PORQUE BUSCAR O MERCADO INTERNACIONAL? EXPORTAR É

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PORQUE BUSCAR O MERCADO INTERNACIONAL? EXPORTAR É UMA OPORTUNIDADE, NÃO
UM ÚLTIMO RECURSO.
Existem no mundo quase 200 países, e as empresas americanas exportam para a maioria deles. Nos Estados
Unidos, as maiores empresas exportadoras geralmente fabricam bens que não são produzidos com eficiência
no exterior por falta de conhecimento ou de tecnologia. Na verdade, cada país se especializa na exportação
de bens cujos insumos, como mão-de-obra ou equipamentos, sejam relativamente abundantes.
Uma das principais razões pelas quais dois países estabelecem relações comerciais é fundamentalmente
idêntica à que leva dois indivíduos ou duas empresas a negociar dentro do seu país. Como fui criado numa
fazenda, sou capaz de cultivar vegetais e criar galinhas, consertar meu carro e cozinhar minhas refeições.
Todavia, com minha formação e minha competência, descobri que, lecionando numa universidade, podia
ganhar um salário, gastá-lo em compras de supermercado, em consertos do carro e em restaurantes, e ainda
economizar algum dinheiro para a aposentadoria. Era, portanto, mais lucrativo. Assim sendo, uma pessoa
pode aumentar sua renda especializando-se em determinado negócio ou profissão – particularmente quando
possui uma vantagem, natural ou adquirida – e vendendo esses serviços em troca de uma renda que lhe
permita comprar bens e serviços.
O mesmo ocorre com os países. O sucesso do comércio internacional deve-se, em grande parte, às diferentes
vantagens naturais de cada país e à capacidade de suas empresas de se especializarem nessas vantagens. A
China, por exemplo, tem mão-deobra abundante, mas não conta com os modernos equipamentos disponíveis
nos Estados Unidos. Consequentemente, a China tem uma vantagem em relação aos Estados Unidos no que
diz respeito à produção e exportação de produtos de baixa tecnologia, como os tênis Nike. Já os Estados
Unidos, por contarem com modernos equipamentos e tecnologia de ponta, apresentam uma vantagem em
relação à China na fabricação e exportação de produtos de alta tecnologia, como equipamentos médicos.
Durante as campanhas presidenciais dos anos 1990, os eleitores americanos ouviram Ross Perot e Pat
Buchanam afirmarem que a taxa de emprego cairia nos Estados Unidos se fossem reduzidas as barreiras à
importação de produtos mexicanos. O argumento era o seguinte: como o custo médio por hora de um
operário mexicano representa 10% do custo médio por hora de um operário americano (ambos expressos em
dólar), as indústrias americanas fechariam os postos de trabalho no país, fabricariam seus produtos no
México por um décimo do custo e os importariam para os Estados Unidos.
Tal argumento não levou em conta que, embora possua abundante mão-de-obra não-especializada, o México
é bastante inferior aos Estados Unidos no que diz respeito a equipamentos e trabalho especializado. Depois
da assinatura do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), no início da década de 1990, o
nível de trabalho não caiu nos Estados Unidos, porque, embora o custo do operário mexicano representasse
apenas 10% do custo do operário americano, o trabalhador médio mexicano tinha um décimo da
especialização e da tecnologia do trabalhador médio americano e, consequentemente, um décimo de sua
produtividade.
A grande vantagem do comércio internacional é que todos têm a possibilidade de ganhar. Não se trata de um
“jogo de soma zero”. Todos os países têm a possibilidade de melhorar o padrão de vida de seus cidadãos
produzindo bens em setores nos quais apresentam uma vantagem comparativa e exportando-os para o
exterior. As empresas americanas têm uma vantagem natural que lhes permite produzir bens de alta
tecnologia e vendê-los ao México, por exemplo, onde eles são relativamente baratos justamente porque essas
empresas conseguem produzi-los de maneira eficiente, graças à competência e à formação de seus
trabalhadores.
Por utilizarem mão-de-obra menos especializada, as empresas mexicanas têm uma vantagem comparativa
que lhes permite produzir bens de baixa tecnologia e vendê-los aos Estados Unidos, onde eles custam
relativamente pouco em função da falta de especialização e de formação dos trabalhadores mexicanos.
E os trabalhadores quase sempre também ganham quando sua empresa exporta. Há evidências de que,
quando todos os demais fatores determinantes da renda são fixos, o trabalhador de uma empresa exportadora
tende a receber um salário mais alto do que o de uma firma que não exporta. Esse nível salarial mais alto
confirma a ideia de que a empresa exportadora geralmente é mais lucrativa do que a empresa que só atua no
mercado interno.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/
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