Geografia de Rondônia: Rondônia é um estado da região Norte do Brasil --------------------------------------------------------------------------------------------------INTRODUÇÃO Esta obra é uma modesta contribuição à população rondoniense, carente de informações referentes à geografia regional, em seus aspectos físicos, ambientais, econômicos e humanos, assim como a grande transformação ocorrida ao longo dos séculos XVIII, XIX e principalmente, no final do século XX. Nesse período, ocorreu um grande desmatamento para fixar o homem no campo, ocasionando o surgimento de praticamente todas as cidades de Rondônia; e o desaparecimento de várias espécies vegetais, principalmente de madeiras nobres, além da destruição da fauna. Todos os capítulos são interligados e convergem para demonstração de como ocorreu essa transformação no espaço territorial rondoniense. Buscamos, de forma simples, apresentar como ocorreu a ocupação do espaço geográfico do estado de Rondônia, que teve início no século XVIII, com a fundação, da aldeia de Santo Antônio e com a política de povoamento dos vales do Guaporé, Mamoré e Madeira pela Coroa Portuguesa, através do governo da capitania de Mato Grosso. As descobertas de ouro no alto vale do Guaporé desertaram interesse na Coroa Portuguesa pela posse da terra, portanto, em 1748, funda a capitania de Mato Grosso, cujos limites abrangiam a maior parte das terras do atual estado de Rondônia. Dom Antônio Rolim de Moura, governador da capitania de Mato Grosso (1751-1764), iniciou a política de povoamento e fundação de feitorias ao longo dos rios Guaporé e Madeira e construiu o Forte de Conceição que foi substituído pelo Real Forte do Príncipe da Beira. Nesse mesmo período, iniciou-se a exploração fluvial do rio Madeira e seus afluentes Mamoré e Guaporé, pela Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão, que utilizava essa rota fluvial com exclusividade para o abastecimento das minas de ouro dos afluentes do rio Guaporé e da capital da capitania de Mato Grosso (Vila Bela da Santíssima Trindade). Com a decadência da mineração, no vale guaporeano, no final do século XVIII, a região foi abandonada por um período de aproximadamente 100 anos. A partir da década de 1870, com o desenvolvimento da indústria de produtos derivados de látex o vale do Madeira e seus afluentes foram ocupados pelos seringueiros que, na sua maioria, eram retirantes que fugiam da seca do nordeste Brasileiro. A obra de construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, após as tentativas fracassadas de construção na década de 1870, foi construída entre 1907 e 1912, deu origem a um novo ciclo no desenvolvimento regional. No ponto inicial da ferrovia surgiu a cidade de Porto Velho e no final dela a cidade de Guajará-Mirim. Na mesma ocasião foram instaladas, as Linhas Telegráficas Estratégicas, unindo a bacia do rio Madeira à cidade de Cuiabá, Mato Grosso, que já estava interligada a outras regiões do Brasil, por meio de telégrafos. Entre 1877 e 1915, surgiram os povoados de Urupá (atual cidade de Ji-Paraná) Pimenta Bueno, Jaru, Papagaios (atual cidade de Ariquemes) e diversos outros. Com a desvalorização do preço do látex no mercado internacional, a partir de 1912, a região ficou estagnada por um período de aproximadamente 30 anos e ocorreu o retorno de seringueiros a suas regiões de origem. No período da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o Japão invadiu a Malásia, principal região produtora de látex, ocasionando a necessidade de abastecer os países aliados. Os governos do Brasil e dos Estados Unidos da América assinaram um acordo, dando incentivo à extração de látex na Amazônia brasileira. Novamente, os vales do Madeira e de seus afluentes foram ocupados. Esse período ficou conhecido como ‘Segundo Ciclo da Borracha’ e muito contribuiu para o desenvolvimento regional e para a criação do Território Federal do Guaporé. Em 13 de setembro de 1943, no auge do Segundo Ciclo da Borracha, o presidente Getúlio Vargas assinou o Decreto-Lei 5.812, criando o Território Federal do Guaporé, com áreas desmembradas dos estados de Mato Grosso e Amazonas. Em 1956, o Território passa a ser denominado de Território Federal de Rondônia. Na década de 50 do século XX é descoberta a existência do minério de estanho (cassiterita), na região de Ariquemes. A partir de 1970, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA deu início à implantação de diversos projetos integrados de colonização, gerando um intenso fluxo migratório de colonos, procedentes, principalmente, das regiões Sul e Sudeste do país, ocasionando o desenvolvimento das vilas e povoados remanescentes do período dos seringueiros e inicia a formação da maioria das atuais cidades de Rondônia. Pela Lei Complementar (Federal) n° 41, sancionada pelo presidente João Baptista de Figueiredo, em 22 de dezembro de 1981, foi criado o estado de Rondônia, e, no dia 4 de janeiro de 1982, ocorreu a cerimônia de sua instalação. Na década de setenta e início da década de oitenta do século XX o fluxo migratório era intenso e os órgãos governamentais, na época, pouco se preocupavam com a preservação do meio ambiente, gerando como consequencia um desmatamento desordenado. Durante as últimas décadas, a ação humana transformou as condições naturais da região e modernizou a economia regional, sem observar as questões ambientais e as disparidades regionais dos vales e da região ao longo da BR 364, onde ocorreu a maior transformação regional. Assim como a alteração da qualidade de vida da população ribeirinha que vive às margens dos rios e sobrevive da extração vegetal. Atualmente essas contradições, cada vez mais evidentes, fazem parte do espaço rondoniense e devem ser observadas. E isso já está acontecendo por meio do Plano Agropecuário e Florestal de Rondônia - PLANAFLORO, implantado, a partir de 1988, no governo de Jerônimo Garcia de Santana. Através do PLANAFLORO ocorreu um delineamento efetivado pelo Zoneamento Sócioeconômico e Ecológico, e foi envolvido pela crença de que a divulgação de um estudo sério viesse contribuir para uma mudança de cultura das nossas futuras gerações. Para elaboração desta obra, reuni-me com engenheiros flores-tais, geógrafos e professores de geografia, com o objetivo de selecionar um melhor conteúdo de temas, usufruindo ao máximo de referências bibliográficas. Sei que há muito por fazer, porém, dei uma parcela de contribuição. Espero que o amigo leitor encontre aqui a informação necessária para o momento. Historia de Rondônia INTRODUÇÃO Este livro, uma modesta contribuição à população rondoniense, carente de informações referentes à História Regional, foi pensado a partir da necessidade de se obter uma obra que registra de forma simples, porém objetiva, a história de Rondônia, desde o período da exploração pelos aventureiros, bandeirantes, jesuítas, capitães generais, seringueiros, garimpeiros e colonos agricultores. O desenvolvimento do espaço do atual estado de Rondônia é composto por vários ciclos, portanto, a História Regional é cheia de surpresa, de aventuras, de lutas, derrotas e vitórias, rica e gostosa de ler e ouvir. É uma grande lição de vida. Entre as fases de desenvolvimento do estado de Rondônia podemos destacar a descoberta de ouro no rio Corumbiara, no século XVIII; a conquista e o povoamento dos vales do Guaporé, Mamoré e Madeira; a construção do Real Forte do Príncipe da Beira, no período colonial; o Primeiro e o Segundo Ciclos da Extração de Látex; a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré e a descoberta de minério de estanho (cassiterita) em 1952. O período mais expressivo do desenvolvimento regional ocorreu a partir da abertura da BR 364, e com implantação de projetos de colonização, pelo Governo Federal, através do INCRA. Buscamos, de forma simples, apresentar como ocorreu a ocupação do espaço regional, que tem início no século XVIII, com a fundação da aldeia de Santo Antônio, pelo padre jesuíta João Sampaio, na primeira cachoeira do rio Madeira, sentido foz-nascente. Posteriormente as descobertas de ouro nos afluentes da margem direita do rio Guaporé despertaram interesses na Coroa Portuguesa pela posse da terra, portanto, em 1748, funda a capitania de Mato Grosso, cujos limites abrangiam a maior parte das terras do atual estado de Rondônia. Dom Antônio Rolim de Moura Tavares, considerado o primeiro governador da capitania de Mato Grosso (1751-1764), iniciou uma política de povoamento e fundação de feitorias ao longo dos rios Guaporé e Madeira e construiu o Forte de Conceição que foi substituído pelo Real Forte do Príncipe da Beira. Nesse mesmo período, iniciou-se a exploração fluvial do rio Madeira e seus afluentes Mamoré e Guaporé, pela Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão, que utilizava essa rota fluvial com exclusividade para o abastecimento das minas de ouro dos afluentes do rio Guaporé e da capital da capitania de Mato Grosso (Vila Bela da Santíssima Trindade). Com a decadência da mineração, no vale guaporeano, no final do século XVIII, a região foi abandonada por um período aproximado de 100 anos. A partir de 1877, com o desenvolvimento da indústria de produtos derivados de látex o vale do Madeira e seus afluentes foram ocupados pelos seringueiros que, na sua maioria, eram retirantes que fugiam da seca que assolava o nordeste Brasileiro. Em 1872, teve início a implantação do projeto de construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Porém, após várias tentativas de construção e a falência da quarta empresa construtora, ocasionada pela não liberação de recursos pelo banco financiador, foi oficialmente suspensa a concessão de construção da ferrovia, no ano de 1879. Entretanto, com o Tratado de Petrópolis, assinado pelos governos do Brasil e da Bolívia, em 1903, ocasião em que as terras do atual estado do Acre foram anexadas ao território brasileiro, ocorreu de fato a construção da Estrada de Ferro MadeiraMamoré. A obra de construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, após as tentativas fracassadas, foi iniciada em 1907 e concluída em 1912. No ponto inicial da ferrovia surgiu a cidade de Porto Velho e no final dela a cidade de Guajará-Mirim. Na mesma ocasião foram instaladas, as Linhas Telegráficas Estratégicas, unindo o estado do Amazonas (vale do Madeira) à cidade de Cuiabá, Mato Grosso, que já estava interligada a outras regiões do Brasil, por meio de telégrafos. Entre 1877 e 1915, surgiram os povoados de Urupá (origem da atual cidade de JiParaná), Pimenta Bueno, Jaru, Papagaios (atual cidade de Ariquemes) e diversos outros que surgiram e desapareceram como Santo Antônio do Rio Madeira, que chegou a ser uma cidade e o povoado de Samuel, no rio Jamari. Com a desvalorização do preço do látex no mercado internacional a região ficou estagnada, a partir de 1912, por um período de aproximadamente 30 anos, e ocorreu o retorno de seringueiros a suas regiões de origem. No período da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o Japão invadiu a Malásia, principal região produtora de látex, ocasionando a necessidade de abastecer os países aliados. Os governos do Brasil e dos Estados Unidos da América assinaram um acordo, dando incentivo à extração de látex na Amazônia brasileira. Novamente, os vales do Madeira e de seus afluentes foram ocupados. Esse período ficou conhecido como 'Segundo Ciclo da Borracha' e muito contribuiu para o desenvolvimento regional e para a criação do Território Federal do Guaporé. Em 13 de setembro de 1943, no auge do Segundo Ciclo da Borracha, o presidente Getúlio Vargas assinou o Decreto-Lei 5.812, criando o Território Federal do Guaporé, com áreas desmembradas dos estados de Mato Grosso e Amazonas. Em 1956, o Território passa a ser denominado de Território Federal de Rondônia. Na década de 50 do século XX é descoberta a existência do minério de estanho (cassiterita), na região de Ariquemes. No início dos anos de 1960, foi aberta a BR 364, e partir de 1970, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA deu início à implantação de projetos integrados de colonização, gerando um intenso fluxo migratório de colo-nos, procedentes, principalmente, das regiões Sul e Sudeste do país. O fruto do processo de colonização foi o desenvolvimento das vilas e povoados remanescentes do período dos seringueiros e o surgimento de todas as cidades do estado de Rondônia, exceto Porto Velho e Guajará-Mirim. Porém, o desmatamento para fixar o homem no campo gerou o desaparecimento de várias espécies vegetais, principalmente de madeiras nobres, além da destruição da fauna. Pela Lei Complementar n° 41, de 22 de dezembro de 1981, sancionada pelo presidente João Baptista de Figueiredo, foi criado o estado de Rondônia, e, no dia 4 de janeiro de 1982, ocorreu a cerimônia de sua instalação. Na década de setenta e início da década de oitenta do século XX o fluxo migratório era intenso e os órgãos governamentais, na época, pouco se preocupavam com a preservação do meio ambiente, gerando como conseqüência um desmatamento desordenado. Durante as últimas décadas, a ação humana transformou as condições naturais da região e modernizou a economia regional, sem observar as questões ambientais e as disparidades regionais dos vales e da região ao longo da BR 364, onde ocorreu a maior transformação regional. Assim como a alteração da qualidade de vida da população ribeirinha que vive às margens dos rios e sobrevive da extração vegetal. Atualmente essas contradições, cada vez mais evidentes, fazem parte do espaço rondoniense e devem ser observadas. Os órgãos públicos a partir da implantação do Plano Agropecuário e Florestal de Rondônia, iniciado em 1988, no governo de Jerônimo Santana, tem se preocupado com as questões ambientais. Através do PLANAFLORO ocorreu um delineamento efetivado pelo Zoneamento Socioeconômico e Ecológico, foi envolvido pela crença de que a divulgação de um estudo sério viesse contribuir para uma mudança de cultura das nossas futuras gerações. Sei que há muito por fazer, porém, dei uma parcela de contribuição. Espero que o leitor encontre aqui a informação necessária para o momento, nosso trabalho de pesquisa continua. Pretendemos publicar novas edições deste livro e de outras obras de nossa autoria. ---------------------------------------------------------------------------------------------------