Carmelo Castelli SD

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PADRE CARMELO CASTELLI
26-3-1890
14-1-1942
Nossa Inspetoria de Mato Grosso deve ao Uruguai
também a figura de P.Carmelo Castelli que nasceu a
Ramon (Montevidéo-Uruguai) no dia 26 de março de 1890,
filho de José Francisco e de Filomena Olivito. Las Piedras,
Manga, e Vila Colón foram as etapas do “curriculum
studiorum” do Padre Carmelo. Aluno salesiano, se formou
desde a primeira adolescência no espírito de Dom Bosco,
desabrochando nêle a vocação que se solidificou nos anos
sucessivos.
Corno clérigo tirocinante foi enviado em 1910 ao Brasil
(Inspetoria do Sul) até à teologia; esta foi estudada em
Foglizzo (Itália) que era naquêle tempo o Estudantado
Central. Ordenado Padre em Ivrea pelo Exmo. Mons.
Filippello a 19 de março de 1916, voltou logo ao Brasil,
pronto para o ministério, trabalhando especialmente em
Lorena como Conselheiro escolar e professor muito estimado
de química e física. Aí em 1931 o Revrno. Sig. D. Tirone,
Visitador extraordinário, o destinou como Diretor do
incipiente Colégio Municipal Dom Bosco
de
Campo
Grande. Só quem conheceu o que era o antigo “Pestalozzi”,
pode avaliar quanta paciência foi necessária para corrigir aos
poucos o ambiente que os Salesianos encontraram: piedade
nenhuma, pouco respeito aos assistentes e professores,
rebeldias em escala, cenas às vêzes violentas e tôda sorte de
liberdades.
Nêsse ambiente foi chamado P. Carmelo para que dirigisse
com prudência e com alma salesiana a juventude
campograndense que nos era confiada. Foram três anos
duros, de sacrifícios, de abnegação, mas afinal se venceu.
Mudados os usos e costumes, enquadrada a disciplina nos
moldes salesiano surgiu belo e elegante o novo colégio D. Bosco
destinado a um futuro sempre mais promissor.
Terminado o triênio, P. Carmelo passou a Bonfim por
vários anos como Conselheiro escolar até que aceitou a direção
do Ginásio Arquidiocesano de Anápolis. Alma daquêle colégio
nos poucos anos de nossa responsabilidade foi o Padre Carmelo.
Era costume dêle para fomentar a formação dos alunos, expor
todo dia no album do colégio um pensamento, uma máxima,
uma curiosidade histórica ou científica, um problema ou uma
xarada. Com o pseudônimo de ‘Pindorama” escrevia também
em folhetos volantes para propagar a verdade ou defender do
êrro e espalhavam-se êstes folhetos nos colégios e oratórios.
Especialmente em Anápolis era necessário êste apostolado
devido a presença de um forte núcleo de protestantes. Foi
naquela cidade, com tantos alunos externos que ensinou tôdas
as crianças a saudar na rua os Padres e religiosos com a
invocação “Louvado seja N.
Senhor Jesus Cristo”.
Zelosissimo pelo bem, das almas e com tanta necessidade de
Padres para a assistência religiosa ao povo, nunca se poupou
nas longas horas de confessionário, movendo-se nos domingos
de uma capela a outra para binar ou trinar, sempre pronto a
pregar, também quatro ou cinco vêzes no domingo.
Tanta força de vontade e de fazer o bem, quebrou a
resistência do organsimo, e era sujeito a frequêntes dôres de
cabeça e desmaios. Nunca se soube a causa de tal malestar;
nem as águas termais lhe restituiram a saúde.
Estava em Araxá para tratamento quando um derrame
cerebral o levou dêste mundo em menos de 24 horas.
Sacramentado, com todo o fervor, deixou esta vida a 14 de
janeiro de 1942 contando apenas 51 anos de idade.
Extraido de Salesianos defuntos-1894-1954, pag.153-155
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