algumas notas sobre microeconomia

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FMP/FASE-FACULDADE ARTHUR SÁ EARP NETO
DISCIPLINA DE MICROECONOMIA
MICROECONOMIA
PROF. GABRIEL MAMED
FMP/FASE – Faculdade Arthur Sá Earp Neto
Curso de Pós-Graduação em Gestão Empresarial- Microeconomia
Prof. Gabriel Mamed
INTRODUÇÃO
A presente apostila tem por objetivo munir o aluno dos conhecimentos básicos sobre a
MICROECONOMIA, para que o mesmo, baseado nesses conhecimentos, tenha condições de tomar suas decisões
conhecendo um pouco mais do comportamento dos agentes econômicos conhecidos como consumidor e
produtor.
A princípio a apostila pode parecer um pouco longa diante da carga horária da disciplina.
Contudo, os itens que serão tratados em sala de aula se mostram aqui de maneira mais detalhada, permitindo ao
aluno se aprofundar na análise microeconômica.
De início apresenta-se a MICROECONOMIA, explicando seu objeto de análise para, nos tópicos seguintes,
tratar das questões relacionadas ao consumidor como os elementos motivadores do consumo, suas escolhas, seu
equilíbrio e fatores que podem modificar suas decisões.
Em seguida aborda-se a Teoria do Produtor, demonstrando como o mesmo deve proceder para obter o
máximo rendimento de sua produção.
Ao final, discute-se o equilíbrio de mercado, dado pela interação entre produtor e consumidor,
relativizando esse equilíbrio na abordagem de estruturas de mercado e elasticidades, fatores que servirão de
obstáculo a um acordo que satisfaça ambas as partes e mostrando que a escolha por parte do produtor deverá
levar em consideração esses elementos para que, com eles, possa estabelecer maiores margens de ganho.
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MICROECONOMIA
1) ASPECTOS GERAIS DA ECONOMIA:
A Ciência Econômica, ao contrário do que se poderia imaginar, é uma ciência social aplicada e não uma
ciência exata. Isso a torna extremamente complexa, uma vez que há que se conviver com relações sociais,
interesses individuais e políticos, questões históricas e, ao mesmo tempo, combiná-los em relações matemáticas,
estatísticas e econométricas. A complexidade reside no fato de como ponderar o que, muitas vezes, parece
imponderável e, também na questão da interferência e, por vezes, supremacia do aspecto social sobre o aspecto
exato ou o contrário.
A finalidade dessa combinação de fatores objetivos e subjetivos, materiais e imateriais, é promover o bemestar social, administrando de maneira mais eficiente os recursos escassos à disposição dos indivíduos. Vale
ressaltar que a Ciência Econômica, antes de ser vista como uma ciência autônoma, ocupava lugar de destaque
como um dos ramos da Filosofia, que busca, entre outras coisas, compreender o Homem tanto em sua dimensão
mais ampla, como na particular.
O primeiro filósofo a conceituar Economia, Aristóteles, a cunhou como “governo da casa” ou “leis da casa”
ou, ainda, “administração da casa” (economia = oikos (casa) + nomos (normas)). Outros nomes ligados tanto à
filosofia ocidental como oriental ajudaram a desenvolver o campo da Economia, podendo ser citados Ibn Khaldun
e São Tomás de Aquino, entre outros.
Com o passar do tempo, a complexificação físico-político-econômica e o surgimento dos estados-nações,
exigiu dos governantes e administradores da coisa pública um maior cuidado na riqueza gerada em seu território.
Amplia-se, portanto, o conceito de Economia, que não se restringe mais ao lar individual propriamente dito, mas
a um “lar” maior, dado pelo conjunto dos indivíduos, produtores e consumidores, e do Estado.
A Ciência Econômica ganha, então, grande importância, visto que os governos começam a buscar formas
para controlar fenômenos monetários, incrementar a produção, dinamizar o comércio internacional, elevar a
arrecadação tributária, promover o bem-estar social, buscar a eficiência no uso dos recursos, aumentar o nível de
emprego, entre outras questões.
Devido ao seu crescimento, a Economia passa a ser estudada em dois grandes ramos: a Microeconomia e a
Macroeconomia. Outros ramos derivam desses dois, como Finanças Públicas, Economia Internacional, Economia
Industrial, e tantos outros.
Enquanto a Macroeconomia trata das questões relacionadas ao que chamamos AGREGADOS
ECONÔMICOS, a Microeconomia trata do agente econômico de maneira INDIVIDUAL. Assim, quando na
Macroeconomia se estuda o consumo, na Microeconomia estuda-se o consumidor. Quando se fala em PRODUTO
na primeira, fala-se em PRODUTOR na segunda.
Portanto, o estudo da MICROECONOMIA está centrado na atuação dos agentes econômicos vistos de
maneira individualizada.
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2) TEORIA MICROECONÔMICA:
A Teoria Microeconomia pode ser apresentada segundo o esquema abaixo:
TEORIA DO
CONSUMIDOR
MICROECONOMIA
TEORIA DO
PRODUTOR
FIRMA
CUSTOS
Na Teoria do Consumidor procura-se identificar os fatores que levam o consumidor a realizar seu consumo,
na busca de satisfazer suas necessidades. Além disso, investiga-se como o consumidor realiza o seu equilíbrio, em
função de elementos como a renda nominal e real, bem como a sua reação diante de diversas situações que lhe
são apresentadas, como variação nos preços, substitutibilidade de mercadorias, qualidade, etc.
Na Teoria do Produtor são investigados os pontos necessários para que o mesmo possa maximizar sua
produção, obtendo o maior lucro possível.
Dessa forma, os agentes econômicos estarão sendo estudados de maneira individual, de acordo com suas
especificidades.
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TEORIA DO CONSUMIDOR
TÓPICO I
I) DETERMINANTES DO CONSUMO: NECESSIDADE, UTILIDADE E SATISFAÇÃO
O ato de consumir é o ato de destruir. E a destruição é importante para a reprodução do sistema
econômico, uma vez que as mercadorias deverão ser repostas para novos atos de consumo.
Mas por que consumimos?
Na verdade, todos nós temos necessidades, sejam elas objetivas ou subjetivas.
As NECESSIDADES OBJETIVAS são aquelas comuns a todos os seres, como alimentação, vestuário,
habitação, lazer.
As NECESSIDADES SUBJETIVAS estão relacionadas a questões de foro íntimo, ou ainda, a elementos
psicológicos. Assim, uma pessoa pode consumir mesmo que não necessite objetivamente de determinada
mercadoria. Para exemplificar, imagine uma pessoa que deseja estar incluída em determinado grupo social e
considera que somente será aceita por esse grupo se consumir a mercadoria X. Ela fará de tudo para obter a
mercadoria, não por uma necessidade objetiva, mas por razões afetivas.
Portanto, podemos classificar as NECESSIDADES em OBJETIVAS E SUBJETIVAS.
A partir do momento em que o indivíduo consome a mercadoria na quantidade em que deseja ele fica
satisfeito. A SATISFAÇÃO é, portanto, a sensação de que a necessidade foi atendida. Esse é um conceito
extremamente subjetivo, mas todos os seres possuem as mesmas necessidades básicas, diferindo no tipo de
mercadoria que será utilizada para atender seus anseios. Dessa forma, uma pessoa pode se transportar de ônibus
para o trabalho, mas se for de táxi certamente ficará mais satisfeita. O que a faz ir de ônibus e não de táxi? A
resposta a essa pergunta é justamente o elemento diferenciador e que será abordado posteriormente.
Uma outra pergunta se faz: por que uma mercadoria consegue atender necessidades e gerar satisfação?
Certamente porque é útil, possui UTILIDADE. Se uma pessoa tem sede, irá procurar a água que é útil justamente
porque satisfaz à necessidade de hidratação.
No entanto, por mais utilidade que uma mercadoria possua, existe um limite no seu consumo que é dado
pela SATISFAÇÃO. Os indivíduos consomem até ficarem plenamente satisfeitos. Além disso, seria desperdício de
recursos consumir além do que nos satisfaz. Pergunte-se: se você é capaz de consumir três pratos de feijoada, no
máximo, sem ter maiores problemas intestinais, o que acontecerá se consumir o quarto prato? Ficará satisfeito?
Assim, chegamos aos conceitos de UTILIDADE TOTAL E UTILIDADE MARGINAL.
A UTILIDADE TOTAL representa o ganho total de satisfação que o indivíduo pode usufruir enquanto estava
consumindo unidades crescentes do bem.
A UTILIDADE MARGINAL representa o ganho adicional de satisfação que o indivíduo usufrui ao consumir
uma unidade adicional do bem.
Para exemplificar, vamos supor que pudéssemos mensurar o grau de satisfação dado pela utilidade de uma
mercadoria. O grau máximo seria 10. Assim, se um viajante está no deserto, sem água, e aparece um beduíno
vendendo o precioso líquido, o primeiro copo de água é aquele que o salvará da morte, e terá, portanto, um valor
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enorme para ele. Ao beber o segundo copo, ainda haverá uma grande satisfação, visto que está há dois dias sem
água. Porém esse grau de satisfação já será um pouco menor que o do primeiro copo. Ao consumir o terceiro,
será menor ainda e, assim, sucessivamente, até o ponto em que o viajante estiver plenamente satisfeito e não
conseguir mais ingerir uma gota de água. Nesse ponto a utilidade daquele copo de água adicional será igual a
zero. Se ele insistir em consumir poderá passar mal e tiver, o que se chama em Economia, uma DESUTILIDADE
MARGINAL, reduzindo seu nível de satisfação total.
A tabela abaixo retrata a situação:
NÚMERO
DE
COPOS
DE ÁGUA
GRAU DE
SATISFAÇÃO
UTILIDADE
TOTAL
UTILIDADE
MARGINAL
1
10,0
10,0
-
2
9,8
19,8
9,8
3
9,3
29,1
9,3
4
8,7
37,8
8,7
5
7,5
45,3
7,5
6
6,2
51,5
6,2
7
4,5
56,0
4,5
8
2,9
58,9
2,9
9
1,1
60,0
1,1
10
0,0
60,0
0,0
11
-2,0
58,0
-2,0
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Os gráficos a seguir mostram o comportamento das curvas de Utilidade Total e Marginal, à medida que a
quantidade demandada aumenta:
UTILIDADE TOTAL
70
60
utilidade total
50
40
30
UTILIDADE TOTAL
20
10
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
quantidade demandada
UTILIDADE MARGINAL
12
utilidade marginal
10
8
6
UTILIDADE MARGINAL
4
2
0
1
-2
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
quantidade demandada
Perceba que na quantidade demandada 10 a Utilidade Total é máxima e a Utilidade Marginal é zero. Ou
seja, o consumidor atinge sua máxima satisfação quando uma unidade adicional do bem não lhe proporciona
mais nenhuma utilidade.
UMg = 0 → UT máx
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TÓPICO II
II) DECISÃO DE CONSUMIR: ESCOLHAS DO CONSUMIDOR, CURVAS DE INDIFERENÇA E RESTRIÇÃO
ORÇAMENTÁRIA.
Presume-se que toda relação de consumo seja racional, uma vez que o agente do consumo é o ser humano.
Portanto, deverá escolher as mercadorias de acordo com a importância que as mesmas possuem. Isso significa
que o consumidor escolherá de acordo com o grau de satisfação que obtiver, ou seja, procurará obter a máxima
utilidade das mercadorias por ele consumidas. Além disso, deverá consumir na quantidade necessária para sentirse plenamente satisfeito.
As quantidades das mercadorias constantes da cesta de consumo poderão variar em função de
determinados elementos que serão comentados em item posterior. Portanto, o consumidor preocupar-se-á em
satisfazer sua necessidade, combinando as quantidades de bens de acordo com sua conveniência.
Para exemplificar essa questão, suponha que sejam necessários 25 kg de alimentos para saciar a fome de
um indivíduo durante um mês, e que os alimentos da sua cesta de consumo sejam X e Y. Ele poderá optar por
diferentes combinações, desde que as mesmas somem, sempre, os quilogramas necessários. Veja a tabela abaixo:
Kg do alimento X
10,0
9,0
8,0
7,0
6,5
5,0
4,0
1,0
Kg do alimento Y
15,0
16,0
17,0
18,0
18,5
20,0
21,0
24,0
Total em kg consumidos
25,0
25,0
25,0
25,0
25,0
25,0
25,0
25,0
As combinações não se esgotam. Existem infinitas possibilidades que conferem o mesmo grau de satisfação
ao consumidor. Essas combinações são expressas pela CURVA DE INDIFERENÇA.
BEM X
A
B
C
BEM Y
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Os pontos A, B e C da curva acima representam três das infinitas combinações que conferem ao
consumidor o nível de satisfação requerido. Note que o nível de satisfação é o mesmo, ou seja, o consumidor
sempre consome os 25 kg necessários. O que varia é a quantidade dos bens X e Y. Quando o consumo de X
aumenta, o de Y diminui e vice-versa. Por isso chama-se à curva que reúne os pontos de mesma satisfação do
consumidor de CURVA DE INDIFERENÇA, pois, em termos de satisfação, é indiferente ao consumidor consumir em
um ou outro ponto da curva.
Apesar de haver infinitos pontos à disposição do indivíduo, ele escolhe apenas um. Por que? O que o fará
consumir no ponto A, B ou C?
Perceba que ao deixar de consumir no ponto A para consumir no ponto B, o consumidor deixou de consumir X e
aumentou o consumo de Y, ou seja, houve substituição de uma mercadoria por outra. Isso pode ocorrer por
variações nominais ou reais na renda.
Entende-se por variação nominal da renda o aumento da quantidade de moeda em poder do indivíduo. Se essa
quantidade aumenta/diminui, logicamente o consumo aumentará/diminuirá, respectivamente.
A variação real da renda representa o aumento ou diminuição do poder aquisitivo derivado da diminuição ou
elevação do preço de um determinado bem. Isso significa que, se o preço de um bem aumentar, a renda REAL dos
indivíduos diminuirá, já que os mesmos poderão demandar menores quantidades do bem. Ao contrário, se os
preços diminuírem, os consumidores demandarão mais unidades da mercadoria com a mesma quantidade de
renda.
Portanto fica claro que os consumidores, além dos seus desejos e necessidades, levarão em consideração o seu
poder aquisitivo na hora de adquirirem alguma mercadoria. Fica a pergunta: como resolver o problema das
múltiplas possibilidades de escolha?
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TÓPICO III
III) O EQUILÍBRIO DO CONSUMIDOR
Vimos que, baseado em suas necessidades, o consumidor realiza suas escolhas de modo a obter o maior
nível de satisfação possível. Dessa forma, procura combinar as quantidades das diferentes mercadorias de acordo
com seus gostos e preferências. No entanto, se as mercadorias possuírem algum grau de substitutibilidade,
existirão infinitas combinações que atendem ao interesse do consumidor.
Veremos que o consumidor somente poderá optar por um par ordenado, ou seja, por uma das
combinações de quantidades dos bens. Para isso é necessário entender o conceito de RESTRIÇÃO
ORÇAMENTÁRIA.
A reta de orçamento indica o limite de gastos por parte do consumidor, em caso de maximização de sua
renda. Como o consumidor desejará maximizar sua satisfação, utilizará toda a sua renda para isso.
Suponha, para simplificar o raciocínio, que a cesta de consumo do indivíduo é composta apenas pelos
bens A e B. Logo o gasto total do consumidor (que será igual à sua renda em caso de maximização), é dado por:
M = PA∙ QA + PB∙ QB
M = renda do consumidor
PA = preço do bem A
QA = quantidade do bem A
PB = preço do bem B
QB = quantidade do bem B
Da equação apresentada pode-se traçar a reta orçamentária, atribuindo-se às quantidades o valor zero.
Assim, quando não se consome nada de A, aloca-se toda a renda em B, e quando nada se consome de B, aloca-se
toda a renda em A. O gráfico é apresentado a seguir:
BEM A
QAMAX
X
BEM B
QBMAX
Como o consumidor possui o limite de renda, as diversas possibilidades mostradas no item sobre a curva
de indiferença ficam restritas a esse limite. Portanto, não basta ao consumidor querer consumir, ele deve poder
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consumir. Busca-se, então, um ponto de tangência dos desejos e das possibilidades, ou seja, um ponto que
atenda aos critérios de satisfação e de renda do consumidor.
EQUILÍBRIO DO CONSUMIDOR:
É dado pelo ponto que atende, SIMULTANEAMENTE, aos desejos e possibilidades do consumidor. É
ilustrado pelo gráfico abaixo:
BEM A
QAMAX
EQUILÍBRIO
DO
CONSUMIDOR
E
BEM B
QBMAX
VARIAÇÕES NO EQUILÍBRIO DO CONSUMIDOR:
O ponto de equilíbrio do consumidor pode variar, permitindo que ele consuma maior quantidade dos dois
bens simultaneamente. Isso pode ocorrer de duas maneiras:

Variação na renda nominal;

Variação na renda real.
A variação na renda nominal é devida a um aumento ou diminuição na renda do consumidor. Assim, se o
seu salário sofrer um acréscimo, será possível um aumento no consumo dos dois bens, deslocando o ponto de
equilíbrio para cima e para a direita (E1). Ao contrário, se o salário sofrer uma redução, o ponto de equilíbrio
deslocar-se-á para a esquerda, diminuindo o padrão de satisfação do indivíduo (E2). As duas situações estão
ilustradas no gráfico abaixo.
VARIAÇÃO NA RENDA NOMINAL E MODIFICAÇÃO
DO PONTO DE EQUILÍBRIO DO CONSUMIDOR.
BEM A
QAMAX
E1
E0
E2
BEM B
QBMAX
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A variação na renda real ocorre a partir de uma variação nos preços das mercadorias. Portanto, mesmo
que a renda do consumidor não se altere em termos nominais, ela poderá se alterar em função da quantidade de
bens que pode adquirir. Ou seja, a renda real está expressa pela quantidade de bens/serviços que podem ser
adquiridos com determinado montante monetário. Logo, se o preço do bem é reduzido, a renda real do indivíduo
aumentará, pois poderá consumir uma maior quantidade de bens. Se, de outra forma, o preço sofrer uma
elevação, a renda real diminuirá, pois o consumidor terá que reduzir a quantidade consumida. O gráfico mostrará
essa variação de renda real pela mudança na inclinação da reta de orçamento. Existem diversas situações
possíveis para duas mercadorias. Para ilustrar será mostrada uma variação na renda real do consumidor a partir
de uma redução no preço do BEM A.
BEM A
VARIAÇÃO NA RENDA REAL E MODIFICAÇÃO DO
PONTO DE EQUILÍBRIO DO CONSUMIDOR.
QAMAX drp
QAMAX arp = quantidade máxima de A
antes da redução de preços.
QAMAX arp
E1
QAMAX drp = quantidade máxima de A
depois da redução de preços.
E0
BEM B
QBMAX
Havendo uma redução no preço de A, o consumidor poderá aumentar a quantidade consumida dessa
mercadoria. Assim, poderá atingir um ponto superior de equilíbrio, uma vez que uma redução em PA elevou a sua
renda em termos reais. A quantidade da mercadoria B, a princípio, fica constante, pois nada aconteceu ao preço
de B. É claro que o indivíduo poderia consumir mais dessa mercadoria, caso o preço de A diminuísse, pois sobraria
mais renda, porém o mais lógico é pensar que se aumentará a demanda por aquele bem que teve o seu preço
reduzido, a menos que estejamos falando de bens de Giffen ou de bens inferiores.
Portanto, considerando-se que o consumo de A aumentou por variação na renda real, a inclinação da reta
de orçamento variou, indicando que o consumidor pode agora, com a mesma renda nominal, comprar mais
unidades de A.
Como exercício, construa os novos pontos de equilíbrio do consumidor, considerando:
1)
2)
3)
4)
Aumento no preço de B;
Redução no preço de B;
Aumento de 30% no preço de A com redução de 20% no preço de B;
Redução de 20% em ambos os preços.
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TÓPICO IV
IV) A CURVA DE DEMANDA.
A curva de demanda demonstra os diversos pontos de preços e quantidades demandadas em um dado
mercado, mostrando a aceitação da sociedade por um determinado preço que seja cobrado pela mercadoria.
Normalmente preço e quantidade demandada variam de maneira inversa, ou seja, se o preço
aumenta/diminui, a demanda diminui/aumenta, respectivamente. Dizemos, portanto, que a curva de demanda é
NEGATIVAMENTE INCLINADA.
O gráfico da curva de demanda é traçado abaixo:
P
P0
P1
Qd
Q0
Q1
Diversos fatores influenciam na construção e no comportamento da curva de demanda. Apesar de a
quantidade demandada ser, frequentemente, expressa como uma função dos preços, ela também depende de
fatores como a utilidade do bem, a renda, entre outros.
VARIAÇÕES NA DEMANDA POR UM BEM:
A demanda geralmente varia por conta das variações do preço da mercadoria. Nesse caso, diz-se que
houve um DESLOCAMENTO AO LONGO DA CURVA DE DEMANDA. É a situação ilustrada no gráfico anterior.
No entanto, algumas vezes a demanda pode variar por fatores que denominamos FATORES EXTRAPREÇO. Isso significa que a demanda variará, mesmo que o preço não aumente ou diminua. Por exemplo, se há
uma epidemia de dengue, não é necessário que o preço do repelente de insetos caia para que a demanda
aumente. De outra forma, se muitas pessoas morrem por conta dessa epidemia, não foi necessário o preço
aumentar para que a demanda ficasse reduzida. Chamamos a essa situação de DESLOCAMENTO DA CURVA DE
DEMANDA (para a esquerda ou para a direita, caso se diminua ou se aumente a demanda). O gráfico abaixo
mostra a variação da demanda por fatores extra-preço:
P
P0
Qd
Q2
Q0
Q1
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PREÇOS E VARIAÇÃO DA DEMANDA: ELASTICIDADE
A elasticidade procura mensurar a variação percentual da demanda a partir de uma variação percentual
em alguma outra variável, ou seja, como o consumidor reage a determinadas situações.
Aqui serão mostradas: elasticidade-preço da demanda, elasticidade-preço cruzada e elasticidade-renda.
ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA
Como os indivíduos reagem a uma variação no preço da mercadoria? A resposta a essa questão
dependerá do tipo de mercadoria que esteja sendo demandada. Em alguns casos o consumidor tem maior
autonomia para recusar a demanda caso haja uma elevação de preços. Em outros, talvez isso não seja possível.
Por conta disso classificamos a elasticidade de acordo com a reação desse consumidor a uma variação de preços.
O cálculo da elasticidade-preço da demanda, representada por ε, mostrará, justamente, a intensidade
dessa reação. Vejamos:
ε = (ΔQ/Qi) / (ΔP/Pi)
Os termos expressos pela fórmula da elasticidade-preço da demanda mostram as variações percentuais
da quantidade e da demanda. Ao final do cálculo encontraremos o quanto 1% de variação no preço ocasionará de
variação na quantidade demandada. Vejamos um exemplo:
QI = 100
PI = 20
QF =200
PF = 15
Realizando os cálculos, a ε = - 4. Isso significa que a cada 1% de variação no preço, a demanda varia 4%.
O sinal negativo possui um significado econômico e demonstra, justamente, a relação inversa que existe
entre pereço e quantidade demandada. Assim, se o preço aumenta/diminui em 1%, a demanda diminui/aumenta
4%, respectivamente.
A intensidade da reação do consumidor, ou seja, a elasticidade-preço da demanda, classifica as
mercadorias em:
A. PREÇO – ELÁSTICA
(ΔQ/Qi) > (ΔP/Pi)
B. PREÇO – INELÁSTICA
(ΔQ/Qi) < (ΔP/Pi)
C. PREÇO – UNITÁRIA
(ΔQ/Qi) = (ΔP/Pi)
D. PREÇO – ANELÁSTICA
(ΔQ/Qi) = 0
E. PREÇO – INFINITA
(ΔQ/Qi)
ε >1
ε <1
ε= 1
ε=0
ε=∞
∞
Note que o valor da elasticidade-preço é negativo. No entanto, como o que importa é a intensidade da
modificação da demanda, basta que consideremos o valor em módulo e, sobre esse valor, classifica-se a
mercadoria conforme o parágrafo anterior. Os gráficos representativos de cada comportamento seguem abaixo:
p
p
(A)
q
p
p
(B)
q
(C)
q
p
(D)
q
(E)
q
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A elasticidade-preço da demanda pode ser calculada também pelo método do ponto médio ou, ainda, pela
derivada da função demanda. No entanto, a forma mais utilizada é a apresentada acima.
ELASTICIDADE-PREÇO CRUZADA DA DEMANDA
Mensura a reação do consumidor à variação do preço de uma outra mercadoria. Permite classificar os
bens em substitutos ou complementares.
A fórmula que permite seu cálculo é dada por:
ε xy = (ΔQx/Qix) / (ΔPy/Piy)
Suponha que um consumidor demande 20 unidades da mercadoria A, a um preço de R$ 5,50. Quando o
preço da mercadoria B passa de R$ 6,00 para R$ 4,00, a quantidade demandada de A cai para 10 unidades. Assim,
podemos dizer que a ε xy = 1,5. Isso significa que a cada 1% de redução no preço da mercadoria B, a demanda por
A cai 1,5%, mostrando que houve uma substituição de A por B. Os bens são, nesse caso, SUBSTITUTOS.
Se, ao invés da redução no preço de B houvesse um aumento de R$ 4,00 para R$ 6,00, e se a demanda
por A passasse de 20 para 10 unidades, a ε xy = -1? Nesse caso, um aumento no preço de B, levaria a uma
diminuição na demanda por A, sendo os bens considerados COMPLEMENTARES. O raciocínio é o seguinte: se o
preço de B aumenta, a demanda por B diminui. Se a demanda por A também diminui, conclui-se que o consumo
de um bem é acompanhado pelo consumo de outro, isto é, um complementa o outro.
Quando ε xy = 0, os bens não guardam nenhuma relação entre si.
ELASTICIDADE-RENDA DA DEMANDA
A elasticidade-renda da demanda, simbolizada por γ, mensura a reação do consumidor a partir de uma
variação em sua renda e é dada por:
γ = (ΔQx/Qi) / (ΔY/Y)
O resultado encontrado nos permitirá não somente identificar a variação da demanda quando se varia a
renda, mas também classificar os bens em NORMAIS ou SUPERIORES E INFERIORES.
0<γ≤1
BENS NORMAIS
γ>1
BENS SUPERIORES
γ<0
BENS INFERIORES
A classificação com relação à elasticidade-renda não está totalmente fechada entre os economistas.
Alguns consideram uma única classificação para bens normais e superiores. Outros consideram, ainda, que uma
elasticidade-renda superior à unidade classifica o bem como ultrasuperior. Na maior parte das vezes a
classificação acima atende bem à questão.
ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA E RECEITA TOTAL
A elasticidade-preço da demanda é fundamental para a determinação do preço que será cobrado pela
mercadoria, uma vez que, com as diferentes reações do consumidor à variação de preços, efeitos distintos sobre
a receita total.
Sabe-se que a RECEITA TOTAL = PREÇO X QUANTIDADE. Aplicando-se o conceito de elasticidade-preço da
demanda e analisando os gráficos respectivos, pode-se tirar algumas conclusões:
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Preço-elástica: a receita total aumenta ou diminui, se o preço diminuir ou aumentar, respectivamente;
Preço-inelástica, perfeitamente inelástica e perfeitamente elástica: a receita total aumenta ou diminui, caso o
preço aumente ou diminua, respectivamente;
Preço-unitária: a receita total não se altera.
Logo, ao tomar a decisão de produzir uma mercadoria, o produtor deverá levar em consideração o seu público,
que tipo de mercadoria deseja produzir, se prefere ganhar no preço ou na quantidade vendida.
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TEORIA DO PRODUTOR
TÓPICO I
I) FUNÇÃO DE PRODUÇÃO
Produzir é o processo de transformação de um bem em outro bem que possua uma finalidade específica.
O resultado desse processo será um produto, se for destinado ao consumo próprio ou uma mercadoria, se tiver
como propósito a negociação em um determinado mercado.
Para iniciar a produção é necessário, no entanto, que se conheça a maneira como o bem deve ser
produzido, as matérias-primas necessárias e como combiná-las. Chama-se FUNÇÃO DE PRODUÇÃO a relação que
se guarda entre a quantidade dos elementos necessários ao processo de transformação e a quantidade de
mercadoria produzida. Além disso, a expressão matemática da função deverá expressar também, não somente a
quantidade das matérias-primas e insumos utilizados, mas a forma como os mesmos deverão ser combinados.
Dessa forma, não existe uma função de produção única, ou uma “receita de bolo”. Cada função é
específica do bem que se deseja produzir.
Por exemplo, no caso da função a que chamamos Cobb-Douglas, a quantidade será dada obedecendo à
seguinte ordem:
Q = f(x;y) = A∙xα ∙ y(1-α)
Nessa equação, A e α são constantes positivas e 0 < α < 1
Se fizermos x e y crescerem na proporção β, teremos:
Q = f(βx;βy) = A(βx)α ∙ (βy)(1-α) = A ∙βα ∙ β(1-α) ∙ xα ∙ y(1-α) = A ∙ β ∙ xα ∙ y(1-α) = β ∙ A ∙ xα ∙ y(1-α) = β ∙ f(x;y) = βQ
Assim, verifica-se que, por essa função, se os insumos forem aumentados em uma determinada
proporção, a quantidade produzida será aumentada na mesma proporção. Isso é o que chamamos de
RENDIMENTOS CONSTANTES DE ESCALA.
No caso de RENDIMENTOS CRESCENTES DE ESCALA, a produção teríamos algo como  ∙ f(x;y) = 2Q.
Para RENDIMENTOS DECRESCENTES DE ESCALA, uma possível representação seria,  ∙ f(x;y) = 1/2 Q.
Note que, pelo exemplo apresentado acima, fica claro que a produção não obedecerá a uma única “lei”
de produção. Cada bem possui suas características específicas e assim deverá tratado pelo produtor.
É importante notar ainda que a função de produção poderá ser modificada de acordo com as condições
tecnológicas.
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TÓPICO II
II.1) PRODUÇÃO E INSUMOS
Os insumos podem ser classificados em fixos e variáveis.
FIXOS: são aqueles que não podem ser rapidamente modificados diante do aumento da produção. Uma
empresa, ao fazer seu planejamento anual, dimensiona seu orçamento de capital de modo que seus
investimentos estão dados para uma determinada quantidade a ser produzida num dado período. Assim, se para
produzir 1000 unidades de uma mercadoria Y são necessárias 10 máquinas, a empresa montará sua planta de
produção com o valor planejado.
VARIÁVEIS: são aqueles que podem responder imediatamente ao aumento da produção, desde que
obedecido o limite imposto pelo capital fixo. Assim, se existe capacidade ociosa das máquinas utilizadas, pode-se
incorporar mais unidades de insumos variáveis, aumentando, assim, a produção.
Essa abordagem está voltada para o curto prazo. No entanto, no longo prazo, devido aos desejáveis
aumentos de capacidade produtiva, considera-se que todos os insumos são variáveis.
As proporções entre os insumos também pode variar, ou seja, os insumos podem ser combinados na
mesma proporção ou de maneira diferente. Trata-se da produção em proporções fixas ou em proporções
variáveis.
II.2) PRODUÇÃO COM UM INSUMO VARIÁVEL
Considere a produção de trigo em diferentes áreas de 10 ha, com números de trabalhadores distintos e
diferentes produções. Vejamos o que acontece, de acordo com a tabela abaixo:
ÁREA
1
2
3
4
5
6
7
8
Nº DE
RELAÇÃO TERRA- PRODUTO PRODUTO MÉDIO P/
TRABALHADORES
TRABALHO
TOTAL
TRABALHADOR
1
2
3
4
5
6
7
8
10,0
5,0
3,3
2,5
2,0
1,7
1,4
1,3
10,0
24,0
39,0
52,0
61,0
66,0
66,0
64,0
10,0
12,0
13,0
13,0
12,2
11,0
9,4
8,0
PRODUTO
MARGINAL P/
TRABALHADOR
14,0
15,0
13,0
9,0
5,0
0,0
-2,0
Obs.: 1) o produto médio de um insumo é o produto total dividido pelo montante de insumo utilizado na
produção;
2) o produto marginal de um insumo é o acréscimo de produto total originado a partir do emprego de uma
unidade adicional do insumo variável.
Elaborando-se o gráfico a partir da tabela acima, temos:
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PRODUTOS MÉDIO E MARGINAL
EQUILÍBRIO DA PRODUÇÃO
UM INSUMO FIXO E UM INSUMO VARIÁVEL
65.0
55.0
PRODUTO TOTAL
45.0
35.0
PRODUTO MARGINAL P/
TRABALHADOR
25.0
15.0
PRODUTO MÉDIO P/
TRABALHADOR
5.0
-5.0
1
2
3
4
5
6
7
8
Nº DE TRABALHADORES
Perceba que o produto total cresce enquanto o produto médio cresce. Isso ocorre porque, nessa faixa, o
produto marginal é maior que o produto médio, ou seja, cada trabalhador adicional está contribuindo para a
produção de maneira superior ou igual ao trabalhador anterior. A partir de dado momento, o ganho de eficiência
é reduzido e isso se deve à imperfeita alocação de recursos que estão sendo utilizados de maneira inadequada,
superando a capacidade de 10 ha de cada área, e isso acabará por reduzir a taxa de aumento do produto total e
até mesmo reduzi-lo.
Assim, embora sejamos levados a pensar que o melhor seria sempre produzir a maior quantidade
possível, o que deve ser analisado é o ganho que o produtor terá ao empregar uma unidade adicional do insumo.
Logo, deve-se conjugar a quantidade produzida à eficiência no uso dos recursos produzidos. Pelo gráfico e
pela tabela depreende-se que a área 4 é a que consegue tal feito, uma vez que o 4º trabalhador adicional à
produção pelo menos a média do que já vinha sendo produzido.
Portanto, a condição de equilíbrio é dada por PMe = PMg.
Fica claro, então, que o insumo fixo possui um limite de utilização. No caso acima, havia uma área de 10
hectares onde foi simulado um aumento contínuo no número de trabalhadores e o seu efeito na produção.
Percebe-se que a relação terra-trabalho foi sendo reduzida até o 8º trabalhador, o que fez com que cada um
tivesse sua produtividade afetada negativamente a partir 5ª unidade de insumo variável. A esse princípio
chamamos LEI DOS RENDIMENTOS MARGINAIS DECRESCENTES.
II.3) PRODUÇÃO PARA DIFERENTES QUANTIDADES DE INSUMO FIXO
Aqui serão consideradas áreas com metragens distintas e verificaremos o que acontece ao produto, para
áreas com 20 ha.
PRODUTO
1
2
3
NÚMERO DE TRABALHADORES
4
5
6
7
8
9
10
11
PRODUTO TOTAL
25,0 40,0 52,5 64,0 75,0 85,5 95,0 103,0
PRODUTO MÉDIO
25,0 20,0 17,5 16,0 15,0 14,3 13,6
12,9
12,0
10,8
9,6
PRODUTO MARGINAL
15,0 12,5 11,5 11,0 10,5
8,0
5,0
0,0
-2,0
9,5
108,0 108,0 106,0
PRODUTOS TOTAL, MÉDIO E MARGINAL
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EQUILÍBRIO DA PRODUÇÃO
CAPITAL E TRABALHO VARIÁVEIS
I
120.0
III
II
100.0
80.0
60.0
PRODUTO TOTAL
40.0
PRODUTO MÉDIO
PRODUTO MARGINAL
20.0
0.0
-20.0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Nº DE TRABALHADORES
Perceba que nesse caso o produto máximo é atingido quando o PMg = 0, ou seja, quando o décimo
trabalhador não incorpora mais unidades de produto total. No entanto, até esse ponto a produção é possível,
pois o produto médio continua sendo superior ao produto marginal. Além desse ponto, o PMg apresenta-se como
negativo, o que acarreta uma queda no produto total. Portanto, a condição de equilíbrio nos diz que o produto
total é máximo quando o produto marginal é zero e o produtor deverá produzir no ESTÁGIO II.
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TÓPICO III
III.1) EQUILÍBRIO DO PRODUTOR: ISOQUANTA , ISOCUSTO E EQUILÍBRIO.
Já foi visto que o produtor deverá produzir combinando as quantidades de insumos que devem ser
utilizados. Em inúmeras situações, os insumos podem ser substituídos desde que continuem a produzir a mesma
quantidade desejada pelo produtor e isso está representado na curva ISOQUANTA.
INSUMO A
QIA
QFA
INSUMO B
QIB
QFB
A ISOCUSTO é a curva que representa o limite de gastos do investidor e pode ser visualizada abaixo:
INSUMO A
INSUMO B
O produtor deverá aliar o seu desejo de produção (ISOQUANTA) às suas possibilidades (ISOCUSTO). O gráfico do
equilíbrio vem a seguir:
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INSUMO A
EQUILÍBRIO
DO
PRODUTOR
E
QA
INSUMO B
QB
O ponto de tangência representa, então, o equilíbrio do produtor.
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TÓPICO IV
V) O MERCADO: INTERAÇÃO ENTRE CONSUMIDOR E PRODUTOR
Consumidor e produtor encontram-se no mercado, o primeiro desejando satisfazer suas necessidades e o
segundo procurando realizar o seu lucro a partir da venda de suas mercadorias.
Contudo, os dois agentes desse mercado possuem interesses distintos. O consumidor deseja pagar sempre menos
por quantidades crescentes do bem e o produtor deseja cobrar o maior preço possível. É necessário, portanto,
que haja um acordo e que seja estabelecido um preço de mercado, ou de equilíbrio.
Esse preço surge a partir da interseção das curvas de oferta e de demanda, como se verifica abaixo:
Preço (P)
Oferta (S)
P
Demanda (D)
Quantidade (Qs;Qd)
Qs = Q d
Esse “acordo” surge do encontro das duas forças de mercado, que vão “se testando” até que se encontre um
preço que seja conveniente a ambos.
É claro que esse preço nem sempre é determinado assim. Isso somente ocorre em mercados mais concorrenciais.
No entanto os mercados, em sua maioria, são imperfeitos, o que altera o poder de barganha dos agentes.
Perceba que mercadorias altamente inelásticas com relação à sua demanda conferem pouco poder ao
consumidor. O mesmo ocorre em mercados mono ou oligopolizados.
Esses outros elementos também devem ser levados em consideração no momento da escolha do investimento
pelo produtor.
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