Adilson W. Gandu - DCA/IAG/USP Document1 COORDENADAS VERTICAIS Referência: Kasahara A, 1974: Various vertical coordinate systems used for numerical weather prediction. Monthly Weather Review, 102, 509-522. Nos modelos atmosféricos, diversos tipos de coordenadas verticais têm sido usados, conforme a aplicação do modelo. Todos os tipos de coordenadas verticais têm certas vantagens e desvantagens. Alguns desses tipos serão apresentados abaixo: TIPOS E CARACTERÍSTICAS GERAIS DE ALGUMAS COORDENADAS VERTICAIS: (a) cartesiana (b) isobárica (c) isentrópica (d) “sigma” a) CARTESIANA Vantagens: conceitualmente simples (“visualisável”, geométrica) Desvantagens : pontos de grade “desaparecem“ dentro de montanhas (perde a continuidade espacial necessária aos modelos espectrais) b) ISOBÁRICA Vantagens: a equação da continuidade se torna “diagnóstica” os dados iniciais (radiosondagens) são dados em “superfícies” de pressão muito utilizada em análises teóricas Desvantagens: pontos de grade “desaparecem“ dentro de montanhas pontos de grade “aparecem” e “desaparecem” nos níveis mais baixo durante a integração c) ISENTRÓPICA Vantagens: muito utilizada em análise de superfícies frontais Desvantagens: as mesmas da isobárica 1 Adilson W. Gandu - DCA/IAG/USP Document1 d) “SIGMA” p (Phillips, 1957) ps Vantagens: “seguem” o terreno, sem interceptá-lo muito utilizado Desvantagens: grandes erros no cálculo da força do gradiente de pressão ( “ETA”) COORDENADA VERTICAL GENERALIZADA (s) Seja uma variável dependente “A” qualquer, função das variáveis independentes (cartesianas) “x”, “y”, “z”, e “t” : A A x, y, z , t Assume-se que exista uma variável “s” que também seja função de “x”, “y”, “z”, e “t”, e que essa função dá uma relação monotônica (de valor único) entre “s” e “z”: s s x, y , z , t e, portanto, z z x, y , s , t s constante z constante Assim, a variável “A” pode ser escrita como: A Ax, y, s x, y, z , t , t e sua derivada vertical como: A A s z s z (1) 2 Adilson W. Gandu - DCA/IAG/USP Document1 QUESTÕES: Como ficam nas equações básicas da atmosfera, - os gradientes horizontais (em especial a força do gradiente de pressão) ? - a derivada total ? - a “velocidade” vertical nessa coordenada ? - a divergência ? As derivadas parciais de A em relação a “x”, “y” e “t”, com “s” constante: A Ax, y, z x, y, s, t , t A z A A , ou, usando a equação (1): z x s x s x z Como A s z A A s z x s x s x z (2) Similarmente, para “y” e “t”: A A A s z y y s z s z y s (3) A s z A A t t s z s z t s (4) I – GRADIENTE HORIZONTAL na coordenada “s” Somando-se (2) e (3): s A s A z A s z z s (5) Por exemplo, a aceleração devido a Força do Gradiente de Pressão no sistema de coordenada “s” fica: 1 s p z p s p s z z s 1 3 Adilson W. Gandu - DCA/IAG/USP Document1 Mas, da equação (1), fazendo A p: p p s z s z p g , z ou, usando a equação hidrostática p g s s z que, substituindo na equação acima resulta em: 1 z p 1 s p g s z (6) Observar que no sistema de coordenada “s”, a aceleração devido à FGP é resultado da soma de dois termos. II – DERIVADA TOTAL e “VELOCIDADE” VERTICAL em “s” A derivada total da variável “A” em coordenada “z” pode ser escrita como dA A A V z A w dt z t z Substituindo a derivada temporal de “A” pela equação (4), o gradiente horizontal de “A” em z constante pela equação (5), e a derivada vertical de “A” pela equação (1), resulta em: 4 Adilson W. Gandu - DCA/IAG/USP Document1 A dA s z A V dt z t s s t s A s w s z s s A s z z Agrupando os termos que contem “s/z”, e rearranjando, obtem-se: dA A z V s A w V s dt t s t s s assim como s A z z s Mas, por definição, a derivada total em “s” é: A dA A V s A s dt s t s onde A s ds dt (7) é a “velocidade” vertical na coordenada “s”, w dz dt é a velocidade vertical na coordenada “z”. Como as duas expressões anteriores para a derivada total de “A” são iguais, comparando-as obtemos então a relação entre as velocidades verticais nessas duas coordenadas: s s z z w t V s s z (8) 5 Adilson W. Gandu - DCA/IAG/USP Document1 III – DIVERGÊNCIA HORIZONTAL em “s” Em coordenada “z”, a divergência pode ser escrita como: v u z V x z y z Utilizando as equações (2) e (3), a divergência em “s” fica: V s s V z V s z s z (9) IV – GRADIENTE VERTICAL DE “w” em “s” Termo necessário para a equação da continuidade: d ln z V w 0 dt z Da equação (1) w w s z s z Para avaliar o primeiro termo da lado direito dessa equação, “w” é substituído pela equação (8), que relaciona as velocidades verticais nos sistemas “z” e “s”: w z V s s s t s s z z s s s 6 Adilson W. Gandu - DCA/IAG/USP Document1 “Abrindo” os termos dessa equação: w z V z s z z s z V s s s t s s s s s s s Por outro lado, os termos envolvendo “z/s” pode ser reagrupados como t z z V s s s s s d z dt s z s Assim, o gradiente vertical de “w” pode ser reescrito como: w d z V s z s z s dt s s s s Portanto w w s s d z s z z dt s z V s z s s s (10) 7 Adilson W. Gandu - DCA/IAG/USP Document1 RESUMO EQUAÇÕES PRIMITIVAS em coordenadas “z” e “s” EQUAÇÃO DO MOMENTO HORIZONTAL Em “z” dV 1 f k V z p F atrito dt onde: V u i v j z j i x z y z d V z w dt t z , w dz dt Em “s” dV 1 f k V s p g s z F atrito dt s j i x s y s d V s s dt t s onde: , s ds dt 8 Adilson W. Gandu - DCA/IAG/USP Document1 EQUAÇÃO HIDROSTÁTICA Em “z” p g z Em “s” z 1 p s g s EQUAÇÃO TERMODINÂMICA Em “z” e “s” dT dp cp q dt dt OBS.: só muda a forma da derivada total EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE Em “z” d ln z V w 0 dt z Em “s” d dt s z ln V 0 s s s 9 Adilson W. Gandu - DCA/IAG/USP Document1 MOVIMENTO VERTICAL s s z z w t V s s z DIVERGÊNCIA HORIZONTAL s V s V z V s z z s 10