repetir esta etapa 3
vezes. Ao final, lavar com água corrente delicadamente.
3 – Cobrir todo o esfregaço com solução de álcool-ácido.
Agitar a lâmina delicadamente. Deixar agir por dois minutos.
Ao final, lavar com água corrente delicadamente.
4 – Cobrir as lâminas com azul de metileno por 30 segundos.
Ao final, lavar com água corrente delicadamente.
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Baciloscopia – coloração de Ziehl Neelsen
• Leitura da lâmina
Micobactérias apresentam-se como bastonetes delgados,
ligeiramente curvos, corados em vermelho. O fundo do
esfregaço fica azul.
Ler no mínimo 100 campos em objetiva de maior
aumento.
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Resultado
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Bacterioscopia - Causas de erros
•
•
•
•
•
Amostra inadequada
Esfregaços muito espessos ou delgados
Uso de lâminas arranhadas
Depósitos de fucsina cristalizada ou seca
Descoramento insuficiente ou demasiado
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Cultura
• Mais sensível que a baciloscopia. Requer a partir de 10
bacilos por mL de escarro para o exame ser positivo.
• Diagnóstico mais precoce da doença
• Permite o estudo posterior do microrganismo (tipagem
molecular, sensibilidade aos antimicrobianos)
• Há necessidade de descontaminação da amostra
biológica com solução de N-acetil-cisteína + NaOH 1N,
citrato de sódio 0,1N
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Meios de cultura
• Lowenstein-Jensen
Glicerol (carbono) e Asparagina (nitrogênio)
Maioria das espécies
Piruvato (carbono) e Asparagina (nitrogênio)
M. bovis e M.africanum
• 7H10 e 7H11 (sólidos)
• 7H9 (líquido)
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Incubação e Leitura
Incubar os meios semeados a 37 graus.
Após 48 horas observar se há contaminação por
outras bactérias.
Continuar observando a cultura por até 6
semanas.
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Resultado
As colônias são de cor creme, rugosas, desenvolvem-se na superfície do meio e não
alteram a cor do meio LJ.
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Cultura positiva
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Colônias de Mycobacterium tuberculosis
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Resultado
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Teste Tuberculínico (PPD)
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Teste tuberculínico (PPD)
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Interpretação
A interpretação do resultado depende da população a
qual o paciente está incluído:
O resultado é positivo quando:
Pacientes HIV+ e crianças não vacinadas
> 5 mm
Outros
> 10mm
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Xpert MTB/Rif
Teste de PCR em tempo real para
diagnóstico molecular da tuberculose e da
resistência à rifampicina.
Implantado no SUS em algumas regiões
do país.
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Xpert MTB/Rif
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O teste molecular não substitui a
baciloscopia para acompanhamento do
tratamento
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Identificação das Micobactérias
Testes bioquímicos (niacina e nitrato)
HPLC
Moleculares
Comerciais (GEN-PROBE, INO-LIPPA)
In-house (PCR - RFLP)
Sequenciamento genético do gene do RNA ribossomal
16S, genes HSP65 e RPOB
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Identificação fenotípica de
micobactérias
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Identificação bioquímica
TCH: ácido tiofeno carboxílico
PNB: ácido para-nitro-benzóico
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PCR RFLP
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Teste de sensibilidade aos
antimicrobianos
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Teste de sensibilidade aos
antimicrobianos
• Direto
O inóculo é a própria amostra do paciente
• Indireto
O inóculo é uma suspensão de bactérias da cultura
isolada.
São utilizados meios de cultura LJ acrescidos das
drogas em estudo.
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Fórmula para determinar resistência
Considera-se 1% como o limite de corte (cut off).
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Sistema automatizado
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Ensaios imunológicos
• Interferon gamma release assays (IGRAs)
- QuantiFERON-TB Gold test
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Tratamento para casos novos
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Resistência
Multiresistente (MDR):
resistente à isoniazida e rifampicina
Extensamente resistente (ER): resistência à isoniazida e rifampicina
e a pelo menos 3 das 6 outras classes de antibióticos.
O TB adquire resistência aos antibióticos apenas por mutação e não
por transdução, conjugação ou transformação.
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Baciloscopia – preparação dos corantes
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Baciloscopia – preparação dos corantes
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Fonte:
http://www.cdc.gov/tb/statistics/default.htm
http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/tb/eventos/forum/
04TB09_Brasil_DBarreira.pdf
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