Anatomia- Estômago e intestino Professor Vieira – 11/06/2007 [Transcrito por Mariana Santos] Nós vimos até a aula passada o estudo do tubo digestivo até o esôfago. Hoje, a gente entra na porção infradiafragmática e para isso é necessário vermos também o peritônio, uma das serosas do corpo humano. Vocês sabem o que significa serosa? Membrana que reveste externamente um órgão. Mas todos os órgãos? Não. Órgãos ditos vitais, como tubo digestivo, pulmão, coração. Então, esses órgãos são ditos órgãos vitais. O intestino delgado é vital. Os pulmões são vitais. O coração é um órgão vital. Então, são essas membranas ditas serosas. Nós estamos aqui na região da cavidade abdominal, onde a princípio foi dado um corte de secção transversa. Estamos vendo no período embrionário, onde as estruturas não se desenvolveram. Então nós vamos ver aqui em branco a parede da cavidade abdominal. Obviamente que essa parede abdominal engloba a cavidade abdominal. Só que internamente à parede dessa cavidade abdominal, tem acoplado a ela uma membrana, que está aqui desenhado em uma camada colunar única,basal, que constitui este peritônio. Camada celular única com uma membrana basal que, obviamente, por estar intimamente aderida, vai limitar a cavidade peritonial. Ou seja, praticamente a cavidade abdominal é do mesmo tamanho da cavidade abdominal(acho que ele quis dizer peritonial) e vice-versa, porque o único limite é a membrana da camada serosa do peritônio. No interior da cavidade peritonial, é produzido o líquido peritonial, que a gente chama de líquido intersticial lá no adulto, onde vai deslizar uma víscera sobre a outra. Obviamente, essas vísceras são revestidas pelo peritônio. Entretanto, nenhuma víscera abdominal vai se desenvolver dentro da cavidade peritonial. Toda víscera, sem exceção, sem exceção nenhuma vai desenvolver-se entre a parede abdominal e o peritônio, ou seja, no espaço extra-peritonial. Jamais na cavidade intra-peritonial. No espaço extraperitonial se desenvolve toda e qualquer víscera desta cavidade abdominal. Quando uma víscera começa a se desenvolver, obviamente que vai impulsionar, empurrar toda a membrana do peritônio para dentro da cavidade. Ao mesmo tempo que está impulsionando, levando esse peritônio para dentro da cavidade, essa membrana começa a ficar aderida à parede da víscera, aderida a tal ponto dessa parede fazer parte da constituição desse órgão, sendo uma das suas camadas. À medida que os órgãos vão crescendo vai nos dar a impressão que a víscera vai estar dentro da cavidade peritonial. Entretanto, a gente via, se eu puxar os folhetos, que qualquer dessas duas vísceras vai estar realmente por fora da cavidade peritonial. E a gente vai observar, mesmo com o desenvolvimento das vísceras, seja de qualquer região que for, nós vamos ter uma membrana única do peritônio, não importa. A membrana peritonial é única, fechando a cavidade peritonial e deixando espaço extra-peritonial. Vamos ver que uma parte desse folheto do peritônio está aderida à parede do abdômen e por isso é chamado de folheto parietal do peritônio. Uma parte, na seqüência, vai estar aderida à parede da víscera, o que nós vamos chamar de folheto visceral do peritônio. Então nós temos o folheto parietal e o folheto visceral do peritônio. Agora, na seqüência, a gente via que na parte de transição entre parede e víscera, tem a parte do peritônio quem nem está aderida à parede, nem está aderida à víscera, está se interpondo entre os dois folhetos; bem como de víscera para víscera, também encontramos parte da continuidade do peritônio que nem se adere nem a um, nem a outro órgão. Essas porções de peritônio que nem estão aderidas à parede nem estão aderidas à víscera, nós vamos chamar de ligamentos, mesos e omentos. O que vem ser um ligamento? O que vem ser um meso? O que vem ser um omento? Num adulto, são regiões de peritônio que estão prendendo uma víscera a uma outra região. Então, os meios de fixação como nós vamos ver, já que praticamente esse espaço peritonial é um espaço virtual. Imagine que as vísceras cresceram de tal modo que uma víscera vai estar sempre juntinha da outra dentro da cavidade abdominal. Primeiro vamos definir o que vem ser um ligamento, o que vem ser meso e o que vem ser omento. O omento também é chamado de epiplon. Nós vamos chamar de ligamento qualquer parte do peritônio que esteja prendendo uma víscera maciça à parede do abdômen. Víscera maciça: o fígado, o baço. Então, isso são vísceras maciças. Então, qualquer dependência do peritônio que prenda uma víscera maciça à parede, nós vamos chamar de ligamento. O interessante é que quando nós chamarmos de ligamentos, essas dependências do peritônio entre os dois folhetos, no espaço entre os dois aqui, entre os dois folhetos que formam o ligamento, não vão passar entre elas vasos sanguíneos. Não existe vaso sanguíneo nem nervos e, por isso, esses folhetos se colabam, ficam bem juntinhos em determinadas regiões; e em outras não, e se fibrosam, formando verdadeiros fibrosamentos que nos lembram verdadeiros ligamentos, prendendo uma víscera maciça à parede do abdômen. Daí nós temos, no fígado, por exemplo, o ligamento coronário, o ligamento falciforme do fígado. Então, ligamento prende uma víscera maciça à parede do abdômen, sem que no seu interior corram vasos sanguíneos e nervos. Então, isso nós chamamos de ligamento. Vamos imaginar aqui agora, essa mesma víscera, sendo uma víscera oca. Por exemplo, o intestino, o estômago, qualquer víscera oca da cavidade abdominal. Quando nós tivermos uma víscera oca e uma dependência do peritônio, ligando esta víscera oca à parede do abdômen, nós chamamos de meso. Meso porque liga uma víscera oca à parede do abdômen. O interessante é que diferente do ligamento, nesse meso, entre os dois folhetos, vão caminhar os vasos e nervos para a víscera, vasos sanguíneos e nervos, porque é o local onde vai chegar a nutrição, vai ocorrer a drenagem dessa víscera e os nervos vão passar por aí. Os nervos não vão perfurar a superfície do peritônio. Eles escolhem um cantinho, onde tenha dois folhetos, para ele correr no meio. Vamos chamar isso de meso. Agora, omento ou epiplon é qualquer prega do peritônio que liga duas vísceras. Uniu duas vísceras, omento ou epiplon. Então nós vamos ver alguns omentos, alguns epiplons. A gente vai ver no próximo slide e no decorrer do estudo do estômago e do intestino. Nós vamos ver hoje. Alguém faz uma pergunta. O professor responde: “ Meso é uma prega de peritônio que liga uma víscera oca`a parede do abdômen”. A gente imagina aqui um corte de secção sagital mediano. Nesse corte de secção sagital mediano, esse peritônio é uma saco hermeticamente fechado(só vai ser aberto na mulher). Como vocês vão ver lá com o professor Romeu, é aberto graças às tubas uterinas que se abrem no interior para captar o óvulo. Mas nessa visão aqui, de onde a gente partia, a gente tem um saco hermeticamente fechado, que vai fazer com que todo o peritônio se continue. Não importa onde ele esteja, de onde ele partir, ele vai se continuar. É um saco fechado. No seu interior, o líquido peritonial, que é produzido por essa membrana e absorvido na mesma quantidade. As vísceras cresceram. No caso aqui, o fígado. Então, a gente vê uma cavidade praticamente virtual, uma alça está juntinha da outra. Não importa como sejam as alças intestinais repousam sobre o fundo do útero. Se não for mulher, repousam no fundo da bexiga urinária. É um espaço praticamente virtual, que uma víscera com o seu peritônio está colabado com o outro e apenas separado por uma pequena quantidade de líquido para o seu deslizamento. Uma coisa parecida com o pericárdio seroso, com a pleura dos pulmões. Então, existe uma pequena quantidade de líquido. Alguém faz uma pergunta e o professor responde: “É o líquido peritonial, que a gente chama agora de intersticial.” À medida que eu tiver uma víscera maciça, como é o caso do fígado, cujo folheto parietal do peritônio passa pelo diafragma que ainda é folheto parietal, reflete-se para recobrir e aderir ao fígado, que é agora folheto visceral do peritônio. Essa reflexão forma o que nós chamamos de ligamento coronário do fígado, cujos dois folhetos são visíveis. Um folheto anterior e um folheto posterior. Nesse caso, c/ uma grande distância, o que nos mostra, dessa maneira, que nós vamos encontrar uma área do fígado que nós chamamos de área nua do fígado. Porque área nua? Porque é uma área que não está revestida pelo peritônio. Mas nós vamos encontrar esse ligamento coronário do fígado e outros ligamentos. À medida em que eu tenho todo jejuno-íleo, com suas alças, esse jejunoíleo medindo algo em torno de 2,5m no vivo, eles são presos na parede (todos eles sem exceção) por um único folheto na parede posterior, que é o mesentério. Então, o mesentério é um meso que prende todo o jejuno-íleo à parede posterior do abdômen. E se vocês observarem, está aqui a artéria aorta, imediatamente atrás. Então, ela aproveita o espaço entre os dois folhetos para o sangue atingir a parede da víscera. Obviamente, os nervos também vão acompanhar esses vasos sanguíneos, como também os capilares linfáticos. Tudo aproveita o espaço deixado por esses dois folhetos. Agora, ligando duas vísceras, não importa se a víscera é oca ou é maciça: uniu duas vísceras, é omento. Então, ligando o fígado ao estômago, temos aqui uma prega, chamada de omento hepatogástrico. Omento hepato-gástrico porque liga o fígado ao estômago. Na seqüência, o folheto anterior passa pela face anterior do estômago, chega a ir até lá embaixo, até o nível da pelve, e volta. Quando ele volta, ele se prende no colo transverso do intestino grosso. E formou outro omento, porque está ligando o estômago ao intestino grosso, ao colo. Então, é chamado de omento gastro-cólico. Então, fígado ao estomago: hepato-gástrico. Estômago ao colo tranverso: omento gastro-cólico. Dá uma olhada no tamanho do omento hepatogástrico e olha o omento gastro-cólico. Qual dos dois é o maior? É o gastro-cólico. Por causa disso, o omento hepato-gástrico é chamado de omento menor, enquanto que o omento gastro-cólico é chamado de omento maior. [Transcrito por Polyana Marinho] Do mesmo jeito que existe o mesentério, existe também o mesocolo transverso, é meso porque é uma prega de peritônio que liga uma víscera oca a parede do abdome,então prende o colo transverso a parede posterior do abdome e dentro dele passa vasos sanguíneos para a víscera. O omento menor vai da face inferior do fígado até a margem direita do estômago, é um trajeto muito curto daí o seu nome; enquanto o omento maior vai da grande curvatura do estômago, margem esquerda, desce até a pelve, depois volta pra se inserir no colo transverso. É tudo uma continuidade, lembrando que o peritônio tem a propriedade de aderir a víscera e ele é muito fino, então ele está aderido à víscera, sendo muito difícil de visualizá – lo. O omento está ligado a vários folhetos viscerais, enquanto o ligamento meso é a continuação entre o folheto visceral e o parietal. As vísceras quando se desenvolvem não é de forma retilínea, ela sofre rotação. Dentre essas rotações a formação de duas cavidades, uma anterior na qual os órgãos vão se projetar, e outra posterior, onde não vai haver correlação com os órgãos e é chamada de bolsa omental.Esta bolsa está presente por trás do estômago, por baixo do fígado e por cima do mesocolo transverso. Por trás do omento menor, mas precisamente do pedículo hepático, tem – se um orifício chamado de forame epiplóico (epiplo = omento), ele é o único meio de comunicação entre a bolsa omental e a cavidade peritonial propriamente dita. Relações do forame epiploico: superiormente tem o lobo quadrado e caudado do fígado, inferiormente tem o duodeno, anteriormente o pedículo hepático e posteriormente a veia cava inferior. O peritônio que envolve o ovário apresenta um processo degenerativo para que o óvulo possa ser liberado, por isso que pode haver gravidez abdominal. Apenas nesse lugar o peritônio sofre degeneração. [Transcrito por Lara Biller] O peritônio vem aderindo às vísceras, mas a gente não consegue vê-lo porque ele adere bastante. Dá para ver o omento menor e o forame omental por trás. A gente percebe que o estômago é junto do colo transverso, mas o peritônio não passa daqui pra aqui, ele passa direto, vai até a ???? e volta, e se prende no colo transverso. Estômago: é a parte do tubo digestivo que mais se dilata, apresentando variações de indivíduo para indivíduo. A capacidade também varia do homem para a mulher – a mulher tem em torno de 200ml a menos que o homem. O estômago do homem suporta de 800ml a 1,4 kg. Normalmente, nas pessoas mais longilíneas, o estômago tem a forma de J; os brevilíneos têm o estômago em forma de uma grande bolsa. Há duas regiões de transição: a 1ª superior (esôfago-gástrica) e a 2ª inferior (gastroduodenal). No estômago do brevilíneo essa região de transição gastroduodenal será oblíqua; enquanto que nos longilíneos o ângulo é agudo. Isso vai favorecer que o alimento demore mais tempo no estômago dos longilíneos e, nos brevilíneos, o alimento passe mais rapidamente. O estômago, em forma de J, vai se limitar da 11ª vértebra torácica até a 1ª lombar; mas todo estômago em seu eixo maior vai vir aproximadamente de T10 a L2, medindo em torno de 18 a 22 cm. O estômago tem duas faces: anterior e posterior. A face posterior vai fazer parte da parede anterior da bolsa omental (que está por trás do estômago). Tem duas margens: uma direita ou pequena curvatura, onde se prende o omento hepatogástrico; e uma margem esquerda ou grande curvatura. Há também duas reentrâncias ou incisuras, uma à esquerda do esôfago, onde o esôfago se continua no estômago, ela é chamada de incisura cárdica ou cardíaca. A segunda reentrância é onde o estômago deixa de ser vertical para ser horizontal, onde forma um ângulo aproximado de 90º: a incisura angular. Nessas incisuras, se passarmos linhas, poderemos dividir o estômago em 3 regiões: o fundo, o corpo e a porção pilórica do estômago. A primeira linha horizontal passa ao fundo da incisura cárdica e deve ser perpendicular à superfície, delimitando assim o fundo gástrico. Ao passar a linha pela incisura angular, esta linha deve ser oblíqua, porque tem que ser perpendicular às margens; separando-se o corpo da porção pilórica. A porção pilórica ainda tem uma segunda linha que divide o antro pilórico do canal pilórico. Isso quer dizer que temos duas regiões bem distintas, graças à camada muscular, que vai formar nessa área do canal pilórico uma grande concentração de fibras musculares circulares, estreitando essa região – a porção do antro não tem (é mais dilatada). Há dois óstios: cárdico ou esofagogástrico e o pilórico, formado por essa grande concentração de fibras musculares circulares. OBS: piloro é diferente de esfíncter. O esfíncter regula a passagem,tanto para ir como para voltar; já o piloro permite a passagem do quimo constantemente para o duodeno, mas impede a volta para o estômago – sentido unidirecional. O piloro é um protetor de diferença de pH. Pode ser chamado de “esfíncter” piloro. O controle de pressão intraluminal entre o estômago e o esôfago é feito a nível do músculo diafragma; é o estreitamento diafragmático que impede a passagem do fluxo gástrico para o esôfago, mantendo as diferenças de pH. Caso ocorra o refluxo, há uma esofagite, podendo evoluir para uma faringite, laringite, bronquite, até uma pneumonia, graças a uma falha no mecanismo. Tem gente que pode ter um estômago hipertônico, com uma camada muscular mto espessa, ou hipotônico. O hipertônico pode formar um estômago bífido, até tríplice (vulgarmente: estômago de camelo). Em algumas regiões há uma grande concentração de fibras musculares circulares que faz uma constrição. O processo digestivo é péssimo, a pessoa é raquítica, é baixa, não se desenvolve, com muitos problemas de saúde. [Transcrito por Larissa Miranda] Olhando a camada muscular externa é longitudinal, depois vem a circular interna porque é comum a todo tubo digestivo. Agora numa determinada região do estômago, de cima para baixo e diminuindo de intensidade, ainda há uma terceira camada mais interna ainda que é chamada de oblíqua que não existir em todo estômago. A medida que a camada muscular vai si dirigindo para o duodeno ela vai se espessando e isso é que forma aquele canal pilórico até chegar no óstio de maior constricção que é o óstio pilórico onde forma o piloro. O piloro é toda a concentração de fibras musculares circulares que é muito intensa na região gastroduodenal. A mucosa, camada mais interna do estômago, apresenta pregas. As pregas do fundo se dirigem em todas as direções, as do corpo são longitudinais e mais finas e rasas próxima a pequena curvatura que aumenta de espessura a medida que nos dirigimos para a margem esquerda do estômago na grande curvatura. Isso se continua no interior do antro da porção pilórica, apenas será transversa pela obliqüidade existente aqui, mas são tão longitudinais que é uma continuação da região do corpo. Quando almoçamos e ficamos de pé o alimento irá para a porção do corpo e antro pilórico porque isso aqui é um órgão tubular de tal maneira onde está sendo lançado o suco gástrico e vocês sabem q está sendo lançado também o ácido clorídrico, então imaginem o ácido é uma substância química que exala vapor. Esses gases irão se acumular no fundo, geralmente na pessoa em pé esse fundo do estômago estará cheio de ar. O fundo constantemente está cheio de ar porque é a região do vapor de gases que querem sair, não irá sair do estômago porque há o esfíncter lá no diafragma fechando e assim esses gases não atingem áreas superiores. Mas se você deita o alimento se distribuirá de forma uniforme, o gás irá de dirigir para a parede anterior. Na mucosa além das pregas que são projeções macroscópicas também há as projeções microscópicas que formam toda uma vilosidade na superfície do estômago aumentando a sua superfície de contato. Serão encontradas entre elas ligeiras aberturas (orifícios), estes óstios são chamadas de foveolas gástricas. Encontraremos estes mesmos orifícios, estas mesmas depressões no intestino delgado, porém lá são chamadas de criptas. Lembrando que fossetas são as depressões enquanto que as foveolas são os orifícios. Na profundidade das foveolas encontramos células que produzem os elementos que formam o suco gástrico. Junto ao óstio são células de revestimento mucoso, logo, produzirão muco (substância que lubrifica a parede). A medida que a gente se aprofunda vamos encontrar as células parietais que irão produzir o ácido clorídrico. Mais profundamente nos vamos encontrar as células principais que produzem o pepsinogênio (primeira fase da quebra das proteínas), então tudo isso forma o suco gástrico e vai favorecer uma grande mulcificação dos alimentos, ou seja, transformar os alimentos em uma pasta. Já tem as vilosidades e isso vai favorecer a uma maior área de contato e fazendo com que este estômago já tenha uma capacidade absorvitiva, tem glândulas que quebram e vilos que absorvem a isto chamamos de processo digestivo. Quando a gente chega na porção do antro e do canal pilórico, nos vamos ver nstas foveolas gástricas na glândula entérica, que faz parte do sistema endócrino, vamos encontrar na profundidade dessas glândulas um outro tipo de célula chamada de célula G. Ela faz parte do sistema imunoendócrino que é para favorecer o movimento de contração do estômago. A gastrina estomacal cai na corrente sanguínea e vai favorecer o peristaltismo na célula alvo. O peristaltismo são ondas rítmicas que se propagam do esôfago para o duodeno, isto impulsiona o bolo alimentar para o interior do duodeno, se a contração fosse forte provocaria dores fortíssimas. A gastrite é uma contração um pouco mais acentuada e por isso doe. Peristaltismo forte implica numa maior liberação de ácido clorídrico e isto corroe a mucosa, o que não é adequado, tem um número limitado de produção e controle daí o nome de controle hormonal da produção do suco gástrico, para que não se quebre nada antes do necessário. Muita coisa não se quebra, principalmente gordura, que não quebra em hora nenhuma, passa direto para o duodeno. Existe a lipase gástrica, mas é muito pouco a quebra praticamente passa livre, é tipo uma quebra preliminar para uma posterior quebra definitiva. Depois vem a camada submucosa, é a camada do leito vascular. Teremos artérias veias com a função de nutrir a parede do estômago e o intestino e as veias que vão drenar tudo aquilo que as células não absorvem leva para o fígado através da veia porta para a purificação do sangue, aquilo que as veias não trazem é devolvido ao sistema nervoso pelo sistema linfático. Dentro de um vilo acompanham uma arteríola (sangue rico em oxigênio para nutrir a parede da célula) e uma vênula (drena a parte do sangue venoso e também nutrientes que foram absorvidos por esta célula). O vaso capilar está no meio dessa arteríola e dessa vênula, de fundo cego e drena tudo para o coletor final que é o ducto torácico. [Transcrito por Larissa Vieira] Ducto linfático direito da junção do lado direito (??? Não sei se ele falou isso!). Mas tudo começa em fundo cego, diferente de artérias e veias em que ocorre anastomose a nível capilar. Essa vascularização que vem para a parede do estômago é totalmente proveniente do tronco celíaco. Esse tronco celíaco promove não só a irrigação do estômago, como também do fígado, baço, pâncreas e duodeno. Agora vamos ver exclusivamente a vascularização do estômago. O tronco celíaco emite a artéria gástrica esquerda, que se dirige para a pequena curvatura do estômago, na região juntinha ao esôfago. Daí emite outro ramo chamado de A. esofágica inferior. Esse tronco celíaco também emite a artéria hepática comum, que forma dois ramos, a gastroduodenal ou pancreática duodenal superior e a hepática própria. Essa hepática própria geralmente (não quer dizer sempre) emite a artéria gástrica direita (que pode ser ramo da hepática comum) que também vai pra pequena curvatura do estômago, e se une com a gástrica esquerda, formando um arco de junção com a gástrica esquerda na região da pequena curvatura do estômago. Enquanto que na grande curvatura do estômago chegam as artérias gastroepiplóicas direita e esquerda. A esquerda é um dos ramos terminais da artéria esplênica, que vem do tronco celíaco. A direita é ramo da artéria gastroduodenal, pois além de ir pro estômago vai pro duodeno. Ela é ramo da hepática comum, todos ramos do tronco celíaco, e se anastomosa ponta a ponta com a artéria gastro-epiplóica esquerda. A partir daí é que tem vários ramos tanto para a parede anterior como posterior do estômago, dando uma grande rede anastomótica em torno de todo o estômago. Só daí? Não! O estômago tem uma parte do peritônio que prende a porção posterior de seu fundo ao músculo diafragma, que é um meso; o meso gástrico, ou feno-gástrico ou gastrofrênico. Entre eles passa vasos sangüíneos. Lembra que tinha uma artéria que irriga a porção inferior do músculo diafragma: a artéria frênica inferior? Se tem um meso do fundo do estômago pro diafragma, vêm artérias fúndicas, que vêm da artéria frênica inferior. Então o sangue recebe uma pequena fonte de nutrição da artéria frênica inferior. As veias correm em sentido contrário por veias satélites, homônimas, que nos finalmentes drenam para a veia porta, que entra no fígado para que o sangue seja purificado. Agora vou falar das relações do estômago. O estômago está localiza num compartimento chamado de supramesocólico, ou seja, acima do mesocólon, que se liga à parede posterior do cólon transverso do intestino. Nessa região supra-mesocólica temos estômago, baço, o rim que está aqui atrás, o fígado em cima, pâncreas, veia cava inferior, artéria aorta aqui de lado. Então, quando eu olho o estômago quem vai estar por cima dele? O lobo esquerdo do fígado, também o músculo diafragma. Ao mesmo tempo que o fígado está por cima, está também por diante do estômago. O baço está lateral e posterior. O pâncreas, posterior. A cavidade por trás que é a bolsa omental, o rim esquerdo, o pedículo renal esquerdo, a artéria aorta e a VCI também estão por trás. Por diante, está a parede abdominal. É a última vez que falo de relações, as outras vocês terão de ler e estudar. Do mesmo jeito que temos as artérias, também temos suas veias homônimas. Na região esôfago-gátrica, vamos encontrar uma anastomose das artérias gástrica esquerda com as artérias esofágicas, que aqui eu chamei de esofágicas inferiores, mas que vão lá pra cima, se anastomosando com as esofágicas médias. A mesma coisa acontece com as veias, quetambém se anastomosam e terminam desembocando na veia ázigos, para drenar todo o sangue para a veia cava superior. Então vai existir uma circulação colateral da veia porta com a veia cava, formada por uma anastomose porto-cava. Imagine que eu tenho uma cirrose hepática aqui, então o sangue não pode passar por dentro do fígado e volta e promove verdadeiras varizes muito fortes nas veias esofágicas, dilata essas veias, para voltar pelo VCS. Isso causa transtornos funcionais terríveis. Primeiro, que o sangue ao não passar pelo fígado, fica carregado de toxinas, que são encaminhadas para o cérebro, provocando alucinações. Você não pode, então, permitir que esses pacientes comam toxinas porque eles não têm como purificar essas toxinas. Ele não pode, por exemplo, comer carne vermelha, pois contêm muitas toxinas, ou determinados legumes em grandes quantidades. Então precisa agora de um nutricionista acompanhando esse paciente. Ele precisará de um acompanhamento médico e de um nutricionista. [Transcrito por Lívia Carneiro] O Duodeno é a porção do tubo digestivo que se segue imediatamente ao estomago. É uma das porções do intestino delgado, é a primeira delas e também a menor. Mede algo em torno de 20-24 cm de comprimento. Tem esse nome de duodeno porque tem o tamanho aproximado de 12 dedos deitados, daí o seu nome: duodeno. Este tubo que se segue ao estomago é inteiramente colabado à posterior parede do abdômen (na verdade ele disse “duodeno”, mas pra mim não faz sentido), porque o peritônio não da uma volta em torno do duodeno, ou seja, o peritônio simplesmente reveste por cima. Então na parede anterior existe peritônio, na parede posterior não há presença de peritônio. Por causa disso, o peritônio é chamado de uma estrutura RETRO-PERITONEAL, ou seja, esta localizado por trás do peritônio. E, por conseguinte, é uma estrutura fixa, porque esta colabada à parede posterior. Enquanto que o estomago, da região de transição gastroduodenal e esofagogástrico são fixos, toda a parte intermediaria é móvel, o que permite o grande peristaltismo do estomago. Já o duodeno não, ele é mais fixo, o seu peristaltismo é mais deficitário, não é tão “forte” como em qualquer outra parte do tubo digestivo. A maior parte do duodeno é colocada à direita da coluna vertebral, se estendendo desde (a nível) a 1ª vértebra lombar ate a 3ª, no sentido crânio-caudal. Apresenta uma concavidade voltada para a esquerda, onde se encaixa o pâncreas, a porção mais dilatada desse pâncreas, chamada de cabaça do pâncreas. Então, na concavidade do duodeno, nos encontramos a cabeça do pâncreas. E na medida em que esse duodeno percorre margeando a cabeça do pâncreas, forma ai nesse caso (?) as quatro porções do duodeno: uma porção dita superior, uma porção -de cima pra baixo- descendente, a transversa e a ascendente. Obviamente que cada porção dessa vai apresentar uma angulação interna, dessa maneira separando uma porção da outra. Essa porção mais superior do duodeno é uma porção bem dilatada, que nos chamamos de bulbo do duodeno. Quando chega na porção final, ascendente, vai apresentar uma grande angulação com o restante do tubo digestivo, que é já porção do jejuno, aquela segunda porção do intestino delgado. E nos encontramos ai uma condensação de peritônio, de fibras musculares, de tecido colágeno, que vai se projetar entre o duodeno e o jejuno, para a parede posterior do abdômen, lá no músculo diafragma. Essa condensação é chamada de ligamento suspensor duodenojejunal, antigamente chamado de ligamento suspensor de ???? (foi o cara que descobriu isso). O interessante é que, no momento que ocorre esse ligamento jejunal, isso aqui forma o que nos chamamos agora de duodeno (acho que ele quis dizer jejuno..). Por que a partir daí passamos a chamar de jejuno? Por uma razão muito simples, porque a partir desse ponto, o peritônio começa a envolver o tubo digestivo e vai deixar, a partir desse ponto do ligamento suspensor, o intestino móvel. Toda a porção fixada: duodeno. A porção que já começou a ficar móvel: jejuno. Então nos temos um limite que é bem nítido, daquilo que é duodeno pra aquilo que é jejuno. Enquanto o peritônio ta passando so por uma parte ele (tubo digestivo) é colabado, no momento que ele envolve o tubo todinho e tem o meso, que é o inicio do mesentério, ai você tem a parte móvel. Ai diferencia de duodeno para jejuno. É claro que temos que ver as relações. DEEM UMA LIDA NISSO. So vou dizer uma coisa, pensando no todo, a cabeça do pâncreas esta encravada dentro da concavidade do duodeno (externamente), isso é intimamente aderido, não tem como fugir; então, por baixo da porção superior eu tenho cabeça do pâncreas, medialmente a porção descendente eu tenho a cabeça do pâncreas, acima da porção transversa eu tenho a cabeça do pâncreas, lateralmente a porção ascendente eu tenho a cabeça do pâncreas...então pelo geral você já tira as outras porções. É claro que vai ter mais alguns detalhes de localização, mas isso ai com um pouquinho mais de atenção a gente chega lá. Do mesmo jeito que a gente viu para o estomago, o duodeno apresenta as mesmas camadas: externamente, serosa; a camada muscular com duas trajetórias, externa longitudinal e circular interna; a submucosa e a mucosa. Só que a mucosa, diferentemente do estomago, vão apresentar as pregas circulares. Essas pregas são circulares porque elas conseguem dar uma volta em torno da luz do duodeno e elas também são chamadas de válvulas coniventes. Pregas circulares ou válvula conivente são sinônimos. Na parede posterior, póstero-medial, nos vamos encontrar duas dilatações, na parede póstero-lateral (gente, ele disse as duas coisas mesmo, mas acho que da segunda vez ele tava retificando...foi mal, mas como não estudei ainda esse assunto, não sei qual é...vocês vêem ai. ;P). essas dilatações são chamadas de papilas duodenais, uma de maior tamanho e outra pequenininha, que nas nossas peças dificilmente será vista essa pequena, que são respectivamente, a papila duodenal maior e a papila duodenal menor. A papila duodenal maior é inferior enquanto que a menor é superior, algo em torno de 2 cm. Essa papila duodenal maior é local de desembocadura do ducto pancreatico principal e do ducto colédoco, esse ducto colédoco trás a bile do fígado, enquanto que o ducto pancreático principal, como o nome diz, trás o suco pancreático pra a quebra de proteínas e gorduras. Em cima, na papila duodenal menor, vem o ducto pancreático acessório, e a gente vai ver na quinta feira que essa drenagem é feita principalmente na cabeça do pâncreas. Quando o ducto colédoco se une com o pancreático principal, forma o que nos chamamos de ducto biliopancreatico, que da passagem pra bile e pro suco pancreático. A dilatação externa que nos vemos dentro da mucosa do duodeno, na parede postero-medial, dentro da papila, é chamado de ampola biliopancreatica. Ampola: dilatação interna. Papila: dilatação externa. Em outras palavras, o “calombo” por fora é a papila, a cavidade oca interna, a ampola. O intestino delgado, na parte que se continua ao duodeno, que também é intestino delgado, vai se concentrar na região infra-mesocolica. Ta aqui o intestino grosso, o mesocolon transverso aqui. Todo o restante do intestino delgado, embaixo, na região chamada infra-mesocolica, que ta embaixo do colon transverso. O intestino começa a fazer varias dobras sobre si mesmo, essas dobras estão ai presentes para que o intestino jejuno-ileo caiba dentro da cavidade abdominal. Imaginem 2,5m de intestino aqui dentro. Tem que dar dobras, senão não vai caber. E cada dobra dessa é chamada de alça intestinal. Todo o intestino delgado jejuno-ileo apresenta dobras para caber na cavidade abdominal. Eu não posso externamente dizer quem é jejuno e quem é íleo, então em anatomia, nos chamamos tudo de jejuno-ileo. Agora, quando a gente vai para os extremos..... [Transcrito por Maria Gabriela] Relações anatômicas: Por trás: coluna vertebral, artéria aorta, veia cava inferior; À direita: colo ascendente; À diante: parede abdominal, omento maior (que sai do estômago, vai até a pelve e volta). Aqui, pegamos as alças intestinais e jogamos todas para a direita. Então, nós podemos ver o início do jejuno. Ele mostra um fibrosamento que vai para a parede posterior. Então aqui a gente vê o peritônio. Temos o início do mesentério. Então, toda a prega do peritônio, que prende as alças intestinais (jejuno-íleo) à parede posterior, que vai se estender até a porção final do íleo. O interessante é isso aqui: como o peritônio vai revestir as alças intestinais, a região do mesentério que está presa à parede posterior, que se reflete com o peritônio parietal, atinge uma região que vai do espaço da segunda vértebra lombar, à esquerda da coluna vertebral, até a circulação sacro-ilíaca, à direita (que é onde se inicia o ceco – intestino grosso). A gente tem aqui um tamanho de aproximadamente 18 a 25 cm, formando o que nós chamamos de raiz do mesentério (parte do mesentério que chega à parede posterior). Só que este mesentério também tem uma margem intestinal, que se continua no jejuno e no íleo. Quantos metros têm o jejuno-íleo? Aproximadamente 2,5 m. Podemos imaginar esse mesentério como um leque que se abre: aonde tiver jejuno-íleo, ele se dobra. Então, a margem da raiz é curtinha. Mas, a margem intestinal é muito ampla (tem o tamanho do jejuno-íleo). Então, numa prática, eu posso colocar o alfinete e pedir a raiz do mesentério. Também posso pedir a vocês a margem intestinal desse mesentério. São duas coisas diferentes....Aqui dentro estão correndo os vasos sangüíneos, como artéria mesentérica superior, veia mesentérica superior, veia mesentérica inferior. Ta tudo por aí por dentro. Estratigrafia: *Serosa; *Camada muscular longitudinal externa; *Camada muscular circular interna; *Submucosa (leito vascular – rede de vasos sangüíneos paralelos à superfície). Dessa rede vascular, saem os capilares para atingir os vilos no seu interior. Tem um vaso capilar central e artéria e veia margeando esse capilar linfático, para drenar tudo o que foi absorvido pelo tubo digestivo. Agora imaginem que o jejuno é muito mais absorvitivo de que o estômago, por ele ser bem mais absorvitivo, imaginem agora que esses vasos têm um leito vascular muito mais intenso que é para poder drenar mais, tanto é verdade que seus vilos apresentam projeções bem maiores do que a parede do estômago. Maior área de contato maior poder de absorção. Do mesmo jeito que no estômago encontramos orfícios espalhados na profundidade desses vilos chamamos de criptas, lembrando que no estômago chamamos de fovéolas, variando apenas no tipo de célula na profundidade dessas glândulas (a morfologia é a mesma). Gente, essa parte quem fez pra mim foi Lari, pq eu tava com problemas no computador. Como é bom ter uma amiga de verdade! Te amo, loucaaaaaaaa A vascularização desse jejuno-íleo é feita inteiramente pela artéria mesentérica superior, a sua drenagem é feita pela veia mesentérica superior que drena todo o sangue do jejuno-íleo para a veia porta. A artéria mesentérica superior emite vários ramos, ela não só irriga o jejuno-íleo mais também até a metade do cólon transverso do intestino grosso, com os seguintes ramos: as artérias que surgem do tronco principal da artéria mesentérica superior são chamadas de artérias jejunoileais que vão para as alças intestinais; outro ramo se dirige para a porção final do íleo, para o ceco e para o colo ascendente, então esta artéria é chamada de ileocecocólica; a artéria o ramo cecal se bifurca em artéria cecal anterior e artéria cecal posterior que para abraçar e formar uma rede anostomósica no ceco. Da artéria cecal posterior sai um ramo chamado de artéria apendicular que irá irrigar o apêndice vermiforme, além disso, manda a artéria cólica direita e manda ramos que é artéria cólica média. Isto vai favorecer toda a vascularização do lado direito do intestino grosso. A artéria mesentérica passa por dentro do mesentério. Todo o intestino grosso tem um tamanho aproximado de 1,5 m de comprimento. Na sua trajetória percorre toda a periferia da cavidade abdominal, ele está colabado. Dirige-se para o fígado onde promove uma inclinação para a esquerda (inclinação do fígado), onde desce até a abertura superior da pelve no lado esquerdo na asa do íleo onde promove uma grande curvatura e entra na cavidade pélvica. Com isso ele forma porções em todo o intestino grosso cuja porção inicial até o limite da entrada do íleo é chamada de ceco e se trata da porção mais dilatada do intestino grosso. A partir daí surge o cólon ascendente que possui o tamanho aproximado de 14 a 16 cm, tem pessoas que é até mais curto pelo volume do fígado do lado direito. Ao chegar à face inferior do fígado, na porção mais posterior, forma uma angulação para a esquerda que nós chamamos de ângulo cólico direito ou então ângulo (ou flexura) hepático que se dirige para a esquerda até o baço formando o cólon transverso que tem um tamanho aproximado de 0,5 m.O cólon transverso a medida que vai do lado direito para o esquerdo forma uma curvatura para baixo que em alguns indivíduos pode atingir até a pelve. [Transcrito por Mariana Arroxelas] Haja meso aí dentro né? Mas faz essa curva, mas não é nada anormal. Lembrem-se das variações anatômicas...desde que isso não cause transtorno funcional, é dito normal. É só uma variação anatômica. Pois bem. Chegou na flexura hepática, ou ângulo hepático, ou no ângulo cólico esquerdo, isso se dirige pra baixo até a entrada da pelve com um tamanho de 20 a 25cm, onde fica sinuoso, formando o colo sigmóide (imagine uma curvatura em 2 “S”), e entra até indo até o nível da terceira vértebra sacral, onde a partir daí, se continua com o nome de reto. (O prof. tinha confundido âgulo hepático com esplênico... pequena discussão... resumindo: lado direito – ângulo hepático, lado esquerdo – ângulo esplênico). Sabemos agora quais são as porções de cada porção desse intestino grosso. O reto, vcs dariam qual tamanho a ele aproximadamente? (Chutes...) Tem um tamanho que varia de 11 a 14cm. Vamos ver que é dividido em duas porções. (Perguntam se pode-se dizer que existem alças intestinais no intestino delgado. Resposta do prof: não, gente... alças intestinais só existem no intestino delgado, ok?). Vejam aqui: a gente pode facilmente jogar o jejuno-ílio, por causa do mesentério, é bem móvel. O intestino grosso, pode ver que a gente puxou todinho, mas ele ficou. Então, a porção inicial do intestino grosso é toda retroperitoneal, então é uma região não muito móvel, bem como o ceco. Quando chega aqui no ângulo hepático, que é o ângulo direito, o peritônio aumenta de quantidade pra formar o mesocolon transverso, não existe meso no colon ascendente, porque ele é retroperitoneal, que fica móvel, daí poder fazer aquela curvatura pra baixo, deixando esse intestino grosso aqui, a nível de colon transverso, bastante móvel, e na parte do ângulo esplênico, existe um fibrosamento, que nós chamamos de ligamento do ângulo cólico esquerdo, e há também o ligamento do ângulo cólico direito, que vão fazer com que tanto o colon ascendente como o colon descendente sejam posteriores, retroperitoniais, e fixos por esses dois ligamentos, que dá pra ver na peça, são pregas do peritônio. Pois bem. Como saber identificar o ceco nessa região? Na medida em que o ílio penetrar nesse intestino grosso. Do ílio pra baixo: ceco. Do ílio pra cima: colon ascendente. O apêndice vermiforme está no ceco. Geralmente o ceco é formado por uma única bolsa dilatada, às vezes tem duas, mas é raro. Quando olhamos por fora, vemos o que chamamos de junção ílio-cecal. Se na prova prática eu colocar um alfinete aqui por fora, eu to mostrando pra vcs a junção ílio-cecal. Por dentro: óstio ílio-cecal. Óstio é um buraco de comunicação né? Então fora: junção, dentro: óstio. A gente observa que a parede do ceco, como a de todo o restanto do intestino grosso, é formada com a musculatura do resto do tubo digestivo: peritônio fora, camada muscular longitudinal, camada muscular circular. A camada longitudinal externa vai se condensar em regiões e formou três fitas que nós chamamos de tênias: tênia omental, tênia mesocólica e tênia livre. Por que esses nomes? Tênia omental: lembram do omento maior? Que sai da grande curvatura do estômago se dirige e se prende no colo transverso? Aquele omento se prende nessa tênia omental. Não vai pra parede posterior? Na parede posterior sai uma prega de peritônio e vai para a parede do abdome: então tênia mesocólica, porque é onde se prende o meso. E a outra é livre porque não tem nada se prendendo nela. A nível do ceco, as três tênias confluem para a região do apêndice vermiforme, que tá na parede posterior do ceco, daí aquela a. retal posterior que dá a a. apendicular, porque ele ta na parede posterior. Agora, esse apêndice, em alguns casos, tem um comprimento muito maior que o próprio ceco. Cirurgia de apêndice: a pessoa pode ser obesa como for: o médico pega uma tênia e segue, porque qualquer tênia vai dar no apêndice. Então o médico sabe identificar o apêndice, é muito fácil. Vamos agora imaginar que peguei todo o intestino grosso. Ele é um tubo. Imaginem que eu cortei, e agora eu vou abrir isso aqui. Então vou abrir esse tubo digestivo todinho e vou deixar num plano. Vou ver as três tênias aqui. Sabemos que na camada muscular, temos a camada circular. A camada longitudinal deveria, quando chega na entrada do ílio, que é tudo longitudinal, isso quando entra aqui faz isso, ó. (mostrando o slide... era uma figura que mostrava a junção ílio-cecal, dava pra ver as direções das fibras musculares). Só que acontece uma coisa interessante. A medida que entra, de acordo com a região que ela vai ocupando, isso aqui fica só no cantinho, e forma o que nós chamamos de tênias. (ele começa a falar vários “isso aqui”, “lá”, e etc, mostrando no slide... resumindo: as tênias são as fibras da camada muscular longitudinal condensadas, e existem três condensações dessas). A gente não vai ter camada longitudinal a não ser nas tênias. A não ser umas poucas fibras que possam ficar sem se condensar. Mas o espessamento da longitudinal, que se condensou em uma região, formou essa tênia. (Pergunta: professor, existe alguma função fisiológica pra essas tênias? Resposta: que eu saiba, não. A não ser pelo movimento em massa, que é preciso um grande encurtamento, talvez essas tênias venham favorecer isso, porque na hora da defecação o movimento é em massa. Quando chega no reto, essas tênias desaparecem. Deveria ter né? No entanto, não tem. Quando eu tenho a entrada do ílio no intestino grosso, tenho o óstio ílio-cecal por dentro e a junção íliocecal por fora. A gente observa que quando o ílio se projeta pra dentro do intestino grosso, há um espessamento da camada muscular. Isso provoca uma projeção pra dentro da luz do intestino grosso, e forma duas pregas músculo-membranosas, uma em cima outra embaixo, que nós chamamos de válvulas do óstio ílio-cecal. Funcionam igual ao piloro: permite constantemente a passagem do bolo fecal pro intestino grosso, mas impede o retorno. [Transcrito por Mariana Arruda] Na parede posterior e inferior do ceco, encontramos o óstio de abertura do apêndice vermiforme. Vocês já escutaram, direto, até dos pais de vocês: “Não coma muito caroço de goiaba menino, não coma semente de tomate, tire porque isso provoca apendicite... Isso é que provoca apendicite.” Pode até ser, mas não porque entrou aqui. A apendicite é provocada pela falha do mecanismo de contração do apêndice vermiforme; constantemente tá entrando fezes aqui, só que o apêndice contrai, não tem movimento peristáltico? Contraiu, bota pra fora. Agora, por alguma razão, esse mecanismo falha... Quando pára esse movimento peristáltico do apêndice, as fezes vão entrar e não vão mais sair, e vão apodrecer, as bactérias começam a atuar aqui, e isso inflama , apodrece. Chega até um ponto de inchar tanto por ação bacteriana, que estoura, é o que se chama de hérnia estrangulada. Isso provoca uma infecção na cavidade peritonial, onde a membrana do peritônio tem um grande poder absorvitivo, e com um grande poder absorvitivo, dissemina rapidamente uma infecção generalizada, e isso mata rapidamente. Não é à toa que pessoas que têm problemas de apendicite estrangulada, estourada, passam meses dentro de um hospital, porque é uma infecção muito grave, muito grave mesmo. Então diagnosticou rapidamente, cirurgiar também rapidamente, não tem o que fazer: cirurgia nele. Agora, dizem que é uma estrutura que não tem função, no entanto é uma estrutura importantíssima: a parede do apêndice é cheia de tecido linfóide, cheia de tecido para defesa orgânica. Combate contra fungos, bactérias e vírus, então é uma estrutura que ao fazer isso vai dar um controle da flora intestinal. Agora, tirando ele por que não tem problema? Porque a parede do tubo digestivo do intestino grosso é cheia de tecido linfóide, placas de tecido linfóide, formando a placa de Paier, por exemplo, é cheia de tecido linfóide, então continua defendendo. O apêndice vermiforme é mais uma estrutura que vai favorecer a esse combate às infecções. [Pergunta]- Por que em cirurgias existem cortes que são na horizontal, e em outros casos são na vertical? É... O que é que isso implica, né? Isso implica... Você já viu como é a cicatriz das pessoas que tem cortes oblíquos? Como fica? Verticais, como fica? ABERTA, fica mais saliente, bem mais visível, porque não se respeita as linhas de tensão da pele. A nossa pele, nessa região, as linhas de tensão máxima, que são fibras colágenas, são nesse sentido... Se eu faço isso aqui, as linhas se contraem. Se eu faço oblíquo, eu estou respeitando essa anatomia, a tensão vai ser nesse sentido, aí vai juntar. Agora, por que o médico faz assim, ou faz oblíquo? De acordo com a localização desse apêndice, infelizmente. Tem gente que tá na região anatômica correta, mas esse apêndice vermiforme pode se localizar em qualquer lugar, tem apêndice que está na região pélvica, lá dentro, juntinho da bexiga urinária; tem apêndice, acredite de quiser, que está juntinho do fígado, por causa do desenvolvimento embrionário, então pode estar em qualquer quadrante da cavidade abdominal. [Pergunta] Sempre no ceco, o ceco é que vai estar deslocado. [Pergunta]- Qual a relação do apêndice com o peritônio? Ótimo... A relação do apêndice com o peritônio: com muita incidência, vai existir uma prega de peritônio que une esse apêndice ao ceco, então é um omento (prega de peritônio ligando duas vísceras é um omento). Então existe um omento apêndico-cecal... Às vezes existe um meso, por que? Porque essa prega vai se prender à parede posterior, então é um meso, víscera oca. [Pergunta] Com um omento ou um meso, em geral. [Pergunta] Simples... O intestino grosso não tá aqui? Ele é grosso porque tem um diâmetro muito maior do que o delgado, correto? Tá preso, de um lado o ascendente e o descendente... As alças intestinais, que são revestidas por peritônio, são tão móveis, que ficam roçando ora medialmente ora por cima, desse cólon ascendente e do cólon descendente, jamais acontece isso com o cólon transverso, por que não acontece? Por que as alças intestinais não vão passar por cima do cólon transverso? Porque ainda tem o mesocólon, o mesocólon transverso, que não cai feito um avental? Encobre tudo, então as alças intestinais não podem passar por baixo da margem livre pra passar pra cima, diferente das porções laterais, tá? Então é tão próximo um do outro que um escorrega no outro, peritônio com peritônio... O peritônio faz isso, o mesentério revestiu, intestino delgado escorrega por causa do líquido peritonial. O líquido é que lubrifica, fazendo com que uma víscera escorregue na outra, só isso... Então é uma relação que vai variar muito, tanto é que eu fiz questão de nem falar muito dessas relações, porque como o intestino delgado é muito móvel, as relações também são variadas, vai depender do estado de mobilidade de cada um. Não tem a válvula íleo-cecal? De cada lado da junção das duas válvulas, nós temos o freio da válvula, tanto anterior quanto posterior, tem um freio anterior, tem um freio posterior, que faz isso: de diante pra trás. Então freio anterior e freio posterior, prendendo cada válvula no momento de sua junção. Agora melhorou... Vem o cólon ascendente, vem o cólon transverso, descendente... (Vieira pede pra passar pro próximo slide) Por que eu estou fazendo isso? Porque agora ficou muito fácil! Sabemos que as tênias estão presentes tanto no ceco, quanto no cólon ascendente, quanto no transverso, quanto no descendente e no sigmóide. Quando chega no cólon sigmóide, na área de transição pro reto, olha só o que vai acontecer: eu não falei que as musculares se condensavam? Chega agora aqui, as tênias começam a se espalhar de novo, se espalham e formam uma camada longitudinal externa contínua, íntegra, diferente dos cólons, onde a camada muscular longitudinal externa só está nas tênias. Então se espalha de novo, formou a camada longitudinal externa, só a nível do reto. [Pergunta] Também... Longitudinal externa, circular interna (no reto). Do esôfago até o reto é nesse sentido, só que quando chega no intestino grosso, a camada externa se condensa em 3 fitas, formando as tênias, tá OK? Chegou no reto, volta para o padrão de antes. Agora eu tenho aqui um pedacinho do intestino... Exemplificando qualquer cólon ou ceco, sabemos que tem tênias e vamos ver constantemente uma série de dilatações seguidas de estreitamentos: dilatação dilatação dilatação, estreitamento, estreitamento. Constante, isso é todo o intestino grosso; isso forma o que nós chamamos de háustros, que também podem ser chamados de boceladura (acho que é isso), quer dizer: pequenas bolsas. Háustro ou boceladura. O que é háustro? É uma dilatação seguida de uma constricção: háustro; outra dilatação, estreitamento: outro háustro. É assim... Na mucosa do intestino grosso, é diferente do intestino delgado... Nós vimos que as pregas da mucosa formam as válvulas circulares, não foi isso? Porque circunda tudo... Quando a gente chega no intestino grosso, por causa da presença das tênias, que são visíveis também internamente, as válvulas só são presentes entre uma tênia e outra. Então essas válvulas não são chamadas mais de circulares, e sim de semicirculares, porque elas são interrompidas a nível das tênias, só isso... Então passa a se chamar de válvulas semicirculares. Isso aqui é só um esquema mostrando a diferença desde o esôfago até o intestino grosso da camada mucosa... Olha o que acontece com as pregas, principalmente da porção do jejuno: as pregas são bem maiores... Isso quer dizer, que quanto maior o tamanho dessas pregas for, maior poder absorvitivo essa região vai ter, porque vai ter uma maior área de contato, tranqüilo? Pois bem, chegamos agora no reto... O reto que, na verdade, não é reto. O reto só tem o nome de reto, porque na verdade o reto é curvo: ele tem curvaturas laterais e curvaturas ântero-posterior. Ântero-posterior acompanhando a curvatura do sacro, com concavidade pra frente, e a curvatura do cox, que é dirigida para trás. Então eu tenho concavidade sacral-anterior, concavidade coxigícaposterior, e curvatura de lateralidade (acho que é isso), que coincide com pregas no interior do reto, que são as pregas retais, sendo 3: prega retal superior, prega retal inferior e prega retal média, que também podem ser chamadas de válvulas retais: superior, média e inferior, sendo a superior e a inferior à esquerda, e a média na direita... E que coincide com as concavidades das curvaturas externas, isso pra favorecer ao encaixe dessas válvulas, ou dessas pregas, e com isso, no estado de relaxamento, essas pregas se interpõem, as paredes são colabadas, e com isso sustentam o bolo fecal a nível do cólon sigmóide, que eu esqueci de dizer que também tem um meso ????????? Então as fezes estão retidas no cólon sigmóide, no cólon descendente, preparados para a defecação... E por que o reto tem esse nome? O reto tem esse nome porque no momento da defecação ele fica reto. Imagine: o períneo vai baixar, eu puxo tudo pra baixo, então eu estico, desfaço as curvaturas ântero-posterior e as curvaturas laterais, ele fica reto... Aí eu costumo dizer brincando: se o reto fosse reto agora, vocês estariam agora defecando (k k k k k). Então o reto tem que estar nas suas curvaturas, que é pra segurar o bolo fecal, né? Como por exemplo no mecanismo da diarréia, na afecção da diarréia não segura, primeiro que tá liquefeito. Como tá liquefeito, o períneo relaxa que é pra liberar... O períneo desce, vai deixar o reto reto. Já tá liquefeito, tá cheio de água, e o períneo ainda desce, haja músculo esfíncter externo do ânus, ele é o único que vai segurar, tá? Então naquele momento pense: eu posso controlar, mas corra, corra que não vai dar tempo, tá?