Higienização das mãos - Mitos e verdades Para chegar até este site e ler esta notícia, provavelmente você usou as mãos. Para ligar o computador ou desbloquear seu celular também. Você já pensou quantas vezes usa as mãos ao longo do dia? Nossas mãos desempenham inúmeras funções e estão em contato frequente com objetos contaminados. Por isso, sempre que levamos as mãos a boca, nariz ou olhos sem higienizá-las, estamos correndo riscos de desenvolver alguma doença. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 40% dos casos de diarreias, gripes e conjuntivites poderiam ser evitados com o simples ato de lavar as mãos corretamente. Ou seja, com água e sabão, por 40 a 60 segundos, ou álcool em gel, por 20 a 30 segundos, não se esquecendo de espalhar bem o produto e limpar as regiões entre os dedos e ao redor das unhas. Um estudo feito nos Estados Unidos em 2013, pela Michigan State University, e baseado na observação do comportamento de 3.749 pessoas em banheiros públicos mostrou que: 33% não usaram sabonete ao lavar as mãos. 10% sequer lavaram as mãos. Apenas 5% lavaram as mãos por tempo suficiente. Para contribuir com esse importante ato de prevenção de doenças, selecionamos abaixo alguns dos principais mitos e verdades sobre a higienização das mãos. Devo lavar a mão com água e sabão e depois com álcool em gel. MITO — Embora em alguns locais os dois produtos estejam disponíveis, eles têm a mesma função. “Podemos escolher um deles e o efeito da higienização será imediato”, explica a dra. Mirian de Freitas Dal Ben Corradi, infectologista e integrante da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do Hospital Sírio-Libanês. Sabão antibacteriano é mais eficiente que sabão normal. MITO — Os sabões comuns (sólidos ou líquidos) têm a mesma eficácia que os antibacterianos na higienização das mãos e podem ser usados para todas as situações cotidianas em que as mãos possam ter sido contaminadas. Devo retirar joias e relógio durante a higienização das mãos. VERDADE — Sob esses objetos, frequentemente acumulam-se micro-organismos. Por isso, devemos retirá-los antes de situações de maior risco de contaminação ou transmissão de vírus e bactérias, como antes do preparo de qualquer alimento; em contato com pacientes doentes; e antes de tratar algum machucado. “Guardamos esses objetos, higienizamos as mãos e estamos protegidos”, comenta a dra. Mirian. Detergente pode ser usado para higienizar as mãos. VERDADE — No entanto, os detergentes, o álcool comum e os demais produtos de limpeza domiciliar não são produzidos para lavar as mãos e podem causar microfissuras na pele, facilitando a colonização por vírus e bactérias, explica a dra. Mirian. “Se não tivermos álcool em gel ou sabão, podemos usar detergente em uma ou outra situação, mas não são os mais indicados”, comenta a infectologista. Higienizar as mãos demais acaba matando os micro-organismos “bons”, prejudicando a flora bacteriana das mãos. MITO — Nossas mãos estão cheias de micro-organismos “bons”, que formam a flora bacteriana residente em nosso organismo, e de micro-organismos transitórios, que podem transmitir doenças. Quando higienizamos as mãos, podemos matar os dois tipos de micro-organismos, mas os residentes vivem em camadas mais internas da pele e logo são restabelecidos. Portanto, podemos higienizar as mãos várias vezes ao dia, ou seja, sempre que necessário. Quando o álcool em gel começa ficar “empelotado", deve ser descartado. MITO — O bico de alguns dispensadores de álcool em gel permitem que este fique “empelotado”, aparentando estar velho. Isso ocorre devido ao contato do produto com o ar, mas não necessariamente devem ser descartados. Segundo explica a dra. Mirian, o mais importante é manter o produto em local fresco e arejado e respeitar seu prazo de validade, conforme estipula o fabricante. “Se obedecermos esses critérios, podemos retirar aquelas partes mais ressecadas do bico do dispensador do álcool em gel e continuar usando o produto normalmente”, reforça a médica. Falta de higienização das mãos pode causar infecções hospitalares. VERDADE — A higienização das mãos é uma das estratégias utilizadas pelo Hospital Sírio-Libanês e outras instituições na prevenção das infecções hospitalares. Acompanhantes e familiares devem higienizar as mãos sempre, antes e depois, de visitarem pacientes internados. Para os profissionais de saúde, existem cinco momentos-chave de higienização das mãos: (1) antes de contato com o paciente; (2) antes da realização do procedimento asséptico; (3) após risco de exposição a fluidos corporais; (4) após contato com o paciente; (5) após contato com as áreas próximas aos pacientes. A higienização das mãos pode ser substituída pelo uso de luvas. MITO — As luvas podem reduzir em mais de quatro vezes os riscos de contaminação das mãos, mas segundo explica o dra. Mirian, no momento de retirar as luvas as mãos correm risco de serem contaminadas. Por isso, as mãos devem sempre ser higienizadas após a retirada das luvas. Momentos que sempre devemos higienizar as mãos: Após coçar ou assoar o nariz. Após ir ao banheiro. Antes e depois de tocar machucados e ferimentos. Depois de mexer no lixo. Depois de brincar, alimentar ou limpar um animal. Antes de tocar em qualquer coisa que vá à boca de bebês. Depois de trocar fraldas ou ajudar uma criança a se limpar. Fonte: www.hospitalsiriolibanes.org.br