Custos Indiretos de Fabricação: conceitos gerais e critérios de rateio. Como sabemos, os CUSTOS INDIRETOS são aqueles que, fazendo parte do processo produtivo, referem-se a gastos não diretamente relacionados a um determinado produto. Tais gastos são realizados visando sua aplicação a TODOS os produtos fabricados. Esses custos, ainda que indiretamente relacionados com o mix de produção, podem ser também variáveis, isto é, estão relacionados com a QUANTIDADE produzida. Como exemplo, pode-se citar o consumo de energia elétrica, quando existe somente um medidor para um mesmo ambiente de produção, onde nesse são fabricados mais de um produto. Neste caso, o consumo total da energia elétrica deve ser rateado aos produtos, adotando um critério que seja mais adequado ao processo fabril. Além dos indiretos variáveis, temos também os indiretos FIXOS, cuja característica principal é a de que seu valor total não se altera com a quantidade produzida. Entretanto, o valor do custo fixo unitário depende, logicamente, da quantidade produzida. Os custos indiretos no processo produtivo, necessitam ser rateados entre os produtos e departamentos, para que se possa observar com mais clareza o CUSTO FINAL, seja por produtos e/ou departamentos da empresa. Os critérios mais utilizados são: Rateio com base na matéria-prima aplicada; Rateio com base na Mão-de-Obra Direta (MOD); Rateio com base nos custos diretos totais (MP + MOD); Rateio com base nas horas-máquinas utilizadas. Ressalte-se que esses são os mais utilizados. Porém, dependendo da especificidade da empresa, nada impede que o gestor/analista implemente outros critérios para ratear os custos indiretos de fabricação (CIF’s). A opção por um dos critérios depende do item de maior relevância na composição do CIF. Alguns exemplos: a) Processo de estocagem da Matéria-prima, possibilitando maior perda – utiliza-se o 1º critério; b) Acentuada utilização da Mão de Obra Indireta (supervisão etc) – 2º critério; c) A “junção” dos dois elementos acima – 3º critério; d) O excessivo desgaste da máquina (depreciação acentuada) – 4º critério. A seguir, um exemplo utilizando os quatro critérios acima mencionados; O TOTAL de Custos Indiretos a ratear é de R$ 7.000,00 Admitamos que em determinado período, a empresa fabrique os produtos “F” e “G”, tendo a contabilidade apresentado as seguintes informações: 1) PRODUTO “F” Matéria-prima utilizada: MOD Custos diretos totais Horas-máquina utilizadas R$ 6.000,00 R$ 2.000,00 R$ 8.000,00 1.600 horas 2) PRODUTO “G” Matéria-prima utilizada R$ 4.000,00 MOD R$ 6.000,00 Custos diretos totais R$ 10.000,00 Horas-máquina utilizadas 1.000 horas Com base nos dados acima, procedamos os rateios dos CIF’s aos produtos. 1º critério – rateio com base na matéria-prima utilizada Produto “F”: R$ 6.000,00/R$ 10.000,00 X R$ 7.000,00 = R$ 4.200,00 Produto “G”: R$ 4.000,00/R$ 10.000,00 X R$ 7.000,00 = R$ 2.800,00 2º critério – rateio com base na MOD Produto “F”: R$ 2.000,00/R$ 8.000,00 X R$ 7.000,00 = R$ 1.750,00 Produto “G”: R$ 6.000,00/R$ 8.000,00 X R$ 7.000,00 = R$ 5.250,00 3º critério – rateio com base nos custos diretos totais (MP + MOD) Produto “F”: R$ 8.000,00/R$ 18.000,00 X R$ 7.000,00 = R$ 3.111,11 Produto “G”: R$ 10.000,00/R$ 18.000,00 X R$ 7.000,00 = R$ 3.888,89 4º critério – rateio com base nas horas-máquina utilizadas Produto “F”: R$ 7.000,00/2.600 horas X 1.600 horas = R$ 4.307,69 Produto “G”: R$ 7.000,00/2.600 horas X 1.000 horas = R$ 2.692,31 Quadro demonstrativo (para o primeiro critério) ITENS DE CUSTO PRODUTOS F CUSTOS TOTAIS G Matéria-prima aplicada 6.000,00 4.000,00 10.000,00 Mão de Obra Direta 2.000,00 6.000,00 8.000,00 Custos diretos totais 8.000,00 10.000,00 18.000,00 Custos Indiretos a ratear 4.200,00 2.800,00 7.000,00 Custos totais 12.200,00 12.800,00 25.000,00