Ensino Médio 3ª Série. Geografia. Professor Adriano Medeiros. Santa Catarina. Área Com 95.346Km², Santa Catarina é um dos menores Estados brasileiros. Seu território equivale a 1,13% do País. Localizado no centro da Região Sul, temos como limites a Oeste a Argentina, a Leste o Oceano Atlântico, ao Norte o Estado do Paraná e ao Sul o RS. Bandeira A bandeira do estado de Santa Catarina foi instituída inicialmente pela lei nº 126 de 15 de agosto de 1895 durante o governo de Hercílio Luz. Tinha como autor José Boiteux. A mesma lei que institui o brasão do estado de Santa Catarina. Durante o Estado Novo, Getúlio Vargas suspendeu o uso de símbolos estaduais, incluindo a Bandeira e as Armas, através da constituição brasileira de 1937 e do Decreto-lei nº 1.202 de 8 de setembro de 1939. Só em 29 de outubro de 1953 a Lei estadual nº 275, sancionada pelo governador Irineu Bornhausen (regulamentada em 19 de fevereiro de 1954 pelo Decreto nº 605) revitaliza o uso dos símbolos estaduais. 17 de Novembro A Junta governativa catarinense de 1889 foi um triunvirato organizado pelos associados do Clube Republicano do Desterro e pelos oficiais da Guarnição Militar, formada por: Raulino Horn, farmacêutico, presidente do Clube Republicano Esteves Júnior João Batista do Rego Barros Cavalcanti de Albuquerque, coronel, comandante da guarnição militar Alexandre Marcelino Bayma, médico da guarnição militar. A Junta Governativa assumiu pacificamente o governo do estado em 17 de novembro, permanecendo no cargo até 2 de dezembro de 1889. A data de 17 de novembro de 1889 está estampada no escudo localizado no peito da águia da bandeira do estado de Santa Catarina, lembrando a data de implantação da república no estado. CLIMA O clima mesotérmico predominante em Santa Catarina proporciona temperaturas agradáveis, variando de 13 a 25° C, com chuvas distribuídas durante todo o ano. Ao contrário da maior parte do território brasileiro, aqui as quatro estações são bem definidas. Os verões são quentes, ensolarados. E a região do Planalto Serrano, com altitudes que atingem 1.820 metros, é onde há a maior ocorrência de neve no inverno no Brasil. REGIÕES O Estado é dividido em oito regiões que apresentam características peculiares, o objetivo desta divisão que leva em conta a geografia é o de desenvolver atividades políticas e administrativas que visam o desenvolvimento do Estado como um todo. Litoral Os 500 quilômetros de litoral foram colonizados por açorianos no século XVIII. Apresenta um relevo recortado, com baías, enseadas, manguezais, lagunas e mais de 500 praias. É uma das mais importantes áreas de biodiversidade marinha do Brasil. As principais cidades são Florianópolis, São José, Laguna, Imbituba, Itajaí, Balneário Camboriú e São Francisco do Sul. A pesca e o turismo são atividades econômicas marcantes. Florianópolis, capital e centro administrativo do Estado, é uma cidade privilegiada: situa-se em uma ilha oceânica com 523 quilômetros quadrados. A capital brasileira que oferece melhor qualidade de vida e o terceiro município brasileiro mais visitado por turistas estrangeiros, atrás apenas de Rio de Janeiro e São Paulo. Nordeste Com forte tradição germânica, o Nordeste do estado concilia uma economia dinâmica. Indústrias do ramo eletro-metal-mecânico dividem espaço com as densas florestas da Serra do Mar e as águas da Baía de Babitonga. A região tem alto poder aquisitivo e excelente qualidade de vida. Suas principais cidades são Joinville (a maior de Santa Catarina, com 500 mil habitantes) e Jaraguá do Sul. Vale do Itajaí Um "pedacinho da Alemanha" encravado em Santa Catarina. Assim é o Vale do Itajaí, situado entre a Capital e o Nordeste do estado. A herança dos pioneiros germânicos deixou marcas na arquitetura, culinária e nas festas típicas e na força da indústria têxtil. Sua paisagem de morros, matas, rios e cachoeiras é um forte atrativo para os ecoturistas. Os principais municípios são Blumenau, Gaspar, Pomerode, Indaial, Brusque, Rio do Sul e Itajaí. Planalto Norte Região rica em florestas nativas e provenientes de reflorestamento, concentra-se o pólo florestal catarinense - o mais expressivo da América Latina, abrangendo indústrias madeireiras, moveleiras, de papel e papelão. Os principais municípios são Rio Negrinho, São Bento do Sul, Canoinhas, Corupá, Mafra, Três Barras e Porto União. Planalto Serrano O frio e o turismo rural são os grandes atrativos desta região, que tem como atividades econômicas a pecuária e a indústria florestal. Por conta das paisagens e da neve que se precipita em algumas cidades, todos os anos o Planalto recebe milhares de visitantes no inverno. A estrada da Serra do Rio do Rastro, que desce em curvas sinuosas de uma altitude de 1.467 metros até o nível do mar, é uma atração à parte. Os principais municípios são Lages, São Joaquim, Urubici e Bom Jardim da Serra. Sul O jeito simples de viver dos descendentes de imigrantes italianos é uma característica marcante da região. Quem a visita pode conhecer de perto as vinícolas e apreciar a cultura italiana em festas típicas. Extrativismo mineral e indústria cerâmica são as principais atividades econômicas. O Sul do Estado tem estações hidrotermais e cânions ricos em biodiversidade. Suas principais cidades são Criciúma, Tubarão, Gravatal, Araranguá e Urussanga. Meio-Oeste Nesta região de morros ondulados localizada no centro do Estado situam-se comunidades de pequeno e médio porte, colonizadas por imigrantes italianos, alemães, austríacos e japoneses. Sua atividade econômica está baseada na agroindústria, criação de bovinos e produção de maçã. Também há indústrias expressivas do pólo metal-mecânico. As principais cidades são Joaçaba, Videira, Caçador, Treze Tílias, Curitibanos, Fraiburgo e Campos Novos. Oeste Os campos do Oeste são o "celeiro" de Santa Catarina, de onde sai boa parte da produção brasileira de grãos, aves e suínos. Frigoríficos de grande e médio porte estão associados aos produtores rurais em um modelo bem-sucedido de integração: as empresas fornecem insumos e tecnologia e compram a produção de animais. A região também começa a explorar o potencial turístico de suas fontes hidrotermais. Os principais municípios são Chapecó, Xanxerê, Concórdia e São Miguel do Oeste. HISTÓRIA DE SC Desde o início do século XVI, existe o reconhecimento do litoral de SC. Juan Dias Solis, em 1515, em sua expedição registra a baía dos "perdidos“. Se refere às águas entre a Ilha de Santa Catarina e o continente. Juan Dias Solis A expedição de Sebastião Caboto, italiano a serviço da Espanha, chega ao litoral catarinense por volta de 1526. Seus mapas denominava a Ilha de Santa Catarina de "porto dos Patos". O nome de Santa Catarina aparece, pela primeira vez, no mapa-mundi de Diego Ribeiro, de 1529. SANTA CATARINA Portugal utilizou-se, largamente, do princípio jurídico do "uti possidetis", o direito do primeiro possuidor no século XVI. O nome é em homenagem a Santa Catarina de Alexandria, festejada pela igreja em 25 de novembro. Sendo considerada a padroeira do Estado. Catarina nasceu na cidade egípcia Alexandria e cresceu como uma pagã, mas em sua adolescência converteu-se ao cristianismo. Diz-se que ela visitou seu contemporâneo, o imperador romano Maximiano, e tentou convencê-lo do erro moral na perseguição aos cristãos. Ela conseguiu converter a sua esposa, a Imperatriz, e muitos pagão que o Imperador enviou para disputar com ela. Catarina de Alexandria morreu decapitada mas ao invés de sangue saiu leite e por isso as mães que amamentam recorrem também a sua intercessão. Joana d'Arc disse que Santa Catarina apareceu-lhe várias vezes. PRIMEIROS POVOADORES O povoamento do território catarinense está aos interesses de navegações que tiveram o litoral de Santa Catarina como ponto de apoio para região do Rio da Prata. Os primeiros povoadores foram náufragos, como sobreviventes de uma embarcação da expedição de Juan Dias Solis. Desterro O bandeirante Francisco Dias Velho, que partiu de São Paulo, em 1672, acompanhado de familiares e índios domesticados, com interesses agropastoris. Com a morte de Dias Velho e a conseqüente retirada de seus filhos, a povoa do Desterro quase desapareceu. A partir de 1715, com a concessão de sesmarias a portugueses, como Manoel Manso de Avelar, passa-se a sentir a necessidade de povoamento da Ilha. Domingos de Britto Peixoto a fundação de Laguna, por volta de 1684, após a pacificação de indígenas ali existentes. A Capital de Santa Catarina foi criada quando a Coroa Portuguesa através da Provisão Régia de 11 de agosto de 1738. Desincorporou os territórios da Ilha de Santa Catarina e o Continente do Rio Grande de São Pedro da jurisdição de São Paulo. AÇORIANOS A fundação das povoações "vicentistas" no litoral catarinense não fortaleceu o surto demográfico em toda sua extensão. Criou três núcleos isolados, vivendo de sua subsistência como foi o caso de São Francisco, Desterro e Laguna. CULTURA O elenco de manifestações da cultural popular inclui a tecelagem manual, técnicas de pesca, o folguedo "boi-demamão“. Danças (geralmente denominadas como fandangos), as festividades do ciclo do Divino Espírito Santo, além do substrato lingüístico. LAGES Em 1720, Bartolomeu Paes de Abreu, busca um caminho que ligasse São Paulo ao atual Rio Grande do Sul. Regiões de campos favoráveis à criação de gado. Antônio Correa Pinto em 1766 fundou sertão de Curitiba (Lages). A determinação era de que a futura Vila deveria chamar-se Vila Nova dos Prazeres. ALEMÃES E ITALIANOS A colônia de Blumenau foi fundada, em 1850, pelo Dr. Hermann Blumenau, foi vendida, dez anos após, ao Governo Imperial. a partir de 1875, Rio dos Cedros, Rodeio, Ascurra e Apoiúna, em torno da colônia Blumenau; Porto Franco (atual Botuverá) e Nova Trento, em torno da colônia Brusque. Joinville Francisco Fernando de Orléans filho do Rei de França Luís Filipe I. Em 1843 esteve no Brasil para se casar com a princesa D. Francisca de Bragança Se tornaram eles o príncipe e a princesa de Joinville (ele, filho do rei da França e ela, irmã do imperador D. Pedro II). • Francisco Filipe Luís Orléans. Fernando Maria de •Príncipe de Joinville, foi um almirante francês. •Terceiro filho do Rei de França Luís Filipe I de Orléans e de Maria Amélia de BourbonSicília, princesa de Nápoles. Francisco recebeu por dote um milhão de francos ou seja 750 contos e mais terras em Santa Catarina, terras devolutas na Província de Santa Catarina, no Sul do Brasil. Com 25 léguas quadradas, ou três mil braças, situadas a nordeste da Província, à margem esquerda do rio Cachoeira. Não recebendo as terras próximo da Guiana Francesa que desejava a coroa francesa. Falidos e no exílio, os príncipes de Joinville negociaram as terras com a Companhia Colonizadora Alemã em 1849. Mediante o qual estes cediam 8 léguas quadradas à dita Sociedade, para que fossem colonizadas. Assim, oficialmente a história de Joinville começa com a chegada da primeira leva de imigrantes europeus e a "fundação" da cidade em 9 de março de 1851. O CONTESTADO A disputa travada entre as províncias do Paraná e Santa Catarina, pela área localizada no planalto meridional era antiga, permanecendo em litígio até o período republicano. Em 1910, o Supremo Tribunal dá ganho de causa a Santa Catarina. A região contestada era povoada por "posseiros" que, sem oportunidade de ascensão social ou econômica nas fazendas, tomavam, como alternativa, a procura de paragens para tentar nova vida. Destaca-se a atuação dos chamados "monges", dentre os quais o primeiro chamava-se João Maria de Agostoni, de nacionalidade italiana, que transitou pelas regiões do Rio Negro e Lages, desaparecendo após a Proclamação da República. Em 1912 surge o monge José Maria, exsoldado do Exército, Miguel Lucena de Boaventura, que não aceitava os problemas sociais. Em novembro o acampamento é atacado pela força policial paranaense e trava-se sangrento combate o que fez desencadear novos confrontos, além do agravamento das relações entre Paraná e Santa Catarina. Em 1913, uma concentração em Taquaruçu, que se tornou a "Cidade Santa“ é atacada e matam o “monge”. Praxedes Gomes Damasceno é o novo lider, os caboclos se encontram enfraquecidos. Seriam formados e diversos outros combates, principalmente sob a forma de guerrilhas, se travariam até que o conflito na região realmente terminasse. Bibliografia Arquivo Público de Santa Catarina e Instituto Geográfico e Histórico de Santa Catarina. Piazza, Walter Fernando. Santa Catarina: história da gente. Ed. Lunardelli, 1989. Atlas Geográfico de Santa Catarina. Governo do Estado de Santa Catarina. 2010.