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ESTADO DE SANTA CATARINA
SECRETARIA DE ESTADO DO PLANEJAMENTO
Centro Administrativo do Governo do Estado, Rodovia SC 401, Km 5, nº 4.600, Bloco 3 - 2º andar CEP 88032-000
Bairro Saco Grande, Município de Florianópolis/SC - Fone 48 – 3215-1390 Fax 48 – 3215-1331
Resumo Executivo
1. CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ECONOMIA REGIONAL
Gilberto Montibeller*
Paula Alexandra Binotto**
1.1 Território e população
O Estado de Santa Catarina, com área territorial de 95.442 Km2 e população de
5.546.935 habitantes, equivale a muitos países tanto em dimensão espacial como no
quantitativo demográfico. Sua densidade populacional, de 56,2 hab/km2, é superior ao dobro
da brasileira, e os habitantes se distribuem por todo o território, sem que haja grandes espaços
vazios. A população é predominantemente urbana (81%), mas não há aglomerações
excessivas – a maior cidade, Joinville, tem menos de 500 mil habitantes - nem desequilíbrios
regionais relevantes.
1.2 Socioeconomia
O Estado apresenta IDH bastante elevado - 0,822 no ano 2000 - colocando-o em
situação relativamente privilegiada no país (0,696). Comparando-se com o registrado em
1991, que era 0,748, observa-se ganho significativo de posição durante a década. Dentre os
três estados do Sul do Brasil, Santa Catarina é o que apresenta a melhor situação
socioeconômica. Em termos microrregionais, as áreas catarinenses com IDH mais elevado são
as de maior índice de industrialização (à exceção de Florianópolis), destacando-se a região
conurbada de Joinville e de Blumenau e as áreas do Oeste e Meio-Oeste, onde predominam os
sistemas agroindustriais. Indicador expressivo da condição social é o acesso à água
canalizada, cuja rede de distribuição abrange cerca de ¾ da população; idêntica fração
populacional das cidades é atendida por rede de esgoto sanitário, enquanto nas zonas de
menor densidade populacional, o sistema de fossa séptica supre as necessidades de
saneamento básico.
*
Professor voluntário da Universidade Federal de Santa Catarina.
Mestre em Economia pela Universidade Federal de Santa Catarina.
**
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1.3 Tendência populacional
A taxa de crescimento populacional, que atualmente se situa em torno de 1,1% a.a.,
tem sido sempre positiva ao longo da história de Santa Catarina, que em nenhum período
apresentou explosão demográfica. Isto revela uma economia que tem propiciado frentes de
ocupação e crescimento gradativo. As projeções do IBGE indicam tendências de que o ritmo
de crescimento gradativo, continuado, manter-se-á como padrão para Santa Catarina,
devendo, paulatinamente, reduzir a taxa de crescimento e chegar a 1,06% a.a. em 2020,
quando serão por volta de 7,1 milhões de habitantes.
1.4 Administração estadual regionalizada
Embora em ampla visão o estado aparente relativa situação equilibrada, em termos
microrregionais
há
desigualdades
sociais
importantes.
E
visando
justamente
ao
desenvolvimento socioeconômico espacialmente equilibrado, o atual governo criou secretarias
de desenvolvimento regionais em 22 cidades, descentralizando a administração estadual.
Todas as atividades de governo são encaminhadas a partir de demandas definidas nas
respectivas comunidades e executadas mediante a atuação das secretarias mesorregionais e
regionais.
1.5 Economia
Com 1,1 % do território e 3,2% da população, o Estado de Santa Catarina participa
com quase 4% do PIB brasileiro. Em muitas atividades destaca-se como o maior ou como
grande produtor nacional: por exemplo, na produção e exportação de suínos e aves; na
produção de maçã; cerâmica de revestimento; papel e celulose; motores elétricos; produtos
têxteis e do vestuário; em derivados da madeira, sobretudo móveis.
A economia catarinense é diversificada e integrada. A indústria contribui com 46% do
PIB; a agropecuária, bastante vincula àquela, responde por cerca de 14%. O setor de comércio
e serviços, que no caso catarinense em quase sua totalidade tem suas atividades relacionadas
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com as do setor secundário e do setor terciário da economia, perfaz os restantes 42% na
composição do PIB estadual. Na agregação de valor, a indústria de transformação, com 37,7%
do total, é a mais expressiva, seguida do setor agropecuário (14,3%); salientam-se também as
atividades de administração pública, defesa e seguridade social (10%), as atividades do ramo
imobiliário (8%) e de construção civil (com 6% do valor adicionado bruto em 2002).
O valor do PIB alcança cerca de R$ 51,8 milhões (em 2002), fruto de um crescimento
muito expressivo. Considerando o período de 1998 a 2002, enquanto os vizinhos estados do
Paraná e do Rio Grande do Sul cresceram, respectivamente, 5,7% e 9,2%, e o Brasil 8,6%, a
economia de Santa Catarina aumentou 17,8%.
Deste crescimento relativamente elevado resulta o melhor desempenho em termos de
renda per capita, e situa Santa Catarina, com R$ 7.830/hab em 2002 (a preços de 2000), logo
a seguir ao Rio Grande do Sul (R$ 8.410), à frente do Paraná (R$ 6.960) e significativamente
superior ao país (R$ 6.450).
1.6 Infra-estrutura das atividades produtivas
As atividades produtivas têm, nas vias de transporte e de comunicação e na oferta de
energia, a infra-estrutura básica a ser garantida pelos governos. Quanto à energia, a rede que
interliga a região Sul do país, utilizando hidroelétricas (72% da potência instalada) e
termoelétricas (26%); o gás boliviano que atende aproximadamente 100 indústrias; um projeto
de gasoduto desde a Argentina; além de pesquisas em outras fontes alternativas, completam o
quadro de oferta para garantir a expansão das atividades produtivas em Santa Catarina. No
setor de comunicações, além do tradicional e eficiente serviço de correios, implantado em
todas as cidades, o setor de telecomunicações também cobre o Estado, com l,6 milhão de
linhas fixas, além das 1,3 milhão para celulares.
Com relação ao transporte aéreo, o aeroporto de Florianópolis, com características de
aeroporto internacional, o de Joinville, o de Navegantes (que serve a Blumenau, Itajaí e
região) e o de Chapecó estão bem aparelhados, inclusive para transporte de cargas. Além
destes, aeroportos menores atendem os centros microrregionais, tais como o de Criciúma, o de
Lages e o de Joaçaba. No transporte terrestre, predominantemente feito por meio rodoviário,
vias pavimentadas interligam o estado a todo o país e permitem o acesso ao MERCOSUL,
cortam o território estadual fazendo a ligação do extremo-oeste com o litoral e alcançam
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praticamente todas as cidades e zonas de produção. Os portos, essenciais para as exportações,
são o de Itajaí (especialmente para carga conteinerizada), o Porto de São Francisco do Sul e o
de Imbituba, além do Porto de Paranaguá, que, pela relativa proximidade, também atende o
comércio internacional catarinense.
Assim, a infra-estrutura das atividades econômicas – sistema de transportes, de
comunicações e de energia – não tem se constituído em gargalos que impedem o crescimento
da economia. Há problemas de conservação de estradas e problemas operacionais nos portos.
Contudo, tendo em vista a perspectiva de desenvolvimento a partir do programa estratégico
decorrente do presente estudo, sobretudo através das exportações, são previstos os seguintes
projetos logísticos:
a) melhoria das rodovias em direção ao Porto de São Francisco do Sul e ao Porto de
Itajaí;
b) implantação de um Corredor Bioceânico com complementação do complexo
ferroviário interligando os portos catarinenses e o Porto de Antofagasta (Chile),
para acesso ao Pacífico e mercados asiáticos; e
c) ampliação e reequipagem do Porto de Imbituba para produtos a granel, via
transporte ferroviário, originários do Mato Grosso do Sul, do Paraná e do Rio
Grande do Sul.
1.7 Infra-estrutura de educação, P&D e de capacidade inovativa
Na área da educação, Santa Catarina apresenta um dos melhores quadros do país, seja
na educação básica e média, seja no nível superior. Na faixa de idade até 14 anos, 96% das
crianças e jovens freqüentam a escola; entre 15 até 17 anos, 75%. Na idade acima de 25 anos,
a taxa de analfabetismo foi reduzida de 11,5%, em 1991, para 7,4%, em 2000.
Com relação ao ensino superior, 26% da população de 18 a 22 anos freqüentam cursos
deste nível. Há um total de 105 instituições que incluem universidades, centros universitários,
faculdades e centros de educação tecnológica. As principais estão localizadas nos pólos
regionais mais importantes como Joinville, Florianópolis, Blumenau, São José (região da
Grande Florianópolis), Chapecó, Criciúma e Lages, com atividades e campi beneficiando as
respectivas microrregiões.
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Centros de tecnologia em automação e informática (Florianópolis); em cerâmica e
materiais (Criciúma); em tecnologia de alimentos (Chapecó); centro de tecnologia do
mobiliário (São Bento do Sul); do vestuário (Blumenau); e de tecnologia em eletrometalmecânica (Joinville), completam o quadro de infra-estrutura de ciência, tecnologia e inovação.
Na parte institucional do governo estadual, a atuação nesta área dá-se por meio da Fundação
de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina (FAPESC).
1.8 Questões socioambientais
Não há em Santa Catarina problemas ambientais significativos que decorrem de
excessos de aglomeração tais como poluição do ar e sonora, pois sua rede urbana é constituída
apenas de pequenas e médias cidades. Os problemas mais relevantes são pontuais,
relacionados a algumas indústrias e a deficiências nos sistemas de abastecimento de água e
esgotamento sanitário, principalmente nos maiores centros.
A questão geral mais grave envolve a produção pecuarista em larga escala, em
especial de suínos e de aves, pelo problema ambiental derivado da grande quantidade de
dejetos animais lançados. Programas específicos de pesquisa e de ações procuram encontrar
formas de amenizar o problema, inclusive visando garantir a presença do produto catarinense
em mercados internacionais cada vez mais exigentes quanto à qualidade ambiental das regiões
produtoras.
Neste sentido, cabe destacar o Programa Microbacias-2 do governo estadual, em
execução em todo o território do estado; a atividade da Fundação de Apoio à Pesquisa
Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina (FAPESC) em relação às pesquisas
inerentes a este programa e no apoio a projetos de pesquisa de desenvolvimento tecnológico e
de processos visando redução de gases do efeito estufa; e projetos ambientais da iniciativa
privada na perspectiva de venda de créditos de carbono através do Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo, do Protocolo de Kyoto.
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