Slide 1 - Sesa - Estado do Paraná

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Hipertensão e gestação
Acácia Maria Lourenço Francisco Nasr
Secretaria Estadual da Saúde do Paraná
Centro Epidemiologia
Universidade Federal do Paraná
Curitiba 04 e 05 de maio de 2017
Hipertensão e gestação
•
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•
•
Introdução
Epidemiologia
Etiologia
Fatores de risco
Conceitos diagnósticos
Classificação da hipertensão na gestação
Diagnóstico (clínico/ laboratorial)
Manejo clínico
Introdução
Introdução
Porque Pré-eclâmpsia/eclâmpsia é importante?
CMQCC, 2013
Fatores associados a alta taxa de Eclâmpsia e morbimortalidade materna nos
países em denvolvimento comparado aos países desenvolvidos estão associados
ao atraso para receber tratamento adequado, falta de acesso a um estabelecimento
de saúde e assistência inadequada ou tratamento ineficiente por recursos escassos
e tecnologia inapropriada
Morbimortalidade: Pré-eclâmpsia
Mortes Maternas
Cada 8 casos de Mortalidade materna por Pré-eclâmpsia
Morbidade Materna
Near Miss
40-50X
400-500 X
Complicação Materna Grave
CMQCC, 2013
Introdução
• Principal causa de complicações na gravidez
em países em desenvolvimento (Say, 2014)
• Importante causa de morbimortalidade materna
e perinatal no mundo
• Complicação de 6-8% dos partos no mundo
(Khosravi, 2014)
• Mortalidade de 14% por hipertensão no mundo
e em países em desenvolvimento (Say,2014)
• O prognóstico está associado ao diagnóstico e
tratamento oportuno da hipertensão
Epidemiologia
SÉRIE HISTÓRICA DE RAZÃO DE MORTALIDADE
MATERNA/100.000 NV E FREQUENCIA, PARANÁ, 20102016¹
De 2010 à 2016¹
houve 29% de
redução da RMM
Fonte : SIM/SINASC/DVIEP/CEPI/SVS/SESA-PR (DBF 20/03/2017)
Nota 1: Resultados preliminares, sujeitos a alteração
Epidemiologia
Mortalidade materna por Eclâmpsia/Pré-eclâmpsia, Paraná, 2012 - 2016
Fonte : SIM/DVIEP/CEPI/SVS/SESA-PR (DBF 20/03/2017)
Nota 1: Resultados preliminares, sujeitos a alteração
Epidemiologia
Mortalidade materna por Eclâmpsia/Pré eclâmpsia no Estado do Paraná
Fonte : SIM/DVIEP/CEPI/SVS/SESA-PR (DBF 20/03/2017)
Nota 1: Resultados preliminares, sujeitos a alteração
Epidemiologia
Mortalidade materna por doença hipertensiva, Paraná, 2012 - 20161
Fonte : SIM/DVIEP/CEPI/SVS/SESA-PR (DBF 20/03/2017)
Nota 1: Resultados preliminares, sujeitos a alteração
Epidemiologia
RMM por RS no Paraná, 2012-20161
Fonte : SIM/DVIEP/CEPI/SVS/SESA-PR (DBF 20/03/2017)
Nota 1: Resultados preliminares, sujeitos a alteração
Epidemiologia
Fonte : SIM/DVIEP/CEPI/SVS/SESA-PR (DBF 20/03/2017)
Nota 1: Resultados preliminares, sujeitos a alteração
Epidemiologia
Mortalidade materna segundo faixa etária, Paraná, 2012 - 20161
Fonte : SIM/DVIEP/CEPI/SVS/SESA-PR (DBF 20/03/2017)
Nota 1: Resultados preliminares, sujeitos a alteração
Epidemiologia
Mortalidade materna, segundo escolaridade, 2012-20161
Fonte : SIM/DVIEP/CEPI/SVS/SESA-PR (DBF 20/03/2017)
Nota 1: Resultados preliminares, sujeitos a alteração
Fatores contribuintes para morte na
gravidez, 2002-2004
CA-PAMR/CMQCC
Morte por Pré-eclâmpsia/ Eclâmpsia
90% são AVC-H
MacKay, 2001
Como as mulheres com préeclâmpsia morrem?
CA-PAMR/CMQCC
Etiologia
Etiologia
Deficiência de invasão trofoblástica
1º onda de invasão trofoblástica
1º trimestre
2º onda de invasão trofoblástica
16 – 20/22 semanas
Zugaib, 2008
Fatores imunológicos
Lesão endotelial e alterações inflamatórias
Predisposição genética
Fatores nutricionais
Estresse
Brosens, 1967; Sheppard & Bonnar, 1976; Zugaib, 2008
Fatores de risco para Préeclâmpsia
Fatores de risco para Préeclampsia
•
•
•
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•
•
•
•
•
Primiparidade
História familiar de Pré eclâmpsia
Pré-eclâmpsia em gestação pregressa
Hipertensão arterial ou doença renal preexistente
Obesidade
Diabetes mellitus
Trombofilia
Lúpus eritematoso sistêmico
Idade materna >40 anos
Gravidez múltipla
Fertilização in vitro
FEBRASGO, 2011; ACOG, 2013
Conceitos
Hipertensão arterial
Edema
Proteinúria
Ácido úrico
Hipertensão arterial
Define-se como hipertensão arterial
quando a pressão arterial sistólica atinge
valor ≥ 140 mmHg e/ou a pressão
arterial diastólica atinge valor ≥ 90
mmHg, em duas medidas com intervalo
de pelo menos quatro horas
FEBRASGO, 2011; ACOG, 2013
Aferição da pressão arterial
• Após 5 minutos de repouso
• Paciente sentada
• Manguito de tamanho adequado ao braço
• Braço na altura do coração.
• A pressão arterial sistólica deve ser determinada na fase I de
Korotkoff e a diastólica, na fase V de Korotkoff (correspondente ao
desaparecimento da bulha).
ACOG,2013; FEBRASGO, 2011; Brasil, 2012
Proteinúria
Diagnóstico:
≥ 300mg/24 horas
Razão proteína/creatinina ≥ 0,3 mg/dL
Amostra de urina: 1+ fita indicadora
ACOG,2013; FEBRASGO, 2011; Brasil, 2012
Edema
• O edema generalizado
é sinal de alerta para
possível
desenvolvimento de
pré-eclâmpsia
• Inchaço de mãos e face
• ⬆ súbito peso
(>1Kg/semana)
Técnica de palpação de edema maleolar
Técnica de palpação de edema lombar
ACOG,2013; FEBRASGO, 2011; Brasil, 2012
Ácido úrico
•
•
•
•
↑precoce
↓filtração glomerular
Alterações reabsorção e excreção renal
Pré-eclâmpsia grave
– Ácido úrico >6mg/dL
ACOG,2013; FEBRASGO, 2011; Brasil, 2012
Classificação das doenças
hipertensivas na gravidez
Classificação das doenças
hipertensivas na gravidez
1) Pré-eclampsia-eclampsia (após 20
semanas)
2) Hipertensão crônica (de qualquer causa)
anterior à gravidez
3) Hipertensão crônica com pré-eclâmpsia
sobreposta
4) Hipertensão gestacional (após 20
semanas)
ACOG,2013; FEBRASGO, 2011
Pré eclâmpsia
• Presença de hipertensão arterial , após a
20ª semana de gestação (ou antes, na
doença
trofoblástica
gestacional),
acompanhada de proteinúria, em gestante
sem história de hipertensão arterial
ACOG, 2013; FEBRASGO,2011
Pré eclâmpsia
• Na ausência de proteinúria também se
considera pré-eclâmpsia, quando o aumento
da pressão arterial é acompanhado de
sintomas como:
–
–
–
–
–
Cefaléia
Borramento da visão
Dor abdominal
Rápido desenvolvimento de edema
Valores anormais de testes laboratoriais; ⬇
plaquetas e ⬆enzimas hepáticas
ACOG, 2013; FEBRASGO,2011
Critérios diagnósticos para Pré - Eclâmpsia
Pressão arterial (PA)
• Sistólica ≥ 140mmHg ou diastólica ≥ 100mmHg em duas
ocasiões com intervalo de 4 horas após 20ª semana de
gestação em mulher com PA prévia normal
• Sistólica ≥ 160mmHg ou diastólica ≥ 110mmHg,
hipertensão pode ser confirmada com curto intervalo de
tempo (minutos) para facilitar o uso de terapia antihipertensiva
e
Proteinúria
• ≥ 300mg/24h
• Proteína/creatinina ≥ 0,3mg/dL
• Fita indicadora:1+ (na ausência métodos quantitativos)
Na ausência de proteinúria, hipertensão com aparecimento de qualquer um dos
seguintes fatores:
Trobocitopenia
Plaquetas < 100.000/mm3
Insuficiência renal
Creatinina sérica>1.1mg/dL ou o dobro se ausência de
distúrbio renal
Função hepática
comprometida
⬆2X/normal a concentração das enzimas hepáticas
Sintomas cerebrais ou
visuais
ACOG, 2013
Terminologia
1) A terminologia recomendada é:
a) "Pré - eclampsia sem características graves" (leve)
b) "Pré-eclâmpsia com características graves" (grave)
2) A proteinúria não é um requisito para o
diagnóstico de pré-eclâmpsia.
3) A quantidade total de proteinúria> 5g em 24
horas foi eliminada do diagnóstico de préeclâmpsia grave.
4) O tratamento precoce da hipertensão grave é
obrigatório nos limiares de 160 mm Hg sistólica
ou 110 mm Hg diastólica
ACOG, 2013
Pré-eclâmpsia grave (qualquer um destes achados)
PA sistólica ≥ 160mmHg ou diastólica ≥ 110mmHg, em duas medidas com intervalo de
pelo menos quatro horas, enquanto o paciente está em repouso no leito (a menos que
a terapia anti-hipertensiva seja iniciada antes deste tempo)
Trombocitopenia: plaquetas<100.000/mm3
Função hepática comprometida: ↑2X enzimas hepáticas, dor quadrante superior direito
persistente grave ou dor epigástrica que não responde à medicação e não é explicada
por um diagnóstico alternativo, ou ambos
Insuficiência renal: creatinina sérica>1.1mg/dL ou o dobro se ausência de distúrbio
renal
Edema pulmonar
Distúrbios visuais e cerebrais
ACOG, 2013
Sinais e sintomas
Hipertensão PE “leve”
gestacional
PE “grave”
PAS
140mmHg
140mmHg
160mmHg
PAD
90mmHg
90mmHg
110mmHg
Proteinúria
Ausente
300mg/24h ou 1+ em fita ≥2g/24h ou 3+ em fita
Plaquetas
Normal
Normal
<100.000
Enzimas hepáticas
Normal
Normal
2X normal
Creatinina sérica
Normal
Normal
1,1mg/dL
Edema pulmonar
Não
Não
Sim
Distúrbios
cerebrais
Não
Não
Sim
Distúrbios visuais
Não
Não
Sim
Dhariwal,2017
Vigilância materna
Na ausência de diagnóstico de pré-eclampsia:
• Sintomas: dor de cabeça, distúrbios visuais e
dor abdominal (quadrante superior direito, ou
dor epigástrica)
• Outros:
–
–
–
–
–
Restrição crescimento fetal
Proteinúria
↑PAS 30mmHg ou ↑PAD15mmHg
↑ Concentração de ácido úrico
Edema e ganho rápido de peso
ACOG, 2013; FEBRASGO,2011
Eclâmpsia
• É a manifestação de uma ou mais crises convulsivas
tônico-clônicas generalizadas e/ou coma, em gestante
com hipertensão gestacional ou pré-eclâmpsia, na
ausência de doenças neurológicas
•Pode ocorrer na gestação, trabalho de parto e no puerpério imediato
•50% dos casos acontece em gestações pré-termo
•25% no puerpério tardio (> 48 horas)
• Antes da 20ª semana de gestação (mola hidatiforme ou síndrome dos
anticorpos antifosfolípides)
ACOG 2013;FEBRASGO,2011
Síndrome HELLP
H -hemólise
EL - ↑enzimas hepáticas
LP - plaquetopenia
Sinais e Sintomas
Zugaib,2008
•Acomete 0.5 - 0.9 % das gestantes (Haram,2009)
• Complicação de 10 - 20 % das gestantes com pré-eclâmpsia grave e eclâmpsia
(Haram,2009)
•Elevada mortalidade materna e perinatal
ACOG 2013;FEBRASGO,2011
Síndrome HELLP: critérios
diagnósticos
• Hemólise
–
–
–
–
Anemia
Desidrogenase lática > 600 UI/L
Bilirrubina total > 1,2 mg%
Alterações eritrócitárias (Esquizócitos)
• Alterações de enzimas hepáticas
– Aspartato aminotransferase > 70 UI/L
– Alanina aminotransferase > 70UI/L
• Plaquetopenia
– Contagem de plaquetas(< 100.000/mm3)
ACOG 2013;FEBRASGO,2011
Hipertensão crônica
• Hipertensão arterial persistente anterior a gravidez ou que
surge após a 20ª semana e que se mantém no puerpério
(>12 sem)
• Presente em 5% das gestantes (Seely and Ecker,2014)
Classificação
Pressão arterial, mmHg
Sistólica
Diastólica
Hipertensão leve a
moderada
140-159
100-109
Hipertensão severa
≥ 160
≥ 110
ACOG 2013;FEBRASGO,2011
Classificação hipertensão
crônica na gravidez
Leve para moderada
Hipertensão <160/110mmHg
Área cardíaca normal
Eletrocardiograma normal
Sintomatologia leve
Fundo de olho normal ou alterações mínimas
Função renal normal ou clearance de creatinina > 50%
Grave
Hipertensão ≥ 160/110mmHg
oligúria
hipertrofia ventricular esquerda
Sintomas frequentes: cefaléia e palpitação
Exsudatos ou hemorragias no exame oftalmoscópio
Função renal com clearance de creatinina de 30-50%
Hipertensão arterial crônica com
pré-eclâmpsia superposta
Hipertensão arterial persistente anterior a gravidez
ou anterior a 20 semanas
•Proteinúria na segunda metade da gestação.
•Piora proteinúria ou pressão arterial após a 20a
semana
•Trombocitopenia ou ↑enzimas hepáticas (AST, ALT)
ACOG 2013;FEBRASGO,2011
Hipertensão gestacional
Pressão arterial elevada após 20 semana
ausência de proteinúria e sinais sistêmicos
gestação e mais comumente no meio ao final
terceiro trimestre sem evidência ou história
hipertensão antes da gravidez.
Reavaliar 12 semanas após o parto
na
de
do
de
Hipertensão
transitória
Hipertensão
crônica
ACOG 2013;FEBRASGO,2011
A Tríade Mortal
Pré eclâmpsia grave
Síndrome HELLP
Eclâmpsia
•Associado a um risco aumentado de resultados adversos tal como:
•Descolamento prematuro de placenta
•Insuficiência renal
•Hematoma hepático subcapsular
•Parto pré-termo
•Morte fetal ou materna
•Pré-eclâmpsia recorrente
ACOG,2012
Diagnóstico Clínico
laboratorial
Diagnóstico
• Clínico
– Anamnese
– Exame físico
Intervalo menor entre as consultas
Diagnóstico
Propedêutica Pré eclâmpsia /Eclâmpsia
Hemograma com contagem de plaquetas
Pesquisa de alterações eritrocitárias (esquizócitos)
Proteinúria
Ácido úrico
Uréia e creatinina
Bilirrubinas e frações
AST, ALT
DHL
Fibrinogênio
Diagnóstico do bem-estar fetal
•
•
•
•
Ecografia - rastrear crescimento fetal restrito
Cardiotocografia
Volume do líquido amniótico
Dopplervelocimetria
Doppler das artérias uterinas de
primeiro trimestre
Predição de pré-eclâmpsia ?
• A pesquisa de incisura
bilateral nas artérias uterinas
(24ª a 26ª semanas):
– história familiar de doença
hipertensiva na gravidez
– gemelaridade
– história anterior de préeclâmpsia precoce ou
recorrente
– presença de nefropatia
– doenças autoimunes em
gestantes normotensas.
Pilalis,2007
Indicações para estudo dopplerfluxométrico
• Doppler de artéria umbilical (28ª semana –
exames quinzenais):
– patologias com risco de insuficiência
placentária (gestantes hipertensas), com
crescimento intrauterino restrito, centralização
fetal.
Costa,2006; Pastore, 2003
Prevenção
Prevenção primária
Uso de aspirina na dose de 100mg/dia (60-150mg/dia) a partir da 12-16 sem até
o parto para pacientes de risco:
• Hipertensão crônica
• Pré-eclampsia (eclampsia, síndrome HELLP, DPP) com resultado adverso prévio
•História familiar de pré-eclâmpsia
•Gravidez múltipla
•Doença renal
•Doença autoimune
•Diabetes
•Crescimento restrito sem causa
• Prematuridade anterior
Prevenção primária
Suplementação de Cálcio elementar 1,5-2,0g/dia em populações com baixa
ingestão de cálcio. Início com 20 semanas até o final gestação
Evita a pré-eclâmpsia, eclâmpsia, o nascimento prematuro e o risco de a mulher
morrer ou ter sérios problemas relacionados à pressão arterial elevada na
gravidez.
Prevenção secundária
• Detectar doença precocemente enquanto
o tratamento pode impedi-la de progredir
– Identificar pacientes com fatores de risco
Dhariwal,2017
Prevenção terciária
• Cuidado clínico
• Controle adequado da pressão arterial
• Prevenção das formas mais graves e
crises convulsivas
• Controle do crescimento e vitalidade fetal
• Resolução da gestação na impossibilidade
de controle da doença e
comprometimento da vitalidade fetal
Dhariwal,2017
Manejo clínico
1
Efeito do repouso ou conselhos para reduzir a atividade física para a
prevenção de Pré-eclâmpsia e suas complicações
106 mulheres normotensas com risco moderado de desenvolver eclâmpsia
32 mulheres: repouso diário de 4 h em casa em decúbito lateral esquerdo X
atividade física irrestrita
74 mulheres: repouso 15 minutos 2X/dia mais suplementação nutricional X
atividade física irrestrita mais placebo
Conclusão: evidência insuficiente para recomendar repouso ou atividade
reduzida para mulheres para prevenir a pré-eclâmpsia e suas
complicações. Se as mulheres descansam durante a gravidez deve,
portanto, ser uma questão de escolha pessoal
Dois ensaios, com 45 mulheres: Compararam o exercício
aeróbio regular de intensidade moderada x manutenção
da atividade física normal durante a gravidez
Conclusão: Evidência insuficiente para conclusões confiáveis
sobre os efeitos do exercício sobre a prevenção da préeclâmpsia e suas complicações
• Dois ensaios, com 603 mulheres.
• Conselhos para reduzir a ingestão de sal na dieta X
conselhos para continuar uma dieta normal
Conclusão:evidência insuficiente para conclusões
confiáveis sobre os efeitos do conselho para reduzir
o sal dietético
99 ensaios – 4723 mulheres
•29 ensaios - 3350 mulheres: uso de anti-hipertensivo X placebo /nenhum antihipertensivo
•↓ 50% risco de hipertensão grave associada ao uso de fármacos antihipertensivos
•Pouca evidência na diferença do risco de pré-eclâmpsia
•Ausência de efeito claro sobre o risco de morte fetal, parto prematuro ou PIG
•22 ensaios-1723 mulheres: uma droga anti-hipertensiva X outra
•↓ do risco de desenvolver proteinúria / pré-eclâmpsia com os beta
bloqueadores + bloqueadores de canais de cálcio comparados com
metildopa.
• Ausência de efeito na hipertensão grave e proteinúria com os fármacos
individuais
Conclusão: O uso de anti hipertensivo em pacientes com pré
eclâmpsia leve reduz o risco de progressão para hipertensção severa,
mas não afeta a incidência do desenvolvimento de eclâmpsia.
Terapia farmacológica
Hipotensores
Dose
Intervalo
Efeitos colaterais
8/8h ou 12/12h
Hipotensão postural,
sonolência, retenção
hídrica
Gravidez: Categoria B
Metildopa
0,5mg/dia 2,0g/dia
Nifedipina
(liberação
lenta)
30 mg/dia 120 mg/dia 12/12h
Cefaleia, fadiga, tontura,
edema periférico,
constipação.
Gravidez: Categoria C
Pindolol
10mg/dia
Bradicardia, hipotensão,
restrição no crescimento
intra-uterino
Gravidez: Categoria B
30 mg/dia
8/8h ou 12/12h
Os inibidores da enzima de conversão da Angiotensina (ex.: Captopril) e os
antagonistas dos receptores da Angiotensina II (ex.: Losartana) são
contraindicados na gravidez devido à sua associação com restrição do
crescimento fetal, oligohidrâmnio, insuficiência renal neonatal e morte neonatal.
Abalos, 2014; ACOG,2013; BRASIL, 2010;ZUGAIB, 2008
Emergências hipertensivas na
gestação
Pressão arterial ≥160/110mmHg
+
cefaleia, epigastralgia, distúrbios visuais, edema
agudo de pulmão...
Tratamento das emergências hipertensivas na gestação
Manter a paciente em decúbito lateral esquerdo e dorso elevado
Manter acesso venoso com soro glicosado a 5%
Hidralazina 5mg IV a cada 20 minutos
Reduzir a pressão arterial em 20-30% ou até 90/100mmHg da pressão arterial
diastólica
Monitorização cuidadosa da pressão arterial a cada 5 minutos por 20 minutos.
Cardiotocografia fetal
ACOG,2013; FEBRASGO, 2011; BRASIL, 2010; ZUGAIB, 2008
Crise hipertensiva
Pressão arterial acima de 160/110mmHg. Admnistrar :
Primeira escolha
Hidralazina (1 ampola = 1 mL = 20 mg)
Hidralazina (20 mg).....................................1 mL
Soro glicosado a 5%...…………………….....……19 mL
Administrar 5 mL, IV, a cada 20 minutos, até seis doses se necessário.
Segunda escolha
Nifedipina – 5 mg, VO, a cada 30 minutos até PAD 90-100 mmHg
Não utilizar Nifedipina sublingual- hipotensões arteriais graves
ACOG,2013; FEBRASGO, 2011; BRASIL, 2010; ZUGAIB, 2008
Estudo internacional, multicêntrico, randomizado
10.141 gestantes com pré eclampsia grave, 175 hospitais, 33 países
Qual o benefício do Sulfato de Magnésio para
as mulheres com pré-eclâmpsia e seus fetos?
58% redução das convulsões
45% redução da mortalidade materna
33% redução de descolamento prematuro de placenta
*A redução de 45% na mortalidade materna é clinicamente importante
Altman, 2002
Profilaxia das convulsões na
iminência de Eclâmpsia/ Eclâmpsia
FEBRASGO,2011
Profilaxia das convulsões na
iminência de Eclâmpsia/ Eclâmpsia
FEBRASGO,2011
Profilaxia das convulsões na
iminência de Eclâmpsia/ Eclâmpsia
•Nível terapêutico sulfato de magnésio - 4 e 7 mEq/L
•Verificar sistematicamente sinais de intoxicação pelo magnésio de hora
em hora, no esquema de Zuspan, e antes da administração de cada
dose de manutenção, no esquema de Pritchard
•Manter diurese acima de 25ml/hora
•Reflexo profundo presente (patelar)
•Freqüência respiratória ≥ 16 mpm
•Manter o esquema por 24 - 48 h após o desaparecimento dos sintomas
ou do parto
•Sinais de toxicidade
Administrar 1 ampola de gluconato de cálcio a 10% (10ml =1grama) IV em
3-5 minutos
FEBRASGO,2011
Repetição das Crises
Convulsivas
Sulfato de Magnésio 50% EV lento
• 4ml(2g) a 50%+ SF16 ml=20 minutos
• Após 30 minutos da dose inicial
• Manutenção:1-2g/h (bomba de infusão)
Pré eclâmpsia “leve”
•
•
•
•
Condutas gerais:
– Dieta normossódica
– Referenciar ao pré –natal de alto risco
– Acompanhamento da gestante semanal
– Proibir álcool e tabagismo
– Medir PA 1X/dia, peso diário, mobilograma
– Alertar: sinais de iminência de eclâmpsia
Exames Laboratoriais semanais: contagem de plaquetas e enzimas
hepáticas ( hematócrito, proteinúria e função renal)
Diagnóstico do bem-estar fetal (US cada 3 sem, cardiotocografia sem,
US, doppler 34 sem)
O parto ≥ 37 semanas e parto terapêutico: indução do trabalho de parto
conforme indicação obstétrica (IG, apresentação fetal, status cervical e
condição materno-fetal).
ACOG, 2013
Pré eclâmpsia grave ou Hipertensão arterial
crônica com pré-eclâmpsia sobreposta
• Seguir protocolo para a pré-eclampsia
leve
• Internação enfermaria alto risco
• Controle diurese e sinais vitais
• Sedação
• Monitorização laboratorial
• Tratar emergência hipertensiva
• Sulfato de magnésio
• Monitorização fetal diária:MF, US
cada 2 sem, cardiotocografia, PBF
2X/sem, doppler sem
• Corticoterapia antenatal
• Parto terapêutico
ACOG,2013; FEBRASGO, 2011; BRASIL, 2012
Corticosteroides
• Betametasona (12mg/dia por dois dias – dose total de
24mg)
• Administrados 48h antes do parto
• Condições maternas e fetais estáveis
• Pré-eclâmpsia grave e feto viável ≤ 33,6/7 semanas, se:
–
–
–
–
–
–
Ruptura prematura prematura de membranas
Plaquetas (<100.000/mm3)
Enzimas hepáticas ≥2xnormal)
Oligohidrâmnios severos (ILA <5cm)
Doppler da artéria umbilical com fluxo diastólico reverso
Disfunção renal crescente
ACOG,2013; FEBRASGO, 2011; BRASIL, 2012
Eclâmpsia
Medidas gerais na eclâmpsia
Manter a paciente em decúbito lateral esquerdo com dorso elevado
Assegurar a permeabilidade das vias aéreas
Proteger a língua com cânula de Guedel e evitar a aspiração
Oxigênio por cateter nasal (5L/min)
Assistência ventilatória quando necessário
Instalar monitor cardíaco
Acesso venoso com ringer lactato100/125ml/h
Evitar administração inadequada de fluidos
Colher amostra de sangue para avaliação laboratorial: Hemograma com
plaquetas, coagulograma com fibrinogênio, ureia, creatinina, sódio, potássio,
enzimas hepáticas, ácido úrico, bilirrubinas totais e frações, DHL, gasometria
arterial, proteinúria, fundo de olho
Manter sonda vesical de demora
ACOG,2013; FEBRASGO, 2011; BRASIL, 2010; ZUGAIB, 2008
Tratamento da Eclâmpsia
PaD ≥110mmHg,
10-20 min após
esquema de ataque
de MgSO4
Eclâmpsia
Monotitorização fetal (IG, peso e vitalidade)
Tomografia cerebral
Tratamento obstétrico:
• Interrupção da gestação após 2-3h após estabilização do quadro clínico
• Eclampsia em gestação <34 semanas conduta expectante 24-48h para
administrar corticosteróides com intenso monitoramento materno fetal
•Indução do parto para situações obstétricas que permitam o parto vaginal
rápido.
Manter sulfatação na cesárea
ACOG, 2013
Eclâmpsia
Convulsão
autolimitada
Diminuição
dos reflexos
laríngeos
Depressão
respiratória
Contraindica-se
Benzodiazepínico
Aspiração do
conteúdo
gástrico
Depressão
neurológica
Síndrome HELLP
•
•
•
Seguir protocolo para a pré-eclampsia grave:
– Estabilização condições clínicas materna
– Profilaxia da convulsão
– Terapia anti-hipertensiva
– Avaliação da vitalidade fetal
Pontos inerentes a este quadro:
– RL 100ml/h
– Repetir exames com intervalo de no máximo de 12h
– Corticosteroides anteparto : Dexametasona 10mg/200 ml de soro fisiológico a
cada 12 h até o parto
Conduta obstétrica:
– Condição clínica e laboratorial materna, IG e vitalidade fetal
– Via de parto: vaginal
– Transfusão de plaquetas (se <50.000 plaquetas/mm3)
– Anestesia geral: CIVD ou plaquetopenia<70.000 plaquetas/mm3
– Laparotomia infraumbilical mediana: CIVD
– Vigilância rigorosa em UTI
ACOG,2013; FEBRASGO, 2011; BRASIL, 2012
Hipertensão crônica
Leve para moderada
• Condução:
–
–
–
–
–
–
•
Dieta normossódica
Proibir álcool e tabagismo
Se PA controlada manter prática de exercícios
Consultas quinzenais até 32 semanas e semanais após esta data até o parto
Avaliação laboratorial a cada trimestre
Exame de fundo de olho
Diagnóstico do bem-estar fetal
– Ultrassonografia: rastrear crescimento fetal restrito
– cardiotocografia
– volume do líquido amniótico
– Dopplerfluxometria
•
Administrar um anti-hipertensivo
•
O parto segue a indicação obstétrica >38semanas
ACOG,2013; FEBRASGO, 2011; BRASIL, 2012;
Hipertensão crônica grave
Grave
• Além das condutas previstas para os casos não
severos, devemos acrescentar:
– Internação obrigatória com avaliação de
vitalidade fetal diária
– Rotina laboratorial cada 72 horas
– Admitir o uso de diuréticos na falha dos
antihipertensivos, desde que não haja
possibilidade de crescimento fetal restrito
ACOG,2013; FEBRASGO, 2011; BRASIL, 2012
Hipertensão gestacional
• Mensurar PA 2X/semana com pesquisa de
proteinúria semanal
ACOG,2013;
Indicações de interrupção da
gravidez
• Idade gestacional ≥37 semanas
• <34 semanas após corticóide:
– Plaquetas inferiores a 100.000mm3
– Deterioração da função hepática e renal
– Cefaleia, dor epigástrica persistente, náuseas,
vômitos, alterações visuais significativas
– Rotura prematura de membranas
– Trabalho de parto espontâneo
– Crescimento fetal restrito grave
– Oligodrâmnio severo (<5cm)
– Provas de vitalidade fetal alteradas
ACOG,2013; FEBRASGO, 2011;
Indicações de interrupção da
gravidez
• Interrupção da gestação se:
– Hipertensão grave incontrolável
– Eclâmpsia
– Edema pulmonar
– Descolamento prematuro de placenta
– Coagulação intravascular disseminada
– Alteração da vitalidade fetal
– Óbito fetal
ACOG,2013, FEBRASGO,2011
Anestesia geral: Eclâmpsia, Edema pulmonar, depressão dos níveis de
consciência e edema cerebral
Após o parto:
Não usar drogas hipotensoras
Controle da pressão arterial nas primeiras 72 horas
Pressão arterial sistólica ≥ 150 mmHg e/ou diastólica ≥ 100mmHg em 2 ou mais
medições com intervalo de 4 a 6 horas reintroduz-se medicação
DHEG sobreposta não retirar as drogas hipotensoras
Evitar anti-inflamatórios para pacientes com mais de 1 dia de hipertensão pós
parto
Sulfato de Magnésio se pré-eclâmpsia ou hipertensão com cefaleia ou alterações
visuais persistentes
Dhariwal, 2017
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