Questões – ENEM Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 1

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Questões – ENEM
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
1. Observe a pintura e leia o texto para responder a questão:
(Opérários, Amaral, Tarsila. óleo sobre tela150x205cm. Acervo cultural dos Palácios do Governo do Estado de São
Paulo)
Desiguais na fisionomia, na cor e na raça, o que lhes assegura identidade peculiar, são iguais como força de trabalho.
Num dos cantos, os chaminés das indústrias se alçam verticalmente. No mais em todo o quadro, rostos colados, um
ao lado do outro, em pirâmide que tende a se prolongar infinitamente, como mercadoria que se acumula, pelo
quadro afora.
(GOTLIB, Nádia. Tarsila do Amaral, a modernista)
O texto aponta no quadro de Tarsila do Amaral um tema que também se encontra nos transcritos em:
a) Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas.
(Vinícius de Moraes)
b) Somos muitos severinos
iguais em tudo e na sina:
a de abrandar estas pedras
suando-se muito em cima.
(João Cabral de Melo Neto)
c) O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada em arquivos (Ferreira Gullar)
d) Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os
Sonhos do mundo. (Fernando Pessoa)
2. Texto para questão:
Futebol: “A rebeldia :é que muda o mundo”
Conheça a história de Afonsinho, o primeiro jogador do futebol brasileiro a derrotar a cartolagem e a conquistar o
Passe Livre, há exatos 40 anos .
Pelé estava se aposentando pra valer pela primeira vez, então com a camisa do Santos (porque depois voltaria a
atuar pelo New York Cosmos, dos Estados Unidos), em1972, quando foi questionado se, finalmente, sentia-se um
homem livre. O Rei respondeu sem titubear:
— Homem livre no futebol só conheço um: o Afonsinho. Este sim pode dizer, usando as suas palavras,que deu o grito
de independência ou morte. Ninguém mais. O resto é conversa.
Apesar de suas declarações serem motivo de chacota por parte da mídia futebolística e até dos torcedores
brasileiros, o Atleta do Século acertou. E provavelmente acertaria novamente hoje.
Pela admiração por um de seus colegas de clube daquele ano. Pelo reconhecimento do caráter e personalidade de
um dos jogadores mais contestadores do futebol nacional. E principalmente em razão da história de luta – e vitória –
de Afonsinho sobre os cartolas.
(ANDREUCCI, R. Disponível em: http://carosamigos.terra.com.br. Acesso em: 19 ago 2011)
O autor utiliza marcas linguísticas que dão ao texto um caráter informal. Uma dessas marcas é identificada em:
a) “(...) o Atleta do Século acertou.”
b) “O Rei respondeu sem titubear (...)”
c) “E provavelmente acertaria novamente hoje.”
d) “Pelé estava se aposentando pra valer pela primeira vez (...)”
e) “Pela admiração por um de seus colegas de clube daquele ano.”
3. O uso do pronome átono no início das frases é destacado por um poeta e por um gramático nos textos a seguir:
Pronominais
Iniciar a frase com pronome átono só e lícito na
Dê-me um cigarro
conversação familiar, despreocupada, ou na língua
Diz a gramática
escrita quando se deseja reproduzir a fala dos
Do professor e do aluno
personagens (...)
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
CEGALLA,Domingos Paschoal. Novíssima gramática
Da Nação Brasileira
da língua portuguesa.
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.
( ANDRADE, Oswald . Obras completas, Volumes 6-7. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1972.)
Comparando a explicação dada pelos autores sobre essa regra, pode-se afirmar que ambos:
a) condenam essa regra gramatical
b) acreditam que apenas os esclarecidos sabem essa regra
c) criticam a presença de regra na gramática
d) afirmam que não há regras para uso de pronomes
e)relativizam essa regra gramatical.
4. A crônica muitas vezes constitui um espaço para reflexão sobre aspectos da sociedade em que vivemos.
"Eu, na rua, com pressa, e o menino segurou no meu braço, falou qualquer coisa que não entendi. Fui logo dizendo
que não tinha, certa de que ele estava pedindo dinheiro. Não estava. Queria saber a hora.
Talvez não fosse um Menino De Família, mas também não era um Menino De Rua. É assim que a gente divide.
Menino De Família é aquele bem-vestido com tênis da moda e camiseta de marca, que usa relógio e a mãe dá outro
se o dele for roubado por um Menino De Rua. Menino De Rua é aquele que quando a gente passa perto segura a
bolsa com força porque pensa que ele é pivete, trombadinha, ladrão. (...) Na verdade não existem meninos De rua.
Existem meninos NA rua. E toda vez que um menino está NA rua é porque alguém o botou lá. Os meninos não vão
sozinhos aos lugares. Assim como são postos no mundo, durante muitos anos também são postos onde quer que
estejam. Resta ver quem os põe na rua. E por quê."
(COLASSANTI, Marina. In: "Eu sei, mas não devia". Rio de Janeiro: Rocco, 1999.)
No terceiro parágrafo em "... não existem meninos De rua. Existem meninos NA rua.", a troca de De pelo Na
determina que a relação de sentido entre "menino" e "rua" seja
a) de localização e não de qualidade.
b) de origem e não de posse.
c) de origem e não de localização.
d) de qualidade e não de origem.
e) de posse e não de localização.
5. No ano passado, o governo promoveu uma campanha a fim de reduzir os índices de violência. Noticiando o fato,
um jornal publicou a seguinte manchete:
“CAMPANHA CONTRA A VIOLÊNCIA DO GOVERNO DO ESTADO ENTRA EM NOVA FASE”
A manchete tem um duplo sentido, e isso dificulta o entendimento. Considerando o objetivo da notícia, esse
problema poderia ter sido evitado com a seguinte redação:
a) Campanha contra o governo do Estado e a violência entram em nova fase.
b) A violência do governo do Estado entra em nova fase de Campanha.
c) Campanha contra o governo do Estado entra em nova fase de violência.
d) A violência da campanha do governo do Estado entra em nova fase.
e) Campanha do governo do Estado contra a violência entra em nova fase.
6. - Precisa-se nacionais sem nacionalismo, (...) movido pelo presente mas estalando naquele cio racial que só as
tradições maduram! (...). Precisa-se gentes com bastante meiguice no sentimento, bastante força na peitaria,
bastante paciência no entusiasmo e sobretudos, oh! sobretudo bastante vergonha na cara!
(...) Enfim: precisa-se brasileiros! Assim está escrito no anúncio vistoso de cores desesperadas pintado sobre o corpo
do nosso Brasil, camaradas."
(Jornal "A Noite", São Paulo, 18/12/1925 apud LOPES, Telê Porto Ancona. "Mário de Andrade: ramais e caminho"
São Paulo: Duas Cidades, 1972)
No trecho acima, Mário de Andrade dá forma a um dos itens do ideário modernista, que é o de firmar a feição de
uma língua mais autêntica, "brasileira", ao expressar-se numa variante de linguagem popular identificada pela(o):
a) escolha de palavras como cio, peitaria, vergonha.
b) emprego da pontuação.
c) repetição do adjetivo bastante.
d) concordância empregada em ASSIM ESTÁ ESCRITO.
e) escolha de construção do tipo PRECISA-SE GENTES.
7. O trecho a seguir é parte do poema “Mocidade e morte”, do poeta romântico Castro Alves:
Oh! eu quero viver, beber perfumes
Na flor silvestre, que embalsama os ares;
Ver minh'alma adejar pelo infinito,
Qual branca vela n'amplidão dos mares.
No seio da mulher há tanto aroma...
Nos seus beijos de fogo há tanta vida...
– Árabe errante, vou dormir à tarde
À sombra fresca da palmeira erguida.
Mas uma voz responde-me sombria:
Terás o sono sob a lájea fria.
(ALVES, Castro. Os melhores poemas de Castro Alves. Seleção de Lêdo Ivo. São Paulo: Global, 1983.)
Esse poema, como o próprio título sugere, aborda o inconformismo do poeta com a antevisão da morte prematura,
ainda na juventude. A imagem da morte aparece na palavra:
a) embalsama.
b) sono
c) amplidão.
d) dormir.
e)infinito
8. O American Idol islâmico
Quem não gosta do Big Brother diz que os reality shows são programas vazios, sem cultura. No mundo árabe, esse
problema já foi resolvido: em The Millions’ Poet (“O Poeta dos Milhões”), líder de audiência no golfo pérsico, o
prêmio vai para o melhor poeta. O programa, que é transmitido pela Abu Dhabi TV e tem 70 milhões de
espectadores, é uma competição entre 48 poetas de 12 países árabes — em que o vencedor leva um prêmio de US$
1,3 milhão.
Mas lá, como aqui, o reality gera controvérsia. O BBB teve a polêmica dos “coloridos” (grupo em que todos os
participantes eram homossexuais). E Millions’ Poet detonou uma discussão sobre os direitos da mulher no mundo
árabe.
(GARATTONI, B. O American Idol islâmico. SuperInteressante. Edição 278, maio 2010 (fragmento).
No trecho “Mas lá, como aqui, o reality gera controvérsia”, o termo destacado foi utilizado para estabelecer uma
ligação com outro termo presente no texto, isto é, fazer referência ao :
a) vencedor, que é poeta árabe
b) poeta, que mora na região da Arábia
c) mundo árabe, local em que há o programa
d) Brasil, lugar onde há o programa BBB
e) programa, que há no Brasil e na Arábia
9. Cultivar um estilo de vida saudável é extremamente importante para diminuir o risco de infarto, mas também de
problemas como morte súbita e derrame. Significa que manter uma alimentação saudável e praticar atividade física
regularmente já reduz, por si só, as chances de desenvolver vários problemas. Além disso, é importante para o
controle da pressão arterial, dos níveis de colesterol e de glicose no sangue. Também ajuda a diminuir o estresse e
aumentar a capacidade física, fatores que, somados, reduzem as chances de infarto. Exercitar-se, nesses casos, com
acompanhamento médico e moderação, é altamente recomendável.
(ATALIA, M. Nossa vida. Época . 23 mar. 2009.)
As ideias veiculadas no texto se organizam estabelecendo relações que atuam na construção do sentido. A esse
respeito, identifica-se, no fragmento, que:
a) a expressão “Além disso” marca uma sequenciação de idéias
b) o conectivo “mas também” inicia oração que exprime idéia de contraste
c) o termo “como”, em “como morte súbita e derrame” introduz uma generalização
d) o termo “também” exprime uma justificativa
e) o termo “fatores” retoma coesivamente “níveis de colesterol e de glicose no sangue”
10. Entre ideia e tecnologia
O grande conceito por trás do Museu da Língua é apresentar o idioma como algo vivo e fundamental para o
entendimento do que é ser brasileiro. Se nada nos define com clareza, a forma como falamos o português nas mais
diversas situações cotidianas é talvez a melhor expressão da brasilidade.
(SCARDOVELI, E. Revista Língua Portuguesa . São Paulo: Segmento, Ano II, n o 6, 2006.)
O texto propõe uma reflexão acerca da língua portuguesa, ressaltando para o leitor a:
a) inauguração do museu e o grande investimento em cultura no país
b) importância da língua para a construção da identidade nacional
c) afetividade tão comum ao brasileiro, retratada através da língua
d) relação entre o idioma e as políticas públicas na área de cultura
e) diversidade étnica e lingüística existente no território nacional
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