3 INTRODUÇÃO Este trabalho tem como objetivo principal apresentar a estrutura do setor financeiro nacional e as principais características das instituições financeiras que o compõe; Essas instituições devem permitir, dentro das melhores condições possíveis, a realização dos fluxos de fundos entre tomadores e poupadores de recursos na economia. Serão abordados também, para uma melhor compreensão de sua estrutura, os fatos históricos mais importantes do setor financeiro brasileiro e as transformações do sistema, que resultaram no cenário atual. A necessidade de conhecimento do sistema financeiro é crescente ao longo do tempo, explicada pela importância que exerce na economia e segmento empresarial de um país, como também pela maior complexidade que suas operações vêm apresentando. O sistema financeiro é composto por autoridades monetárias, autoridades de apoio e um conjunto de instituições financeiras públicas e privadas. Veremos também como o mercado financeiro canaliza recursos dos poupadores para os consumidores e investidores e assim aumentar a eficiência da economia. 4 HISTÓRICO DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL O Sistema Financeiro Nacional tem como fase inicial o fim do período colonial e essa fase tem três subdivisões: a intermediação financeira no final de 1830, o fim do Império em 1840 e os anos da Republica no inicio da Segunda Guerra Mundial. A segunda fase se da no período das Guerras e na Depressão. A terceira fase se inicia em 1945 e vai até as reformas institucionais de 1964 e 1965. A quarta e ultima inicia-se com essa reforma e vai até os dias de hoje. Podemos citar também as resoluções 1524, de 21.09.1988, e 1649, de 25.01.1989 como "marcos na abertura do sistema financeiro brasileiro”. No período colonial o Sistema Financeiro se caracterizou por sua intermediação no setor cafeeiro e a implantação de projetos no setor de infraestrutura. No império como houve fortes pressões por volume de credito, o Tesouro estendeu aos bancos o poder de emissor, gerando nos próximos anos períodos de crescimento acelerado, excitação das atividades de intermediação financeira, surto inflacionário e em decorrência austeridade financeira, através da condução de uma fase de contra-reforma (1892 - 1906). A partir daí ao termino da crise financeira do inicio do século resultou em significativas mudanças. No período das guerras e da depressão que foi até o ano de 1945 houve vários processos importantes nas intermediações financeiras do Brasil: Expansão do sistema de intermediação financeira de curto e médio prazo; Disciplina, integração e ampliação das margens de segurança, em face da criação da Inspetoria Geral dos Bancos (1920), instalação da Câmara de Compensação (1921) e a implantação da Carteira de Redescontos do Banco do Brasil (1921); Estudos para criação de um Banco Central no país. 5 Nesse período as instituições desenvolveram-se com relativa segurança, ampliando o seu raio de ação e dando sustentação às mudanças na estrutura de produção do país. A captação de recursos, depósitos à vista e empréstimos concedidos elevaram-se de forma consistente durante todo o período. A terceira fase que se estendeu de 1945 a 1964, caracterizou-se como fase de transição entre a estrutura simples de intermediação financeira da primeira metade do século e a complexa estrutura montada a partir das reformas institucionais de 1964-65. Algumas transformações que aconteceram naquela época lhes permitiram não apenas sobreviver, em um contexto que aparentemente seria hostil à atividade econômica e ao sistema financeiro, mas também acumular capital desenvolver-se tecnologicamente e crescer, absorvendo parte considerável do imposto inflacionário gerado. Nos anos de transição as principais transformações no sistema financeiro nacional foram: Consolidação e penetração no espaço geográfico da rede de intermediação financeira de curto e médio prazo; Implantação de um órgão normativo, de assessoria, controle e fiscalização, o SUMOC - Superintendência da Moeda e do Crédito; Criação de uma instituição financeira central de fomento, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, BNDE; Criação de instituições financeiras de apoio a regiões carentes; Política de substituição de importações Taxas de inflação crescentes, particularmente depois de 1957; Desenvolvimento espontâneo de companhias crédito, financiamento e investimento de médio e longo prazo. de 6 A partir dessas reformas no Brasil iniciou-se a promulgação de três leis que introduziram grandes transformações na estrutura do sistema financeiro nacional: Lei nº. 4.380 - 21/08/64: instituiu a correção monetária nos contratos imobiliários de interesse social, criou o Banco Nacional de Habitação e institucionalizou o Sistema Financeiro de Habitação; Lei nº. 4.595 - 31/12/64: definiu as características e as áreas específicas de atuação das instituições financeiras e transformação do SUMOC e seu Conselho em Banco Central do Brasil e Conselho Monetário Nacional, respectivamente; Lei nº. 4.728 - 14/07/65: disciplinou o mercado de capitais e estabeleceu medidas para seu desenvolvimento. Essas mudanças possibilitaram ao Brasil acontecimentos muito importantes para a economia do país, podemos citar algumas delas como: o surgimento de intermediários financeiros, a diversificação da pauta de ativos financeiros, e o desenvolvimento do mercado de ações. A partir das implementações dessas reformas até os dias atuais foi incorporado ao quadro do sistema a Comissão de Valores Mobiliários, criada na lei nº. 6.385 de 07-12-1976. Após o período de 1968 a 1973, o país passou a conviver com uma conjuntura adversa internacional (choque do petróleo de 73 e 79 e a crise da dívida externa de 82) e conturbada a nível interno (redemocratização e inflação). Influenciado também por esses acontecimentos, surgiu por parte dos agentes econômicos a necessidade de se protegerem quanto às oscilações adversas a que estão sujeitos, tanto a fatos e políticas interna quanto externa. Pode-se citar também como fatores importantes a criação de mecanismos de poupança compulsória (PIS e PASEP-LC 07-70, e FGTS Lei 5107-66) o endividamento das empresas, e criação de fundos de investimentos. 7 Após a nova legislação de setembro de 1988, houve uma expansão do sistema bancário fazendo com que o número de bancos mais que dobrasse, alcançando 244 bancos em dezembro de 1994. No entanto, "o Plano Real, implantado no segundo semestre de 1994, mudou radicalmente o cenário de atuação dos bancos no Brasil, levando o sistema a uma tendência de redução, processo inverso ao anterior. A transferência de controle foi um dos instrumentos mais utilizados, inclusive com a participação do capital externo nas operações de compra e venda de ativos. No caso dos bancos públicos estaduais, a privatização foi à solução definitiva para alguns casos e em outros, a transferência do controle para o governo federal para posterior processo de privatização foi uma solução intermediária adotada". ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL O sistema financeiro nacional pode ser entendido como um conjunto de instituições financeiras e instrumentos financeiros que visam transferir recursos dos agentes econômicos (pessoas, empresas, governo) superavitários para os deficitários. Todo processo de desenvolvimento de uma economia exige a participação crescente de capitais, que são identificados por meio de poupança disponível em poder dos agentes econômicos e direcionados para os setores produtivos carentes de recursos mediante intermediários em instrumentos financeiros. E é em função desse processo de distribuição de recursos no mercado que se evidencia a função econômica e social do sistema financeiro. As instituições financeiras podem ser classificadas em dois tipos: bancárias ou monetárias e não bancárias ou não monetárias. As instituições financeiras conhecidas por bancárias são aquelas a quem se permite a criação de moeda por 8 meio do recebimento de depósitos á vista. Operam basicamente com ativos financeiros monetários que representam os meios de pagamento da economia (dinheiro em poder do público mais depósitos à vista em bancos). Essas instituições são representadas pelos bancos comerciais e múltiplos. As instituições financeiras não bancárias, ao contrário, não estão legalmente autorizadas a receber depósitos à vista, inexistindo, por tanto, a faculdade de criação de moeda. Essas instituições trabalham basicamente com ativos não monetários, tais como ações, letras de cambio, certificados de depósitos bancários, debêntures etc. e são constituídas por praticamente todas as instituições financeiras que operam no mercado financeiro, exceto bancos comerciais e múltiplos. Exemplos de instituições não bancárias: sociedades corretoras, bancos de investimento, sociedades financeiras, sociedades de arrendamento mercantil etc. Uma possível estrutura do sistema financeiro nacional envolve dois grandes subsistemas: Normativo e intermediação financeira. O SUBSISTEMA NORMATIVO Essa subdivisão do sistema financeiro nacional é constituída por instituições que estabelecem, de alguma forma, diretrizes de atuação das instituições financeiras operativas e controle do mercado. O subsistema normativo é responsável pelo funcionamento do mercado financeiro e de suas instituições, fiscalizando e regulamentando suas atividades por meio principalmente do Conselho Monetário Nacional (CMN) e do Banco Central do Brasil (BACEN). A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é um órgão normativo de apoio do sistema financeiro, atuando mais especificamente no controle e fiscalização do mercado de valores mobiliários (ações e debêntures). No sistema normativo, enquadram-se, ainda, três outras instituições financeiras que apresentam um caráter especial de atuação, assumindo certas responsabilidades próprias e interagindo com vários outros segmentos do 9 mercado financeiro, como são os casos do Banco do Brasil (BB), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e social (BNDES) e da Caixa Econômica Federal (CEF). Compõem esse subsistema o Conselho Monetário Nacional, o Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários o Banco do Brasil o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e a Caixa Econômica Federal. SUBSISTEMA DE INTERMEDIAÇÃO Este subsistema, também denominado de operativo, é composto das instituições (bancárias e não bancárias) que atuam em operações de intermediação financeira. O subsistema foi estruturado em cinco grandes grupos de instituições: Bancárias, Não Bancárias, Sistema de Poupança e Empréstimo – SBPE, Auxiliares e Instituições Não Financeiras. AS AUTORIDADES MONETÁRIAS Conselho Monetário Nacional: o CMN é um órgão eminentemente normativo, não desempenhando nenhuma atividade executiva. Processa todo o controle do sistema financeiro, influenciando as ações de órgãos normativos como o BNDES, por exemplo, além de assumir funções de legislativo das instituições financeiras publicas e privadas. Acaba sendo o conselho de política econômica do país, visto que o mesmo é responsável pela fixação das diretrizes da política monetária, de crédito e cambial. O Conselho Monetário está revestido de amplas atribuições, que podem ser identificadas na finalidade principal de sua criação: formulação de toda a política de moeda e do crédito, objetivando atender aos interesses econômicos e sociais do país. 10 Suas principais atribuições são: Fixar as diretrizes e as normas da política cambial, assim como regulamentar as operações de câmbio, visando ao controle da paridade da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos; Regulamentar, sempre que julgar necessário, as taxas de juros, comissões e qualquer outra forma de remuneração praticada pelas instituições financeiras; Regular a constituição e o funcionamento das instituições financeiras, bem como zelar por sua liquidez; Estabelecer as diretrizes para as instituições financeiras por meio de determinação de índices de encaixe, de capital mínimo, de normas de contabilização etc.; Acionar medidas de prevenção ou correção de desequilíbrios econômicos, surtos inflacionários etc.; Disciplinar todos os tipos de créditos e orientar as instituições financeiras no que se refere à aplicação de seus recursos, tendo como objetivo promover desenvolvimento mais equilibrado da economia. Regular as operações de redescontos e as operações no âmbito do mercado aberto. O CMN é atualmente composto por somente três representantes: Ministro da fazenda, seu presidente, Ministro do planejamento e o presidente do Banco do Brasil. Banco Central do Brasil: o BACEN é o principal poder executivo das políticas traçadas pelo conselho Monetário e órgão fiscalizador do Sistema 11 Financeiro Nacional. É um banco fiscalizador e disciplinador do mercado financeiro, ao definir regras, limites e condutas das instituições, banco de penalidades, ao serem facultadas pela legislação a intervenção e a liquidação extrajudicial em instituições financeiras e gestor do sistema financeiro nacional ao expedir normas e autorizações e promover o controle das instituições financeiras e de suas operações. È também considerada um executor da política monetária, ao exercer o controle dos meios de pagamento e executar o orçamento monetário e um banco do governo, na gestão da dívida pública interna e externa. Entre as principais atribuições do BACEN são destacadas: Fiscalizar as instituições financeiras, aplicando, quando necessário, as penalidades previstas em lei; Executar a emissão do dinheiro e controlar a liquidez do mercado; Efetuar operações de compra e venda de títulos públicos e federais; Efetuar o controle do crédito, de capitais estrangeiros e receber os depósitos de compulsórios dos bancos. AUTORIDADES DE APOIO · A Comissão de Valores Mobiliários: a CVM é um órgão normativo voltado ao mercado de ações e debêntures. Ela é vinculada ao Governo Federal e seus objetivos podem sintetizados em apenas um: o fortalecimento do mercado acionário. A atuação da CVM abrange três importantes segmentos do mercado: Instituições financeiras do mercado; companhias de capital aberto, cujos valores mobiliários de sua emissão encontram-se em negociação em Bolsa de Valores e mercado de balcão; investidores, a medida que é seu objetivo atuar de forma a proteger seus direitos. O Banco do Brasil: até janeiro de 1986 o BB assemelhava-se a uma autoridade monetária mediante ajustamentos da conta movimento do BACEN e do 12 Tesouro Nacional. Hoje, é um banco comercial comum ao exercer as atividades próprias dessas instituições, embora responsável pela Câmara de Confederação. Assim, no desenvolvimento de suas atividades, o Banco do Brasil assume três funções: Agente Financeiro do Governo Federal; Banco Comercial e Banco de Investimentos e Desenvolvimento. · O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES: contando com recursos de programas e fundos de fomento, o BNDES é responsável pela política de investimentos de LP do Governo e, a partir do Plano Collor, também pela gestão do processo de privatização. É a principal instituição financeira de fomento do Brasil por impulsionar o desenvolvimento econômico, atenuar desequilíbrios regionais, promover o crescimento das exportações, dentre outras funções. · A Caixa Econômica Federal: a CEF caracteriza-se por estar voltada ao financiamento habitacional e ao saneamento básico. É um instrumento governamental de financiamento social. Tanto a Caixa Econômica Federal como as demais caixas econômicas são instituições financeiras publicas que atuam de forma autônoma. São classificadas como órgãos auxiliares do Governo Federal na execução de sua política creditícia. Além disso, executa atividades característica de bancos comerciais e múltiplos, como recebimento de depósitos a vista e a prazo, cadernetas de poupança, concessões de empréstimos a financiamentos em consonância com as políticas governamentais. Seus estatutos prevêem outros objetivos tais como: Administrar, com exclusividade, os serviços das loterias federais; Constituir-se no principal arrecadador do FGTS; Ter o monopólio das operações de penhor 13 INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS · Os Bancos Comerciais: os BC são intermediários financeiros que transferem recursos dos agentes superavitários para os deficitários, mecanismo esse que acaba por criar moeda através do efeito multiplicador. Os BC's podem descontar títulos, realizar operações de abertura de crédito simples ou em conta corrente, realizar operações especiais de crédito rural, de câmbio e comércio internacional, captar depósitos à vista e a prazo fixo, obter recursos junto às instituições oficiais para repasse aos clientes, etc. · Os Bancos de Desenvolvimento: o já citado BNDES é o principal agente de financiamento do governo federal. Destacam-se outros bancos regionais de desenvolvimento como, por exemplo, o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), o Banco da Amazônia, dentre outros. · As Cooperativas de Crédito: Equiparando-se às instituições financeiras, as cooperativas normalmente atuam em setores primários da economia ou são formadas entre os funcionários das empresas. No setor primário, permitem uma melhor comercialização dos produtos rurais e criam facilidades para o escoamento das safras agrícolas para os consumidores. No interior das empresas em geral, as cooperativas oferecem possibilidades de crédito aos funcionários, os quais contribuem mensalmente para a sobrevivência e crescimento da mesma. Todas as operações facultadas às cooperativas são exclusivas aos cooperados. · Os Bancos de Investimentos: os BI captam recursos através de emissão de CDB e RDB, de capitação e repasse de recursos e de venda de cotas de fundos de investimentos. Esses recursos são direcionados a empréstimos e financiamentos específicos à aquisição de bens de capital pelas empresas ou subscrição de ações e debêntures. Os BI não podem destinar recursos a empreendimentos mobiliários e têm limites para investimentos no setor estatal. · Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimentos: as "financeiras" captam recursos através de letras de câmbio e sua função é financiar bens de consumo duráveis aos consumidores finais (crediário). Tratando-se de uma 14 atividade de alto risco, seu passivo é limitado a 12 vezes seu capital mais reservas. · Sociedade Corretoras: essas sociedades operam com títulos e valores mobiliários por conta de terceiros. São instituições que dependem do BACEN para constituírem-se e da CVM para o exercício de suas atividades. As "corretoras" podem efetuar lançamentos de ações, administrar carteiras e fundos de investimentos, intermediar operações de câmbio, dentre outras funções. · Sociedades Distribuidoras: tais instituições não têm acesso às bolsas como as Sociedades Corretoras. Suas principais funções são a subscrição de emissão de títulos e ações, intermediação e operações no mercado aberto. Elas estão sujeitas a aprovação pelo BACEN. · Sociedade de Arrendamento Mercantil: operam com operações de "leasing" que tratam-se de locação de bens de forma que, no final do contrato, o locatário pode renovar o contrato, adquirir o bem por um valor residencial ou devolver o bem locado à sociedade. Atualmente, tem sido comum operações de leasing em que o valor residual é pago de forma diluída ao longo do período contratual ou de forma antecipada, no início do período. As Sociedades de Arrendamento Mercantil captam recursos através da emissão de debêntures, com características de longo prazo. · Associações de Poupança e Empréstimo: são sociedades civis onde os associados têm direito à participação nos resultados. A captação de recursos ocorre através de caderneta de poupança e seu objetivo é principalmente financiamento imobiliário. · Sociedades de Crédito Imobiliário: ao contrário das Caixas Econômicas, essas sociedades são voltadas ao público de maior renda. A captação ocorre através de Letras Imobiliárias depósitos de poupança e repasses de CEF. Esses recursos são destinados, principalmente, aos financiamentos imobiliários diretos ou indiretos. · Investidores Institucionais: os principais investidores institucionais são: Fundos Mútuos de Investimentos: são condomínios abertos que aplicam seus 15 recursos em títulos e valores mobiliários objetivando oferecer aos condomínios maiores retornos e menores riscos. Entidades Fechadas de Previdência Privada: são instituições mantidas por contribuições de um grupo de trabalhadores e da mantenedora. Por determinação legal, parte de seus recursos devem ser destinados ao mercado acionário. Seguradoras: são enquadradas como instituições financeiras segundo determinação legal. O BACEN orienta o percentual limite a ser destinado aos mercados de renda fixar e variável. · Companhias Hipotecárias: dependendo de autorização do BACEN para funcionarem, tem objetivos de financiamento imobiliário, administração de crédito hipotecário e de fundos de investimento imobiliário, dentre outros. · Agências de Fomento: sob supervisão do BACEN, as agências de fomento captam recursos através dos Orçamentos públicos e de linhas de créditos de LP de bancos de desenvolvimento, destinando-os a financiamentos privados de capital fixo e de giro. · Bancos Múltiplos: como o próprio nome diz, tais bancos possuem pelo menos duas das seguintes carteiras: comercial, de investimento, de crédito imobiliário, de aceite, de desenvolvimento e de leasing. A vantagem é o ganho de escala que tais bancos alcançam. · Bancos Cooperativos: são verdadeiros bancos comerciais surgidos a partir de cooperativas de crédito. Sua principal restrição é limitar suas operações em apenas uma UF, o que garante a permanência dos recursos onde são gerados, impulsionando o desenvolvimento local. MERCADO FINANCEIRO O mercado financeiro é onde as pessoas negociam o dinheiro, fazendo a ligação entre as pessoas ou empresas que têm dinheiro e as pessoas ou empresas que precisam de dinheiro. Para que isto ocorra é preciso um intermediário - os bancos. O mercado financeiro leva o dinheiro de quem tem para quem não tem, cobrando uma taxa que chamamos juros. 16 No mercado financeiro as pessoas também vão buscar serviços como: seguro de vida, planos de previdência, cobrança bancária, etc. Todos esses processos são fiscalizados e controlados por entidades como o Banco Central, a Bovespa (Bolsa de valores de São Paulo), CMV (Comissão de Valores Mobiliários) entre outras, sendo que todas estas estão subordinadas ao Conselho Monetário Nacional - CMN, que é presidido pelo Ministro da Fazenda. O mercado financeiro é dividido em: Mercado monetário, mercado de crédito, mercado de capitais e mercado cambial. MERCADO MONETÁRIO O mercado monetário encontra-se estruturado visando ao controle de liquidez monetária da economia. Os papéis são negociados nesse mercado tendo como parâmetro de referência da taxa de juros, que se constitui em sua mais importante moeda de transação. Os papeis se lastreiam as operações do mercado monetário caracterizam-se pelos reduzidos prazos de resgate e alta liquidez. Grande parte dos títulos públicos e privados negociados no mercado monetário fisicamente, exigindo são escriturais, maior ou organização seja, não são emitidos em sua liquidação e transferências. As negociações com esses valores são, dessa forma, controladas e custodiadas por dois sistemas especiais denominados de Selic e Cetip. Selic e Cetip O Selic – Sistema Especial de Liquidação e Custódia – Tem por finalidade controlar e liquidar financeiramente as operações de compra e de venda de títulos públicos e manter sua custódia física e escritural. Os vários negócios com esses títulos são acertados diretamente entre os operadores das instituições financeiras credenciadas a operar no mercado monetário, que repassam as informações, via terminal, ao 17 Selic, para que ocorra a transferência do dinheiro e, a seguir, dos títulos envolvidos nessas operações. A Cetip – Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Privados – É um sistema bastante semelhante ao Selic, só que abrigando títulos privados, como CDB, RDB, debêntures, CDI etc. Algumas vezes o sistema opera também com títulos públicos que se encontram em poder do setor privado da economia. Os dois sistemas de liquidação e custódia ( Selic e Cetip ) têm por objetivo básico promover a boa liquidação das operações do mercado monetário propiciando maior segurança e autenticidade aos negócios realizados. Por sua importância no volume de operações do mercado monetário, o Selic e a Cetip divulgam periodicamente duas taxas de juros amplamente adotadas pelos agentes econômicos, a taxa Selic e a taxa Cetip. Os títulos públicos Os títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional estão voltados para a execução da política fiscal do governo, antecipando receitas orçamentárias ou financiando déficits fiscais. Os títulos de emissão do Banco Central, de menor duração, têm por objetivo principal a implementação e execução da política monetária. Mercado Aberto O mercado monetário encontra-se estruturado visando ao controle da liquidez monetária da economia por meio de operações de compra e venda de títulos públicos. Ao decidir reduzir a oferta monetária da economia, a autoridade monetária coloca (vende) títulos de sua emissão junto aos agentes econômicos, retirando do sistema monetário parte do dinheiro em circulação. Ao contrário, desejando expandir os meios de pagamento e a 18 liquidez da economia, recompra os títulos anteriormente vendidos, contribuindo com isso para o aumento da oferta de moeda. O funcionamento do mercado aberto é relativamente simples. Para captar recursos no mercado, o Banco Central, como executor da política monetária, efetua a venda primária (leilão primário) de títulos de sua emissão. Essa colocação desenvolve-se por meio do recebimento de propostas feitas por instituições financeiras, que são escolhidas como representantes do Bacen no mercado. O Banco Central pode aceitar ou não as ofertas recebidas de compra dos títulos de sua emissão – objetos do leilão. A instituição financeira adquirente do papel no leilão primário pode renegociar esses ativos no denominado mercado secundário, cujo instrumento de operação é o open marketing ( mercado aberto). Nesse mecanismo, a instituição financeira vende o título com o compromisso de recuperá-lo em uma data futura, financiando assim sua posição. O diferencial da taxa de juros verificado entre o que é ganho na compra do título e o que é pago em sua colocação é o que determina a receita financeira da instituição. O prazo de vencimento de um título objeto do mercado aberto é geralmente superior ao de sua locação no mercado, determinando-se, com isso, a possibilidade de que um mesmo papel seja negociado diversas vezes até o seu resgate final. MERCADO DE CRÉDITO O mercado de crédito visa fundamentalmente suprir as necessidades de caixa de curto e médio prazos dos vários agentes econômicos, seja por meio da concessão de créditos às pessoas físicas, seja por empréstimos e financiamentos às empresas. As instituições bancárias realizam diversas modalidades de créditos no 19 mercado, destacando-se o desconto de títulos, contas garantidas, créditos rotativos, hot money, empréstimo para capital de giro e para pagamento de tributos das empresas, vendor, repasse de recursos esternos e crédito direto ao consumidor, assunção de dívidas e adiantamento de contratos de exportação. No desconto bancário de títulos, por exemplo, a instituição concede um empréstimo mediante a garantia de um título representativo de um crédito futuro. É uma forma de antecipar o recebimento de um crédito por meio da cessão de seus direitos a um mutante. Conta garantida equivale à abertura de uma conta com um limite de crédito garantido pela instituição bancária. O mutuário da operação saca fundos até o limite contratado para saldar suas necessidades mais imediatas de caixa. Hot money são operações de curto e curtíssimo prazo, normalmente de um a sete dias, demandadas para cobrir as necessidades mais permanentes de caixa da empresa. Serviços bancários O sistema bancário presta inúmeros e importantes serviços a todos os seguimentos da economia, cujas opções vêm ampliando-se bastante nos últimos anos. Essas atividades impulsionam o crescimento de inúmeras instituições, seja por meio da cobrança de tarifas ou outras formas de receita, ou ainda pelo ganho que podem obter do floating que diversas operações costumam oferecer. Alguns dos principais serviços prestados pelas instituições bancárias apresentados a seguir: Emissão de saldos e extratos de conta corrente em terminais de computador; Emissão de documentos de créditos (DOC) 20 Acesso eletrônico a saldos e aplicações financeiras; Extratos por meio de fax ou serviços de homebanking; Fornecimento de requisições avulsas de talões de cheque e de cheques avulsos; Caixas eletrônicos para saque, depósitos etc.; Emissões de cartões eletrônicos e cartões de créditos; Sustação de pagamentos de cheques; Cobranças bancárias; Débito automático em conta corrente de tarifas públicas; Cofres de aluguel; Abertura de créditos etc. O MERCADO DE CAPITAIS O mercado de capitais assume papel dos mais relevantes no processo de desenvolvimento econômico. É o grande municiador de recursos permanentes para a economia, em virtude da ligação que efetua entre os que têm capacidade de poupança, ou seja, os investidores, e aqueles carentes de recursos de longo prazo que apresentam déficit de investimento. O mercado de capital esta estruturado de forma a suprir as necessidades de investimentos dos agentes econômicos, por meio de diversas modalidades de financiamentos a médio e longo prazos para capital de giro e capital fixo. E constituído pelas instituições financeiras não bancarias, instituições componentes do sistema de poupança e empréstimos (SBPE) e diversas instituições auxiliares. O mercado de capitais oferece também financiamentos com prazo indeterminado, como as operações que envolvem a emissão e subscrições de 21 ações. As principais modalidades de financiamento realizadas e os instrumentos financeiros negociados no âmbito do mercado de capitais nacional e internacional são desenvolvidos a seguir: Financiamento de capital de giro O financiamento do capital de giro, realizado por bancos comerciais - múltiplos e bancos de investimentos, visa suprir as necessidades de recursos do ativo circulante (capital de giro) das empresas. As operações são realizadas geralmente dentro de um prazo de resgate de seis a vinte e quatro meses, e os pagamentos podem ser realizados de uma única vez (ao final do prazo) ou em prestações periódicas (mensais trimensais etc.). As garantias exigidas são normalmente duplicatas, avais ou hipoteca de ativos reais. Para realização dessas operações, as instituições financeiras utilizam de recursos próprios e - ou provenientes de depósitos a prazo fixo capitados mediante a emissão de CDB – certificados de depósitos bancários – e RDB – recibo de depósitos bancários. O financiamento de capital de giro das empresas pode também ser efetuado por meio da colocação de outros papeis no mercado. As sociedades anônimas podem emitir um titulo denominado commercial paper, destinado a subscrição publica cujos recursos são canalizados para financiar suas necessidades correntes de capital de giro. Não costuma oferecer maiores garantias de liquidação, sendo estendido como uma promessa de pagamento vinculada ao desempenho financeiro do emitente do titulo. O commercial paper, e tipicamente uma nota promissória de baixa maturidade, não se estendendo o prazo de resgate para mais de nove meses. Uma característica relevante desse titulo e a possibilidade de se eliminar a intermediação financeira bancaria, pois os tomados de recursos podem negociar a emissão diretamente com os investidores (bancos, fundos de pensão etc.). Os encargos pagos na colocação do commercial paper são geralmente um pouco 22 inferiores aqueles cobrados por alternativas similares de financiamento a curto prazo, inclusive empréstimos bancários. Alem de alternativa de financiamento de capital de giro, o commercial paper representa também uma boa opção de investimento para o mercado, permitindo que os investidores diversifiquem seus portfólios com papeis de prazo mais curtos. Operações de repasses Essas operações constituem-se em empréstimos contratados por instituições financeira do mercado de capitais e repassados a empresas carentes de recursos para investimentos a longo prazo. Os repasses podem ser recursos internos e externos. As operações de repasses de recursos internos consistem na alocação de disponibilidade proveniente de fundos governamentais em diversos ativos de empresas nacionais considerados como de interesse econômico nacional. Suas diversas linhas de créditos visam ao desenvolvimento de diversos seguimentos empresariais, como apoio financeiro as pequenas e medias empresas, incentivos a produção de bens de capital produzidos no pais etc. A transferência desses recursos processa-se normalmente mediante a intermediação de alguma instituição financeira do mercado de capitais, e geralmente são a longo prazo. Os principais executores dessa política são o BNDES, por meio do BNDESPAR e do Finame, bancos regionais de desenvolvimento, caixa econômica e banco do Brasil. As operações de repasse de recursos externos processam-se por meio da contratação de empréstimos em moeda estrangeira por parte de instituições financeiras (bancos comerciais – múltiplos e bancos de investimentos) sediadas no pais e seu conseqüente repasse as empresas comerciais, industriais e de serviços nacionais, visando ao financiamento de capital de giro e de capital fixo. Em verdade essa modalidade de credito prevê o envolvimento de três partes: o banco estrangeiro emprestador dos recursos externos e a empresa sediada no pais tomadora dos recursos (financiada). 23 As garantias oferecidas para as operações de repasses são duplicatas, títulos de credito, garantias reais etc. Arrendamento mercantil A operação de arrendamento mercantil pode ser compreendida como uma forma especial de financiamento basicamente, essa modalidade e praticada mediante a celebração de um contrato de arredamento (aluguel) efetuado entre um cliente (arrendatário), e uma sociedade de arrendamento mercantil (arrendadora), visando a utilização, por parte do primeiro, de certo bem durante um prazo determinado, cujo pagamento e efetuado de aluguel (arrendamento). As prestações do aluguel do bem, comumente denominadas contraprestações, são normalmente mensais, iguais e sucessivas, nada impedindo que sejam estabelecidas outras formas de pagamentos. Essa modalidade de arrendamento é denominada de leasing financeiro, amplamente adotado no Brasil. Outra modalidade de arrendamento mercantil praticada no mercado por empresas carentes de recursos a longo prazo para giro é o lease-back. Nessa operação,a empresa tomadora de recursos,proprietária (ou produtora) de um bem, por meio de um único contrato de arredamento, vende para a sociedade leaseback, um empresa passa de proprietária para arrendatário do ativo, podendo continuar normalmente o bem como se fosse um leasing financeiro. O denominado leasing operacional, apesar de bastante difundido no exterior, apresenta pouco uso no Brasil. Essa modalidade constitui-se em locação de um bem em que o valor residual obtido ao final do contrato é avaliado por seu preço de mercado. As principais vantagens do arrendamento mercantil para uma empresa arrendatário podem ser resumidas da maneira seguinte: Permite a renovação periódica da maquinaria da empresa, atendendo assim as exigências do desenvolvimento tecnológico do próprio mercado; Evita os problemas e as dificuldades do processo de imobilização, reduzindo o risco da empresa; 24 Permite maior flexibilidade e dinamismo aos recursos financeiros, deixando os mesmos disponíveis para outros investimentos e para a sustentação do capital de giro; Pode-se obter, também, um beneficio fiscal para as empresas oriundas da dedutibilidade integral, para efeitos de cálculos da provisão para imposto de renda das pessoas jurídicas, das contraprestações do contrato de arrendamento. Apesar de todas essas vantagens, o leasing não pode ser considerado como a solução ótima para todas as necessidades de financiamento. É preferível considerá-lo como uma opção a mais colocada à disposição das empresas, opção essa que exigira sempre uma analise cuidadosa de suas condições de utilização. Oferta publica de ações e debêntures Caracteriza-se por uma operação típica das sociedades anônimas. A emissão e colocação de novas ações no mercado, que se apresenta como uma das formas mais vantajosas que essas empresas possuem de levantar recursos, devem obedecer a uma sistemática legal. Assim, desejando a empresa um financiamento por meio de uma chamada de capital, ela procurara uma instituição financeira do mercado de capitais capacitada para a operação e oferecera a venda do lote das novas ações emitidas. Essa transação denomina-se subscrição de ações ou underwriting. Não se deve esquecer que os atuais acionistas terão sempre o privilegio da compra dessas ações. Adquirida as ações, a instituição financeira efetuara seu lançamento no mercado primário, constituído por investidores que subscrevem esses valores mobiliários pela primeira vez. Apos essa operação, esses investidores podem negociar entre si e com outros as ações subscritas. E o conhecido mercado secundário, identificado nas negociações que se efetuam nos pregões das bolsas de valores. 25 O lançamento das ações no mercado primário é efetuado por instituições financeiras do mercado de capitais devidamente credenciadas, que podem ser ou um banco de investimento, ou um banco de desenvolvimento, ou uma sociedade corretora, de forma isolada, ou mediante a constituição de um consórcio. As debêntures são classificadas como títulos privados de créditos, emitidos exclusivamente por sociedades por ações e colocadas no mercado principalmente entre os investidores institucionais. Visam essencialmente ao levantamento de recursos de médio e longo prazo. A emissão das debêntures por parte das sociedades por ações pode ser privada ou por oferta publica. As debêntures são atualmente emitidas na forma escritural, ou seja, não há emissão física do titulo, devendo ser registradas na cetip-snd (sistema nacional de debêntures). Securitização de recebíveis Uma importante característica observada na dinâmica do sistema financeiro nacional é o destacado crescimento das operações de captações financeiras por meio de títulos emitidos pelos próprios tomadores de recursos. Essa alternativa de financiamento vem tomando, em boa parte, o lugar dos empréstimos convencionais dos bancos, constituindo um mercado de emissão direta em que se estabelece a securitização da carteira de recebíveis da empresa. A securitização de recebíveis e realizada geralmente por empresas que representam uma carteira bastante pulverizada de valores a receber, em que nenhum recebível represente parcela relevante de seu total. A empresa tomadora de recursos negocia sua carteira de recebíveis com uma empresa criada especialmente para essa finalidade. SPE – Sociedade de Propósitos Específicos, a qual levanta recursos no mercado mediante a emissão de títulos (geralmente debêntures) lastreados nesses valores adquiridos. Os recursos captados pela SPE com a emissão e colocação de debêntures, geralmente de longo prazo, são utilizados para a compra da carteira de recebíveis, com vencimento, freqüentemente, a curto prazo. Com isso é possível formar uma caixa que viabiliza a realização de novos negócios de recebíveis. 26 Deve ser acrescentado que, na securitização de recebíveis, o risco de créditos dos recebíveis e segregados do risco de credito da empresa originaria, viabilizando uma emissão nem sempre possível de ser realizada pela empresa originaria. Na operação de securitização, renomeada uma instituição financeira para atuar como agente fiduciário - Trustee -, cujo objetivo principal é monitorar, por meio da analise de relatórios financeiros e de auditoria, a situação da SPE, efetuando avaliações de seu desempenho, e acionar medidas necessárias, visando proteger os interesses dos investidores (debenturistas), a Trustee deve ainda enviar periodicamente aos debenturistas relatórios que contenham as demonstrações financeiras e pareceres de auditorias externas. Caderneta de poupança A caderneta de poupança é essencialmente uma alternativa de aplicação financeira bastante conservadora, oferecendo segurança (o governo garante através do Fundo Garantidor de Credito (FGC) os depósitos até certo limite) e baixa remuneração, comparativamente a outros tipos de ativos no mercado. Tem como vantagem ao aplicador, ainda, a isenção de impulsos de Imposto de Renda e da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). A caderneta paga juros de 0,5% ao mês acrescidos de correção (atualmente e adotada a Taxa Referencial – TR). Uma elevação desse fator de correção, ao mesmo tempo em que eleva os rendimentos dos depositantes, onera o custo dos financiamentos atrelados a TR. Uma redução da TR, ao contrário, produz desestimulo aos aplicadores em caderneta de poupança e, como conseqüência, beneficia todos aqueles que têm dívidas atreladas a TR. As aplicações em caderneta de poupança apresentam alta liquidez, podendo o investidor retirar os recursos aplicados a qualquer momento. No entanto, este tipo de aplicação credita os rendimentos a cada 30 dias, na data de aniversário da caderneta (dia de abertura da conta). Se o investidor sacar os recursos aplicados em data anterior a de aniversário, perdera todos os seus 27 rendimentos. As regras básicas desta modalidade de investimento são definidas pelo Banco Central. O MERCADO CAMBIAL O mercado cambial é o segmento financeiro em que ocorrem operações de compras e vendas de moedas internacionais conversíveis, ou seja, em que se verificam conversões de moeda nacional em estrangeiras e vice-versa. Esse mercado reúne todos os agentes econômicos que tenham motivos para realizar transações com o exterior, como operadores de comercio internacional, instituições financeiras, investidores e bancos centrais, que tenham necessidade de realizar exportações e importações, pagamentos de dividendos, juros e principal de dividas, royalties e recebimentos de capitais e outros valores. O Banco Central de forma mais especifica, atua nesse mercado cambial visando principalmente o controle das reservas cambiais da economia e manter o valor da moeda nacional em relação às outras moedas internacionais. A demanda por moeda estrangeira esta refletida nos importadores, investidores internacionais, devedores que desejam amortizar seus compromissos com os credores estrangeiros, empresas multinacionais que necessitam remeter capitais e dividendos etc. No grupo de vendedores de moedas estrangeiras, inclusive os exportadores, os tomadores de empréstimos, os turistas que deixam o pais entre outros. As operações cambiais processam-se basicamente por meio de operadores (corretores) de câmbio, que são especialistas vinculados as instituições financeiras na função de transacionar divisas, e as corretoras de câmbio, que atuam como intermediários entre os operadores e os agentes econômicos interessados em comprar ou vender moedas. O corretor de câmbio intervém nas operações cambiais aproximando as partes interessadas em negociar divisas e municiando os participantes com importantes informações relacionadas às negociações e taxas de mercado. 28 É importante destacar que, no Brasil, as operações de compra e venda de moedas estrangeiras somente podem ser realizadas por meio das autoridades monetárias, construindo um monopólio do governo. Diversos fatores são determinantes para a formação das paridades monetárias no mercado de câmbio. Um fator que influi na taxa de câmbio e o nível de reservas monetárias que um país deseja manter. Quando surge a necessidade de elevar-se o volume dessas reservas, determinado principalmente pela obrigação de cumprir certos pagamentos no exterior, a autoridade monetária promove intervenção no mercado de moedas estrangeiras, alterando a taxa de cambio. Com isso, incentiva um aumento das exportações da economia e, de maneira oposta, inibe as importações. A atuação do Banco Central no mercado dar-se principalmente pela compra e venda de moeda estrangeira no mercado. Outro fator que atua sobre a taxa de câmbio e a liquidez da economia, entendida pelo nível interno de oferta da moeda. Em situação de aperto de liquidez, os importadores de bens e serviços costumam adiar suas aquisições e, de maneira inversa, os exportadores procuram antecipar seus negócios para realizarem recursos de caixa. Essas decisões geralmente tomadas levam a oferta de moeda estrangeira, promovendo uma redução da taxa de câmbio. Outros fatores importantes ainda são apontados como influenciadores das paridades cambiais, como a taxa de inflação domestica e a do resto do mundo, política interna de juros etc. 29 CONCLUSÃO Concluímos que o sistema financeiro engloba os mercados e as empresas de serviços e outras instituições usadas para possibilitar decisões financeiras para os indivíduos, empresas e governos. O Brasil é um país atrasado em relação a países mais desenvolvido até mesmo pelo seu histórico e pela irresponsabilidade de seus governantes ao longo de sua trajetória. Os bancos internacionais começaram a investir no Brasil há pouco tempo e isso já fez com que o país se desenvolvesse bastante com as remessas de dinheiro que entram no país. O capital de investimento estrangeiro no Brasil é essencial para o desenvolvimento do país passando desde a educação, com a criação de novas escolas, a hospitais e investimento em infraestrutura além de chamar atenção de grandes grupos internacionais que vieram para o Brasil recentemente. Essas grandes empresas fazem movimentar a economia gerando mais empregos e renda ajudando a desenvolver a região em que se localiza. As instituições de crédito ajudam as pessoas a realizarem seus sonhos mesmo que em troca disso as pessoas paguem altos juros referentes a esses empréstimos. As instituições financeiras além de cumprirem importantíssimo papel para a economia do país, ainda incentivam a responsabilidade social e ambiental com vários programas de incentivo à cultura e educação.