ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA

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Situação do Brasil no contexto Econômico Mundial
Prof. Dr. Everaldo Pinto Conceição
Na condição de colônia e reportando-se como um país escravocrata, o
Brasil foi durante muito tempo, um grande fornecedor de matéria prima às nações
mais desenvolvidas desde há muito tempo.
O modo ou via capitalista exercida por Portugal era constituída
basicamente da “via colonial” aproveitando-se do relativo atraso em que o país se
encontrava.
A própria divisão territorial do país já norteou o caráter explorador pelo
país colonizador.
Sob esse ponto de vista dois aspectos devem ser mencionados:
a) Colônias de povoamento  os países europeus tentando fincar raízes
na nova terra;
b) Colônias de exploração  unicamente ligados à produção de bens
que interessassem à matriz.
No início, a metrópole vislumbrava a extração dos recursos naturais, tais
como a madeira, destinada à construção e à obtenção de tinturas, exemplo típico do
Pau Brasil, originando ciclos econômicos definidos.
A história da Colonização do Brasil está associada aos interesses dos
portugueses e espanhóis na Europa, tendo causado repentes de ganância em
outros países, com a revelação de grandes possibilidades de se encontrar metais
preciosos nestas paragens.
A política do mercantilismo exigia uma burguesia arrojada e decidida na
feitura de grandes empreendimentos capitalistas.
Nessa época, surgiram as grandes companhias de comércio e
navegação, que exploravam os mares das Índias e das Américas, com o objetivo de
efetuar transações que maximizassem seus lucros. Esses interessados apoiados por
seus países criaram leis, tarifas, selos e outras medidas que viabilizavam os
negócios.
Essas companhias de negócios, na maioria das vezes, eram monopolistas
e quase sempre ligadas ao Estado e compreendia grupos de interesses antagônicos
como o clero, nobreza e burguesia.
Os representantes locais das nações européias controlavam as relações
comerciais e defendiam os interesses da Coroa e das Companhias de Comércio,
organismos de capital misto ou Estatal.
Pode-se entender que desde o descobrimento até o século passado
ocorreram ciclos econômicos definidos.
O início deles se refere ao extrativismo liderado pelo já estudado caso do
pau-brasil, que tinha boa aceitação no mercado europeu. Porém, a forma extrativista
de um produto específico o levava necessariamente à escassez, uma vez que não
dispunham de uma política de reposição do produto extraído.
A falta de mão-de-obra e a dificuldade de adaptação dos índios brasileiros
a esse tipo de trabalho, deram o início à importação de escravos africanos, cujo
tráfico era executados por portugueses, franceses e ingleses.
Após o ciclo extrativista que apresentou crescimento e declínio, ocorreu
um ciclo de produção agrícola inicialmente com o plantio da cana-de-açúcar.
A substituição da mão-de-obra nativa para a negra ocorreu de uma forma
mais intensa no Nordeste e, principalmente na Bahia e Pernambuco, dois grandes
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núcleos iniciais na produção do açúcar. Posteriormente, a cultura se expandiu para o
Rio de Janeiro e São Vicente.
Desde a sua implantação no século XVI, até o final do século XVIII, a
produção açucareira foi o eixo econômico da economia colonial, constituindo-se em
um produto nobre para a exportação.
O Brasil foi o líder mundial na exportação do açúcar, obtendo destaque no
plano internacional até o século XVII; daí em diante apareceram os concorrentes da
América Central e Antilhas.
Nesse período a coroa portuguesa enfrentou inimigos poderosos como a
Holanda, que invadiu Pernambuco, por aqui ficando muito tempo, uma vez que tinha
interesses importantes na exportação do açúcar.
O ciclo da mineração provocou a decadência do plantio da cana-deaçúcar, mas a exploração de outro e prata não superou as cifras de produção global
que o açúcar proporcionou à colônia.
A descoberta do ouro atraiu para Minas Gerais uma leva de exploradores
e forasteiros em função da possibilidade de rápido enriquecimento.
Nesse período, a participação das bandeiras paulistas foram
extremamente importantes. O ciclo do ouro ou da mineração durou praticamente um
século.
A extração do ouro também dá origem a uma nova política escravista,
aparecendo alguns escravos com posições privilegiadas.
A decadência do ciclo da mineração no final do século XVIII está no
mesmo espaço temporal da pressão da Coroa em aumentar os impostos,
provocando movimentos revolucionários, que culminou com a Inconfidência Mineira.
O próximo ciclo ocorre no final do século XIX com o aproveitamento da
borracha no processo industrial.
O Brasil se torna o maior produtor de borracha, junto com seus vizinhos
amazônicos, Peru e Bolívia.
Por ação do Barão do Rio Branco, o Brasil negocia com a Bolívia a
compra do então território do Acre, comprometendo-se entre outras coisas a
construir uma ferrovia entre Guajará Mirim e Porto Velho, que representa o trecho
encachoeirado do Rio Madeira.
Essa Ferrovia constitui uma grande epopéia, dadas as condições
insalubres da região, constituindo-se como um marco no expansionismo capitalista
dos Estados Unidos.
Infelizmente, com o término da ferrovia também começa o declínio do
ciclo da borracha, pela alto produto alcançado pelos ingleses, que plantaram a
Hévea (borracha) no antigo Ceilão, em condições agrícolas muito mais favoráveis,
deslocando o eixo da produção mundial para aquele país.
Bibliografia consultada
LACERDA, A.C.; BOCCHI, J.H.; REGO, J.M.; BORGES, M.C.A.; & MARQUES, R.M.
“Economia Brasileira”. São Paulo: saraiva, 2000.
VASCONCELOS, M. A. & GARCIA, M.E. “Fundamentos de Economia”. São Paulo:
Saraiva, 1998.
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